1. A revisão pode ser estudada através de quatro métodos, que podem ser usados em conjunto ou individualmente: o estudo dos produtos, a análise cronométrica da atividade do redator, o método dos protocolos verbais e o das tarefas acrescentadas (dupla ou tríplice tarefa).
2. Aspectos da revisão
2.1. O estudo dos produtos do texto que permitem que possa ocorrer a revisão e que ela possa ser avaliada.
2.2. A revisão cronométrica, que marca o espaçamento de tempo entre uma revisão e outra, marcando o momento das alterações etc.
2.3. Métodos de protocolos verbais, que procuram analisar, através das recordações do revisor, quais capacidades intelectuais foram usadas na revisão.
2.4. As técnicas de dupla e tríplice tarefa, que significam no primeiro caso, executar duas ações ao mesmo tempo e, no segundo caso, fazer as duas ações somando a análise cognitiva da situação.
3. Os subprocessos do processo de revisão
3.1. O modelo de Hayes e Flower (1980)
3.1.1. A revisão é considerada um subprocesso divido em dois aspectos, leitura e edição. Hayes e Flower (1980) insistem no fato de que o subprocesso de edição deve ser distinguido do processo de revisão que designa, quanto a ele, uma atividade de exame sistemático e de melhoramento do texto ou de uma parte do texto já escrito, que intervem geralmente após um episódio de tradução (produção de texto).
3.2. O modelo CDO de Scardamalia e Bereiter (1983)
3.2.1. O modelo publicado por Scardamalia e Bereiter (1983) descreve os componentes e a organização de um subprocesso de produção escrita que, segundo eles, está frequentemente implicado na revisão de um texto: o processo CDO (Compare, Diagnose, Operate, Figura 3).3 Segundo esse modelo, o subprocesso CDO é comparável a um anel de retroação que se aciona quando uma incompatibilidade é detectada entre duas representações mentais estocadas na memória de longo prazo: a representação do texto já escrito e a representação do texto esperado.
3.3. O modelo de Hayes, Flower, Schriver, Stratman e Carey (1987)
3.3.1. O subprocesso de revisão (no sentido restrito) designa, quanto a ele, a realização de uma estratégia que visa suprimir os problemas de todo ou parte do texto, conservando o máximo do texto inicial. Mais precisamente, esse processo faz referência aqui “aos processos de decisão de utilização da informação extraída do diagnóstico, para suprimir o problema” (HAYES et al., p. 221, 1987). Segundo eles, a informação de entrada do subprocesso de revisão é fornecida pelo subprocesso de Diagnóstico. Operando a partir da representação do problema diagnosticado, o subprocesso de revisão procede à recuperação na memória de longo prazo da solução (Mean) correspondendo ao problema a resolver (End) em um repertório de duplos Problema-Solução (Means-end Table). Por exemplo, se um problema é detectado e o diagnóstico é “esta passagem é redundante”, isso aciona automaticamente a ativação na memória de longo prazo da solução “suprimir elementos”.