Contra o Tempo

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Contra o Tempo por Mind Map: Contra o Tempo

1. Capítulo 0

1.1. Aceleração como Característica da Época Atual

1.1.1. Definição Central:

1.1.1.1. Aceleração é o elemento que define a economia, política, relações sociais e subjetividades.

1.1.1.2. Vivemos em uma "imobilidade frenética" (roda de hamster).

1.1.2. Concepção Temporal Moderna vs Atual

1.1.2.1. Modernidade: linear, ascendente, orientada pelo Progresso.

1.1.2.2. Atualidade: como "scroll infinito", eventos rápidos e desconexos.

1.2. Tipos de Aceleração (Hartmut Rosa)

1.2.1. Categorias:

1.2.1.1. Desenvolvimento tecnológico.

1.2.1.2. Mudanças sociais.

1.2.1.3. Ritmo de vida diária.

1.2.2. Interdependência:

1.2.2.1. Feedback entre os tipos cria um fenômeno total.

1.3. Impactos da Aceleração

1.3.1. No Capitalismo:

1.3.1.1. Mecanismo para maximizar lucros.

1.3.1.2. Obsolescência programada e consumo rápido.

1.3.2. Na Política:

1.3.2.1. Oportunismo e curto prazo.

1.3.2.2. Uso dos meios de comunicação como estratégia.

1.3.3. Na Subjetividade:

1.3.3.1. Sujeitos dispersos, ansiosos, estressados e acelerados.

1.3.3.2. Dependência de estimulantes.

1.4. Proposta de Resistência à Aceleração

1.4.1. Resistência Tangencial:

1.4.1.1. Não eliminar a aceleração, mas escapar dela momentaneamente.

1.4.1.2. Lentidão é insuficiente; propõe-se enfrentar o próprio tempo.

1.4.2. Instante como Solução:

1.4.2.1. Experiência que suspende o fluxo do tempo.

1.4.2.2. Um "tempo fora do tempo" (não-tempo).

1.5. Filosofia Prática do Instante

1.5.1. Definição:

1.5.1.1. Práxis para vivenciar o instante.

1.5.1.2. Não é manual ou doutrina rígida, mas uma teoria crítica em construção.

1.5.2. Exemplo Artístico:

1.5.2.1. Fotografias de Gabriel Orozco como "kõans visuais": permitem experienciar o instante.

1.6. Estilo e Estrutura do Livro

1.6.1. Adaptado à Aceleração:

1.6.1.1. Fragmentos curtos e concisos, pensados para leitores acelerados.

1.6.1.2. Argumentos visam conectar teoria à experiência cotidiana.

1.6.2. Objetivo:

1.6.2.1. Mais que convencer, despertar reconhecimento e identificação.

1.7. Conclusão

1.7.1. O capítulo apresenta a aceleração como o zeitgeist contemporâneo e propõe o instante como uma forma de resistência prática e pessoal. A obra se posiciona como um diálogo direto com a experiência cotidiana dos leitores, oferecendo reflexões breves e acessíveis para tempos de velocidade excessiva.

2. Capítulo 1

2.1. Capitalismo e Velocidade

2.1.1. Citação Inspiradora: "Os capitalistas são como ratos brancos em uma roda de gaiola, correndo cada vez mais rápido para poder correr cada vez mais rápido." — Immanuel Wallerstein

2.2. A Lógica Capitalista e o Tempo

2.2.1. Valorização da Velocidade:

2.2.1.1. Rápido = lucro.

2.2.1.2. Lentidão = perdas e ineficiência.

2.2.2. Origem do conceito "negócio":

2.2.2.1. Neg-otium: negação do ócio e repouso.

2.2.2.2. Inglês antigo: business = estar ocupado.

2.3. O Processo do Capitalismo

2.3.1. A busca incessante pelo lucro (Marx):

2.3.1.1. Não apenas lucro, mas sua contínua expansão.

2.3.1.2. Dinheiro é um meio e um fim.

2.3.2. Fórmula geral do capital (Marx):

2.3.2.1. D-M-D' (Dinheiro-Mercadoria-Dinheiro’).

2.3.2.2. Mais-valia: diferença entre o dinheiro inicial e final.

2.3.2.3. Processo circular: origem = destino.

2.4. O Papel da Velocidade

2.4.1. Acelerando os Ciclos:

2.4.1.1. Reduzir o tempo do ciclo D-M-D' aumenta lucros exponencialmente.

2.4.1.2. Exemplos: Ciclos mais rápidos → maior produção e retorno.

2.4.2. Marx sobre eficiência:

2.4.2.1. "Quanto mais o tempo de circulação tende a zero, maior a produtividade."

2.5. História da Aceleração no Capitalismo

2.5.1. Evolução do Sistema:

2.5.1.1. Pré-industrial:

2.5.1.1.1. Melhorias no transporte (canais, carroças).

2.5.1.1.2. Comunicação rápida (correio, imprensa).

2.5.1.2. Revolução Industrial:

2.5.1.2.1. Incorporação de máquinas → maior aceleração produtiva.

2.5.2. Estratégias e Tecnologias:

2.5.2.1. Redução do tempo de produção:

2.5.2.1.1. Substituição do trabalho manual por mecanizado.

2.5.2.2. Otimização do transporte e comércio

2.6. Impacto Sistêmico

2.6.1. Obsessão pela Velocidade:

2.6.1.1. Necessidade pessoal dos capitalistas.

2.6.1.2. Imperativo sistêmico para sobrevivência do sistema.

2.6.2. Ciclo Infinito:

2.6.2.1. A aceleração reforça a lógica do lucro constante.

2.7. Aceleração e Modernidade

2.7.1. Introdução à Aceleração

2.7.1.1. Início: Revolução Industrial.

2.7.1.2. Substituição do trabalho manual pela mecanização.

2.7.1.3. Tempo desnaturalizado: superação dos limites biológicos.

2.7.2. Máquinas e Produção

2.7.2.1. Máquina Jenny: Primeiro avanço significativo na indústria têxtil (aumento da velocidade).

2.7.2.2. Water Frame: Introdução da energia hídrica no processo produtivo.

2.7.2.3. Máquina a vapor: Revolução na produção e circulação:

2.7.2.3.1. Redução do tempo de descanso humano.

2.7.2.3.2. Produção contínua e ilimitada.

2.7.3. Transformações no Transporte

2.7.3.1. Locomotivas e barcos a vapor.

2.7.3.2. Encurtamento das distâncias e tempos de deslocamento.

2.7.3.3. Criação do turismo de massas (Thomas Cook, 1841).

2.7.4. . Compressão Espaço-Temporal

2.7.4.1. Expansão do movimento humano e contração do mundo.

2.7.4.2. Avanços na comunicação: telégrafo, telefone, internet.

2.7.5. Capitalismo e Espaço

2.7.5.1. Busca por minimizar custos e eliminar barreiras (sociais, políticas, físicas).

2.7.5.2. Compressão do espaço como estratégia econômica.

2.7.6. Inovação Tecnológica e Ciclo de Aceleração

2.7.6.1. Substituição constante: novas invenções tornam as anteriores obsoletas.

2.7.6.2. Exemplos: de locomotivas ao Hyperloop; de telégrafo à internet.

2.7.7. Sistemas Produtivos

2.7.7.1. Sistema de fábrica:

2.7.7.1.1. Concentração dos trabalhadores.

2.7.7.1.2. Controle do tempo e divisão do trabalho.

2.7.7.2. Produção em série (Taylorismo e Fordismo):

2.7.7.2.1. Cronometragem e especialização extrema.

2.7.7.2.2. Aumento significativo na velocidade de produção.

2.7.7.3. Sistema Toyota (Just in Time):

2.7.7.3.1. Produção sob demanda.

2.7.7.3.2. Redução de inventários e desperdícios.

2.7.8. Consumo e Identidade

2.7.8.1. Consumo como sistema simbólico:

2.7.8.1.1. Objetos comunicam status e identidade.

2.7.8.1.2. Desejo insaciável pelo consumo para expressar diferenciação social.

2.8. Consumo e Aceleração

2.8.1. Necessidade de Aceleração Constante

2.8.1.1. Prioridade: acelerar ritmos de consumo.

2.8.1.2. Consequências da estagnação: superprodução e crises.

2.8.2. Estratégias de Aceleração

2.8.2.1. Publicidade: sedução e criação de desejos.

2.8.2.2. Obsolescência Programada:

2.8.2.2.1. Origem: cartel Phoebus (1924) e lâmpadas de curta duração.

2.8.2.2.2. Objetivo: produção orientada para o descarte rápido.

2.8.2.3. Atualizações Perpétuas:

2.8.2.3.1. Obsolescência digital: renovação via software.

2.9. A Moda como Expressão da Obsolescência

2.9.1. Renovação Constante

2.9.1.1. Objetos anteriores tornam-se obsoletos com novos lançamentos.

2.9.1.2. A moda como símbolo de hierarquia social e novidade.

2.9.2. Consumo Efêmero

2.9.2.1. Espectáculos: desaparecem ao serem consumidos.

2.9.2.2. Tendência ao consumo transitório e desmaterializado

2.10. Capitalismo e Velocidade

2.10.1. Do Industrial ao Financeiro

2.10.1.1. Industrial: dependência do tempo físico e trabalho humano.

2.10.1.2. Financeiro: separação da produção de valor da matéria física.

2.10.1.2.1. "Semiocapitalismo": produção imaterial de signos.

2.10.2. High-Frequency Trading (HFT)

2.10.2.1. Operações financeiras realizadas por algoritmos.

2.10.2.2. Computadores super rápidos: transações em milissegundos.

2.10.2.3. Importância estratégica dos milissegundos no mercado.

2.11. Globalização e Turbocapitalismo

2.11.1. Economia Global

2.11.1.1. Integração completa do planeta sob o sistema capitalista.

2.11.1.2. Necessidade de aceleração para sustentar lucros.

2.11.2. Impacto da Velocidade

2.11.2.1. Economia, política e relações sociais moldadas pela aceleração.

2.11.2.2. Velocidade como elemento central no capitalismo contemporâneo.

2.12. Conclusões

2.12.1. Aceleração como força central do capitalismo.

2.12.2. Implicações culturais e sociais profundas, moldando comportamento e relações humanas.

2.12.3. O capitalismo contemporâneo depende da aceleração para sobreviver, redefinindo o tempo e os limites do consumo e da produção de valor.