Expansão da Fronteira Agrícola Brasileira no Séc. XX

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Expansão da Fronteira Agrícola Brasileira no Séc. XX por Mind Map: Expansão da Fronteira    Agrícola Brasileira no Séc. XX

1. A fronteira agrícola brasileira expandiu-se a partir da região Nordeste - berço da ocupação colonial, estendendo-se ao longo dos séculos por toda a linha costeira, até atingir a região Sul

2. O processo de ocupação no Sul diferiu do restante do país por razões estratégicas

2.1. O governo realizou de forma sistemática a doação de terras para pequenos proprietários de origem europeia, dando origem a núcleos de povoamento a partir de meados do século XIX, especialmente nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

2.1.1. As políticas públicas de imigração na região se basearam na posse de pequenas e médias propriedades, deixando esse traço na caracterização fundiária.

3. Sem grandes políticas de amparo por parte do Estado, muitos desses produtores faliram novamente, o que explica o aumento da urbanização nas regiões de destino, além da intensificação de conflitos por terra, que passaram a envolver mais intensamente também as populações tradicionais, como os povos indígenas nativos e os seringueiros

4. A abertura das rodovias de integração nacional, a partir da transferência da capital para o Centro-Oeste, possibilitou a intensificação do processo de integração territorial. Essa medida foi tão importante quanto diminuir a pressão social dos sem-terra e ocupar a Amazônia, que ainda se encontrava despovoada e vulnerável a invasões ou à ação de grupos guerrilheiros vizinhos.

5. Apartir de meados do século XX, iniciou-se uma acelerada concentração de terras no sul do Brasil devido à associação de dois fatores:

5.1. • o processo de partilha das terras por herança, gerando uma minifundiarização da área;

5.2. • a mecanização do campo, que restringiu as possibilidades de modernização do pequeno proprietário e do minifundiário.

6. Com a expansão dos CAIs, houve um achatamento de mercado sobre a figura do pequeno produtor, gerando um número muito grande de propriedades economicamente insustentáveis. Esse processo colaborou com um fenômeno conhecido como “fagocitose rural”, que consiste na incorporação das terras de pequenos pro- prietários pelas empresas rurais ou latifúndios.

6.1. Alguns efeitos disso foram perceptíveis no sul do Brasil

6.1.1. • o aumento do êxodo rural e, consequentemente, da expansão urbana desordenada;

6.1.2. • a fundação e/ou fortalecimento de movimentos sociais de luta pela terra, tendo como exemplo mais famoso o MST;

6.1.3. • emigração da área em direção a países e regiões vizinhas.

7. Fronteira agrícola é a área de limite entre as terras já utilizadas para a agropecuária e as que ainda são virgens do ponto de vista produtivo

8. Nas décadas de 1960 e 1970, foi possível assistir, portanto, a um processo de redução de empregos rurais e de concentração de terras que criou um enorme contingente de agricultores sem trabalho e sem terras.

8.1. Muitos desses indivíduos começaram a exercer uma relativa pressão por reforma agrária. A estratégia governamental foi direcionar tais trabalhadores para as fronteiras agrícolas do país, adiando uma solução mais definitiva sobre a concentração agrária existente.

8.1.1. Assim, foram criados projetos de colonização cuja meta era direcionar o fluxo migratório dos sem-terra do Nordeste e do Sul para as regiões Centro-Oeste e Norte, áreas ainda pouco ocupadas.

8.1.1.1. A expansão da fronteira agrícola funcionou, então, como uma válvula de escape para as tensões sociais existentes na época.

8.1.2. A participação do Estado brasileiro nesse processo foi determinante, criando infraestrutura de transportes mais adequada na área. Outra estratégia do Estado foi viabilizar o acesso a uma técnica de correção química dos solos, a calagem, que se mostrou necessária para reduzir a acidez dos solos no local.

9. A fronteira agrícola brasileira também se caracterizou pela expansão dos complexos agroindustriais na direção do Sertão nordestino, desde o interior da Bahia até o sul dos estados do Maranhão e do Piauí. Tais áreas – economicamente estagnadas até o fim do século XX – hoje inserem-se no contexto da economia exportadora brasileira, principalmente de soja.

9.1. No entanto, a estrutura fundiária concentradora, o aumento brutal do desmatamento e das queimadas, bem como a exploração dos trabalhadores rurais são elementos mantidos, comprovando que a modernização conservadora prevalece até os dias atuais.