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QUESTÃO 3: Exponha as principais interpretações\nsurgidas no século XVII para explicar a Revolução dos Preços.

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A “Revolução dos Preços” foi o nome dado ao fenômeno\neconômico do “aumento generalizado dos preços” no contexto do mercantilismo\neuropeu, na passagem do sistema feudal para o capitalismo. Hoje o fenômeno é melhor\nexplicado pelo termo inflação.

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As primeiras interpretações datam do século XVII\ne se davam de modo empírico tendo por base observações relacionadas ao acúmulo\ne escassez de metais preciosos, consumo interno, meios de troca e balança\ncomercial.

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Deste modo, na Espanha de 1558, Luís\nOrtiz em sua obra, Para que a moeda não saia do reino, esboçou uma\nrelação entre a “revolução dos preços” e a “evasão contínua de moeda da\nEspanha para o resto da Europa”. Note-se que tal abordagem de Ortiz se deu\nem “momento crítico da história da Espanha”, no qual ocorria o “afluxo\ncrescente de metais das suas colônias da América.” Tratava-se, pois, de uma\nconstatação genérica, sem muitas relações de causa e efeitos precisas.

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Em 1566, M. de Malestroit relatou em sua\nobra, Résponse aux paradoxes, a elevação dos preços na França\nassociada a moeda de conta (a Libra, à época) e o acúmulo de metais precisos\n(em excesso). Tratava-se, contudo de uma explicação simplória, no qual a\ncausa se devia a existência de maior quantidade de ouro e prata no século XVI\ndo antes dos descobrimentos e grandes navegações, que se restringiam mais ao\nterritório europeu. Dessarte, “embora se pague mais em libras, na realidade não\nse dá mais em ouro e prata que antigamente.” O raciocínio, embora trivial,\nintroduz o raciocínio em termos de paridade da moeda com os metais.

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Mas foi Tomás Mercado, teólogo espanhol,\nquem descreveu com mais propriedade, em 1569, a relação de aumento de\npreços (observados em Sevilha) com a abundância ou escassez de ouro.

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Coube, contudo, a Jean Bodin, por meio de análise\nda obra de M. de Malestroit (Résponse aux paradoxes) a sistematização\ndo fenômeno da “revolução dos preços”. De sua análise, surgiram conclusões\ninéditas como o estabelecimento das três causas da elevação dos preços: 1)\nabundância de ouro; 2) monopólio do Estado (metrópoles); 3) escassez. Trata-se\nde termos propriamente econômicos no qual relaciona-se, com mais propriedade, o\naumento de preços, à quantidade de metais (ouro e prata), ao consumo da\naristocracia e o mercado interno (escassez).

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Tal estudo permitiu a evolução dos conceitos\nconvergindo para a justificativas racionais da “revolução dos preços” por meio\nda Teoria da Análise Quantidade da Moeda. Afinal, os pressupostos estavam\nestabelecidos: aumento na quantidade de moeda, gera aumento dos preços; o\nincremento contínuo da produção, gera ingresso de ouro e prata nos cofres do\nTesouro (metrópole); a elevação da capacidade de consumo, aumenta a pressão\nsobre a oferta, que por sua vez aumenta os preços.

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Posteriormente, a Análise Quantitativa da Moeda\nteve várias contribuições: David Hume, em On money, 1752; David Ricardo,\nem The high price of bullion, a proof of the depreciation of bank notes,\n1810; Simon Newcomb, Primeira\nformulação da teoria quantitativa da moeda, em 1885; Irving Fisher, Cassel\ne Warren Pearson, em 1911; e contemporaneamente, Milton Friedman, lança as\nbases da Escola Monetarista.

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Quadro sinóptico:

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REVOLUÇÃO DOS PREÇOS – INTERPRETAÇÕES

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Definição:\n “aumento\n generalizado dos preços” no contexto do mercantilismo europeu, na passagem\n do sistema feudal para o capitalismo.

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Termo\n atual: inflação de preços

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AUTORES

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INTERPRETAÇÃO

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Luís Ortiz

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Relação entre os preços e a evasão de\n moeda da Espanha para o resto da Europa e o afluxo crescente de metais das\n suas colônias na América (Espanha de 1558);

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M. de Malestroit

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Elevação dos preços (na França)\n associada a moeda de conta (a Libra, à época) e o acúmulo de metais precisos\n (em excesso); noção de paridade;

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Tomás Mercado

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Teólogo espanhol, descreveu com mais\n propriedade, em 1569, a relação de aumento de preços (observados em Sevilha)\n com a abundância ou escassez de ouro.

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Jean Bodin

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· \n Análise da obra de M. de Malestroit (Résponse aux\n paradoxes); SISTEMATIZAÇÃO; Conclusões inéditas; 03 (três causas) da elevação\n dos preços: 1) abundância de ouro; 2) monopólio do Estado (metrópoles); 3)\n escassez.

· \n permitiu a evolução dos conceitos convergindo\n para a justificativas racionais da “revolução dos preços” por meio da Teoria\n da Análise Quantidade da Moeda.

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Teoria da Análise Quantitativa da Moeda

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· \n Pressupostos: aumento na quantidade de\n moeda, gera aumento dos preços; o incremento contínuo da produção, gera\n ingresso de ouro e prata nos cofres do Tesouro (metrópole); a elevação da\n capacidade de consumo, aumenta a pressão sobre a oferta, que por sua vez\n aumenta os preços.

· \n Contribuições: David Hume, em On\n money, 1752; David Ricardo, em The high price of bullion, a\n proof of the depreciation of bank notes, 1810; Simon Newcomb, Primeira\n formulação da teoria quantitativa da moeda, em 1885; Irving Fisher,\n Cassel e Warren Pearson, em 1911; e contemporaneamente, Milton Friedman,\n lança as bases da Escola Monetarista.

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REVOLUÇÃO DOS PREÇOS (SÉCULO XVII)