Devolvendo a mágica ao design: do fetichismo do objeto à semântica do produto e além

MindMap das relações internas do texto de Rafael Cardoso sobre fetichismo do objeto e semântica do produto.

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Devolvendo a mágica ao design: do fetichismo do objeto à semântica do produto e além by Mind Map: Devolvendo a mágica ao design: do fetichismo do objeto à semântica do produto e além

1. Significado verbal × Expressão material/visual

1.1. "Porque alguns objetos retêm seu poder de encantar, emocionar e espantar enquanto outros perdem sua eloquência e caem no silêncio, tornando-se inescrutáveis ou simplesmente tediosos e desinteressantes?"

2. Forma e significado (p 2)

2.1. Inerência × Contexto

2.1.1. História do entendimento da natureza do design no século 20 baseada nesta dicotomia esquemática

2.2. Inerência

2.2.1. Atribuição arbitrária de significados inerentes às formas, mais radical nas formas simples (p 3)

2.2.1.1. O exemplo do relógio de pulso: ontologia e epistemologia do objeto

2.2.1.1.1. Relação complexa entre significante e significado. Pode algum significante ser idêntico ao seu significado o tempo todo? A mobilidade da relação na semiótica nega isso.

2.3. A palavra "inerente" (p 4)

2.3.1. haerare, ad haerare, aderente, adesivo. Gruda, mas não é a coisa. Analogia entre significado inerente e plástico de segurança do passaporte.

2.3.1.1. O mínimo cultural que garante a inerência de certos significados e a forja desses significados em algum ponto do tempo por manufatura e uso, como relação entre forma e contexto, reforçando a distinção entre inerente e fixo. (p 5)

2.4. Inerência e corpo humano

2.4.1. O exemplo do martelo como contínuo de uma operação que levou o homem do fazedor ao manufatureiro, e que implicaria em algum momento no "atingimento do propósito", deixando pouco espaço ao design moderno para aperfeiçoá-lo. (p 5)

2.4.1.1. Refutação desta hipótese, crítica à forma-tipo: "quanto mais evoluímos como espécie, maior a aparente variedade de tudo o que geramos".

2.5. Função × Operação

2.5.1. Exemplos de reutilização e ressignificação ao longo do tempo, mais a par de concepções ambientais modernas. Significados que não são inerentes, mas derivados de atribuições e usos. Significados inerentes × aderentes. (p 6)

2.5.1.1. "Não há significados inerentes de um ponto de vista lógico"

2.5.1.1.1. E os atributos da percepção?

2.5.1.2. "O que é interessante, do ponto de vista do design, é que a vasta maioria dos significados cai exatamente na ponta aderente do espectro", onde a atribuição de significado depende do contexto, e não do processo de configuração. (p 7)

2.5.1.3. Necessidade de verificar as bases conceituais e lógicas por trás da atribuição de significado aos objetos

3. Fetichismo e seus objetos (p 8)

3.1. Problemas da palavra fetichismo, relacionados em especial ao uso marxista da palavra. ênfase no conceito que trata da relação entre sujeitos e objetos, concreto e abstrato. (p 8) (…) "Ação de investir objetos de significados não inerentes à sua natureza". (…) "Incluir coisas não humanas em nossa humanidade e conectar-nos à sua natureza essencial ou essência divina". (p 10)

3.1.1. Origens da palavra. Dois discursos. "Atribuição de qualidades mágicas a objetos produzidos por culturas não europeias".

3.1.1.1. Idolatria

3.1.1.2. Diferença entre colonizador e colonizado

3.1.2. Marx: "Objetos ganham valores transcendentes quando transformados em mercadorias". Transposição do contexto antropológico para o social e econômico. (p 9)

3.1.2.1. Fetichismo ainda mantém seu caráter místico

3.1.3. O uso sexual da palavra (Jean Binet, Freud): atribuir aspectos sexuais a objetos do cotidiano. (p 10)

3.2. Paralelo entre fetichismo e design

3.2.1. O designer é responsável pela introdução de significados muito mais complexos que aquilo a que chamamos função

3.2.2. Continuação do problema das conotações negativas da palavra.

3.2.2.1. Feitiço

3.2.2.2. "Trabalho"

3.2.2.3. Factício

3.2.2.4. Artificial, feito com arte, artefato

3.2.2.4.1. Flusser: "Sobre a palavra design"

3.2.3. Distanciamento do aspecto mágico na tentativa histórica de distanciamento do movimento Arts & Crafts (p 12)

3.2.3.1. Protocolos científicos e tecnológicos com resultados desastrosos (p 12)

3.2.3.2. Defesa desses pressupostos baseada no ataque ao consumo, à obsolescência e ao desperdício

3.2.3.3. Modernismo sujeito às mesmas lógicas perversas.

3.3. De onde vêm e quando surgem os significados? (p 13)

3.3.1. Combinações de:

3.3.1.1. Fabricantes

3.3.1.2. Vendedores

3.3.1.3. Compradores

3.3.1.4. Usuários

3.3.2. Qualidade da consciência humana, com relação indireta à "organização natural da matéria"

3.3.3. Dois mecanismos básicos:

3.3.3.1. Atribuição

3.3.3.1.1. Produção/distribuição

3.3.3.2. Apropriação

3.3.3.2.1. Consumo/uso

3.3.3.2.2. Cathexis, Besetzung (p 14)

3.3.4. "O que faz de um significado inerente mais ou menos capaz de resistir aos significados aderentes ao longo de seu uso contínuo?"

4. Semântica do produto, ciclo de vida do produto e o contexto ecológico

4.1. Semântica do produto:capacidade de um produto de conduzir significados

4.1.1. Richard Buchanan e a comparação da capacidade de um objeto de definir seu propósito à retórica.

4.1.2. Margolin e a transformação dessa capacidade na cultura pós-moderna, em comparação à era da máquina.

4.1.3. Klaus Krippendorff e a capacidade dos objetos de significarem num nível pré-verbal, "pré-semiótico". Auto-referencialidade.

4.1.3.1. Contextos de significação

4.1.3.1.1. Contexto operacional

4.1.3.1.2. Contexto sociolinguístico

4.1.3.1.3. Contexto de gênese

4.1.3.1.4. Contexto ecológico

4.1.3.2. Definição de objeto

4.1.3.2.1. Expressão concreta da intenção

4.1.3.2.2. "Manifestações de padrões temporariamente congeladas"

4.2. Atribuição de significados como um fluxo de informação sobre uma dada forma material

4.2.1. Relação entre forma e informação como Yin-Yang, governada por quatro fatores essenciais para situar um dado significado a um dado objeto num dado contexto (p 16)

4.2.1.1. Materialidade

4.2.1.2. Ambiente

4.2.1.3. Usuários

4.2.1.4. Tempo

4.3. Ciclo de vida do produto

4.3.1. Dois modelos

4.3.1.1. Ciclo tradicional

4.3.1.1.1. Concepção

4.3.1.1.2. Planejamento

4.3.1.1.3. Design

4.3.1.1.4. Manufatura

4.3.1.1.5. Distribuição

4.3.1.1.6. Venda

4.3.1.1.7. Uso

4.3.1.1.8. Descarte

4.3.1.2. Ciclo repensado

4.3.1.2.1. Pós-uso ao final (p 17)

4.3.1.2.2. Tradição no início

4.3.1.2.3. O ciclo tradicional "nada mais é que uma breve porção intermediária no amplo espectro da existência dos objetos no tempo"

4.4. Um modelo dinâmico ligado à biologia da evolução, para explicar a relação entre forma e significado.

4.4.1. Sistemas interligados de complexidade planejada (Buckminster Fuller)

4.4.2. Relação análoga à genética com a fisiologia

4.4.3. Formas ornamentais como uma dinâmica histórica; Kunstwollen (Riegl)

4.5. Ausência de resposta simples

4.5.1. Exemplos empíricos de manipulação ou subversão da relação forma / significado, onde "o valor verdadeiro apenas pode ser entendido em termos de seu significado relativo numa ecologia de artefatos e usuários".

4.5.1.1. Criança com arma de graveto (fetichismo)

4.5.1.2. Criança com boneco unicórnio (aderência)

4.5.1.3. Cadeira de três pés (Starck)

4.5.2. Eliminação do modelo dessa relação como algo simples e dado.

4.6. Importância de uma percepção revisada da semântica do produto na contemporaneidade

4.6.1. Ressignificar objetos de forma a dificultar seu descarte

4.6.2. Objetos imateriais, proféticos, ídolos, mas transparentes. O imaterial guiando o processo material. (Flusser)

5. História da arte × História do design (p 1)

5.1. Falta de paradigma abrangente (p1, ¶2)

5.2. Estudos da cultura material (p1, ¶2)

5.2.1. O papel das mercadorias (commodities) em definir relações sociais (p2, ¶1)

5.3. O problema de estudar o contexto ao invés dos valores formais inerentes. A 'new art history'.