Regionalismo: uma perspectiva histórica

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Regionalismo: uma perspectiva histórica by Mind Map: Regionalismo: uma perspectiva histórica

1. Consolidação do regionalismo em uma camada de governança e divisão do trabalho de governança global com participação da "camada" regional desde o pós-guerra: fatores para a compreensão

1.1. Qualidades e problemas do regionalismo

1.1.1. Qualidades

1.1.1.1. aumentar transparência

1.1.1.2. gerar normas e valores fixos

1.1.1.3. promover cooperação e comunidade política, econômica e na área de segurança

1.1.1.4. controle da atuação de estados poderosos

1.1.2. Problemas

1.1.2.1. nem todas as regiões estão interessadas nas propriedades de indução da ordem do regionalismo

1.1.2.2. regiões podem ser "enclaves de reação" ou fontes de desordem

1.1.2.3. embora alguns problemas locais careçam de ação local, essa atuação não deve ser uniforme

1.1.2.4. alguns atores acreditam apenas no princípio da universalidade (primazia de instituições multilaterais)

1.1.2.5. abordagens realistas não acreditam na capacidade de instituições, incluindo as regionais, de mitigar a anarquia da ordem mundial

1.2. normas, tendências, valores, práticas globais ou relativas à outras regiões

1.3. fatores culturais, geográficos, políticos e estratégicos regionais

2. Regionalismo na perspectiva histórica

2.1. Precursor: imperialismo e esfera de influência de estados poderesos e seus aliados

2.2. Pós-I Guerra: Liga das Nações como arena para repensar questões como paz, segurança, igualdade e desenvolvimento. Nova concepção de relações internacionais e mudanças na arquitetura normativa internacional.

2.3. Pós-II Guerra: criação da ONU

2.3.1. Lobby dos estados: concessão de poderes de resolução de conflito às agências regionais da ONU

2.3.2. Relevância da atividades de comissões regionais sociais e econômicas

2.3.3. Estabelecimento do princípio da ação e cooperação regionais, fundamentado na Carta da ONU

2.4. Guerra fria

2.4.1. Dependência em relação às potências: impediu o desenvolvimento de relações regionais firmes na moldura da ONU

2.4.1.1. empoderamento e proliferação de forças regionais apesar da dependência

2.4.1.2. Criação de organizações, algumas dando origem a outras, formando um corpo burocrático

2.4.1.2.1. Organização dos Estados Africanos

2.4.1.2.2. Organização dos Estados Americanos

2.4.1.2.3. Organização do Tratado do Sudeste Asiático

2.4.1.2.4. Liga das Nações Árabes

2.4.2. Descolonização

2.4.2.1. Não alinhamento de 77

2.4.2.2. Defesa dos interesses dos países em desenvolvimento a nível regional e internacional

2.4.3. Desafio duplo da Guerra Fria e da descolonização: legado

2.4.3.1. proliferação de instâncias regionais com aprendizado sobre integração econômica, desenvolvimento institucional e desenvolvimento de comunidades em torno de interesses de segurança

2.4.3.2. Transformação da moldura normativa das operações regionais, à medida em que atores (não-estatais, corporações multinacionais, agências de desenvolvimento e cooperação etc), muitos com atuação regional, se firmaram no plano internacional

2.4.3.3. persistência das estruturas regionais criadas no período, apesar das atualizações em seu funcionamento

3. O novo contexto regional

3.1. Fim da Guerra Fria: abertura do escopo de possibilidades para projetos e crescimento regional

3.1.1. Fatores

3.1.1.1. Descentralização do Sistema Internacional

3.1.1.2. Fim da sobreposição de potências

3.1.1.3. Crescimento

3.1.1.4. Identidades Regionais

3.1.2. Transformação do equilíbrio do poder: novas formas e práticas institucionais

3.1.3. Influência da UE e da ONU: crença nas capabilidades de organizações internacionais

3.1.3.1. construção competitiva de regionalismos na Ásia e nas Américas

3.1.4. Apreensão sobre as consequências da globalização como motor da regionalização econômica

3.1.5. Segurança: conflitos internos nos Estados

3.1.5.1. Pressão sobre a ONU

3.1.5.1.1. divisão de tarefas: subcontratação e regionalização

3.2. Diversificação e empoderamento dos atores com crescente relevância de atores não-estatais

3.3. Ambiente internacional mais permissivo

3.3.1. maior liberdade para que atores regionais afirmem suas identidades e propósitos

3.3.2. regionalismo como oportunidade para que estados mais fracos se insiram no sistema capitalista internacional e garantam um papel na formação de agenda

3.4. Predominância do regionalismo

3.4.1. atuação regional para acesso a ajuda internacional e fundos de desenvolvimento

3.4.2. atuação regional como maneira de legitimação aparente de iniciativas estatais

4. Conceitos para o estudo do regionalismo

4.1. Relevância de uma conceituação adequada

4.1.1. Uma abordagem conceitualmente abrangente permite uma melhor análise das funções que grupos regionais podem performar e é adequada para pensar soluções capazes de melhorar a capacidade regional

4.1.2. Abordagem mais ampla: necessidade de adotar conceitos mais fluidos e abrangentes e fugir do eurocentrismo, reconhecendo os insights teóricos e empíricos que o estudo de outras regiões pode trazer

4.2. Definições

4.2.1. regiões

4.2.1.1. comunalidade, interação, interação: cooperação.

4.2.1.1.1. < sistema internacional > unidade estatal ou não estatal

4.2.1.1.2. permanente ou temporária

4.2.1.1.3. institucionalizada ou não

4.2.2. regionalismo

4.2.2.1. política e projeto de cooperação e coordenação de estratégia envolvendo agentes estatais e não estatais

4.2.2.1.1. (atuação acima ou abaixo do nível estatal)

4.2.2.2. normas, regras e procedimentos que orientam a ação

4.2.2.3. persecução e promoção de objetivos em comum

4.2.2.3.1. regionalismo soft: senso de comunidade

4.2.2.3.2. regionalismo hard: consolidação de grupos e redes formalizados por arranjos estatais e organização

4.2.3. regionalização

4.2.3.1. processo de concentração de atividade (de comércio, de pessoas, de ideias e atémesmo de conflito)

4.2.3.1.1. processo

4.2.3.1.2. resultado de ação espontânea ou autônoma

4.2.3.1.3. pode ser o resultado ou a fonte da regionalismo

5. Balanço: as características do "novo regionalismo"

5.1. crescimento contínuo do número, da capacidade, membros e escopo de diferentes organizações

5.1.1. Crescente institucionalização da atuação regional em várias áreas do globo

5.2. Interação interregional

5.2.1. Estabelecimento da Cooperação Interregional na área de segurança (notadamente da UE/OTAN com outras regiões)

5.2.2. regiões com alta interferência dos EUA: menos participação regional

5.3. Expansão da participação de redes transnacionais, grupos da sociedade civil, ativistas de ONGs com operação transfronteiriça no âmbito regional

5.3.1. presença em fóruns e papel na promoção de segurança pós-conflito (fornecimento de ajuda e serviços relacionados)

5.4. Compreensão teórica

5.4.1. Realismo

5.4.1.1. Limitado pelas amarras do poder estatal e interesses de segurança, o regionalismo fica preso a um desenvolvimento instável e inconstante

5.4.2. Estruturalismo: noções de centro e periferia

5.4.2.1. o centro define as agendas política, econômica e de segurança dominantes

5.4.2.2. regiões periféricas têm opções de atuação limitadas

5.4.3. Teorias liberais: interdependência funcionalismo institucionalismo

5.4.3.1. moldura valiosa para analisar padrões em regiões onde integração econômica e segurança foram bem estabelecidas, como a UE

5.4.4. Política identitária

5.4.4.1. experiência compartilhada, aprendizado e identidade não são suficientes para estabelecer uma política regional, mas sempre aparecem em algum momento

6. Problemas e prospectos: fatores relevantes

6.1. Capacidade dos membros

6.1.1. Falta de capacidade coo limitação à obtenção dos objetivos do arranjo regional, independente de área

6.1.2. Alta prioridade de princípios como soberania e não-interferência nos acordos de institucionalização intensificam o problema da falta de capacidade

6.1.3. suspeitas, competição e rivalidades dificultam os prospectos de cooperação

6.1.4. capacidade e estabilidade de um sistema regional são mutáveis: condições mudam e com elas os prospectos de cooperação

6.2. Soberania

6.2.1. Integração regional: declínio do poder estatal ou meio para seu desenvolvimento?

6.2.2. Estados atuam em arranjos regionais como em alianças: autointeresse

6.2.3. Soberania como limitação e não barreira à cooperação regional

6.2.4. Diferentes níveis de relativização da soberania, a depender do arranjo

6.3. Hegemonia

6.3.1. abuso de soberania por Estados poderosos

6.3.2. Dominância do ator hegemônico sobre a agenda

6.3.3. atores hegemônicos minam as instituições com que se comprometem

6.3.4. Papel relevante dos atores hegemônicos em garantir paz e segurança regional quando outros atores não estão dispostos

6.3.4.1. Necessidade de mitigar o poder dos atores hegemônicos e aumentar accountability através de instituições.