A MULHER DESENCARNADA Capítulo 3

Mapa mental do 3º capítulo do livro "O homem que confundiu sua mulher com um chapéu", de Oliver Sacks, na perspectiva da personalidade nos olhares de Freud, Jung, Adler e Allport. Aluna: Gabriela de Lima Bastos

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A MULHER DESENCARNADA Capítulo 3 by Mind Map: A MULHER DESENCARNADA Capítulo 3

1. 3. ÓTICA DE ADLER

1.1. "Adler desenvolveu uma teoria da personalidade orientada para o futuro, o vir a ser, e defendeu que a esfera social é tão importante para a psicologia quanto a esfera interior."

1.2. TENTATIVA DE SUPERAR UM SENTIMENTO DE INFERIORIDADE:

1.2.1. No início, Christina teve um tempo de aceitação e após isso começou a se recuperar, usando os sentidos da visão e da audição para superar esse sentimento de inferioridade. "Christina venha conseguindo levar uma vida — uma espécie de vida — por meio de adaptações e ajustes de todo tipo, emocionais e morais tanto quanto neurológicos. Christina aprendeu a andar, usar o transporte público, realizar as atividades cotidianas — mas só sob o poder de uma enorme vigilância, "

1.3. Christina apresentou uma personalidade sadia, sempre em busca do aprimoramento de sua condição. Apresentou interesse social e energia.

1.4. SELF

1.4.1. Christina apresentou-se desde antes da perda da propriocepção uma personalidade centrada em motivações - SELF CRIATIVO - inteligente, culta, ativa, movimentada e raramente ficava doente. Mesmo após o ocorrido, essas características permaneceram, mostrando-se como sua essência, o seu self.

1.5. ESTILO DE VIDA

1.5.1. Christina mostrou-se ativa em seu estilo de vida, antes e depois da perda da propriocepção.

1.6. LUTA PELA SUPERIORIDADE

1.6.1. antes e depois do ocorrido, ela lutou pela sua independência física, mas mostrou-se como uma pessoa de infância bem esclarecida, segundo a perspectiva de Adler, um ESFORÇO PELO SUCESSO, sendo Christina uma pessoa psicologicamente saudável.

1.7. FINALISMO DE FIXAÇÃO

1.7.1. Christina mostrou-se motivada a continuar realizando tarefas e ações cotidianas, independente do seu passado, focando nas melhoras futuras.

2. 4. ÓTICA DE ALLPORT

2.1. "Os traços determinam ou provocam o comportamento, eles surgem em resposta a certos estímulos e interagem com o ambiente para produzir comportamentos."

2.2. OS TRAÇOS SÃO AS ESTRUTURAS MAIS IMPORTANTES DA PERSONALIDADE

2.2.1. DISPOSIÇÕES INDIVIDUAIS

2.2.1.1. DISPOSIÇÕES CARDINAIS

2.2.1.1.1. não apresenta

2.2.1.2. DISPOSIÇÕES CENTRAIS

2.2.1.2.1. motivada, inteligente, culta, ativa, bem humorada.

2.2.1.3. DISPOSIÇÕES SECUNDÁRIAS

2.2.1.3.1. atenciosa

2.2.1.4. DISPOSIÇÕES MOTIVACIONAIS

2.2.1.4.1. necessidade de ter que observar o próprio corpo sempre

2.2.1.5. DISPOSIÇÕES ESTILÍSTICAS

2.2.1.5.1. conseguir seguir as atividades cotidianas.

2.2.2. INTERAÇÃO ENTRE GENÉTICA E AMBIENTE

2.2.2.1. Christina teve de se adaptar a partir da situação que extinguiu sua propriocepção, perdeu os "olhos do corpo" por razões fisiológicas e teve que aprender a viver de outra forma. "Como a natureza falhara, ela recorrera ao "artifício", mas o artifício era sugerido pela natureza e logo se tornara uma "segunda natureza".

2.2.3. AUTONOMIA FUNCIONAL DO PRÓPRIUM

2.2.3.1. A motivação em Christina, a paciência e a atividade. "E logo percebi que seu modo de sentar era realmente uma pose, adotada e mantida de maneira consciente ou automática, uma espécie de postura forçada, deliberada ou teatral, para compensar a contínua ausência de uma postura genuína, natural".

2.2.4. SELF- PERSONALIDADE ADULTA SAUDÁVEL

2.2.4.1. AUTONOMIA FUNCIONAL PERSEVERANTE

2.2.4.1.1. Christina aprendeu a andar, usar o transporte público, realizar as atividades cotidianas — mas só sob o poder de uma enorme vigilância, com maneiras estranhas de fazer as coisas, maneiras que podiam desandar se sua atenção fosse desviada.

3. 1. ÓTICA FREUDIANA

3.1. "A personalidade é o resultado da interação entre os conflitos internos e as demandas externas".

3.2. MODELO TOPOGRÁFICO

3.2.1. CONSCIENTE

3.2.1.1. Christina mostra-se muito visível e compreensível em relação à perda da propriocepção, percebendo todos os seus fatores internos e utilizando-os para adaptar-se. A questão do sonho que ela teve entra aqui e relaciona-se também com o inconsciente.

3.2.2. PRÉ-CONSCIENTE

3.2.2.1. No caso de Christina, as ideias e pensamento e conhecimentos decorrentes foram levados à consciência com um leve esforço de sua parte, partindo do princípio que deveria viver da melhor forma possível, lembrando-se toda hora de prestar atenção em seus membros, com os sentidos da audição e visão.

3.2.3. INCONSCIENTE

3.2.3.1. Em Christina manifesta-se como o instinto de sobrevivência, a luta para continuar vivendo normalmente. A questão do sonho se manifesta aqui também, como se o corpo de Christina quisesse mostrar para ela o que estava acontecendo.

3.3. MODELO DINÂMICO

3.3.1. MECANISMOS DE DEFESA

3.3.1.1. REPRESSÃO E FORMAÇÃO REATIVA: quando Christina demorou uma semana para sair do estado de choque e aceitar sua condição.

3.3.1.2. INTELECTUALIZAÇÃO: observados quando Christina busca representar a sua condições com metáforas e foca em estabelecer sua vida em padrões de vida normais

3.4. MODELO ECONÔMICO

3.4.1. PULSÃO

3.4.1.1. PULSÃO DE VIDA: observada em Christina na sua capacidade de adaptar-se à sua condição, buscando sempre melhorar e aperfeiçoar seus sentidos.

3.4.1.2. PULSÃO DE MORTE: foi raramente observado no caso, mais evidenciado na questão da semana em que Christina permaneceu em choque após a descoberta da perca.

3.5. MODELO GENÉTICO

3.5.1. DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL

3.5.1.1. Não foi observado, no caso de Christina, fixação em nenhuma fase, obtendo êxito em todas elas a partir do que é relatado.

3.6. MODELO ESTRUTURAL

3.6.1. ID

3.6.1.1. O instinto primário, associado à pulsão de morte, em Christina.

3.6.2. EGO

3.6.2.1. Conectou-a à realidade, fazendo com que a pulsão de vida se manifestasse e ela buscasse sempre a melhora e aperfeiçoamento dos seus sentidos

3.6.3. SUPEREGO

3.6.3.1. Christina apresentou um superego saudável e prudente, quando deixou seu ego evidenciar-se em suas atividades, buscando realmente o melhor para si. Na questão relatada do ônibus, seu superego a protegeu de possíveis desavenças com as pessoas que não a compreendiam.

3.7. OS PRIMEIROS ANOS DE VIDA

3.7.1. Acredita-se que Christina teve êxito no desenvolvimento infantil, pois sua personalidade é vista saudável, quando Sacks remete que ela é uma pessoa inteligente, culta, ativa, movimentada e com a saúde ótima. Não foi evidenciado traços de sua infância, porém percebe-se - superficialmente - que não houve fixações nos estágios psicossexuais

3.8. ANÁLISE DOS SONHOS

3.8.1. Christina teve um sonho que mostrou o que viria a acontecer com ela, provavelmente é um caso de que o corpo identificou o que estava acontecendo com ele mesmo, e serviu como alerta para uma preparação mental do que viria a ser.

4. 2. ÓTICA JUNGIANA

4.1. "A personalidade é determinada pelo que se espera ser e pelo que a pessoa foi no passado."

4.2. FUNÇÕES DE PERCEPÇÃO (IRRACIONAIS)

4.2.1. SENSAÇÃO

4.2.1.1. Christina perdeu a sensação corporal, a propriocepção, aguçando os sentidos auditivos e visuais.

4.2.2. INTUIÇÃO

4.2.2.1. Christina teve a intuição, através do sonho, que iria perder a propriocepção, mesmo não sabendo que isso realmente iria acontecer.

4.3. FUNÇÕES DE JULGAMENTO (RACIONAIS)

4.3.1. PENSAMENTO

4.3.1.1. Christina teve todo um período para autoaceitação de seus sintomas, e buscou ser ativa em sua nova vida.

4.3.2. SENTIMENTO

4.3.2.1. Christina buscou a melhor forma de sentir-se bem a partir das vivências e forma de julgamento próprias, associando o fato de sua deficiência à metáforas e buscando explicar seu sentimento.

4.4. CARACTERÍSTICAS ENCONTRADAS EM CHRISTINA A PARTIR DA ANÁLISE ANALÍTICA DE JUNG

4.4.1. INTROVERTIDA SENTIMENTO

4.4.1.1. Observa-se esta característica quando Sacks relata: "De vez em quando, ela se deixa abater — não em público, mas quando está comigo: "Eu queria tanto poder sentir!", grita. "Mas esqueci como é... Eu era normal, não era? Eu realmente me movia como todo mundo?" "abstinha-me de falar de meu problema e me empenhava mais em analisar meus sentimentos. Às vezes a convicção de não ser eu mesmo era avassaladora e incrivelmente dolorosa. Era, na melhor descrição que consigo fazer, uma deficiência no sentimento egoísta da individualidade."

4.4.2. EXTROVERTIDA SENSAÇÃO

4.4.2.1. Adaptou-se ao novo modo de vida, com certa "facilidade", mostrou-se aberta a novas oportunidades e encarou a perda do senso de propriocepção como uma motivação para viver a vida normalmente. "Para Christina existe esse sentimento geral—essa "deficiência no sentimento egoísta da individualidade" — que se atenuou com a adaptação, com o passar do tempo."

4.4.3. EXTROVERTIDA PENSAMENTO

4.4.3.1. Christina mostra-se muito lógica e objetiva, levando a doença como natural e tentando sempre melhorar. "Mas depois a vida reafirmou-se, como sempre faz, e Christina começou a mover-se. "

4.4.4. EXTROVERTIDA INTUITIVA

4.4.4.1. a capacidade de tentar expressar a sensação fisiológica através de metáforas mostrou a criatividade de Christina, assim como a forma que encontrou para viver a vida da forma mais natural possível. "Não consigo sentir meu corpo. Eu me sinto esquisita — desencarnada". "A desencarnada Chris, a moça desmedulada!"

4.5. ARQUÉTIPOS

4.5.1. ÂNIMUS

4.5.1.1. A racionalidade de Christina a partir da adaptação à sua condição.

4.5.2. SOMBRA

4.5.2.1. A questão dos aspectos inconscientes não foi observada claramente na questão de Christina, visto que o caso foi narrado por Sacks, e esta só mostrou características conscientes a ele.

4.6. INCONSCIENTE COLETIVO

4.6.1. Observa-se a questão da incorporação da sociedade no caso de Christina quando ela fica um tempo em choque para aceitar a doença e quando relata a questão da impaciência das pessoas com suas atividades. "Na primeira semana, Christina nada fez, permaneceu deitada passivamente, quase sem comer. Seu estado era de choque, horror e desespero absoluto"; "quando Christina sobe a duras penas em um ônibus, toda desajeitada, depara apenas com rosnadelas irritadas e incompreensivas: "Qual é o problema, dona? É cega, ou está bêbada como um gambá?"