A Relíquia- Eça de Queiroz

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A Relíquia- Eça de Queiroz por Mind Map: A Relíquia- Eça de Queiroz

1. Realismo: apresentava o mundo de maneira isenta e objetiva. As personagens funcionam como representações de virtudes e defeitos humanos. Inspirada nas teorias Positivismo (a necessidade da pesquisa científica como único instrumento de atingir o conhecimento), Evolucionismo (onde a evolução ocorria com leis biológicas de acordo com a seleção natural), Socialismo (controles coletivo dos meios de produção de bens materiais) e Determinismo (os seres humanos agem de acordo com três fatores determinantes o meio, a raça e o momento histórico).

2. Título: há uma duplicidade no título da relíquia, onde ela pode se referir a camisola dadá por Mary ou a coroa de espinhos de Cristo. Ambas relíquias são contrárias representando símbolos de pecado e salvação. Demonstra também a representação da igreja com ironia, criticando os fiéis cuja fé se alimenta de falsas relíquias.

3. A história conta a vida de Teodorico Raposo criado pela tia Titi, herdeira da fortuna Comendador Godinho, após a morte de seus pais (a mãe um dia após o nascimento e o pai quando ele tinha sete anos). Convivendo com os frequentadores da casa a empregada Vicência, padre Pinheiro, padre Casimiro, doutor margaride, e justininho. Cresceu com uma educação religiosa imposta e ao ir estudar em Coimbra vivenciou aventuras que a vigilância da Tia impediam em Lisboa, sempre fingindo o comportamento piedoso e beato nas cartas à Tia. Após retornar a capital, descobriu que no testamento de Titi a fortuna poderia ir as irmandades de sua simpatia e aos padres de sua devoção. Teodorico acaba em uma viagem de peregrinação à Jerusalém em nome de Titi. Ele descreve em Alexandria como conheceu Topsius, que foi um companheiro de viagem, e Miss Mary, que possui uma loja de luvas e flores de cera além de se tornar sua amante. Na última noite Miss Mary o presenteia com a camisola e uma dedicatória. No capítulo lll, a narrativa é tomada por uma experiência Mística sobre a Páscoa. Sem explicações se foi um sonho ou uma realidade transcendente. Após chegar em Jerusalém Teodorico encontrou uma árvore em que imaginou que a coroa de espinhos de Cristo teria sido feita de uma árvore como aquela levou um pedaço para tia a fim de garantir sua condição de herdeiro. Porém ao voltar a Portugal, entrega a titi o pacote errado com a camisola de Mari e acaba sendo expulso da casa e da herança. Acaba vivendo vendendo relíquias até encontrar Crispim, amigo e antigo colega de estudos que ele oferece uma colocação na firma. A história termina com Teodorico casando-se com a irmã de Crispim, se tornando pai enriquecendo e ganhando respeito do bairro.

4. Personagens Teodorico Raposo: narrador da história, vivia uma vida dupla uma religiosa e outra malandra; Dona Maria do patrocínio da Neves: extremamente católica, rica, severa e criou o sobrinho; Crispim: melhor amigo da época da escola e futuramente cunhado; Adélia: primeira paixão de Teodorico, que ele abandona para estudar a mando da tia; Topsius: amigo que ele conhece na viagem à Jerusalém; Miss Mary: mulher inglesa e amante de Teodorico que entregou a camisola como presente.

5. Eça de Queiroz: nascido em povoa de Varzim em 1845. Mudou-se para coimbra a fim de estudar na universidade local. Fazia parte do grupo de intelectuais denominado geração 70, que organizou as conferências do Cassino lisbonense consolidando o realismo no país. Em 1886 casou-se e iniciou sua carreira diplomática trabalhando em vários lugares diferentes como França, Inglaterra e Cuba. Faleceu em 1900 na França.

6. Foco narrativo: em primeira pessoa, pelo personagem Teodorico Raposo.

7. Teodorico Raposo x Brás Cubas: Ambos narram suas histórias de suas vidas (narrador-autor); Traços de ironia na narração; Os personagens principais tem uma vida tranquila cercada por riquezas.

8. Realismo Fantástico: Eça de Queiroz assumindo uma postura estética mais independente, utiliza um jogo entre realidade e fantasia que questiona a tese realista que preza o real. "Mas, desembocando da ravina, encontramos, larga e lajeada, a estrada romana que vai a Siquém; e trotando por ela, sentimos o alívio de penetrar enfim numa região culta, piedosa, humana e legal. A água abundava; sobre as colinas erguiam-se fortalezas novas; pedras sagradas delimitavam os campos. Nas eiras brancas, os bois enfeitados de anêmonas pisavam o trigo da colheita de Páscoa; e em vergéis, onde a figueira já tinha enfolhado, o servo na sua torre caiada, cantando com uma vara na mão, afugentava os pombos bravos". "Um oleiro, que espicaçava o seu burro, carregado de cântaros de barro amarelo, gritou-nos: "Benditas sejam as vossas mães! Boa vos seja a Páscoa!" E um leproso, que descansava à sombra, nos olivedos, perguntou-nos, gemendo e mostrando as chagas, qual era em Jerusalém o Rabi que curava, e aonde se apanhava a raiz do baraz".

9. Temas exemplificados

9.1. Inutilidade da hipocrisia: no final da narrativa Teodoro assumiu o compromisso consigo mesmo e não ser mais hipócrita. "Chamo-me a consciência; sou nesse instante a tua própria consciência refletida fora de ti, no ar e na luz, e tomando ante teus olhos a forma familiar, sob a qual, tu mal educado e pouco filósofo, estás habituados a compreender-me..."

9.2. Busca por ascensão social: Padre Negrão desde cedo superava os outro sem bajulação a tia acaba se tornando herdeiro majoritário

9.3. Ambição desmedida: narrador finge uma vida religiosa apenas para ser herdeiro e ganhar a riqueza da tia. "[...] Até aí a Titi podia dizer, com aprovação: "é exemplar". Era-me preciso, para herdar, que ela exclamasse um dia, babada, de mãos postas: "é santo".

9.4. Culto das aparências e convencionalismo social: "[...] Sim, todo eu, Raposo e liberal, necessitava a desforra de me ter prostado diante de suas figuras pintadas como um sórdido sacrista ..."