SITUAÇÃO DAS MULHERES NOS E.U.A

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SITUAÇÃO DAS MULHERES NOS E.U.A by Mind Map: SITUAÇÃO DAS MULHERES NOS E.U.A

1. Nos Estados Unidos, as mulheres conquistaram o direito ao voto em 1920. O movimento sufragista teve, por lá, forte inspiração inglesa, mas as primeiras raízes remontam ainda ao século XIX, com intelectuais norte-americanas que começaram a questionar o sistema patriarcal, que as impedia de ter os mesmos direitos que os homens. No fim do século XIX, já somavam aos movimentos pela igualdade de gênero trabalhadoras e mulheres negras. As questões raciais fizeram surgir também movimentos de mulheres negras buscando a igualdade de gênero e a igualdade racial. O movimento feminista norte-americano, que buscava a igualdade de gênero e, consequentemente, o sufrágio feminino, foi muito mais pacífico que o movimento inglês. As norte-americanas faziam convenções e reuniões políticas e pressionavam governantes e legisladores com documentos, ofícios e propostas de discussão do sufrágio feminino em assembleias. Apesar da conquista do voto feminino ocorrer em 1920 nos Estados Unidos, alguns estados do país somente permitiram o voto de mulheres negras e homens negros na década de 1960.

2. No ano de 1913, a ação extrema de uma sufragista causou a sua morte, tornando-a mártir do movimento. A professora e militante sufragista Emily Davison (assim como algumas sufragistas e diferente de muitas, Davison recebeu educação formal, cursou o ensino superior e atuou como professora) resolveu tomar uma ação extrema: no dia 4 de junho de 1913, a ativista jogou-se em frente ao cavalo do Rei Jorge V em uma pista de corrida de cavalos do circuito Derby Epson Downs. A intenção de Davison era chamar a atenção da Coroa e das pessoas para a causa sufragista. Quatro dias após o ocorrido, Davison morreu em decorrência dos ferimentos causados pelo atropelamento do cavalo de corrida. Sua ação não só chamou a atenção da Coroa e das pessoas, como também uniu ainda mais as sufragistas.

3. Como o movimento sufragista atuava A partir da criação da União Social e Política das Mulheres, em 1903, as ações das sufragistas ficaram mais radicais e intensas. Elas tinham quatro frentes de ação: campanhas publicitárias, manifestações não violentas, manifestações violentas e greves. As agremiações sindicais ligadas a movimentos ideológicos de esquerda, como o marxismo e o anarquismo, foram importantes aliadas na luta das sufragistas, pois as lideranças sindicais tinham uma maior capacidade de mobilização da massa de trabalhadoras para greves. As sufragistas reuniam-se e traçavam planos de manifestação, como a inserção de piquetes nas ruas para bloquear o trânsito de pedestres e carruagens. Elas também promoveram quebras de vidraças, incêndios e, em quase todas as vezes, havia confrontos com a polícia. Elas também faziam manifestações não violentas, como greve de fome. É certo que, de tantos confrontos com a polícia, muitas sufragistas foram presas. As lideranças do movimento foram presas várias vezes, pois havia uma ordem governamental de frear o movimento, e as autoridades usavam as manifestações públicas para impor sobre as sufragistas o estigma de arruaceiras. A radicalidade nas ações era necessária. Antes da criação da União Social e Política das Mulheres, a luta acontecia apenas no âmbito intelectual, jurídico e político. O máximo que era feito era a publicação de artigos defendendo o sufrágio feminino em jornais e a entrega de ofícios requerendo a discussão do sufrágio feminino nas assembleias legislativas. Esses ofícios eram, na maioria das vezes, ignorados. A entrada de mulheres mais radicais no movimento, muitas delas trabalhadoras sem educação formal, mas com consciência política (e cansadas do sofrimento diário da lida com as injustiças cometidas por questões de gênero – as mulheres das classes trabalhadoras trabalhavam mais e ganhavam menos, além de sofrerem constantes assédios e, muitas vezes, estupros em seu local de trabalho), causou a intensificação que o movimento precisava para gerar resultados.

4. O movimento sufragista representou também a primeira onda do feminismo. As mulheres que haviam estudado – em geral, filhas da classe burguesa – estavam reivindicando os direitos femininos à educação, ao trabalho em suas áreas de formação (vale lembrar que as mulheres pobres já trabalhavam nas indústrias e nas manufaturas há pelo menos 200 anos), ao divórcio e à participação política. O movimento sufragista foi o ápice dessa luta e, por isso, marcou a história do feminismo como o primeiro grande movimento pela luta contra o sexismo e a favor da igualdade de gênero.

5. O primeiro país democrático a reconhecer o direito ao sufrágio feminino foi a Nova Zelândia, no ano de 1893. Esse direito somente foi reconhecido após uma intensa luta liderada pela feminista neozelandesa Kate Sheppard. Seguindo o caminho de Sheppard e da conquista das mulheres neozelandesas, iniciou-se um intenso movimento pelo sufrágio feminino na Inglaterra no ano de 1897, que, após radical intensificação e anos de luta, conquistou o direito ao voto feminino no ano de 1918. A partir daí, mulheres de todo o mundo passaram a reivindicar o seu direito ao voto em seus países.