OFICINAS DE JOGOS NA ALFABETIZAÇÃO
da Crislaine Alves
1. As brincadeiras constroem a relação entre o mundo interno e o mundo externo do aluno, ao brincar, a criança cria a condição de diferenciar esses dois mundos, adquirindo domínio sobre eles.
1.1. Mundo interno
1.1.1. Fantasia, símbolos e imaginação
1.2. Mundo externo
1.2.1. Realidade compartilhada com os outros.
2. Alguns jogos e brincadeiras que podem auxiliar no processo de alfabetização na educação infantil:
2.1. Jogo dos 07 erros:
2.2. Caça-palavras
2.3. Jogo da Memória
2.4. Jogo do segredo (telefone sem fio)
2.5. Jogo de formação de frases
2.6. Caixa com nomes
2.7. Atravessando o rio
2.8. Caracol do Alfabeto
3. O LÚDICO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
3.1. A escola necessita oferecer um ambiente baseado nas brincadeiras e nos jogos, nos quais, podem ser utilizados como um veículo para facilitar a aprendizagem escolar e também o desenvolvimento pessoal, social e cultural. (RODRIGUES, 2013).
3.2. A aprendizagem lúdica para que aconteça de forma efetiva precisa estar ligada à aquisição ativa de conhecimento, a participação social conjunta e ao envolvimento no processo de aprendizagem. A brincadeira é, na verdade, uma das maneiras mais eficientes, poderosas e produtivas da criança aprender. É indispensável que nos lancemos nesse mundo mágico que é a aprendizagem lúdica para investirmos numa educação centrada nos interesses dos alunos. (RODRIGUES, 2013).
3.3. É válido destacarmos que as reflexões e os estudos acerca da aprendizagem lúdica como processo facilitador da aprendizagem têm um longo caminho pela frente. Portanto, compreender a importância de mudanças na postura do educador bem como na dos educandos, entender a relevância do lúdico na aprendizagem e buscar estratégias para alcançar os alunos com o objetivo de construir o conhecimento com prazer, motivação e alegria é papel fundamental dos profissionais da educação nos dias de hoje (RODRIGUES, 2013, p.49).
3.4. Segundo Fialho (2008 apud QUINTINO, 2014), o professor pode ir além do ouvir, escrever e resolver exercícios que atendam o currículo proposto, ou seja, ele pode proporcionar as crianças momentos de harmonia, diversão e buscar a aprendizagem e convivência saudável por meio das brincadeiras.
3.5. Portanto, as brincadeiras, os jogos e o espírito lúdico podem envolver e desenvolver conteúdos importantes para a formação das crianças de forma prazerosa e diferenciada. (QUINTINO, 2014).
3.6. É muito significativo que a criança também brinque por brincar, que fique à vontade e sinta-se feliz ao mesmo tempo, tornando-as em crianças críticas e até mesmo avaliadoras.
3.7. Podemos destacar que o jogo atua de forma mediadora, possibilitando o auxílio na aprendizagem dos alunos, até mesmo naqueles que manifestam “dificuldades”, transformando-os sujeitos pensantes e participativos.
4. é necessário proporcionar experiências e recursos diversos para que esse processo de alfabetização ocorra de forma efetiva.
5. De acordo com Metzner (2006 apud QUINTINO, 2014), o Movimento é fundamental para o desenvolvimento da criança, porém, é necessário que o mesmo tenha como eixo central a intencionalidade. Isto é, o professor necessita organizar a selecionar as atividades de forma intencional para que as crianças sejam capazes de se desenvolver em todos os seus aspectos: motor, psíquico, afetivo e social.
6. Segundo Pandolfi, Batalha e Silva (2007), por meio da brincadeira, a criança aprende, descobre coisas novas e tornam-se adultos mais ajustados e preparados para a vida. É brincando que se descobre como enfrentar situações de medo, dor, angustia, alegria ou ansiedade.
7. Rodrigues (2013) aponta que o brincar é importante para o desenvolvimento cognitivo e também para o desenvolvimento da linguagem, ou seja, brincando o aluno compreende melhor e de forma permanente.
8. Trabalhar situações imaginárias dentro de uma brincadeira ou jogo, são fontes de prazer e felicidade, fundamentados à prática da liberdade
8.1. Torna a aprendizagem espontânea, constituindo assim o desenvolvimento de novas habilidades, e a busca de explicações e soluções para suas questões.
8.1.1. Algumas habilidade desenvolvidas através dos jogos e brincadeiras: sonhar, sentir, arquitetar, decidir, agir, e aventurar, superando os desafios e recriando tempo, lugar e objetos.
9. O jogo estimula o desempenho mental, e estende sua habilidade cooperativa e autônoma.
9.1. Incentiva a autoavaliação, consolidando sua autoestima.
10. Aprender fazendo, concretiza a aprendizagem significativa.
11. Alfabetizar através dos jogos é uma maneira lúdica de ensinar.
12. Oficina de jogos como meio de ensino e aprendizagem
12.1. Favorece a construção do conhecimento científico
12.2. Oportuniza experiência de situações reais ou irreais.
12.3. Desafia a procurar respostas em situações que encontra no processo
12.4. Faz raciocinar, trocar ideia, e encontrar soluções
13. Docente precisa demonstrar engajamento, preparar o espaço e as técnicas de trabalho.
13.1. O educador segue a evolução social de sua comunidade e do mundo, e deve utilizar todas as ferramentas e ideias disponíveis para aprender e ensinar, para tornar sua sala de aula o lugar mais encantador do mundo. Queremos a escola do encantamento onde todos se sintam incluídos. (Haetinger, 2005, p. 83)
14. Teóricos defendiam que os jogos eram primordiais para a aprendizagem, afirmaram os benefícios que os mesmos trazem, em questões de aprendizado e construção do conhecimento, para as capacidades sociais, culturais e pessoais. Entre eles, podemos destacar Montessori, Dewey, Frobel, Pestalozzi, Comenius, Decroly, Piaget e Vygotsky.
14.1. Frobel, antecipa que a educação, ao mesmo tempo, possibilitaria a capacitação de habilidades que elas já possuíam e a manifestação de novas. Dessa maneira, se tornaria capaz, que os alunos, manifestassem seu mundo interno e absorvessem as novidades obtidas de fora, atingindo por fim o aprendizado
14.2. Para Dewey o conhecimento adquirido através dos jogos deve ser uma atividade voltada a experiência, sendo assim, nota-se que o jogo é um aspecto decisório para o desenvolvimento da criança.
14.3. Montessori reitera que a educação é uma conquista da criança, pois o ser humano já nasce com a capacidade de aprender, se lhes forem dadas condições. Para a educadora, o espirito da criança se formaria através de incentivos externos, que precisam ser determinados, e ainda afirma que a mesma deveria ter liberdade quanto a escolha dos objetos sobre os quais possa agir. Tais objetos são sempre os mesmos e específicos para cada gênero de atividade.
14.4. O educador suíço Pestalozzi, mantinha a crença de que os sentimentos possuíam o poder de estimular o processo de aprendizagem autônomo da criança, portanto o aprendizado seria em sua maior parte guiado pelo próprio aluno, baseado na experiência prática e na vivência intelectual, sensorial, e emocional do conhecimento. O que tinha importância não era o conteúdo, mas sim a desenvoltura das habilidades e dos valores.
14.5. Comenius, recomendava a aplicação de um meio de acordo com a natureza, recomendava a utilização de jogos, pelo seu valor formativo.
14.6. Decroly, belga, médico e educador, mantinha a base de seu princípio na ideia de que as crianças conheciam o mundo baseado em uma visão do todo, que em seguida pode se classificar em partes, isto é, que vai do caos `a ordem.
14.7. Para Piaget, (1978), o principio das manifestações lúdicas, segue o desenvolvimento do raciocínio, preso às fases do desenvolvimento cognitivo. Cada estágio do desenvolvimento é relativo um tipo de atividade lúdica, que acontece da mesma forma para todos os indivíduos.
14.7.1. É pelo fato de o jogo ser um meio tão poderoso para a aprendizagem das crianças que em todo lugar onde se consegue transformar em jogo a iniciação à leitura, ao cálculo, ou à ortografia, observa-se que as crianças se apaixonam por essas ocupações, geralmente tidas como marcantes. (PIAGET, 2008, P. 158)