Significados da palavra "lazer"

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Significados da palavra "lazer" por Mind Map: Significados da palavra "lazer"

1. Gregos

1.1. Para os gregos, a palavra “schole” é importante nesse percurso histórico e tem como significado, etimologicamente, parar ou cessar; que origina a ideia de se ter repouso ou paz.

1.2. Tempo para si

1.2.1. Posteriormente, ela passou a ter significado atribuído à ação de se ter tempo desocupado, de se ter tempo para si mesmo.

1.2.1.1. Esse tempo, a partir da cultura grega, era ocupado por atividades ideais, como a reflexão filosófica, a vida contemplativa, o ócio.

1.3. Para os gregos, o lazer era importante para o aprimoramento da sabedoria, da sensibilidade, das virtudes. Portanto, lazer aparece como um contraponto do trabalho.

2. Romanos

2.1. Para os romanos e sua incorporação de muitos aspectos da vida e da cultura grega, verifica-se, também, um desprezo e desvalorização do trabalho e, consequentemente, valorização do tempo livre, do ócio.

2.2. Descanso e diversão

2.2.1. A partir da leitura dos filósofos gregos, para os romanos, o sentido da palavra é atribuído à noção romana de “otium” (ócio).

2.2.1.1. Nessa perspectiva romana, o significado do lazer remete ao não fazer nada, ao tempo dedicado de forma total ao ócio, sendo fortemente predominante a concepção de tempo livre como sendo descanso e diversão, fruto das horas vagas, da tranquilidade.

2.3. Uma forte marca na sociedade romana é a desvalorização do trabalho, porém, não necessariamente esse valor estava associado à contemplação, assim como era para os gregos.

3. Cristianismo

3.1. No início do cristianismo e durante quase todo o período da Idade Média, esteve presente de forma hegemônica e predominante a concepção de valorização do trabalho e desvalorização do tempo livre.

3.2. Trabalho como castigo

3.2.1. De acordo com o ideal hegemônico da época, ou seja, a visão cristã, o trabalho seria como um castigo imposto e o caminho para a busca da redenção e purificação.

3.3. O ócio passou a ter o significado relacionado à vadiagem, tempo desperdiçado, libertinagem, desordem.

4. Idade Média

4.1. Durante a Idade Média, por meio dos sinos e badalos das igrejas, ocorreu uma ruptura na dimensão de tempo, o primeiro rompimento com o ciclo da natureza como determinante das ações dos homens.

4.2. Sinos

4.2.1. Os sinos passaram a controlar o tempo humano de trabalho e o tempo do não trabalho, que era, principalmente, os dias santos.

4.3. Nesse período, os momentos de lazer estavam associados ao sagrado, como momentos de encontros, festas e celebrações.

4.4. Presença de Deus

4.4.1. O lazer e o trabalho passam a ter significados e práticas relacionadas à presença de Deus.

4.4.2. O lazer deveria estar associado a práticas vivenciadas que buscassem elevar a alma a Deus, impregnando os valores morais, sobretudo os essenciais ao mundo do trabalho, à estruturação da família e à Igreja.

5. Revolução Industrial

5.1. Com o advento da Revolução Industrial, o crescimento da produtividade e dos mercados consumidores, com o crescimento e desenvolvimento tecnológico inserido na dinâmica produtiva, não foi possível perceber, de maneira imediata, um aumento nem presença significativa da existência de um tempo ocioso, de um tempo livre.

5.2. Exatidão do relógio

5.2.1. O tempo, até então sacralizado, passa a ser mensurado de forma exata. Agora o que determina a relação entre homem, trabalho e tempo é a exatidão do relógio, e não mais o badalar dos sinos das igrejas.

5.2.2. É a própria ideia e processo histórico de dessacralização do tempo.

6. Desenvolvimento tecnológico

6.1. Com o desenvolvimento tecnológico, a máquina surge também com esse papel de regrar e racionalizar o tempo do trabalho e o tempo do não trabalho.

6.2. Tempo do não trabalho

6.2.1. O tempo fora das ações produtivas do trabalho era denominado de tempo do não trabalho, tendo uma relação direta com a atividade produtiva. A categoria "livre" passa a ter valor na medida em que esse tempo tinha como função a recuperação das forças produtivas.

6.2.1.1. Nesse contexto, muitos autores concebem o lazer como um fenômeno moderno, afastando-o da reflexão a partir do ócio e relacionando-o às discussões sobre trabalho na sociedade moderna.

6.2.1.1.1. Apontamentos de autores