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UNIDADE 2 by Mind Map: UNIDADE 2

1. Compreendendo o ideal de beleza clássica

1.1. Renascimento, como o próprio nome sugere, foi um período de renovação, uma época de transformações culturais, políticas e econômicas. Considerado um dos períodos mais ricos da História da Arte, o Renascimento deu início a um movimento artístico em que surge uma nova concepção de mundo e do homem.

2. A invenção da imprensa e a propagação de leituras

2.1. Durante o Renascimento, muitas invenções, como o relógio de precisão e o telescópio, provocaram mudanças significativas na sociedade ocidental, mas a máquina de impressão tipográfica gerou uma verdadeira revolução no campo da escrita e da leitura. Essa invenção do alemão Johann Gutenberg foi um dos acontecimentos mais marcantes da história da leitura e da circulação de ideias em escala mundial. Apesar de permitir a propagação de livros, como a Bíblia – o primeiro dos livros inteiros publicados pela técnica da imprensa –, de modificar, nos meados do século XV, os modos de reprodução dos textos e de produção dos livros, essa revolução trouxe também muitos problemas.

3. Camões: o grande nome do Classicismo português

3.1. O Classicismo foi uma manifestação literária em Portugal. Na prosa, produziram-se novelas de cavalaria e sentimentais, historiografia, prosa doutrinária e literatura de viagem. Além disso, houve abundante produção de teatro (comédia e tragédia) e, sobretudo, de poesia. Um dos maiores representantes do Classicismo português foi Luís Vaz de Camões, criado e protegido por um tio, cônego e chanceler da Universidade de Coimbra, que lhe patrocinou os estudos e lhe apresentou os autores clássicos, que formaram a sua base intelectual. Camões lutou em várias guerras e, em uma delas, a Batalha de AlcáceQuibir, na África, perdeu um dos olhos. Morreu pobre, doente e abandonado, deixando uma sólida obra, que o classifica como um dos maiores poetas portugueses de todos os tempos. A produção de Camões evidencia as principais características literárias do Classicismo. A obra camoniana é dividida em lírica e épica. A obra lírica é composta de poemas escritos em medida velha (redondilhas) e em medida nova (sonetos) que tratam de diversos temas, como o amor, em sua dimensão espiritual e carnal, a vida, as adversidades da vida e dos sentimentos, a pátria e Deus. No tratamento do amor, Camões se vale do platonismo (teoria de Platão sobre dois mundos: o sensível, material, físico, concreto, que reflete outro mundo; e o inteligível, ideal, que existe no mundo das ideias), para abordar o ser amado no plano ideal, e não real. A lírica camoniana trata o amor a partir de contradições em que, ao mesmo tempo, há esperança e desengano. A forma e os temas são do repertório clássico da cultura de sua época. Camões aborda situações provavelmente vividas por ele e traz a figura feminina como inatingível, praticamente sagrada, em alguns de seus poemas. O amor espiritualizado é um resgate da visão filosófica da Antiguidade Clássica conhecida como platonismo. No Renascimento, o neoplatonismo é visto nos poemas de Camões, pois o sentimento amoroso é idealizado, inalcançável,feminina como inatingível, praticamente sagrada, em alguns de seus poemas. O amor espiritualizado é um resgate da visão filosófica da Antiguidade Clássica conhecida como platonismo. No Renascimento, o neoplatonismo é visto nos poemas de Camões, pois o sentimento amoroso é idealizado e inalcançável.

4. Manifestações artísticas

4.1. A revalorização da cultura clássica antiga, promovida pelo Renascimento, marcou as artes, a literatura, a arquitetura, a historiografia e as ciências na Europa, entre o final da Idade Média e o começo da era moderna. A arte renascentista, impulsionada pela confiança no ser humano, coloca em evidência a presença de uma visão antropocêntrica em todas as suas manifestações. A Europa expansionista do século XVI celebrou a noção de civilidade, que impunha uma nova noção de beleza à experiência humana.

5. Os Lus’adas: a grande epopeia portuguesa

5.1. A obra épica de Camões tem sua maior ilustração em Os Lusíadas, a mais famosa epopeia da língua portuguesa. As epopeias são obras narrativas em versos, as quais têm como assunto grandes realizações humanas. As personagens são heróis de elevado caráter, com grandeza, força e coragem para vencer to- dos os obstáculos que a empreitada lhes impõe. Lusíadas deriva de Lusitânia, o antigo nome para Portugal. A obra, escrita em versos, é dividida em 10 cantos, totalizando 1.102 estrofes, todas com oito versos cada uma. Os versos – no total de 8.816 – são decassílabos heroicos e rimam da mesma forma: ABABABCC. Como é essa forma? O primeiro verso rima com o terceiro e com o quinto; o segundo verso rima com o quarto e o sexto; e o sétimo e o oitavo rimam entre si. Essa é a oitava-rima camoniana. Além dessas, há muitas rimas internas produzidas pela sonoridade das vogais e pela aliteração com a sonoridade das consoantes. Os Lusíadas é um poema épico que narra os grandes feitos do povo português, em que episódios históricos e lendários misturam-se. Com linguagem repleta de arcaísmos do português e o emprego de uma sintaxe truncada, nem sempre a leitura é fluida, porém não é difícil compreender os principais feitos narrados no poema. As descrições são minuciosas: há detalhes das cenas de batalha, dos trajes dos guerreiros e da paisagem.

6. Contextos históricos e sociocultural

6.1. O contexto histórico a partir do qual se desenvolveu o Classicismo é marcado pelo Humanismo, que revela uma visão de mundo que se solidifica durante o Renascimento, ou seja, a compreensão de que o homem é o centro do Universo desloca as linhas de pensamento da época para novas direções, favorecendo o surgimento de várias áreas de estudo.

7. Origens do Classicismo

7.1. O advento do Humanismo marca a transição entre a Idade Média e um período de revalorização da cultura clássica greco-romana, iniciado no sécu- lo XV. Chamaremos a esse período, compreendido entre os séculos XV e XVI, Renascimento, nas artes em geral, devido aos princípios de revalorização dos ideais estéticos da Era Clássica e de reação aos valores medievais. Na literatu- ra, por esses mesmos motivos, o movimento recebeu o nome de Classicismo ou Quinhentismo.