1. currículo entendido como estudos a realizar – é o conhecimento tratado pedagogicamente pela escola que deve ser aprendido pelo aluno.
1.1. currículo entendido como estudos já realizados – são as experiências já vividas proporciona- das pelas instituições escolares.
2. Zabalza (1987), analisando as diversas concepções de currículo, organizou-as nos três grupos a seguir.
2.1. Currículo como plano É a concepção dos autores que destacam, no currículo, o caráter de estrutu- ra formal de conteúdos e objetivos instrucionais. O currículo, assim entendido, é o documento oficial prescritivo ou guia orientador do trabalho escolar.
2.1.1. Beauchamp: o currículo é um documento para ser usado como ponto de partida para o planejamento do ensino. Good: o currículo é o plano geral dos conteúdos ou matérias específicas do ensino que a escola oferecerá aos alunos, com o objetivo de prepará- -los para sua graduação e ingresso no mundo profissional ou vocacional.
2.2. Currículo como experiência a ser desenvolvida na escola Nessa concepção, o currículo é um documento prescritivo (refere-se a como devem ser as atividades escolares), mas que está centrado prioritariamente nos processos e não nos produtos.
2.2.1. Esse conceito de currículo, segundo Zabalza (1987), é defendido por Traldi: o cur- rículo é o conjunto de experiências organizadas e supervisionadas pela escola, pelas quais esta assume a responsabilidade; por Wheeler: o currículo é o conjunto de experiências planejadas que se oferecem ao aluno sob a tutela da escola.
2.3. Currículo como instrumento de descrição e melhoria das classes de alunos Esta não é mais uma concepção propositiva, e sim um filtro analítico do que realmente ocorre nos processos de ensino. E, então, um instrumento que permite revisar a prática específica de cada turma de alunos.
2.3.1. “O conceito de currículo oculto aponta para o fato de que o ‘aprendizado incidental’, durante um curso, pode contribuir mais para a socializa- ção do estudante que o conteúdo ensinado neste curso”
2.4. Para Whitty (1985), o currículo oculto pode ser um campo estratégico não só no que diz respeito ao controle social, mas também ao espaço no qual se travam lutas ideológicas e políticas passíveis, portanto, de abrigar intervenções que visam a mudanças sociais.
2.4.1. Se analisarmos, ao longo do tempo, as concepções apresentadas, podemos concluir que houve avanços: a concepção de currículo como conjunto de ativida- des é mais rica e abrangente do que aquela que o concebia como um plano e ambas foram melhoradas com a visão de currículo como prática
2.4.1.1. A partir dessas considerações, Zabalza conceitua currículo como um con- junto de ações desenvolvidas dentro ou fora da escola, como consequência da intervenção direta ou indireta da própria escola, no sentido de fornecer, ao aluno, oportunidades para a aprendizagem
2.5. Segundo Sacristán, são três os elementos que determinam e interagem com a forma de concretização da proposta curricular.
2.5.1. Condições políticas, administrativas e institucionais que regulam as atividades da escola (instruções de ensino) São as condições que “modelam” o projeto curricular e ao mesmo tempo constituem o currículo oculto: formas ideológicas que perpassam as relações so- ciais e as transmissões do conhecimento, determinando então a práxis escolar.
2.5.1.1. Filosofia curricular ou orientação teórica É a síntese de posicionamentos filosóficos, epistemológicos, científicos e de valores sociais. É a filosofia curricular que determina o projeto cultural do cur- rículo e as condições políticas administrativas da escola.
2.5.1.1.1. Operacionalização do currículo Para um currículo ser eficiente, precisa atender às condições reais e espe- cíficas da escola e da clientela. Quando se elabora uma proposta pedagógica que considera os três eixos, está-se ambientalizando o currículo.
2.6. Numa perspectiva pedagógica, Zabalza (1991) sistematiza o ambiente em quatro grandes espaços: o social, o território, a comunidade, o espaço. Pedagogicamente, esses espaços são caracterizados da seguinte forma:
2.6.1. o social: corresponde ao espaço mais amplo, representado pelo mundo produtivo, pelas estruturas de poder (as associações, a relação escola e emprego, as leis que regulamentam as organizações
3. Currículo
3.1. Moreira (1997), a partir da primeira década do século XX, sob a influência da Psicologia Comportamental, surge um novo enfoque para o currículo, entendendo este como um “pla- no” no qual se detalham os conteúdos de ensino, sua organização e suas inter-relações.
3.1.1. Esse plano organiza-se a partir dos “objetivos”. Tais objetivos devem explicitar uma intencio- nalidade educativa, esclarecer de modo preciso e contínuo o que deve ser feito concretamente.
3.1.1.1. Nesse contexto, as preocupações ora são dirigidas para o currículo enquanto documento escrito (currículo formal), ora para o currículo como prática escolar efetiva (currículo real ou currículo em ação).