SOLVENTES ORGANICOS

1. Caso clinico associado a solventes orgânicos

2. Como nosso organismo reage quando entramos em contato diariamente com esses solventes?

2.1. Agentes químicos são rotineiramente utilizados em nosso dia a dia, seja em fábricas, indústrias ou em nossas próprias casas. Um dos problemas que podemos adquirir por conta dessas substâncias é a perda auditiva, sobretudo quando a exposição ocorre em ambientes com presença de ruído.

2.2. Alguns estudos foram feitos com o objetivo de conseguir evidências que provem o dano causado pelos solventes orgânicos à nossa audição, uma dessas pesquisas foram feitas com um número de trabalhadores sendo expostos ao ruído e a misturas de solventes utilizados na fabricação de tintas. A perda auditiva exposta junto a um dos solventes, por exemplo, tolueno ou dissulfeto de carbono, foi seis vezes maior que a exposição apenas ao ruído. De acordo com dezenas de pesquisas e testes, foi considerado que a perda auditiva tem maior risco quando é relacionada com a exposição de ruído junto de solventes

3. Um caso clínico de distúrbio neurotóxico comum de encontrar é a encefalopatia crônica do solvente (ECS) que apresenta sintomas inespecíficos como fadiga, ataxia, alterações de personalidade e humor, cefaléia, desordem do sono. E dessa forma também apresentam algumas alterações orientadas na velocidade de processamento tais como: perda de memória, dificuldade de concentração, função executiva e linguagem. Essas modificações caracterizam uma mielotoxicidade severa e crônica ao Sistema Nervo Central.

4. Quais os tipos de solventes orgânicos?

4.1. . Hidrocarbonetos aromáticos (benzeno, tolueno e xileno); . Hidrocarbonetos alifáticos (hexano, heptano e benzina); . Álcoois (álcool metílico, álcool etílico e álcool propílico); . Cetonas (acetona, metil etil cetona e metil isobutil cetona); . Ésteres (acetato de etilo e acetato de butilo); . Éteres (éter dibutílico, éter dimetílico e éter etílico); . Hidrocarbonetos halogenados (cloreto de metileno, dicloreto de etileno, tetra cloro etileno, tetracloreto de carbono, tricloro etano e tricloro etileno).

5. O que são solventes orgânicos?

5.1. O solvente é um líquido, que geralmente pode ser composto por um único produto químico ou por uma mistura de produtos químicos, sendo usado para dissolver uma substância ou material.

5.2. Um solvente pode conter produtos químicos orgânicos ou inorgânicos. Solventes orgânicos têm este nome por serem derivados do petróleo e são constituídos basicamente por longas cadeias de carbono.

5.3. É importante lembrar que solventes orgânicos apresentam dois grandes perigos: a combustão e a evaporação. Por isso, é importante ficar atento à quantidade manipulada, ao local onde são manuseados e, aos recipientes onde estão armazenados.

6. Como os solventes orgânicos nos afetam?

6.1. Todos os solventes são tóxicos, porém quando há uma pequena exposição a eles, os males causados são imperceptíveis. Já quando absorvidos ou inalados em grandes doses, os sintomas se tornam aparentes com manifestações de doenças crônicas e agudas, ocasionando uma desordem no sistema respiratório e no sistema nervoso.

6.2. Para exemplificar melhor como um solvente orgânico afeta nossas células e nosso sistema nervoso, destacamos a classe de Hidrocarbonetos aromáticos e sequencialmente o tolueno.

6.3. Na concepção toxicológica essas substâncias orgânicas penetram com facilidade um filtro, chamado de barreira hematoencefálica, o que altera o estado de consciência podendo ser comparado com anestesias leves. Logo, podemos citar duas principais vias de exposição: pulmonar e a pele.

7. Doenças causadas por solventes orgânicos

7.1. DOENÇA CAUSADA PELO BENZENO: A intoxicação por benzeno acomete especialmente o sistema nervoso central e em altos níveis pode ser letal A exposição ao benzeno pode causar intoxicação aguda e crônica. O benzeno é um agente mielotóxico regular, leucemogênico e cancerígeno Os órgãos hematopoiéticos como a medula óssea são muito sensíveis ao benzeno

7.1.1. LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA – doença que atinge as células do sistema sanguíneo, causando supressão nos intermediários da medula óssea

7.2. DOENÇA CAUSADA PELO TOLUENO: O tolueno está presente em muitos produtos de uso doméstico e industrial e é o principal solvente envolvido no abuso de substâncias e na exposição ocupacional. O problema mais grave no estudo de patologias relacionadas ao tolueno é que este está geralmente associado, em suas preparações comerciais, a outras substâncias. O tolueno está presente nas colas, gasolinas, solventes, agentes de limpeza, entre outros. É também utilizado como produto químico "iniciador" na síntese de outros produtos químicos orgânicos, tais como o uretano, poliuretano e benzeno.

7.2.1. ENCEFALOPATIA TOXICA- O cérebro é extremamente suscetível a lesões por intoxicações químicas. A formação de radicais livres propicia a quebra da BHE, danificando o parênquima cerebral. A vulnerabilidade cerebral ocorre devido a alguns fatores: anatomia das fibras nervosas, redução do metabolismo das espécies reativas de oxigênio e elevada taxa metabólica do tecido nervoso. A elevada taxa metabólica do tecido nervoso propicia uma condição de maior suscetibilidade aos agentes tóxicos. Substâncias lipossolúveis atravessam diretamente a BHE atingindo o parênquima cerebral e as células da glia. A exposição a agentes tóxicos desencadeia a formação de anticorpos dirigidos contra o sistema nervoso central, bem como à estrutura responsável pela transmissão neuromuscular, aumentando o risco para doenças neurodegenerativas