1. Diarreia
1.1. Diarreias: Aguda <14 dias / Persistente / <30 dias Crônica!
1.2. Segunda principal causa de morte em crianças menores de 5 anos no mundo!
1.3. Fatores precipitantes: Baixa ingestão calórica, Má absorção de nutrientes e aumento de consumo energético durante processo infeccioso
1.4. Etiologia (Gastroenterite aguda): Vírus (Rotavírus - principal e Adenovírus), Bactérias (Bacilus e Staphylococus) e Protozoários (Giardia lamblia); A persistente se associa muito a Intolerância a lactose e a crônica está relacionada a síndromes intestinais e alergias graves
1.5. Clínica: Pode se instalar com febre baixa e vômitos seguidos de diarreia aquosa, que podem causar desidratação
1.6. Diagnóstico: Ensaio imunoenzimático (ELISA) de amostras fecais, que identificam um possível vírus, pH fecal, substâncias redutoras, pesquisa de gordura nas fezes, exame parasitológico de fezes (EPF) – três amostras, pesquisa de sangue oculto nas fezes, entre outros.
1.7. Tratamento: O foco é a prevenção e o tratamento da desidratação (se houver), além da manutenção do estado nutricional. Obs: Manter o aleitamento materno e usar medicamentos (Ex: antimicrobianos) somente quando após a reidratação o paciente ainda se apresente acometido!
2. Desidratação
2.1. Causa mais comum é Diarreia digestiva aguda (DDA)
2.2. Hiponatrêmica < 130 mEq/L DDA Isonatrêmica Entre 130 e 150 mEq/L Hipernatrêmica > 150 mEq/L
2.3. Grau de desidratação (Perda de peso): Grau I Grau II Grau III - 3 a 5%, 5 a 10% e > 10%, respectivamente!
2.4. Tratamento Inicial (Oral):
2.4.1. Terapia de reidratação oral (TRO): Desidratação graus I e II, administrar 50 mL/kg em 4 h (desidratação grau I) e 100 mL/kg (desidratação grau II) em 4 a 6 h, vigilância frequentes e reavaliação do quadro clínico. Os vômitos são frequentes nas primeiras duas horas, com melhora espontânea. Suplementar com 10 mL/kg a cada evacuação líquida durante reparação. Manter aleitamento materno e suspender outros alimentos na fase de reparação. Manutenção de 10 mL/kg a cada perda, ou de 100 mL/kg em 24 h sendo permitido outros alimentos durante essa fase!
2.5. Tratamento Parenteral (isonatrêmica):
2.5.1. Fase de Reparação: Colher gasometria venosa, Na, K, Cl e ureia se houver desidratação grave. Utilizar SF a 0,9% ou Ringer lactato. Lembrar de eventual ocorrência de hipoglicemia nos períodos prolongados sem ingesta. Volume de 10 mL/kg/% de peso perdido. Velocidade máxima: 50 mL/kg/h, se não houver choque, se houver, recomenda-se fazer infusões rápidas de 20 mL/kg de SF 0,9%, até melhora. Interromper hidratação clínica quando ocorrer recuperação do peso e duas micções claras e abundantes!
2.5.2. Fase de manutenção: Com soro a 1/4 (1 SF 0,9% + 3 SG 5%) + K 25 mEq/L (composição de Na 37,5 mEq/L + K 25 mEq/L). Usar regra de Holiday! Nunca administrar K se houver anúria!
2.5.3. Fase de Reposição:Monitorar perdas e acrescentar à manutenção:
2.5.3.1. – 30 mL/kg para perdas leves
2.5.3.2. – 50 mL/kg para perdas moderadas
2.5.3.3. – 100 mL/kg para perdas graves
2.5.3.4. Pesar a criança de 3 a 4 vezes/dia, ou quando ocorrer perda grave!