1. Validade e verdade
1.1. A primeira coisa a esclarecer para poder pensar direito é a diferença entre questões de validade e questões de verdade.
1.2. Para se chegar a dominar uma delas é preciso captar igualmente o conjunto.
1.3. Pensar direito exige, pelo menos em primeira instância, da VALIDADE ou INVALIDADE dos argumentos, e não da verdade ou da falsidade das proposições.
1.3.1. As proposições podem ser verdadeiras ou falsas
1.3.2. Os argumentos podem ser válidos ou inválidos
2. Proposição
2.1. A palavra proposição define-se como
2.1.1. tudo o que pode ser afirmado ou negado
2.2. Proposições não podem ser identificadas com os argumentos, embora todos os argumentos contenham proposições.
3. Argumentos
3.1. O fato de poder dizer-se que a pretensão à validade (ou invalidade) de um argumento é uma pretensão verdadeira (ou falsa), todavia, não pode justificar que se confunda a validade com a verdade.
3.2. Diz-se que um argumento é dedutivamente válido quando, por definição, é impossível afirmar sua premissa ou premissas e ao mesmo tempo negar sua conclusão ou conclusões, sem com isso cair em contradição.
3.2.1. Isto é a dedução
3.3. Um argumento dedutivo válido é, por definição, um argumento onde afirmar as premissas e negar a conclusão é contraditório
3.3.1. Só se pode saber se um argumento é válido depois de conhecer os significados de seus termos principais.
3.4. Tolerar a contradição é o mesmo que ser indiferente à verdade
4. Equívocos
4.1. A palavra "equívoco" define-se aqui como "o emprego da mesma palavra ou expressão em dois ou mais sentidos diferentes, sem distinção e no mesmo contexto".
4.2. Se o autor do equívoco
4.2.1. Compreende que está equivocado quanto ao emprego de um dos termos-chave
4.2.1.1. sua ação é insincera
4.2.2. NÃO compreende que está equivocado quanto ao emprego de um dos termos-chave
4.2.2.1. o autor não possui o pleno domínio do significado de todas as palavras que proferiu.
5. Problema do Mal
5.1. é o problema enfrentado pelo teísta, de tentar mostrar que não se contradiz quando sustenta que existe, como certamente existe, uma grande quantidade de males no universo, e ao mesmo tempo que esse universo é obra de um Deus todo-poderoso e benevolente.
5.1.1. De nada adianta aqui invocar coisas que, sendo o universo como ocorre que ele é, são impossibilidades factuais.
5.2. Para o teísta, a única esperança é tentar mostrar que seria logicamente impossível ter o bem que realmente existe sem o mal que também existe
5.2.1. Como por exemplo é impossível ter o bem do perdão sem o mal da injúria a ser perdoada.
6. Contradições frutíferas
6.1. São as auto-contradições genuinamente verbais ou simbólicas, e o fruto por elas oferecido só pode ser colhido se se trabalhar para a eliminar a constradição.
6.2. O caráter frutífero pressupõe a eliminação da contradição.
6.3. É apenas na medida em que se reconhece o caráter intolerável da contradição que podem ter início os trabalhos que levam à colheita do fruto.
7. Paralelos
7.1. Ao apresentarmos paralelos estamos tentando tornar manifesta a invalidade de todos os argumentos de uma determinada forma
7.1.1. a forma, seja ela qual for, que é partilhada pelo espécime original e por todos os paralelos genuínos que podem ser apresentados.
7.2. A razão principal para recorrer a paralelos é que as pessoas tendem a deixar-se impressionar por aquilo que sabem ou acreditam acerca de determinadas proposições em determinados argumentos.
7.2.1. Como sabemos ou acreditamos que a conclusão proposta é verdadeira, ficamos menos atentos para a possível fraqueza da inferência da qual se supõe que ela derive.
8. Falácias
8.1. A palavra "falácia" não se refere indiferentemente a todas as espécies de erro intelectual
8.1.1. Está limitada a uma espécie determinada desses erros
8.1.1.1. a CONFUSÃO entre o argumento inválido e um argumento válido.