RELIGIÃO na sociologia

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RELIGIÃO na sociologia por Mind Map: RELIGIÃO na sociologia

1. DEFINIÇÃO PRÁTICA

1.1. sistema unificado de crenças e práticas ligadas ao sagrado que congrega as pessoas que as seguem em uma comunidade (Émile Durkheim)

2. ORIGENS DO CONCEITO

2.1. encontrada em todas as sociedades humanas de que se tem notícia

2.1.1. sociedades mais primitivas

2.1.1.1. revelam traços nítidos de símbolos e cerimônias religiosas

2.2. desenhos em cavernas

2.2.1. sugerem que as crenças e as práticas religiosas já existiam há 40 mil anos

2.2.2. desde aquela época a religião continua sendo parte central da experiência humana

2.3. religiões europeias mais antigas

2.3.1. envolviam crenças e práticas religiosas profundamente arraigadas

2.3.2. eram partes integrantes do cotidiano

2.3.3. não eram partes de instituições sociais separadas

2.3.3.1. é válido para muitas outras partes do mundo

3. NAS SOCIEDADES INDUSTRIAIS MODERNAS

3.1. as religiões começaram a se estabelecer em organizações separadas de outras esferas da vida como economia e política

3.2. sociologia da religião (século XX)

3.2.1. diz respeito a teoria da secularização

3.2.1.1. de um lado há quem afirme que a religião está perdendo a influência

3.2.1.2. de outro há quem diga que as crenças religiosas estão em ascensão

3.2.1.3. ainda que a afiliação formal de organizações religiosas estejam em declínio (aparente)

4. SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÃO

4.1. a religião é para as massas um refúgio da dura realidade da vida em sociedades divididas por classes (Marx)

4.2. religião promete felicidade e recompensas na eternidade

4.3. mas apregoa a aceitação resignada da exploração no mundo real

4.4. teoria marxista

4.4.1. vê dentro da religião um forte elemento ideológico que legitima as brutais desigualdades associadas à riqueza e ao PODER

4.5. Max Weber

4.5.1. a religião pode ser uma força conservadora, mas isso não é, de alguma maneira, inevitável

4.5.1.1. hinduísmo enfatiza a fuga das armadilhas do mundo material em vez de tentar controlá-lo ou influenciá-lo

4.5.2. MAS, religiões podem promover a mudança social

4.5.2.1. no ocidente o cristianismo, com suas constantes batalhas contra o pecado e os pecadores

4.5.2.1.1. gerou uma tensão e um dinamismo emocional que desafiaram a ordem existente

4.5.2.2. igreja católica exerceu importante papel na legitimação do movimento polonês Solidariedade

4.5.2.2.1. derrotou o regime comunista nos anos 1980

4.6. principal característica da religião é a sua persistência (Émile Durkheim)

4.6.1. todas as religiões dividem o mundo entre esferas sagradas e profanas

4.6.2. com objetos e símbolos sagrados tratados de maneira diferente do restante dos aspectos rotineiros da existência (profano)

4.6.3. motivo: elas são a principal via pela qual os vínculos sociais são criados e fortalecidos

4.6.3.1. cerimônia e o ritual são essenciais para unir as pessoas

4.6.3.2. fazem parte das diversas crises e transições da vida

4.6.3.2.1. nascimento

4.6.3.2.2. casamento

4.6.3.2.3. morte

4.6.4. cerimoniais coletivos reafirmam a solidariedade do grupo nos momentos em que as pessoas são obrigadas a se adaptar a uma mudança

4.6.4.1. eventos cerimoniais criam EVERVECÊNCIA COLETIVA

4.6.4.1.1. sentimentos e energia exaltados

4.6.4.1.2. gerados por reuniões coletivas que retiram as pessoas de suas preocupações mundanas

4.6.4.1.3. e temporariamente as levam a um estado elevado

4.6.5. a experiência religiosa das pessoas não pode ser relegada à mera autoilusão ou ideologia

4.6.5.1. trata-se de uma experiência real de genuínas forças sociais

4.7. sociologia da Religião

4.7.1. se ocupa de como as instituições e organização religiosas funcionam

4.7.1.1. sobretudo em relação à criação da solidariedade social

4.7.2. religiões concorrentes

4.7.2.1. as diferenças podem transbordar em conflitos desestabilizadores

4.7.2.2. exemplos de conflitos entre

4.7.2.2.1. católicos e protestantes na Irlanda

4.7.2.2.2. sikhs, hindus e mulçumanos na Índia

4.7.2.2.3. mulçumanos e cristãos na Bósnia e na antiga Ioguslávia

4.7.2.2.4. crimes de ódio contra judeus, mulçumanos e minorias religiosas nos EUA

5. ASPECTOS CONTROVERSOS

5.1. secularização

5.1.1. descreve o processo pelo qual a religião perde a sua influência sobre as diversas esferas da vida social

5.1.2. se vivêssemos em uma sociedade inteiramente secular, o conceito de religião seria redundante

5.2. na europa ocidental

5.2.1. padrão religioso ficou conhecido como ACREDITAR SEM PERTENCER

5.2.1.1. pesquisas mostram que uma maioria de pessoas ainda acredita em Deus ou deuses

5.2.1.2. porém frequenta cada vez menos as igrejas

5.2.2. nos EUA, porém, tanto a crença religiosa quanto a frequência nas igrejas continuam altas

5.3. dificuldade de se chagar a uma conclusão geral

5.3.1. falta de consenso com relação ao modo de se mensurar a secularização

5.3.2. (...) antes da industrialização, a frequência à igreja era mais elevada

5.3.3. clérigos tinham maior status social

5.3.4. grande massa de pessoas tinha fortes crenças religiosas

5.3.5. todavia, tais suposições foram contestadas pela pesquisa histórica

5.4. frequencia aos cultos

5.4.1. muitos possuem crenças mas não frequentam cultos

5.4.2. muitos frequentam a igreja com regularidade

5.4.2.1. por simples hábito

5.4.2.2. para encontrar os amigos

5.4.2.3. sem fortes crenças pessoais

5.5. na Europa medieval

5.5.1. maioria das pessoas, na melhor das hipóteses, era desinteressada por crenças

5.5.1.1. frequentava os cultos religiosos muito mais por um senso de obrigação do que por comprometimento religioso

5.5.2. maioria das pessoas hoje tem menor percepção de que o cotidiano seja ocupado por entidades divinas ou espirituais

5.6. críticos da tese de Durkheim

5.6.1. argumentam que não é possível compreender o caráter essencial de todas as religiões com generalizações feitas a partir de uma pequena amostra de sociedades

5.6.2. no decorrer do séc. XX muitas sociedades do mundo se tornaram mais multiculturais

5.6.3. ampla gama de religiões dentro das sociedades nacionais

5.6.4. tese de Durkheim (contestações)

5.6.4.1. religião como fonte de solidariedade social pode ser menos persuasiva em sociedades de múltiplos tipos de fé

5.6.4.2. não leva propriamente em consideração os conflitos internos da sociedade acerca das diferentes crenças religiosas

5.6.4.3. a religião é essencialmente a veneração da própria sociedade e não de divindades ou espíritos

5.6.4.4. experiência religiosa reduzida ao fenômeno social é reducionista

5.6.4.5. pois rejeita até mesmo a possibilidade de um nível de realidade ESPIRITUAL

6. RELEVÂNCIA CONTÍNUA

6.1. à medida que as religiões tradicionais perdem influência

6.2. religiosidade parece ser canalizada em novas direções em uma série de novos movimentos religiosos

6.3. poucos indícios de secularização na maior parte do mundo em desenvolvimento

6.3.1. muitas partes do Oriente médio, Ásia, África e Índia existe um fundamentalismo islâmico ativo e dinâmico

6.3.2. milhões de católicos participam de visitas papais nos países em desenvolvimento

6.3.3. religião oriental ortodoxa foi entusiasticamente adotada em partes da antiga URSS depois de décadas de repressão comunista

6.3.4. nos EUA religião exerce forte influência e assumiu novas formas como o popular movimento evangélico e o "televangelismo"

6.4. vivemos no TEMPO DAS TRIBOS (Michel Maffesoli)

6.4.1. rápido crescimento de pequenos grupos de pessoas que se reúnem

6.4.2. com base nos mesmos gostos musicais, ideias, preferências de consumo e lazer

6.4.3. comprometimento das pessoas pode ser fraco e pouco duradouro

6.4.4. mas mostra uma forte necessidade humana por sociabilidade

6.4.5. ainda que uma necessidade "religiosa" (É. Durkheim)

6.5. as ideias "seculares" podem assumir podem assumir uma função "religiosa"

6.5.1. enquanto as religiões tradicionais lutam para manter suas afiliações

6.5.2. enfoque nos direitos humanos, que conecta o particular ao universal, visando a uma democracia futura

6.5.3. discurso possui semelhanças com a tradição cristã e pode ser visto como representante de um tipo de "religião secular (Reader, 2003)

6.5.4. trata-se (se for verdade) de uma religião cujo foco central se dá no indivíduo e não na comunidade ou sociedade

6.6. estudo de caso

6.6.1. novo movimento religioso - SOKA GAKKAI (surge na Itália)

6.6.1.1. análise de Carlo Barone (2007)

6.6.2. começou a mais de 75 anos

6.6.2.1. movimento religioso de rápido crescimento e particularmente bem-sucedido na Itália

6.6.3. discussão dos motivos do sucesso extremo

6.6.3.1. conta com mais de 8 milhões de membros no Japão

6.6.3.2. métodos de organização

6.6.3.3. membros se associam a um pequeno grupo (parte de uma rede) e são incentivados a compartilhar experiências

6.6.3.4. criação de um forte senso de solidariedade

6.6.3.5. enquanto a atenção do grupo está concentrada em objetos sagrados em um ambiente emocionalmente carregado

6.6.4. intimamente ligado a partido político (Komeito)

6.6.4.1. importante papel nas coalisões do governo japonês desde a década de 1990

6.6.4.2. muitos membros não japoneses, talvez a maioria, não tem conhecimento dessa conexão política

6.6.4.3. consideram sua religião como algo individual e privado

6.6.4.4. grupos criam uma EFERVECÊNCIA COLETIVA (Durkheim)

6.6.4.5. serve para integrar os membros de forma relativamente rápida e segura