Lesões bucais decorrentes da radioterapia

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Lesões bucais decorrentes da radioterapia by Mind Map: Lesões bucais decorrentes da radioterapia

1. Mais de 60% de todos os carcinomas espinocelulares da cabeça e pescoço são tratados por radioterapia ou radioquimioterapia

1.1. Em virtude de sua natureza complexa, seu tratamento, na maioria das vezes consiste em uma abordagem multidisciplinar que inclui em seu escopo a utilização de

1.1.1. Quimioterapia

1.1.2. Cirurgia

1.2. Radioterapia

1.3. A ação da radiação ionizante sobre os tecidos resulta em efeitos colaterais importantes como

1.3.1. E alterações inflamatórias ou infecciosas da cavidade oral denominadas, genericamente, "mucosite"

1.3.2. O comprometimento da barreira mucosa oral caracterizado clinicamente pela ocorrência de ulcerações contribui para a colonização por microrganismos, invasão local e subsequente invasão sistêmica

1.3.3. A mucosite oral (MO) é caracterizada por lesões ulcerativas em decorrência da atrofia do epitélio, com presença de um infiltrado inflamatório crônico persistente, eritema e dor.

1.3.3.1. Dentro deste contexto, o HSV-1/2 (Herpes vírus) tem sido fortemente relacionado ao agravamento da mucosite oral induzida por tratamento antineoplásico, especialmente em pacientes submetidos à quimioterapia e transplante de medula óssea

1.3.3.1.1. e que esta, através do rompimento da barreira mucosa oral, poderia provocar o agravamento das lesões orais existentes decorrentes do efeito estomatotóxico da terapia antineoplásica

1.3.4. • Dermatite, • Xerostomia • Ageusia • Disfagia • Odinofagia • Edema em tecidos moles • Cárie de radiação • Trismo • Osteorradionecrose

2. O câncer de cabeça e pescoço descreve uma variedade de tumores que afetam a cavidade oral, faringe, laringe, cavidade nasal, seios paranasais, tireóide e glândulas salivares

3. Candidíase oral

3.1. Sinais e sintomas

3.1.1. Dor

3.1.2. Queimação

3.1.3. Lesão esbranquiçada

3.1.4. Entremeada por áreas eritematodas

3.2. Características

3.2.1. A maioria das infecções por Cândida em pacientes irradiados, são pela espécie Cândida Albicans

3.2.1.1. A Candida albicans tem a capacidade de secretar enzimas hidrolíticas que digerem moléculas para aquisição de nutrientes, causando danos aos tecidos e contribuindo para a sua virulência

3.2.2. A candídiase orofaríngea é a lesão mais frequente decorrente de quimioterapia e radioterapia

3.2.2.1. Durante e após o tratamento

3.2.3. Alto risco de disseminação sistêmica: ↑ mortalidade

3.2.4. Por quê os pacientes irradiados estão vulneráveis a desenvolver candidíase oral?

3.2.4.1. Queda do fluxo salivar/diminuição da atividade imunológica pelos fagócitos

3.2.5. Suas lesões pseudomembranosas podem ser confundidas com áreas de Mucosite oral

3.2.5.1. Tratamento preventivo

3.3. Multifatorial

3.3.1. Xerostomia

3.3.2. Imunossupressão

3.3.3. Redução do fluxo sanguíneo

3.3.4. Higiene bucal deficiente

4. Osteorradionecrose

4.1. Sinais e Sintomas

4.1.1. Dor moderada quando controlada com analgésicos

4.1.2. Extremamente dolorosa

4.1.3. Trismo

4.1.4. Halitose

4.1.5. Drenagem de secreção e fistulização para pele ou mucosa

4.1.6. Muitos casos são assintomáticos, sendo suspeitados pela presença de uma área com osso desvitalizado

4.2. Características

4.2.1. Necrose do tecido ósseo secundária à radioterapia

4.2.2. Perda óssea após trauma como a extração dentaria.

4.2.3. A exposição óssea espontânea ocorre aproximadamente um ano após o término da radioterapia.

4.2.4. Ação direta sobre fibroblastos e células endoteliais

4.2.5. Grande liberação de citocinas

4.2.6. Formação de tecido fibroso com matriz extra celular atípica

4.2.7. Osteoblastos e osteoclastos tornam-se inviáveis

4.3. Características histológicas

4.3.1. Lesões na células da parede vascular

4.3.2. Produção de citocina

4.3.3. Ativação de fibroblastos

4.3.4. Fibrose no interior do tecido ósseo

4.3.5. Injuria direta sobre osteoblastos

4.3.6. Turnover ósseo prejudicado

4.3.7. Baixa capacidade de reparo ósseo

5. Mucosite oral

5.1. Sinais e Sintomas

5.1.1. Primeiros sintomas observados na 3ª ou 4ª semana

5.1.1.1. quando as doses atingem 200 cGy

5.1.2. Coloração esbranquiçada

5.1.2.1. Pela falta de escamação suficiente de queratina

5.1.2.1.1. Perda da camada com reposição pela mucosa atrófica (edematosa, eritematosa e friável)

5.1.3. Áreas de ulceração

5.1.3.1. Desenvolvidas pela formação de membrana superficial fibrino-purulenta amarelada e removível

5.1.3.1.1. Áreas centrais das úlceras podem se apresentar necrosadas

5.1.4. Dor, queimação e desconforto

5.1.4.1. Podem acentuar durante a alimentação e pelos procedimentos de higiene oral

5.1.5. Graus

5.1.5.1. Grau 0

5.1.5.1.1. Não existem sinais ou sintomas

5.1.5.2. Grau 1

5.1.5.2.1. A mucosa apresenta-se eritematosa e dolorida

5.1.5.3. Grau 2

5.1.5.3.1. Úlceras, paciente alimenta-se normalmente

5.1.5.4. Grau 3

5.1.5.4.1. Úlceras, só consegue ingerir líquidos

5.1.5.5. Grau 4

5.1.5.5.1. Paciente não consegue se alimentar.

5.2. Características

5.2.1. Efeito agudo de maior frequência

5.2.2. Maior fator dose-limitante para a radioterapia na região de cabeça e pescoço

5.2.3. Desaparece lentamente

5.2.3.1. 2 ou 3 semanas após término do tratamento

5.2.4. Afeta a superfície mucosa voltada para o interior dos focos de radiação direta

5.2.5. Pode ocorrer colonização por fungos do tipo Cândidas albicas

5.2.5.1. pela exposição do tecido conjuntivo

5.2.5.1.1. pode causar aumento da sintomatologia, sendo necessário diagnóstico e tratamento

5.2.6. Severidade e duração

5.2.6.1. Ligadas ao nível de doença dental pré-existente

5.2.6.2. Resposta individual do paciente

5.2.6.3. Dose acumulada/medicamentos utilizados

5.2.6.3.1. Radioterapia associada à quimioterápicos = efeito sinérgico, potencializa a severidade das alterações inflamatórias da mucosa oral

5.2.6.4. Intensidade/esquema de tratamento

5.2.6.5. Volume da mucosa

5.2.6.6. Hábitos (fumar; álcool)

5.2.6.7. Fatores predisponentes

5.2.6.7.1. Xerostomia

5.2.6.7.2. Infecção

5.2.6.8. Atinge trato esofágico e gastrointestinal

5.3. Características histológicas

5.3.1. Redução da espessura do epitélio

5.3.2. Hiperquetatose

5.3.2.1. Queratinização

5.3.3. Descamação superficial

5.3.4. Alterações vasculares

5.3.4.1. Aumento da permeabilidade e a congestão dos vasos sanguíneos

5.3.5. 0h pós radiação

5.3.5.1. Apoptose das células basais

5.3.5.1.1. Dano direto sobre os fibroblastos, alterando a matriz extracelular da lâmina própria

5.3.5.2. espessamento da camada de queratina

5.3.5.3. células epiteliais com micronúcleos

5.3.5.4. Citocinas

5.3.5.5. Vasodilatação

5.3.6. 5 dias pós radiação

5.3.6.1. Intensa produção de citocinas (TNF-α, IL-1β, IL-6) que intensificam a apoptose

5.3.6.2. Dano direto sobre os fibroblastos, alterando a matriz extracelular da lâmina própria

5.3.6.3. Hiperqueratose

6. Cárie por radiação

6.1. Sinais e sintomas

6.1.1. Coloração amarronzada ou escura

6.1.2. Progressão assintomática

6.1.2.1. Ausência de dor aguda

6.1.2.2. Pode levar à fratura completa da coroa do dente

6.1.3. Encontrada em superfícies lisas e cervicais de dentes incisivos, pré molares e molares

6.1.3.1. Pela alteração no esmalte, não é possível tratar esse tipo de cárie da mesma forma que a cárie comum

6.1.3.1.1. As resinas tradicionais não permanecem presas ao dente

6.1.4. Aparecimento de grandes cavidades frequente

6.1.4.1. Devido às modificações do esmalte e dentina

6.1.4.1.1. Progressão rápida

6.2. Características

6.2.1. A radioterapia quando administrada com doses toais de 60Gy causa importantes alterações estruturais em esmalte e dentina

6.2.1.1. Doses maiores que 20Gy causam alterações qualitativas e quantitativas na saliva, contribuindo para a rápida progressão e agressividade da lesão

6.2.1.1.1. Alteração nas glândulas salivares

6.2.2. Consequência tardia da radioterapia

6.2.3. Cáries disseminadas de rápida evolução e grande destruição

6.2.3.1. A cárie de radiação tem padrão de comportamento agressivo, quando comparado a cárie convencional

6.2.4. Decorrentes da xerostomia e alterações na microestrutura dentária

6.2.4.1. A radiação induz modificações diretas no tecido dental mineralizado

6.2.5. Incidência de 20% em pacientes tratados

6.3. Características histológicas

6.3.1. Alteração do conteúdo proteico

6.3.2. Alteração das características micromorfologicamente estruturais do esmalte e da junção amelo-dentinária (JAD)

6.3.2.1. promovendo alteração em suas propriedades biomecânicas

7. Osteonecrose

7.1. Características

7.1.1. Necrose do tecido mole pela radiação

7.1.2. Podendo ter ulceras localizadas no tecido irradiado.

7.1.3. Sem presença de neoplasia residual

7.2. Sinais e Sintomas

7.2.1. Geralmente os sintomas aparecem junto com os sinais

7.2.1.1. Primeiro começa com uma dor, a partir dela pode-se perceber alguns sinais, como secreção purulenta

7.2.2. As ulcerações frequentemente são vistas no sítio primário do tumor

7.2.3. Os tecidos moles podem sofre fibrose após a radioterapia

7.2.3.1. E se a fibrose acomete os músculos da mastigação, pode ocorrer trismo.