MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS DE CUBAS
by Pedro Trindade
1. ENREDO:
2. A infância de Brás Cubas, como a de todo membro da sociedade patriarcal brasileira da época, é marcada por privilégios e caprichos patrocinados pelos pais. O garoto tinha como “brinquedo” de estimação o negrinho Prudêncio, que lhe servia de montaria e para maus-tratos em geral. Na escola, Brás era amigo de traquinagem de Quincas Borbas, que aparecerá no futuro defendendo o humanitismo, misto da teoria darwinista com o borbismo: “Aos vencedores, as batatas”, ou seja: só os mais fortes e aptos devem sobreviver.
3. Na juventude do protagonista, as benesses ficam por conta dos gastos com uma cortesã, ou prostituta de luxo, chamada Marcela, a quem Brás dedica a célebre frase: “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis”. Essa é uma das marcas do estilo machadiano, a maneira como o autor trabalha as figuras de linguagem. Marcela é prostituta de luxo, mas na obra não há, em nenhum momento, a caracterização nesses termos. Machado utiliza a ironia e o eufemismo para que o leitor capte o significado. Brás Cubas não diz, por exemplo, que Marcela só estava interessada nos caros presentes que ele lhe dava. Ao contrário, afirma categoricamente que ela o amou, mas fica claro que, naquela relação, amor e interesse financeiro estão intimamente ligados.
4. Apaixonado por Marcela, Brás Cubas gasta enormes recursos da família com festas, presentes e toda sorte de frivolidades. Seu pai, para dar um basta à situação, toma a resolução mais comum para as classes ricas da época: manda o filho para a Europa estudar leis e garantir o título de bacharel em Coimbra. Brás Cubas, no entanto, segue contrariado para a universidade. Marcela não vai, como combinara, despedir-se dele, e a viagem começa triste e lúgubre.
5. A família dos Cubas, apesar de rica, não tinha tradição, pois construíra a fortuna com a fabricação de cubas, tachos, à maneira burguesa. Isso não era louvável no mundo das aparências sociais. Assim, a entrada na política era vista como maneira de ascensão social, uma espécie de título de nobreza que ainda faltava a eles.
6. MACHADO DE ASSIS
7. AUTOR
8. FOCO NARRATIVO NA PRIMEIRA PESSOA
9. PERSONAGENS:
10. Brás Cubas: filho abastado da família Cubas, é o narrador do livro; Conta suas memórias, escritas depois de morte, e não é condição é o responsável pela caracterização de todos os demais personagens.
11. Virgília: grande amor de Brás Cubas, sobrinha de ministro, e quem é o pai do protagonista via como grande possibilidade de acesso, para o filho, ao mundo da política nacional.
12. Marcela: amor da adolescência de Brás.
13. Eugênia: uma "flor da moita", nas palavras de Brás, já era filha de um casal que ele tinha flagrado, quando criança, namorando atrás de uma moita; O protagonista se interessa por ela, mas não se dispõe a levar adiante um romance, porque a garota era coxa.
14. Nhã Lo Ló: última possibilidade de casamento para Brás Cubas, moça simples, que morre de febre amarela aos 19 anos.
15. Lobo Neves: casa-se com Virgília e tem carreira política sólida, mas sofre o adultério da esposa com o protagonista.
16. Quincas Borba: teórico do humanitismo, doutrina à qual Brás Cubas adere, morre demente.
17. DATA DE PUBLICAÇÃO:
18. 1881