(des)Formação Livre em Yoga/Meditação: Construindo Corpos e Mentes Singulares

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(des)Formação Livre em Yoga/Meditação: Construindo Corpos e Mentes Singulares por Mind Map: (des)Formação Livre em Yoga/Meditação: Construindo Corpos e Mentes Singulares

1. Escrituras

1.1. Yoga-Sutras

1.1.1. Cap 1: A Experiência do Yoga (Samadhi Padha)

1.1.1.1. 1.2. "Yoga é a habilidade de voltar CITTA exclusivamente em direção a um objeto e sustentar essa direção sem quaisquer distrações"; ou ainda "o controle dos pensamentos (vrttis) através do conhecimento do funcionamento de Citta"

1.1.1.1.1. CITTA: É o "campo mental" constituído por BUDDHI, AHAMKARA e MANAS

1.1.1.2. 1.6. "As cinco atividades (de Citta) são: compreensão correta, compreensão errônea, imaginação, sono profundo (e sonhos) e memória"

1.1.1.2.1. Ou seja, Citta não é a fonte da sabedoria, pois produz tanto o "certo/bom/bem..." quanto o "errôneo/mau/mal...". Esse conjunto da atividade mental e os efeitos deles em nós (no dia-a-dia) nos conduzem em um "turbilhão" de afecções (de impressões que nos afetam).

1.1.1.3. 1.12. "Citta pode atingir o estado de yoga por meio da Prática (ou repetição: Abhyasa) e do Desapego (ou ascese: Vairagya)".

1.1.1.3.1. Prática aqui empregado como "Esforço Correto" e necessário para se avançar no Yoga (vide sutra 1.2), ou seja, não se refere a asanas e etc., mas "habilidade de voltar Citta em direção a um objeto sem distrações e por longo tempo": Controle dos Pensamentos (vrttis).

1.1.1.3.2. Desapego a desejos aqui se refere o sutra. Entendamos que o Desejo é o que nos move. Ele é a própria essência de nós. Mas livre não é o que se faz o que deseja, mas o que possui controle de efetuar o desejo que se Deseja (sutra 1.15).

1.1.1.4. 1.28. "Para se relacionar com Deus, é necessário dirigir-se a Ele regularmente de maneira apropriada e refletir sobre Suas qualidades".

1.1.1.4.1. Se Deus pela perspectiva não-dual é a própria Natureza/o Todo, podemos inferir que este sutra pode se referir a dirigirmos nossa atenção plena (meditação/yoga) a realidade vivida aqui-agora, e nunca na espera(nça) de Outro mundo (que aqui, não existe).

1.1.1.5. 1.31. "Todos os obstáculos* produzem um ou mais dos sintomas a seguir: desconforto mental, pensamento negativo, incapacidade de sentir-se confortável em diferentes posturas do corpo e dificuldade de controlar a sua própria respiração".

1.1.1.5.1. *Obstáculos ao desenvolvimento da clareza mental: [1] doença, [2] estagnação mental, [3] dúvida, [4] falta de prudência, [5] fadiga/cansaço, [6] excesso de complacência*, [7] ilusões sobre o seu próprio estado mental, [8] falta de perseverança e [9] retrocesso. todos eles criam +vrttis.

1.1.1.6. 1.33. "Na vida diária, vemos pessoas ao nosso redor que são mais felizes do que nós e outras que são menos felizes. Alguns, talvez, estejam fazendo coisas louváveis e outras causando problemas. Qualquer que seja a nossa atitude habitual em relação a essas pessoas e suas ações, se pudermos sentir satisfação pelas que são mais felizes do que nós, compaixão pelos que estão infelizes, alegria pelos que fazem coisas louváveis e, se os erros dos demais não nos afligem, nossa mente (citta) será muito tranquila".

1.1.1.6.1. Satisfação, Compaixão, Alegria, Desapego = Tranquilidade [criam -vrttis]

1.1.1.6.2. "O estoicismo ensina o desenvolvimento do autocontrole e da firmeza como um meio de superar emoções destrutivas. Defende que tornar-se um pensador claro e imparcial permite compreender a razão universal (logos). Um aspecto fundamental do estoicismo envolve a melhoria da ética do indivíduo e de seu bem-estar moral: "A virtude consiste em um desejo que está de acordo com a natureza". Este princípio também se aplica ao contexto das relações interpessoais; "libertar-se da raiva, da inveja e do ciúme" e aceitar até mesmo os escravos como "iguais aos outros homens, porque todos os homens são igualmente produtos da natureza".

1.1.1.7. 1.43. "Quando o direcionamento da mente para o objeto é sustentado, as ideias e memórias do passado perdem terreno gradualmente. A mente torna-se transparente como cristal e une-se ao objeto. Nesse momento, não há sensação de si mesmo. Isso é percepção pura (nirvitarka)".

1.1.1.7.1. Temos 3 formas de conhecimento: [1] Imaginário, [2] Racional e [3] Intuitivo. Enquanto os dois primeiros estão voltados para a sobrevivência (externos), mas apenas o terceiro (o Intuitivo) está direcionado para dentro, e somente se manifesta sempre que sustentamos a atenção e rompemos com o tempo "estriado".

1.1.1.8. 1.48. "Então, o que a pessoa vê e compartilha com os outros é livre de erro".

1.1.1.8.1. Mas compreenda aqui a expressão "livre de erros" não significa uma sabedoria a priori, mas um conhecimento advindo da observação fluida da própria vida/natureza/Deus, em constante mudança e transformação.

1.1.1.9. 1.49. "Seu conhecimento já não se baseia em memória ou inferência*. É espontâneo, direto e de um nível e intensidade que ultrapassam o comum".

1.1.1.9.1. * Inferência: operação intelectual por meio da qual se afirma a verdade de uma proposição em decorrência de sua ligação com outras já reconhecidas como verdadeiras.

1.1.1.10. 1.50. "A mente atinge um estado em que não há impressões de nenhum tipo. Está aberta, clara, simplesmente transparente".

1.1.1.10.1. Ela (a mente/citta) está sempre em perspectiva do assunto, e não de forma unilateral e defendendo apenas os seus próprios interesses. Existem "verdades" e nunca uma "verdade essencial/absoluta".

1.1.2. Cap 2: O Caminho do Yoga (Sadhana Pada)

1.1.2.1. 2.1. A prática do Yoga deve reduzir as impurezas mentais e físicas. Deve desenvolver nossa capacidade de examinarmos a nós mesmos e nos ajudar a compreender que, em última análise, não somos os senhores de tudo o fazemos.

1.1.2.1.1. "O Kriya-Yoga (disciplina na ação) = 1. TAPAS (austeridade/disciplina), 2. SVADHYAYA (auto-estudo ou "estudo das escrituras") e 3. ISVARA-PRANIDHANA (entrega da vida à Deus/Isvara)" [Glória Ariera].

1.1.2.2. 2.3. Os obstáculos (Klesas) são compreensões errôneas, a falsa identidade, os apegos excessivos, as aversões sem razão e a insegurança.

1.1.2.2.1. Klesas: lit. sofrimento ou a causa dele, ou ainda "venenos". Oxford: aflição ou impurezas.

1.1.2.3. 2.12. Os obstáculos (Klesas) influenciam nossas ações (Karma) e suas consequências. Essas consequências podem estar evidentes ou não no momento da ação.

1.1.2.3.1. Karma em Oxford = ato, ação, atividade ou rito.

1.1.2.3.2. Eterno Retorno do desejo de existência. O que você faria de as suas ações se repetissem infinitamente? Resignaria ou agiria para mudar ?

1.1.2.4. 2.17. A causa das ações que produzem efeitos DOLOROSOS é a incapacidade de distinguir aquilo que é percebido daquilo que percebe.

1.1.2.4.1. Glória Arieira: "A união do sujeito com o que é visto é a causa do sofrimento".

1.1.2.5. 2.18. Tudo o que é percebido inclui não apenas os objetos externos, mas também a mente e os sentidos. Eles (todos os objetos) compartilham três qualidades: INÉRCIA, ATIVIDADE e CLAREZA. E têm dois tipos de efeitos: expor "aquele que percebe às suas influências ou proporcionar os meios para fazer a distinção entre eles e "aquele que percebem".

1.1.2.5.1. Glória Arieira: "O que percebemos (o objeto) possui características: ação (rajas), imobilidade (tamas) e clareza (sattva)".

1.1.2.5.2. As "características" do objeto percebido são os 5 elementos: água, terra, fogo, ar e etéreo; e suas ações/GUNAS, têm por objetivo (sempre) agir em nós gerando PRAZER e LIBERTAÇÃO.

1.1.2.5.3. Dito de forma mais simples, tudo o que SENTIMOS é "recortado", ou seja, posto em perspectiva/PERCEPÇÃO. E todo objeto percebido possui o POTENCIAL de gerar o prazer e a libertação.

1.1.2.6. 2.23. Tudo o que é percebido (posto em perspectiva), seja o que for e qual for o seu efeito sobre determinado indivíduo, tem uma única finalidade: CLARIFICAR a distinção entre o EXTERNO que é visto, e o INTERNO que vê.

1.1.2.6.1. Glória Arieira: "A união entre o sujeito e o objeto é a causa da determinação da natureza (ilusão da união)".

1.1.2.7. 2.24. A causa desta união é a ignorância (o primeiro dos Obstáculos/Klesas ou "veneno")

1.1.2.8. 2.27. A obtenção de Clareza é um PROCESSO GRADUAL

1.1.2.8.1. Glória Arieira aprofunda a explicação do "processo gradual", hipotetizando que Patanjali se referia a supostos 7 níveis de "conhecimentos" (p.136).

1.1.2.9. 2.29. Existem 8 componentes do Yoga (para se obter gradualmente a "Clareza"): 1) Yamas, 2) Niyamas, 3) Asana, 4) Pranayama, 5) Prathyahara, 6) Dharana, 7) Dhyana e 8) Samadhi

1.1.2.9.1. Yamas: a) Não-Violência, b) Verdade (comunicação correta), c) Não-Roubar (ausência de cobiça, d) Celibato (moderação nas ações ou "compromisso com Brahman, e) Desapego (ausência de ganância ou vida simples e sem acúmulo de objetos

1.1.2.9.2. Niyamas: a) Pureza (do corpo e mente), b) Contentamento (habilidade de estar confortável com o que tem), c) Austeridade/ascese/disciplina (hábitos corretos), d) Auto-Estudo (estudo e rever progressos/ estudo e cânticos védicos diários, e) Entrega e consagração da vida à Deus

1.1.2.10. 2.47. Essas qualidades (asthanga yoga/ caminho óctuplo do yoga) podem ser obtidas pelo reconhecimento e observação das reações do corpo e da respiração às várias posturas que constituem a prática de asana. Uma vez conhecidas, essas reações podem ser controladas passo-a-passo.

1.1.2.10.1. Glória Arieira: "Através da meditação no Ilimitado (?) e da diminuição das atividades há a conquista da postura confortável e firme".

1.1.2.11. 2.52. A prática regular de pranayama (Respiratórios) reduz os obstáculos (Klesas) que inibem a Percepção Clara.

1.1.2.11.1. Glória Arieira: "Através da prática pranayama, aquilo que encobre a capacidade de Percepção desaparece".

1.1.2.12. 2.53. E a mente (MANAS) está agora preparada para o processo de direcionar-se a uma Meta Escolhida.

1.1.2.12.1. Citta: Eu + Julgamento + Mente/MANAS (lit. sexto órgão do sentido - Oxford)

1.1.2.12.2. Glória Arieira: "E daí resulta (do sutra anterior 2.52) a capacitação da mente/Manas na concentração/Dharana".

1.1.3. Cap 3: Sobre os poderes desenvolvidos

1.1.3.1. 3.1./ 3.2./3.3. Definem Dharana (concentração), Dhyana (meditação propriamente dita) e Samadhi (ou integração)

1.1.3.2. 3.4. Samyama (ou "controle") é o conjunto "acontecendo": dharana+dhyana+samadhi

1.1.3.2.1. 3.5. Conquistando Samyama conquista-se o Saber Intuitivo. E isto é conquistado gradualmente (por estágios/ ou "fluxo pacífico desta transformação") / sutra 3.6./ 3.10

1.1.3.2.2. 3.11./ 3.12. Citta alterna entre momentos de intensa concentração e outros de distração. As distrações deixam de acontecer quando citta alcança um estado em que o vínculo com o objeto é consistente e contínuo".

1.1.3.3. 3.9-14. "significam que tudo o que percebemos é fato e não ficção. Mas os fatos estão sujeitos à mudança."

1.1.3.3.1. No português mais claro, a Substância (e relembre que em uma filosofia não-dual = Deus/Natureza e todo o resto são MODOS/Modificações Dele). E nós, somos compostos por 2 modos: corpo/"prakrti" e mente/"alma"/"purusa". Então, 3.15-16. diz que as diferenças que existem no mundo são produzidas em nós pelas transformações da mesma Substância/Deus/Natureza/Isvara - tudo está interligado = "Rizoma não é Raiz".

1.1.3.3.2. "A prakrti/"corpo" é tão real e eterna como o purusa/"alma", mas, ao contrário deste, é dinâmica. Ela (todas as prakrtis/corpos), são modos da mesma Substância/Isvara e se manifestam de 3 formas diferentes: 1) Sattva, 2) Rajas e 3) Tamas (os Gunas) (ELIADE, Patanjali e o Yoga, pp.33-34)

1.1.4. Cap 4

2. Filosofia

2.1. 1) NARRATIVAS: Somos animais fracos que antecipam o perigo como "arma": isso desenvolveu a construção de infinitas "narrativas" (ficções que curam): filosofias, religiões, ciência, senso-comum, mitos, artes)

2.1.1. Monismo (Imanência) e Dualismo (Transcendência)

2.1.1.1. Dualismo: Deus está fora dos homens e mulheres e este mundo é de "passagem". A felicidade só pode ser conquistada no Outro.

2.1.1.1.1. Os homens e mulheres então, são imperfeitos e há uma elevação moral da mente/alma sobre o corpo. Só a mente/alma sobrevive de alguma forma.

2.1.1.2. Monismo: Deus é o Todo e todos os seres e coisas do mundo/universo são partes Dele.

2.1.1.2.1. Os homens, mulheres e todos os seres orgânicos e inorgânicos são perfeitos em si-mesmos, pois partes de Deus. Mente/alma e corpos são apenas Modificações de uma mesma Substância.

2.2. 2) SOCIEDADES E SEUS TIPOS DE CODIFICAÇAO/SOBRECODIFICACAO: Selvagens (rituais de crueldade), Bárbaros (déspotas) e Civilizados (neuróticos/capitalismo): em tds as formas sociais erigidas pelos SH se criam sistemas de dívidas.

2.2.1. Todo DESEJO que se torna CONSCIENTE em nós é o resultado das RELAÇÕES de FORÇA. Mas a maior parte deles se mantém INCONSCIENTES. Os homens e mulheres em coletivo (de modo gregário) RECALCAM, dessa forma, seus DESEJOS (afetos/emoções) em prol do convívio social. Entretanto, não se pode "jogar a água com o bebê dentro". E cada sociedade escolheu sua forma de recalque dos desejos humanos.

2.2.1.1. As sociedades se apropriam dos corpos/mentes dos homens e mulheres para se conservar. Mas o DESEJO (por mais existência/ Conatus/ "Homeostase"), ao invés de produzir mais intensidade, pelos seus rituais sociais específicos, ficam a disposição do organismo social que se apropria dos grupos dos indivíduos.

2.2.1.1.1. Sociedades Primitivas (Selvagens sem um Estado)

2.2.1.1.2. Sociedades Despóticas (Bárbaros)

2.2.1.1.3. Sociedades Capitalistas (Civilizados)

2.2.1.1.4. Mas sempre há uma maneira de DESCODIFICAR esse FLUXOS DESEJANTES e subverter a ordem estabelecida socialmente por convenção.

2.3. 3) CORPO SEM ÓRGÃOS: um meio de subverter os agenciamentos do corpo/mente da sociendade (D.Winnicott)?

2.3.1. Somos transformações/ modificações (DEVIRES) da mesma Substância/ Deus/ Natureza que possui, como essência, um esforço/ Potência em continuar existindo. Ex. de Extensões/ Corpos Inorgânicos: uma pedra quebrada a marretada não "desaparece" /morre, mas se transforma em areia. Ex. de Extensões/ Corpos Orgânicos: cicatrizamos quando a pele cortada.

2.3.1.1. Do encontro com outros corpos e outras mentes vamos entrando em contato com novas modificações da mesma Substância/ Deus/ Natureza que nos perfaz também.

2.3.1.1.1. Há encontros que nos Afetam/Emocionam para mais potência e nos Alegramos, e outros que nos Entristecem: aumentam ou diminuem o desejo de Existência (essência de Deus).

2.3.1.1.2. Deus/Natureza (portanto, nós), nos modificamos o tempo todo, pois estamos em constante contato com outros corpos e mentes (e infinitos outros atributos de Deus/ Natureza). Só no pensamento Imaginário que podemos nos julgar "Absolutos"/"constantes". Somos Mutantes/Nômades.

2.3.1.1.3. Somos frutos do Acaso de encontros fortuitos e, assim, Afetados. Não há, portanto, finalidade em nossa existência. A não ser Existir, assim como Deus/Natureza.

2.3.1.1.4. Nossos corpos são uma configuração de impulsos em busca de mais potência (de existência).

2.3.1.2. Nossos órgãos são frutos de Agenciamentos com outros corpos e o meio em que vivemos: a razão de ter um rim, um cérebro ou um nariz no formato que temos hoje é resultado do AFETO (da afecção/contato) de outros corpos. Assim, como o que pensamos é gerado pelo contato/afetos com outras mentes. Mas todos corpos e mentes advindos da mesma Substância/Deus/Natureza.

2.3.1.3. Como somos em "essência" (pois Modificações de Deus/Natureza) somos "Máquinas Desejantes", ou seja, organismos (corpos/mentes) que desejam (por "natureza") PERSEVERAR a Existir (lembremos que a Natureza/Deus não morre, mas transmuta-se). Mas, ao mesmo tempo, precisamos viver em sociedades, pois isso nos ajuda (ambivalentemente) mantermo-nos vivos; há, desse maneira, meios sociais de controle de nossos desejos.

2.3.1.3.1. Somos então, na primeira parte da vida, CODIFICADOS e na segunda, SOBRECODIFICADOS. Mas há sempre FLUXOS que DESCODIFICAM esses processos de aumentar o "rebanho social".

2.3.1.3.2. Produção de "Corpos sem Órgãos"/Subjetividade

2.4. 4) FORMAS DE CONHECER: Instinto, Inteligência e Intuição (formas de conhecer): a primeira é reativa (unicelular); a segunda obedece a lógica das leis sociais gregárias; e só a terceira é a que nos permite perceber a pluralidade infinita de (possíveis) realidades

2.4.1. Nascemos ignorantes do que nos afeta. Junto a isso, os processos socializantes (primitivos, despóticos e capitalistas) inscrevem em nossos corpos/mentes subjetivações (codificações, sobrecodificações e "axiomas") que nos empobrecem de experimentação do mundo/realidade.

2.4.2. Relembrando: Corpos/Mentes são "MODOS"/Modificações da mesma "Substância"/Deus/Natureza. A Ignorância, dessa forma, é do pertencimento de todos nós a Ele(a).

2.4.2.1. Deus/Natureza, assim, não cria nada mas se "transforma" a todo instante pois deseja (Se Esforça) preservar a sua própria natureza (eu e vc tb) sempre com mais Potência de Existência

2.4.2.1.1. TRISTEZA é a menor potência divina em nossos corpos/mentes, e ALEGRIA o seu inverso

2.4.3. A IMAGINAÇÃO é a forma de conhecer inata: reativa e, portanto, inadequada.

2.4.3.1. A RAZÃO é um segundo "jeito" de conhecimento. Ela é baseada na Reflexão Analítica dos fatos reais e obedece à lógica das leis sociais gregárias. [texto extraído de Razão Inadequada.com.br]

2.4.3.1.1. Mas vivendo exclusivamente pela Razão alcançamos a Exaustão/Fadiga. Quanto mais nos permitimos a experimentações de formas de existência e tomamos contato com aumentos de potências (momentos alegradores). Vamos aprendendo a agir no mundo (tomar parte dele) e não apenas vivê-lo de forma passiva: cumprindo nossas dívidas nas sociedades primitivas, servindo as leis, costumes e tradições entre os "bárbaros", e vencendo as barreiras da função de trabalho/consumo entre os "civilizados".

2.4.4. Em resumo, podemos comparar as formas de conhecer descritas [imaginária, racional e intuitiva]

2.4.4.1. Quando nossos corpos/mentes se "compõem" com outros corpos/mentes (mas tb topografias) ele se "afeta", ou seja, se modifica. Somos modificados o tempo todo dos encontros...

2.4.4.1.1. Há encontros que nos enchem de Potência de Existir/Alegria (Prana?), mas há outras composições que nos Entristecem (diminuem Prana?): Encontros Rajásicos, Tamásicos ou Sattvicos.

2.4.4.1.2. Quando ligamos o "objeto" que nos aumentou de alegria (ou nos entristeceu) como a CAUSA, é um conhecimento errôneo, pois IMAGINÁRIO.

2.4.4.1.3. Quando pela LÓGICA entendemos que o aumento ou diminuição de nossa POTÊNCIA/Prana foi apenas um ENCONTRO de corpos/mentes, conquistamos um conhecimento RACIONAL.

2.4.4.1.4. Agora no conhecimento INTUITIVO (segundo Espinosa), deixamos de ser escravos afetos do encontro com outros corpos/mentes, e também cansamos de racionalizar nossas alegrias/tristezas ao outro. A intuição nos permite acessar "a parte ativa e criadora em nós, a potência do ser": a essência que não morre e é parte de Deus/Natureza (a transformação constante da vida/morte ou Devir).

2.5. 5) ANTI-PLENITUDE: VIRTUDES, ÉTICA E MORAL NA IMANÊNCIA

2.5.1. Yogues Transcendentes acreditam que, se cumprirem e obedecerem uma série ascética de virtudes e leis universais morais, alcançarão (nesta ou na próxima vida) a Plenitude.

2.5.1.1. Correm o sério risco de se resignarem com suas vidas gregárias (codificações, sobrecodificações e axiomatizações) apontando o que seus corpos/mentes devem sentir, pensar e se emocionar. Acreditam (ou são levados a pensar) no "Karma/Destino" como uma espécie de penitência pelos "melhoradores da humanidade" (sacerdotes, profetas, místicos) por uma influência cristã/ platônica/ dualista de vida

2.5.1.1.1. É, na visão monista de existência, um "cão domesticado" que um dia foi lobo, mas optou pela vida sedentária pelo conforto de ter "abrigo, comida e reprodução" sem luta, mas seguindo as leis previstas por sua subordinação.

2.5.2. Yogues Monistas não buscam a Plenitude (ser inteiro), mas ser como Deus/Natureza = Criativo (e não criador)

2.5.2.1. Se indignam/inconformados com suas vidas gregárias, virtudes e morais socialmente criadas. Acreditam no Karma, mas como uma ideia/hipótese e não invejam as "virtude alheias", pois investem seus tempos/espaços na elaboração de suas próprias. Trocaram a busca pelo Bem e o Mal, pelo Bom e o Ruim (que os afetam)

2.5.2.1.1. Na perspectiva dual do mundo, são amorais, pois desejam acelerar a crise de valores de si-mesmos até um nível de "cansaço/exaustão": momento na vida em os homens e mulheres se questionam sobre a realidade e suas verdades "absolutas"(?)

2.5.3. Propomos, então, aqui, um Yoga não-metafísico/ anti-Plenitude. Portanto, que não nega essa vida. Purusa não está "intocado" em outro mundo (ideal/ transcendente) mas, como o próprio YS afirma: "é um espelho" que tudo reflete sem ser afetado. Ou seja, Purusa fundamenta a ideia de que não há "uma maneira correta (do Bem) de existência": Invente a sua!

2.6. 6) TIPOS EXISTENCIAIS: Camelos, Leões e Crianças

2.6.1. "Coloque a máscara primeiro em você, e depois no outro!". Isso não é egoísmo, pois os homens e mulheres estão "fracos/impotentes/desconectados" e tentar "salvá-los" antes de ser livre é se tornar fraco também.

2.6.1.1. Para isso, na vida precisamos criar momentos de silêncio, relaxamento e solidão: saída para uma vida afirmativa, que não espera o amanhã.

2.6.1.2. A organização de vidas exclusivamente gregárias nos impede disso ocorrer, nos anestesiando com pequenas doses diárias de "felicidade" que nos afastam dos encontros conosco mesmos.

2.6.2. Imagem da convocação à guerra feita por Krishna à Arjuna no Gita: LUTE, ARRISQUE-SE!

2.6.2.1. Há na vida yogue uma luta por fugir da Resignação e um mergulho na Transmutação do Acaso: numa relação de forças Sem Finalidades, apenas a busca por aumento de mais potência/Alegria = Deus/Natureza

2.6.2.1.1. A "Lei do Eterno Retorno do Mesmo" (LER) não significa que Purusa/"Espírito" (ou qq outra coisa em vc que apenas "reflita") volte infinitas vezes. Mas o "Jogo de Forças" (Gunas: Rajas, Sattva e Tamas) agindo nos corpos/mentes em contato com outros corpos/mentes (Modos de Deus/Natureza).

2.6.3. Vida de Camelo

2.6.3.1. Os "Yogues-Camelo" querem se associar a outros

2.6.3.1.1. Carregam consigo todas as Virtudes/Moral da vida gregária e se curvam aos homens "virtuosos"

2.6.4. Vida de Leão

2.6.4.1. Os yogues leões querem se dissociar-se. O Leão em você não necessita mais dos elogios e legitimidade dos outros (likes do insta?). Há uma força/potência natural/divina em se expressar para intensificar sua vida!

2.6.4.1.1. Quando todas as virtudes, moral, leis e escrituras já não conseguem mais responder as suas angústias. Ao invés de se anestesiar com "pequenas alegrias" e "doses diárias de bem-estar", alguns homens e mulheres decidem tomar as rédeas de suas vidas e se transmutam de camelos a leões.

2.6.5. Vida de Criança

2.6.5.1. Os Yogues-Crianças querem dançar como Shiva: Criando e Destruindo sem esperar nada a não ser encontros com outros corpos e mentes.

2.6.5.1.1. Se tudo o que vivemos é fruto de um jogo de forças (Rajas, Tamas e Sattva?), o Ser Humano no "Modo de Existir" CRIANÇA ama o Encontro de Forças (sejam alegradoras ou entristecedoras), pois COMPÕEM com elas o necessário para ganho de mais potência e "brinca/dança" com isso. Ninguém lhe deve nada (e nem é devedor).

2.6.5.2. Quando a vida se torna palavra.

2.6.5.2.1. ESQUECIMENTO

2.6.5.2.2. INOCÊNCIA

2.6.5.2.3. RODA QUE GIRA POR SI-MESMA

2.7. 7) PSICOLOGIA DO YOGA/MEDITAÇÃO: LOUCURA E SANIDADE (Miila)

2.7.1. Expor o que é Neurose e os neuróticos: como surgem e por quê?

2.8. 8) NO CAMINHO DO CRIADOR DE SINGULARIDADES CRIATIVAS DE EXISTIR

2.8.1. Nomadismo

2.8.1.1. Não há um local ou estado (ou que seja) do "Yoga/Yogue": os "libertos em vida /iluminados" não estão no mesmo sítio. Cada um deles vive em constante mutação de observação solitária de suas emoções/percepções/sensações que o afetam.

2.8.1.1.1. Não há um ideal a conquistar: o ideal é mais uma ficção.

2.8.2. O Yoga é alguém lhe indicando a mata fechada e nunca uma trilha.

2.8.2.1. Os caminhos já abertos pelo modo de vida gregário (necessário, mas não absoluto) lhe deve proporcionar o pagamento de suas "dívidas" para com a sociedade (salário, aluguel, comida, vestimenta e etc), mas nunca a sua Razão de Existir. O valor a ser pago por isso é a baixa de sua Potência de Existir (que busca/deseja sempre mais existência/potência) = neurose/ ansiedade/ depressão = total apatia (vida de camelo)

2.8.2.1.1. Liberdade (Kaivalya?) acontece na Experimentação da Vida com Prudência: Criar seu Próprio Bem (Caminho do Criador).

2.8.3. O caminho do Yogue Anti-Plenitude (devoto do Deus/Natureza/Monista) se inicia na transmutação do Camelo, cansado de carregar moral e virtudes alheias, em Leão que busca mais momentos de solidão e silêncio para ampliar seu tempo/espaço (liso) de uma vida de experimentação - análise do reflexo dos afetos do mundo em seu corpo/mente.

2.8.3.1. Na solidão/silêncio (experimentações) as coisas passam a se apresentar como "símbolos", onde a linguagem atinge seu sentido "artístico" e não apenas de "comunicação social/vulgar".

2.8.3.1.1. Aqui (na solidão/silêncio fora da gregariedade) busque "pensar" com a forma de conhecer "Intuição". Ou seja, não procure palavras, deixe-as elas nos procurarem: "Construa ali um Lugar de Ser Inútil"

2.8.3.2. Pensar no Eterno-Retorno (Karma/Samsara) como uma ideia/hipótese e permita ela "RUMINAR" em você para transformá-lo.

2.8.3.2.1. O eterno retorno não é do MESMO = EU, mas do "NOVO", caso contrário, voltaríamos a ideia da existência punitiva: Passar por Tudo de Novo, você suportaria isso?

2.8.3.3. A Liberdade (Kaivalya) é uma conquista que precisa de "ruminação/ paciência/ tempo/ silêncio/solidão"

2.8.3.3.1. Entretanto, relembrando os tipos de sociedade (primitiva dos selvagens, despótica/imperial dos bárbaros e a capitalista dos civilizados), nenhuma delas quer perder "rebanho", por isso é necessário recalcar os desejos de mais existência e inculcam a Culpa e o "modelo de vida" a seguir: Certo/Errado do Bem/Mal.

2.8.3.3.2. O Yoga não possui Valores para seguir, mas oferece condições de cada Yogue criar o seu. Ex: Krishnamacharya, Iyengar e Jois.

2.8.3.3.3. O Yogue deve visa desenvolver a sua própria "territorialidade" e converter a sua crise em forma de existência. Enquanto o modo de vida Camelo carrega os valores alheios, o Leão ganhou força e coragem para operar as suas transformações. Mas só com o modo de existir da Criança que o Yogue "gira por si-mesmo".

2.8.4. Precisamos ser provocados para a compreensão da (sua) existência vir à tona. A Verdade não nos é dada, mas construída do início da sua concepção até seu último exalar.

2.8.4.1. Os "Yogues Cansados" são os que necessitam de uma Instituição/Linhagem/Tradição que os diga o que fazer. O Yoga não pode ser capturado assim, mas continuar a ser uma trilha fora da autoestrada.