1. A Cultura Surda.
1.1. A cultura surda engloba possibilidades e elementos próprios da vida dos sujeitos que se reconhecem como surdos, abrangendo não apenas aspectos mais corriqueiros da vida de cada um, mas também o grupo social que constituem.
1.1.1. Miss Brasil 2008 - Resposta Miss Ceará Link
1.1.2. A seguir, procuramos referir e descrever sucintamente alguns elementos que fazem parte da cultura surda.
1.1.2.1. Visualidade: A vivência surda é muito visual. A visão é possivelmente o principal sentido de contato com o mundo, de apreensão e significação das informações. Na visualidade se centram, certamente, a maior parte das alternativas planejadas para a pessoa surda.
1.1.2.2. Linguístico: A língua de sinais, de características visuoespaciais, são as línguas naturais para as pessoas surdas. A língua de sinais é tão complexa quanto qualquer outra. Não se trata de uma versão em sinais de uma língua oral como o português, nem de simples gestos ou mímica, embora estes possam ser usados quando ainda não se sabe a língua de sinais, mas de um sistema complexo, com regras próprias. Em salas de aula, eventos públicos ou mesmo na televisão, deve ser feita a tradução entre a língua oral e a de sinais por um intérprete.
1.1.2.3. Família: Ligada ao nascimento de filhos surdos em lares ouvintes e de filhos ouvintes em lares surdos, ou mesmo de filhos surdos em lares surdos. Nesse âmbito, muitas questões ligadas à aceitação, à superproteção, à concepção sobre a surdez são discutidas. Obs.: 90% das crianças surdas são filhos de pais ouvintes.
1.1.2.4. Comunidade Surda: Composta por surdos e por ouvintes militantes da causa, como professores, familiares, intérpretes, amigos, entre outros.
1.1.2.5. Associações e organizações: Centros cuja importância se manifesta, por exemplo, na possibilidade de o surdo interagir com outras pessoas surdas, o que favorece a construção da sua identidade, a possibilidade de aprender a língua de sinais, as lutas sociais do segmento, por vezes, abraçadas nessas organizações, etc.
2. Um breve Histórico da Educação dos Surdos no Brasil e no Mundo.
2.1. 1° de Janeiro de 1855. René Ené Ernest Huet Surdo Congênito.
2.1.1. Dom Pedro II convidou, René Ené Ernest Huet, chega ao Brasil.
2.2. 26 de Setembro de 1857. Fundação Escola para Surdos.
2.2.1. Com apoio D. Pedro II Huet funda imperial instituto dos "surdos-mudos". Através da Lei 939 (ou 839). Segundo relatório não diário da princesa Isabel, segundo filha de D. Pedro II, teve um neto surdo e o marido ou príncipe Gastão de Orléans, Conde d'Eu foi parcialmente surdo.
2.3. 1° de Janeiro de 1868. Imperial Instituto de "Surdos-Mundos".
2.3.1. O governo brasileiro determina que o imperial instituo de "surdos-mudos", passaria ser um asilo de surdos. Assumindo a direção o Sr. Tobias Leite.
2.4. 6 de Setembro de 1880. Congresso de Milão - História dos Surdos.
2.4.1. Proibição da gestual Língua nas escolas. Um quadro escuro na história, reprimindo sua cultura e Língua mãe, em detrimento da educação oralista. Todos os países adotaram ou método oral, com exceção dois Estados Unidos.
2.5. 1° de Janeiro de 1896. Professora A. J de Moura Avalia Oralismo.
2.5.1. Método de implantação oralismo na educação dos surdos. Uma língua de sinais foi proibida, não a pedido do governo brasileiro, visita da professora Moura ou do instituto Francês de surdos. Concluindo que oralismo não é adequado a todos os surdos.
2.6. 1º de Janeiro de 1923. 1923 à 1929 Fundação da primeira Associação Surdos.
2.6.1. No período 1923 à 1929 criado no Brasil a primeira Associação de Surdos. Um marco importante na luta pelos direitos da comunidade.
2.7. 28 de Julho de 1949. Alfabetização dos Surdos.
2.7.1. Através do Decreto Nº 26.974 de 28/07/1949. Fomenta a alfabetização dos surdos em todo o território nacional.
2.7.1.1. Promulgado pelo presidente da república Eurico Gaspar Dutra. Regulamento do curso Normal de Formação de Professores para Surdos.
2.8. 1º Janeiro de 1951. (Formação de Professores) Instituto Nacional dos Surdos.
2.8.1. Criação do primeiro curso Normal para Formação de professores Especializados nos casos de surdez.
2.9. 6 Julho de 1957. Imperial Instituto de "Surdos-Mudos".
2.9.1. Mudança de nomenclatura - Após Decreto Lei Nº 3.198,o Imperial Instituto passa a chamar-se: INES - INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS.
2.10. 20 de Dezembro de 1961. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
2.10.1. Publicação da Lei LDB.
2.10.1.1. 20 de Dezembro de 1996. Publicação da Lei de LDB Nº 9.394 em vigor.
2.11. 1º Janeiro de 1977. FENEIDA
2.11.1. Criação a FENEIDA - FEDERAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E INTEGRAÇÃO DOS DEFICIENTES AUDITIVOS.
2.12. 18 de Outubro de 1978. Emenda Constitucional.
2.12.1. Em seu Artigo único: Assegura aos Deficientes a melhoria de sua condição social e econômica.
2.13. 16 de Maio de 1987. FENEIS
2.13.1. Federação Nacional de Educação de Surdos.
2.14. 8 de Janeiro de 1991. Lei da Acessibilidade.
2.14.1. Lei da Acessibilidade - Lei 8.160 de 08 Janeiro 1991 (Símbolo Internacional da Surdez).
2.15. 06 de Julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão – LBI
2.15.1. Lei nº 13.146, LBI - Também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, é um conjunto de normas destinadas a assegurar e a promover, em igualdade de condições, o exercício dos direitos e liberdades fundamentais por pessoas com deficiência, visando à sua inclusão social e a cidadania.
3. Atualmente, no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), possui em cerca de 45 milhões da população brasileira apresenta dificuldades auditivas, sendo 9.772.163 com dificuldade permanente de ouvir (Surdos).
4. Diálogos de Reflexão: Quais palavras na opinião de vocês, que caracterizam um ENSINO INCLUSIVO? Link <https://www.menti.com/6yiiayai58>. (Nuvem de Palavras).
4.1. Diálogos de Reflexão: Pense em uma atividade inclusiva para alunos surdos que já foi realizada por vocês em sala de aula ou que está sendo realizada ou ainda que será realizada. De que forma vocês conseguem relacionar ou estruturar as palavras que vocês disseram no primeiro diálogo com essa atividade pensada por vocês?
4.1.1. Diálogos de Monitoramento: Vocês mudariam algo do que vocês já estão fazendo, do que vocês fizeram, mediante o que a gente discutiu hoje? Se sim, quais as novas estratégias de ensino adotadas? E se vocês acham que não mudariam nada, por que não mudariam?
4.1.1.1. Diálogos de Produção: Pense no caso que está vivenciando com a proposta do discente com surdez, comente, discute as 1º) NECESSIDADES, 2º) DIFICULDADES e 3º) POTENCIALIDADES do aluno junto ao professor. Obs.: Em casos que o(a) cursista não tenha um estudante na sua unidade escolar que apresente a deficiência, será indicado um estudo de caso fictício para que o mesmo elabore ações.
5. Terminologia sobre deficiência.
5.1. Adolescente normal: Desejando referir-se a um adolescente (uma criança ou um adulto) que não possua uma deficiência, muitas pessoas usam as expressões adolescente normal, criança normal e adulto normal.
5.1.1. TERMO CORRETO: adolescente (criança, adulto) sem deficiência.
5.2. "Apesar de deficiente, ele é um ótimo aluno.": Na frase acima há um preconceito embutido: ‘A pessoa com deficiência não pode ser um ótimo aluno’.
5.2.1. FRASE CORRETA: "ele tem deficiência e é um ótimo aluno".
5.3. "Aquela criança não é inteligente.": Todas as pessoas são inteligentes, segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas.
5.3.1. FRASE CORRETA: "aquela criança é menos desenvolvida na inteligência [por ex.] lógico-matemática."
5.4. Classe normal.
5.4.1. TERMOS CORRETOS: classe comum; classe regular. No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra classe sem adjetivá-la.
5.5. Escola normal: No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra escola sem adjetivá-la.
5.5.1. TERMOS CORRETOS: escola comum; escola regular.
5.6. Linguagem de sinais ou Língua dos sinais.
5.6.1. TERMO CORRETO: língua de sinais. A comunicação sinalizada dos surdos constitui um língua e não uma linguagem.
5.7. Surdo-mudo, Surdinho ou Mudinho.
5.7.1. TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda. O diminutivo denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa.
6. Proponente 1: FRANKINALDO PEREIRA LIMA. Possui Licenciatura em Química, Graduando em Física e Mestrando em Química pela Universidade Federal do Tocantins (PPGQ/UFT) Campus Gurupi-TO, Especialização em Educação com Ênfase no Ensino de Matemática e Física pela Faculdade Educacional da Lapa (FAEL), Especialização em Neuropsicopedagogia e Especialização em (TILS): Tradução e Interpretação da Língua Brasileira de Sinais pela Faculdade Batista de Minas Gerais (FBMG), Aperfeiçoamento (nível intermediário) de Libras (Língua Brasileira de Sinais) pela Associação de Apoio e Defesa dos Direitos dos Surdos de Gurupi-TO (ADESGU). Atualmente é diretor da (Startup) Multiacessível - Educação Inclusiva na Prática - CRIA, ELABORA, DESENVOLVE, ENSINA.
6.1. SEJAM BEM-VINDOS! AO MINICURSO 02 - A LUDICIDADE NO ENSINO BILÍNGUE PARA SURDOS NA FORMAÇÃO DOCENTE NUMA ABORDAGEM METACOGNITIVA NO ENSINO DE QUÍMICA.
7. A Língua Brasileira de Sinais (Libras).
7.1. Privação da Língua? Bebê Surdo e Bebê ouvinte. Link<Privação da Língua? Bebê Surdo e Bebê ouvinte.
7.2. 11 de Abril de 1931. Primeira Faculdade de Letras no Brasil.
7.2.1. Após a reforma Francisco Campos, foi implantada a Faculdade de Letras em São Paulo. Considerada de suma importância na história do ensino das línguas vivas no Brasil. Decreto 19.851, de 11 de abril de 1931.
7.3. 1° de Janeiro de 1875. Primeiro dicionário de Língua de Sinais no Brasil.
7.3.1. Flausino José da Gama publica "iconografia dos signaes” dos "surdos-mudos". Primeiro dicionário de Língua de Sinais do Brasil. Flausino ex-aluno da primeira escola de surdos do Brasil - Rio de Janeiro atual. Fundada em1857. (Atual INES).
7.4. 1° de Janeiro de 1984. Reconhecimento da Língua de Sinais.
7.4.1. A Federação Mundial de Surdos - WFD teve grande influência na decisão da UNESCO, em 1984, reconhece língua de sinais como língua natural das pessoas surdas.
7.5. 1º de Janeiro de 1986. Mestrado em Linguística e Aplicada.
7.5.1. Divulgação dos estudos da Língua Americana de Sinais (ASL) Universidade pela Gallaudet.
7.6. 1° de Janeiro de 1993. Início da luta pela legalização e regulamentação da Libras.
7.6.1. Através de um projeto de Lei da senadora Benedita da Silva, deu-se início a conquista da legalização e regulamentação da Libras, em âmbito Federal.
7.7. 8 de Setembro de 1997. Legenda.
7.7.1. Rede Globo no Jornal Nacional – Lança a exibição de Legendas (CLOSED CAPTION) na Televisão.
7.8. 20 de Abril de 1999. Bilinguismo.
7.8.1. Congresso Latino Americano de Educação Bilíngue para Surdos.
7.9. 1° de Janeiro de 2001. Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue.
7.9.1. Professor Fernando Cesar Capovilla lança o primeiro dicionário de Libras. Elaborado a partir dos informantes surdos da Feneis.
7.10. 24 de Abril de 2002. Lei 10.436
7.10.1. Regulamentação da Língua Brasileira de Sinais.
7.11. 22 de Dezembro de 2005. Decreto 5.626 de 22 de Dezembro de 2005.
7.11.1. Inclusão de Libras como disciplina curricular - Formação de professores e instrutores de Libras - Acesso de pessoas surdas à educação.
7.12. 27 de Agosto de 2006. Primeiro Vestibular - Curso de Graduação em Letras/Libras.
7.12.1. Primeiro vestibular para Licenciatura em Letras/Libras. através da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC com a participação de 9 polos em diferentes estados brasileiros.
7.12.1.1. 1° de Junho de 2008 - Segundo vestibular Letras/Libras - Para Licenciatura e Bacharelado em 15 polos.
7.13. 1º de Setembro de 2010. Lei 12.319
7.13.1. Regulamentação da profissão de tradutor e intérprete de Língua de Sinais - Libras.
7.13.1.1. 26 de Julho de 2012 - Dia Nacional do Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais - Direito alcançado pela comunidade surda no Brasil de terem intérpretes nas escolas públicas, privadas e outros espaços garantidos pelo Decreto 5.526 / 2005 e a Lei 12.319 / 2010.
7.14. 19 de Maio de 2011. Surdos no Planalto - Manifestação da Feneis no DF.
7.14.1. Movimento contra fechamentos das escolas especiais: Instituto Benjamim Constant - IBC (para cegos) e Colégio de Aplicação do INES (para surdos) com apoio das APAE’s realizado em Brasília.
7.14.1.1. 7 de Junho de 2011 - Marcha para Brasília - A favor da educação e da cultura surda - - Defendendo a Implantação das Escolas Bilíngues.
7.15. 26 de Setembro de 2013. Dia Nacional do Surdo.
7.15.1. Anualmente a Comunidade Surda comemora a conquista de seus direitos.
7.16. Enem em Libras - Em 2017.
7.16.1. O Enem em Libras é uma iniciativa da Política de Acessibilidade e Inclusão do Inep direcionada à comunidade surda e deficiente auditiva que tem a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua.
7.17. Tese de Doutorado em Libras
7.17.1. ANTOLOGIA DA POÉTICA EM LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
7.18. Aplicativos - Acessibilidade em Libras.
7.18.1. Hand Talk
7.18.2. VLibras.
7.19. Como se comunicar com as Pessoas Surdas.
7.19.1. Fale com clareza, olhando para a pessoa, e procure deixar visível sua boca. Toque levemente o braço ou ombro para ela perceber que você quer falar-lhe. Mantenha o contato visual até que a conversa acabe.
7.19.2. Só levante a voz ou fale devagar se seu interlocutor pedir. Caso contrário, fale normalmente, com volume e velocidade a que está acostumado.
7.19.3. Seja expressivo. Deficientes auditivos não poderão ouvir as nuances de ironia ou seriedade em sua voz, mas saberão entender suas expressões faciais, movimentos de seu corpo ou gestos.
7.19.4. Caso não entenda o que um surdo quer lhe dizer, é educado pedir para que ele repita. Se for muito difícil entender, peça para que ele lhe escreva.
7.19.5. Mesmo que um surdo estiver acompanhado de um intérprete, fale olhando para o surdo, nunca para o intérprete.
7.19.6. IMPORTANTE: Não passe entre pessoas conversando por sinais, isso atrapalha a conversa e até mesmo pode impedir de as pessoas se comunicarem.
8. A Identidade Surda.
8.1. Diz respeito aos sujeitos surdos que se inserem plenamente na comunidade surda e se reconhecem como pertencentes à mesma, usam apenas língua de sinais.
8.1.1. Terminologia sobre a pessoa que tem deficiência.
8.1.1.1. "Portador" de deficiência: A pessoa não porta, não carrega sua deficiência, ela tem deficiência e, antes de ter a deficiência, ela é uma pessoa como qualquer outra.
8.1.2. Deficientes auditivos
8.1.2.1. Perda auditiva de leve a moderada, que geralmente se resolve com aparelhos auditivos.
8.1.3. Surdos
8.1.3.1. Sinalizados
8.1.3.1.1. Conhecidos como Surdos. Muita gente acha que são mudos, embora a maioria (se não todos) tenha voz, apenas não costuma usá-la ou porque não aprendeu o necessário ou porque tem vergonha/não gosta, eles falam uma língua própria, chamada Língua Brasileira de Sinais.
8.1.3.2. Oralizados
8.1.3.2.1. Se comunicam através da fala oral, leem os lábios e o aparelho comum ou o implante coclear podem ou não resolver o problema de audição deles.
8.1.3.3. Bilíngues
8.1.3.3.1. Quando esses também falam a língua de sinais, são chamados de surdos bilíngues.
8.1.3.4. Surdocego
8.1.3.4.1. A Libras tátil é realizada na palma de uma das mãos de pessoas surdocegas por meio de um profissional identificado como guia-intérprete. Ele tem surdocegueira.
9. Diálogos de Reflexão: Você provavelmente já ouviu falar da Língua Brasileira de Sinais. Talvez, até saiba como ele funciona. Mas você sabe a história por trás da sua criação? Já parou pra pensar em quais os impactos na Educação e na comunicação entre pessoas surdas, desde a sua criação? Se você é, ou se fosse professor(a), como faria para ensinar os alunos surdos?
9.1. Diálogos de Monitoramento: É possível pensar/formular estratégias de ensino para extrair o melhor aproveitamento dos alunos surdos e como promover a inclusão dos alunos surdos e este sujeito surdo deve ser respeitado diante das suas especificidades na sala de aula?
9.1.1. Diálogos de Produção: RELATO DE EXPERIÊNCIA - UM DIA PARA SENTIR NA PELE COMO É SER SURDO? Descrição da Atividade: Descrever sua rotina do dia-a-dia vivenciando como um surdo, a sentir na pele qual é significado – EXISTENCIAL – do ser surdo. Inclusive nos conduz a uma reflexão muito significativa de consciência empática. Obs.: Pode enviar atividade (Classroom) nos formatos de texto, áudio ou vídeo. Material: Protetor auricular.
10. Inclusão Escolar, por que? Possibilidades para Professores.
10.1. O que é Inclusão para vocês?
10.1.1. No dicionário encontramos a resposta: INCLUSÃO – ATO DE INCLUIR, ACRESCENTAR. Se vamos incluir é porque estava de fora e por que estavam de fora: índios, negros, deficientes, comunidade surda? Eles têm menos direitos que nós? Menos condição que nós? Se pensarmos que a escola é um lugar de aprendizado, que tipo de aprendizado é esse? O formal, certo!
10.1.1.1. Quando se fala em inclusão não existe receita pronta, mas gostaria de compartilhar algumas possibilidades que deram certo comigo, confiram:
10.1.1.1.1. Saiba quem são seus alunos: Conheça previamente o histórico de seus alunos que tem deficiência. Isso pode ser obtido através do diálogo com seus responsáveis, monitores e professores anteriores. Indague sobre seus interesses, dificuldades, facilidades e progressos. Por meio dessas informações, será possível elaborar um plano individual de objetivos, que permitirá a você acompanhar a evolução de seu aluno.
10.1.1.1.2. Pense sobre a intencionalidade: Reflita sobre a razão de dar determinada matéria. Esse conteúdo é relevante para meu aluno? Se não, como tornar esse assunto útil para ele, de alguma forma?
10.1.1.1.3. Trate seu aluno sem preconceitos: Não devemos sentir dó ou, no outro extremo, rejeitar o aluno. O aluno com deficiência, respeitadas obviamente suas condições, deve ser tratado com igualdade. Desnecessário dizer que rejeitá-lo significa excluí-lo. Por outro lado, superprotegê-lo também não é uma atitude sensata: nosso dever enquanto professores é prepará-lo para a vida em sociedade.
10.1.1.1.4. Estabeleça critérios de inclusão: Alunos com deficiência sentem-se seguros quando o professor estipula regras de comportamento e convivência. Assim sendo, deixe claro que em sua sala nenhuma pessoa pode ser humilhada, sofrer bullying, etc.
10.1.1.1.5. Use múltiplos recursos: Alunos com deficiência aprendem melhor quando são expostos a materiais que explorem seus sentidos. Quanto mais os sentidos forem utilizados, melhor. Sempre que possível, opte pelo uso de objetos concretos ao invés de conceitos abstratos. Use múltiplos recursos, como os visuais, orais, táteis e auditivos. Varie as atividades dadas aos alunos. Você pode usar de recursos como impressos, discussões, leitura, desenhos, vídeos curtos com legenda e uso da internet, por exemplo. A diversidade tornará sua aula sempre interessante. Quando escrever algo, fale também, e gesticule, se necessário, para que haja uma maior compreensão.
10.1.1.1.6. Use o recurso da repetição: Ao delegar determinada tarefa, peça para que dois ou três alunos expliquem novamente o que deve ser feito, dessa forma os alunos serão expostos a uma maior variedade de explicações.
10.1.1.1.7. Ensine os alunos a se respeitarem: As crianças não sentem diferença entre as com ou sem deficiência. Na verdade, qualquer diferenciação acontece por interferência dos adultos. Ao olhar para seu aluno deficiente, enxergue nele a criança ou adolescente que ele é, e não o rotule por sua condição. Se você agir assim, certamente os demais alunos procederão da mesma forma.
10.1.1.1.8. Crie um ambiente de cooperação: Sempre que possível, proponha atividades em duplas ou grupos, a fim de auxiliar a classe no processo de interação. Pense previamente, com base no histórico de seu aluno com deficiência, em como ele poderá auxiliar na tarefa do grupo, de acordo com as habilidades dele. Varie os grupos de tempos em tempos – mensalmente, por exemplo – a fim de promover um convívio maior.
10.1.1.1.9. Construa a parede tijolo por tijolo: Se seu aluno apresenta dificuldades em compreender determinado tema, talvez ele ainda não esteja preparado para tal. Por isso, se necessário, parta das tarefas mais elementares para, aos poucos, introduzir as mais complexas, quando ele já tiver dominado o conteúdo anterior. Sendo assim, para que um aluno aprenda uma equação, é necessário que ele conheça primeiro os números, depois saiba adição, subtração, etc. Dê sempre tarefas curtas, para que ele possa manter-se concentrado e motivado.
10.1.1.1.10. Meça o progresso de seu aluno e cumprimente-o: Use o plano individual de seu aluno para verificar seu progresso e elogie-o com sinceridade pela evolução que teve. Isso o motivará a conseguir avançar cada vez mais.
10.1.1.1.11. IMPORTANTE: Conseguem perceber as semelhanças nas características dos alunos? Eles são os mesmos que qualquer um de nós, a diferença é que é mais nítida a dificuldade deles. Assim como nós que muitas vezes precisamos de uma atenção especial para que aprendizagem flua, eles também precisam.
11. Ações práticas e básicas contra o capacitismo:
11.1. O capacitismo é mais uma forma de discriminação na qual pessoas com deficiência são taxadas como incapazes, são desumanizadas e ou tidas como inaptas a exercer determinada ação. É sobretudo uma forma de subjugar as pessoas com deficiência.
11.1.1. Entenda, ser deficiente não é anormal. Pessoas com deficiência, estudam, trabalham, assim como qualquer outra pessoa;
11.1.2. Sim, ter uma deficiência em uma sociedade que não está preparada para a diversidade é um grande desafio, por isso, atente-se e amplie seus conhecimentos. Assim, quanto mais pessoas conscientes de que o mundo deve ser acolhedor a todos e todas, melhor será a nossa sociedade;
11.1.3. Não use palavras de cunho capacitista, tais como: louco, maluco, retardado, mongol, surdo-mudo, capenga, bipolar, deformado, sequelado e entre outras…
11.1.4. Sobretudo, tenha empatia, respeite e entenda que cada ser deste planeta é único, ou seja, vivemos em um mundo repleto de diversidade.