1. Potencialização do Sujeito
1.1. O psicólogo deve atuar com enfoque na promoção de potencializar o sujeito. Rompendo com a prática medicalizante e promotora de processo de exclusão social.
1.2. Potencializar significa atuar, ao mesmo tempo, na configuração da ação, significado e emoção, coletivas e individuais.
1.3. O desenvolvimento da autonomia também está envolvido no processo de potencialização. Quando o sujeito exerce essa autonomia junto a outros, estes podem aumentar sua autonomia. Bem como a criação de movimentos sociais para defender uma causa.
2. Paticipação Social
2.1. O princípio norteador da profissão do psicólogo é a participação dos sujeitos na construção, implementação e fiscalização das políticas públicas como estratégias para reivindicar a garantia dos direitos humanos.
2.2. O Brasil passou por um regime militar que se caracterizou pela supressão de direitos e liberdades, pelas marcas de tortura sistemática, das detenções arbitrárias, da censura arbitrária, entre outros. Entretanto, o país passou por um processo de mobilização de conquistas sociais e políticas, favorecendo o processo de democratização por meio de demandas e reivindicações através atores e movimentos sociais.
2.3. A constituição de 1988 foi um marco importante para a democracia participativa, mediante a instituição de mecanismos de participação direta do povo no controle social das políticas públicas.
2.4. A construção de ações com base nas necessidades da população, ou seja, o suejito faz parte ativamente do processo, pois dessa forma a sua autonomia é trabalhada.
3. Considerações Finais
3.1. Acredita-se que a promoção de uma atuação profissional nas políticas públicas que leve à potencialização do sujeito e à garantia dos direitos humanos exija o rompimento de padrões normativos, patologizadores e medicalizantes da diversidade humana.
3.2. É necessário construir intervenções que abranjam a complexidade dos elementos constituintes dos fenômenos nos quais somos solicitados a intervir.
3.3. A subjetividade é constituída a partir do processo de apropriação singular das determinações sociais e que a diversidade de modos de ser é inerente à condição humana, devendo ser respeitada e valorizada, são também de fundamental importância para a construção de políticas públicas que se destinam a garantir os direitos humanos.
3.4. Por fim, o principal desafio para o psicólogo no século 21, são as necessidades de construir metodologias para a atuação no âmbito das políticas públicas que tenham como norte o conhecimento de autores sociais, o questionamento de dispositivos normalizantes, o acolhimento da diversidade de modos de ser, a potencialização dos sujeitos e a inclusão das diferentes coletividades no controle social dessas políticas. Acredita-se que, dessa forma, seja possível contribuir para garantia dos direitos humanos.
4. O Psicólogo no Processo
4.1. No início da história da psicologia no Brasil, estiveram muito presentes teorias que respondiam aos anseios da elite de controlar, higienizar, diferenciar e categorizar indivíduos.
4.2. As práticas psicológicas que ligam o diagnóstico, a patologização, a higienização e a adaptação dos sujeitos a uma norma previamente estabelecida são ancoradas do modelo biomédico, ou seja, questões de ordem biológica e individual, focalizando as práticas de intervenção nos indivíduos e retirando a responsabilidade do estado na resolução de problemáticas que acomentem a população brasileira.
4.3. Atualmente a Psicologia se baseia em pressupostos teóricos-metodológicos que rompem com esse viés normalizador, fundamentando uma perspectiva ético-política com o objetivo de potencializar o sujeito.
5. O Rompimento com Padrões Normativos
5.1. Contexto Social
5.1.1. Vivemos em um contexto social que estabelece normas de como o sujeito deve se comportar que oprimem identidades sociais no âmbito das dimensões de gênero, geração, classe social, religião, sexualidade e deficiência.
5.2. Gênero e Sexualidade
5.2.1. A normalização do sujeito destaca a criação de um 'sujeito ideal' no qual seria um jovem, branco, heterossexual entre outros fatores diferenciadores que tem como função a construção de significados acerca do que é ser homem ou mulher que favorecem as desigualdades.
5.2.2. A psicologia a partir da sua inserção nas políticas públicas questiona os critérios de verdade bem como a rede complexa de relações de poder que estruturam esses discursos e práticas.
5.3. Dimensão Subjetiva
5.3.1. Nesse processo de inserção a diferentes políticas públicas, deve considerar a subjetividade como algo essencial à garantia dos direitos humanos.
5.3.2. De acordo com Vygotski, o sujeito não é um mero efeito do contexto social, as relações intersubjetivas constituem o seu modo de pensar, agir e sentir no mundo, portanto é um processo inacabado das relações entre cultura e sociedade, contudo ele pode questionar as práticas sociais a sua volta podendo apropriar-se delas, criticá-las e ressignificá-las.