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Patologia por Mind Map: Patologia

1. Patologias Pulpares

1.1. Pulpite

1.1.1. Pulpite reversível

1.1.1.1. A pulpite reversível é geralmente sem sintomas, mas pode causar dor breve com estímulos como o frio. O aumento da pressão nas fibras nervosas A-δ provoca hipersensibilidade dentinária, tornando estímulos normalmente inofensivos dolorosos. Lesões de cárie extensas podem causar pulpite irreversível mesmo sem exposição pulpar visível, exigindo avaliação detalhada para diagnóstico definitivo. Radiograficamente, é possível identificar lesões cariosas ou restaurações extensas próximas à câmara pulpar, mas é difícil determinar com certeza a exposição da polpa. Cáries ou restaurações vestibulares ou linguais podem sobrepor-se à câmara na radiografia, dando uma falsa impressão. A tomografia de feixe cônico oferece melhor avaliação, mas não é indicada para diagnósticos de rotina.

1.1.2. Pulpite irreversível

1.1.2.1. Na pulpite irreversível, a maioria dos pacientes não sente dor, mas quando presente, pode ser aguda, persistente, e resistente a analgésicos, especialmente em estágios avançados. Na inspeção clínica, a exposição pulpar por cárie indica inflamação irreversível e tratamento invasivo. Exposições traumáticas recentes podem ser reversíveis, permitindo o capeamento direto. Dor intensa e contínua sugere a necessidade de tratamento endodôntico. Radiografias podem mostrar lesões cariosas ou restaurações extensas e, em alguns casos, espessamento do espaço do ligamento periodontal. Espessamentos são raros, ocorrendo em 3% das radiografias periapicais e 14% das tomografias de feixe único.

1.2. Necrose pulpar

1.2.1. Características patologicas: A necrose pulpar geralmente é assintomática, sendo que o paciente pode relatar episódio prévio de dor. Entretanto, dependendo do status dos tecidos perirradiculares, a dor pode estar presente, como nos casos de lesão perirradicular sintomática ou abscesso agudo de origem endodôntica. Características clínicas: Pelo exame clínico-visual, detecta-se a presença de cáries e/ou restaurações extensas que alcançaram a polpa. Em outras situações, quando a causa de necrose foi traumática, a coroa dentária pode até mesmo estar hígida. A necrose pulpar pode promover o escurecimento da coroa. Características radiográficas: Pela radiografia de diagnóstico, observa-se a presença de cárie, coroa fraturada e/ou restaurações extensas. Se a causa de necrose foi traumática, a coroa dentária pode apresentar-se hígida, fraturada ou com pequenas restaurações. O ELP pode apresentar-se normal, espessado ou uma lesão perirradicular caracterizada por reabsorção óssea pode estar presente.

1.2.2. Necrose de liquefação

1.2.2.1. Necrose de liquefação ocorre em áreas com infecção bacteriana, resultando na destruição tecidual por enzimas, transformando o tecido em um líquido viscoso que pode formar pus

1.2.3. Necrose de coagulação

1.2.3.1. Necrose de coagulação é causada por trauma, interrompendo o suprimento sanguíneo e causando isquemia. A morfologia celular é preservada por vários dias devido à desnaturação proteica, mantendo a estrutura tecidual firme.

1.2.4. Necrose Granulosa

1.2.4.1. Necrose gangrenosa ocorre quando o tecido com necrose de coagulação é infectado por bactérias, levando à liquefação e à presença de ambos os tipos de necrose.

2. Patologias periapicais

2.1. Periodontite apical sintomática (aguda)

2.1.1. Após a inflamação e a necrose do tecido pulpar, normalmente há o desenvolvimento de uma periodontite apical de origem microbiana a partir dos seguintes fatores: aumento da permeabilidade vascular, elevação da pressão hidrostática tecidual e edema. Fibras nervosas são comprimidas provocando dor à percussão e à palpação, e o paciente pode relatar “sensação de dente crescido”. Radiograficamente, observa-se aumento do espaço do ligamento periodontal apical

2.2. Periodontite apical assintomática (crônica)

2.2.1. A periodontite apical crônica é causada por agentes etiológicos de origem endodôntica e caracteriza-se pela inflamação e destruição dos tecidos periapicais, em razão da atuação do sistema imune.

2.2.2. Granuloma

2.2.2.1. É constituído por um tecido de granulação composto por um infiltrado inflamatório crônico associado a elementos de reparo em substituição ao osso reabsorvido ao redor da raiz de um dente necrosado. Área radiolúcida identificada.

2.2.3. Cisto

2.2.3.1. O cisto periapical é uma cavidade patológica que contém material fluido ou semissólido. As células epiteliais originam-se dos restos epiteliais de Malassez, localizados no espaço do ligamento periodontal, estimulados pela intensa inflamação local. Área radiolúcida identificada, apresenta um halo radiopaco circunscrevendo sua extensão de maneira mais evidente.

2.3. Abscesso apical, periapical ou perirradicular agudo

2.3.1. O abscesso apical agudo (AAA) é um processo inflamatório agudo, caracterizado pela formação de pus, que afeta os tecidos que envolvem a região apical. Tem evolução rápida e causa dor violenta. Radiograficamente, pode ou não haver espessamento do ligamento periodontal e radiolucidez perirradicular.

2.3.2. Fase intraóssea

2.3.2.1. A primeira, inicial, se dá quando a área afetada localiza-se dentro do osso alveolar. Esta é a mais dolorida devido à compressão de terminações nervosas presentes no tecido ósseo e no espaço subperiósteo.

2.3.3. Fase Extraóssea

2.3.3.1. Decorre da expansão da área do abscesso, responsável pelo rompimento da cortical óssea e consequente disseminação da infecção pelo espaço submucoso ou supraperiósteo . Nessa fase, a dor é leve ou ausente, mas observa-se a presença de edema intra e/ou extraoral. Apesar de a sintomatologia não ser crítica como na fase inicial, todos os cuidados são necessários, pois há possibilidade de complicações como a angina de Ludwig, em que há iminente risco de óbito.

2.4. Abscesso apical crônico

2.4.1. Processo inflamatório de evolução lenta em que o pus pode ser drenado por uma fístula. Quando ocorre a drenagem (cirúrgica ou espontânea) de um abscesso periapical agudo, ele passa a ser crônico. Radiograficamente, há sinais radiolucentes de destruição óssea apical, contudo sem desconforto significativo para o paciente.

2.5. Osteíte condensante ou ostemielite esclerosante focal

2.5.1. Área de esclerose óssea no ápice de um dente com pulpite ou com necrose pulpar. Normalmente, é visualizada ao redor de ápices dentários localizados, sobretudo, na região posterior da mandíbula de crianças ou adultos jovens. Radiograficamente, observa-se uma área radiopaca difusa disposta de modo concêntrico ao redor da raiz de um dente com lesão periapical ou até mesmo um aumento do espaço correspondente ao ligamento periodontal.

3. Patologias Periradiculares