1. Exame físico:
1.1. Dor em hipocôndrio direito e/ou epigástrio com defesa muscular (raramente com descompressão dolorosa)
1.2. Distensão abdominal e diminuição da peristalse
1.3. Taquicardia e hipotensão variáveis são decorrente da hipovolemia
2. Exames laboratoriais:
2.1. Leucocitose e hiperglicemia moderada - resultado da resposta inflamatória sistêmica
2.2. Elevação discreta das transaminases
2.3. Dosagens de amilase e lipase séricas
2.3.1. AMILASE elevada: alta sensibilidade, pouco específica. Pode estar normal em diagnóstico tardio, hipertrigliceridemia e surtos de agudização de pancreatite crônica
2.3.2. LIPASE elevada: alta sensibilidade e especificidade. Mantém-se elevado por vários dias. - Principal exame laboratorial para o diagnóstico
3. Exames radiológicos:
3.1. Tomografia computadorizada helicoidal
3.1.1. Confirmação do diagnóstico, diagnóstico de complicações e avaliação prognóstica
3.1.2. Aumento pancreático difuso, densificação dos planos adiposos peripancreáticos e acúmulo de líquidos
3.2. Colangiopancreatografia por RM
3.2.1. Indicações: icterícia ou suspeita de coledocolitíase
3.2.2. Método não invasivo de exploração dos ductos biliares e pâncreas
3.3. Ultrassonografia endoscópica
4. Complicações
4.1. Pseudocisto
4.2. Infecção - pancreatite necrotizante infectada
4.3. Disfunção pulmonar
4.4. Diabetes
4.5. Falência renal
4.6. Desnutrição, diarreia e perda de peso
4.7. Tumor de pâncreas
5. Fatores etiológicos:
5.1. Colelitíase
5.1.1. Causa mais comum. Risco maior nos casos de cálculos pequenos (menores que 5mm)
5.1.2. Cálculos biliares podem obstruir o ducto biliar e impedir a eliminação das enzimas pancreáticas
5.2. Álcool
5.2.1. Causa mais comum da forma crônica
5.3. Hipertrigliceridemia
5.3.1. Nível sérico acima de 1000mg/dl
5.4. Pós colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE)
5.4.1. Complicação após exame. Ocorre em 5% dos pacientes submetidos ao exame
5.5. Drogas
5.5.1. Sulfasalazina, azatioprina, 6-mercaptopurina, metronidazol, tetraciclina, pentamidina, ácido valproico, DDI, tiazidicos, tamoxifeno
5.6. Hereditária ou Genética
5.6.1. Mutações do gene PRSS1: conversão prematura do tripsinogênio e autodigestão pancreática
5.6.2. Gene SPINK1 e Gene da fibrose cística (CFTR)
6. Apresentação clínica:
6.1. Dor abdominal (95% dos pacientes) acompanhada de náuseas e vômitos (90% dos casos)
6.2. Dor aguda, de instalação súbita, sem pródromos. Localizada na porção superior do abdome, com irradiação dorsal e de intensidade moderada a forte.
7. Diagnóstico:
7.1. Dor abdominal aguda, severa e epigástrica com radiação para as costas
7.2. Níveis de lipase ou amilase aumentado no mínimo 3x
7.3. Achados tomográficos compatíveis com pancreatite: TC, RM e ultrassonografia transabdominal
8. Classificação:
8.1. Pancreatite edematosa intersticial
8.1.1. Aumento difuso do pâncreas devido a edema inflamatório
8.1.2. Densificação da gordura peripancreática
8.1.3. Acúmulo de líquidos peripancreáticos
8.2. Pancreatite necrotizante
8.2.1. 5 a 10% dos pacientes desenvolvem necrose
8.2.2. Mortalidade: 27 a 86%