
1. Notícias
1.1. O potencial do dividendo demográfico | BlackRock
1.2. Quinze anos de bônus demográfico vão pelo ralo
1.3. https://www.bloomberg.com/opinion/articles/2018-05-17/older-workers-will-help-companies-thrive
1.4. Age invaders
1.4.1. O problema econômico criado pela redução da taxa de natalidade
1.4.1.1. These Developing Countries Are Getting Old Before They Get Rich, with Dire Consequences
1.5. Millennials are doing better than the baby-boomers did at their age
1.6. Leiam Finance and Development
2. Antecedentes
2.1. Crescimento Populacional passou a não ter poder explicativo sobre o crescimento econômico
2.2. Demografia não deixou de ter papel --> autores indicaram que a demografia importa quando consideramos a distribuição etária da população.
2.3. Grandes mudanças populacionais marcaram o mundo no pós-2a Guerra Mundial. O baby boom criou um "dividendo demográfico", (1o bônus demográfico)
2.4. Bloom and Williamson (1998) encontraram que as mudanças na dinâmica populacional explicaram 20% do crescimento econômico observado no Sudeste Asiático entre 1965 e 1990
3. O Bônus no Brasil
3.1. Economic effects of demographic dividend in Brazilian regions
3.2. Fig. 1. Brazilian Demographic Transition. Note: Data from United Nations – Population division.
3.3. Fig. 2. Population Growth Rates Working Age Population and for Brazilian Macro Regions. Note: Data from Brazilian Censuses.
4. Conceitos Fundamentais
4.1. Estrutura etária
4.1.1. Pensamos na pirâmide da população. Refere-se à distribuição da população em grupos de idade (simples ou quinquenais)
4.2. População em Idade Ativa (PIA)
4.2.1. Usualmente, refere-se à população com idade entre 15 e 64 anos, sendo os limites os marcos definidos de entrada e saída do mercado de trabalho (com variação entre institutos de estatística)
4.3. População Economicamente Ativa (PEA)
4.3.1. Refere-se à parcela da PIA que oferta horas no mercado de trabalho. O indivíduo está disposto a trabalhar (mas pode estar desempregado/desocupado)
4.3.2. PEA = PIA X Taxa de Atividade
4.3.3. PEA = População Ocupada + População Desocupada
4.4. Razão de Dependência
4.4.1. Razão de dependência na infância ou na velhice --> captam nuances do ciclo de vida econômico
4.4.2. Total (RD_Total): refere-se à razão entre a soma da população de 0 a 14 anos e a população de 65 anos ou mais dividida pela PIA
4.4.3. Infantil (RD_Infantil): refere-se à razão entre a população de 0 a 14 anos e a PIA
4.4.4. Idosos (RD_Idosos): : refere-se à razão entre apopulação de 65 anos ou mais e a PIA
4.4.5. RD_Total= RD_Infantil + RD_Idosos
4.5. Razão de Suporte
4.5.1. É o inverso da razão de dependência total
4.6. Descontinuidades demográficas
4.6.1. Referem-se às mudanças bruscas no tamanho de coortes sucessivas, ou seja, ao crescimento (decrescimento) absoluto de grupos etários particulares.
4.6.2. São provocadas por alterações dos fatores relacionados com a dinâmica demográfica – mortalidade, migração ou fecundidade – e normalmente afetam grupos etários específicos
4.6.3. As descontinuidades demográficas, por provocarem uma série de mudanças na distribuição etária da população, demandam políticas específicas relacionadas sobretudo com o planejamento público e com a provisão de recursos para grupos etários específicos. Quando não antecipadas de forma correta, as descontinuidades demográficas podem provocar pressões sociais e conseqüências (in)desejáveis para as políticas públicas.
4.6.4. Exemplos:
4.6.4.1. Guerras --> provocam decrementos populacionais significativos – sobretudo masculinos – dentro de grupos etários que normalmente envolvem jovens e adultos.
4.6.4.1.1. Movimentos migratórios seletivos por idade ou por sexo também podem provocar alargamentos (imigração) ou estreitamentos (emigração) da pirâmide etária em grupos de idade específicos. A emigração de uma grande parcela de jovens em busca de melhores condições de trabalho, por exemplo, provavelmente provocaria na região de origem o estreitamento da pirâmide no grupo etário 15-24 anos, e o alargamento deste mesmo grupo na região de destino.
4.6.4.2. No caso da fecundidade, o fenômeno mundial mais conhecido de descontinuidade demográfica foi o baby boom nos EUA ocorrido no pós-guerra. O elevado número de nascimentos ocorrido entre 1946 e 1964 provocou transformações significativas na estrutura etária norteamericana e repercutiu significativamente nas sucessivas gerações através de alargamentos (ondas) da pirâmide populacional.
5. Pressupostos
5.1. Enquanto pessoas jovens requerem investimentos em saúde e educação, adultos nas prime-ages (idades de ouro, idade adulta) ofertam trabalho e fazem poupança. Por sua vez, idosos requerem cuidados e saúde e renda de aposentadorias.
5.2. Transferências Intergeracionais
5.3. O comportamento e as necessidades econômicas da população variam conforme os diferentes estágios da vida.
5.3.1. Caso 1
5.3.2. Caso 2
5.3.2.1. Brasil
5.4. Deste modo, mudanças na estrutura etária de um país podem ter efeitos significativos sobre sua performance econômica.
6. Abordagens para o "Bônus Demográfico"
6.1. Não modelística
6.1.1. Dividendo é resultado da queda na razão de dependência
6.1.2. Dividendo é dependente de políticas
6.1.3. Há um potencial ganho
6.1.4. Modelos econômicos são aplicados para entender a relação entre a mudança na estrutura-etária e a economia
6.1.4.1. Variações específicas por idade na produtividade Over 30 and over the hill
6.1.4.1.1. Aumento da força de trabalho é mais marcante nas cidades, devido à migração rural-urbana
6.1.4.1.2. https://www.demogr.mpg.de/papers/working/wp-2003-028.pdf
6.1.4.1.3. Mecanismos
6.2. Formal
6.2.1. Estimação de modelos econômicos formais que buscam captar os efeitos de mudanças na razão de dependência sobre as variações nos investimentos (capital físico - poupança e humano)
6.2.2. Modelo de Coale e Hoover
6.2.3. Modelo de Lee e Mason
7. Modelo de Coale e Hoover (1958)
7.1. Introdução
7.1.1. O primeiro modelo que incorpora os efeitos da mudança na estrutura etária, via aceleração das taxas de fecundidade, ainda que sua preocupação seja com o crescimento populacional. Primeiros a cunharem o termo "RAZÃO DE DEPENDÊNCIA"
7.1.2. Foi o primeiro a incorporar o capital físico como instrumento de crescimento econômico, ao contrário de Malthus, que apenas considerava a terra.
7.1.3. O trabalho teve grande influência na orientação de políticas públicas e políticas internacionais, em especial com caráter controlista da natalidade.
7.1.4. Utiliza a Índia como estudo de caso e concluem que altas taxas de fecundidade afetam o crescimento da renda per capita nos países pobres.
7.1.5. Rios-Neto (2005): Neomalthusianos vêem o dividendo demográfico como um argumento para que se defenda o controle populacional, implementado por intermédio de uma política dirigida de planejamento familiar, conforme formulado originalmente por Coale e Hoover, para o caso da Índia, e seguido por aplicações mais diretas de modelos de crescimento econômico, como o de Solow.
7.2. Modelo
7.2.1. Premissas:
7.2.1.1. A poupança doméstica e familiar é reduzida quando as famílias são grandes. Ou então, a poupança não seria estimulada o suficiente para responder à demanda demográfica de maior capital (requerido para uma população maior)
7.2.1.2. Ao mesmo tempo, os investimentos da economia seriam desviados das atividades produtivas para os gastos sociais ditos "improdutivos", como saúde e educação --> CROWDING OUT DOS INVESTIMENTOS
7.2.2. Mecanismos
7.2.2.1. Aumento da fecundidade --> Rápido crescimento da força de trabalho
7.2.2.2. Se os empregos não crescem no mesmo ritmo do crescimento da PIA --> aumento do desemprego
7.2.2.3. Contudo, ainda que haja aumento de emprego, há um custo alto de investir em infraestrutura e no capital físico.
7.2.2.4. Há o fenômeno conhecido como capital deepening: a poupança nacional não é suficiente para dar conta do crescimento acelerado da PIA.
7.2.2.5. Logo, se não investimento suficiente em capital físico (e humano) --> novas gerações estarão em pior situação que as antigas.
7.2.3. Resultado
7.2.3.1. O crescimento da razão de dependência tem três efeitos sobre a economia:
7.2.3.1.1. Reduz a taxa de poupança afetando os recursos disponíveis para o investimento.
7.2.3.1.2. Aumenta a taxa de desemprego
7.2.3.1.3. Gera um efeito crowding out do investimento --> ao invés de investir em capital físico, investe em gasto improdutivo
7.2.4. Limitação
7.2.4.1. Ignora tecnologia
7.2.4.2. Estudos empíricos não corroboraram impactos consistentes das pressões populacionais sobre a poupança no terceiro mundo. Como, no nível dos domiícios, a poupança é pensada na perspectiva do ciclo de vida, requeriria um planejamento “forward looking. Ademais, requeriria uma estrutura institucional (mercado de capitais) que pudessem ser efetivos na implementação de planos de curso de vida. Isso, contudo, não é verdade nos países pobres e, portanto, investir nas crianças era uma forma de poupança, além do que as crianças poderiam ser mais produtivas no domicílio e nas fazendas.
8. Modelo de Lee e Mason
8.1. Introdução
8.1.1. Formalizaram dois dividendos demográficos: o primeiro e o segundo dividendo
8.1.1.1. Primeiro bônus: Aumento da população em idade ativa
8.1.1.2. Segundo bônus: Aumento da demanda por riqueza (poupança)
8.2. O primeiro dividendo demográfico
8.2.1. Temporário
8.2.2. Refere-se ao crescimento da renda resultante do aumento temporário da participação da população em idade ativa.
8.2.3. Pode ser medido diretamente pelo aumento da razão entre produtores e consumidores na população.
8.2.4. O primeiro dividendo é temporário na medida em que as taxas de crescimento da população dependente se tornam mais altas do que a da população em idade ativa
8.2.5. Torna-se negativo à partir do ponto em que o envelhecimento populacional começa a dominar a dinâmica demográfica
8.2.6. Mason, Andrew. (2005). Demographic Transition and Demographic Dividends in Developed and Developing Countries.
8.2.7. Mason, Andrew. (2005). Demographic Transition and Demographic Dividends in Developed and Developing Countries.
8.3. O segundo dividendo demográfico
8.3.1. Desafio econômico para as populações envelhecidas é o de prover consumo para os indivíduos nas idades avançadas, os quais têm sua capacidade produtiva reduzida.
8.3.2. Segundo Dividendo --> consiste do aumento da produtividade decorrente do aumento da demanda por riqueza no ciclo de vida, em especial nas sociedades que aumentam sua taxa de poupança
8.3.2.1. Esse dividendo é PERMANENTE
8.3.3. Efeito Composição: população envelhecida, concentração de riqueza nas idade mais avançadas;
8.3.4. Efeito Comportamental: aumento da longevidade e aposentadoria induzem ao aumento da acumulação de riqueza.
8.3.5. O segundo dividendo pode ter efeitos permanentes sobre o crescimento econômico
8.3.6. Somente ocorre na medida em que os consumidores e formuladores de política são "forward-looking" e respondem efetivamente às mudanças demograficas. Também é dependente de mercados financeiros que funcionem bem.
8.3.7. Mason, Andrew. (2005). Demographic Transition and Demographic Dividends in Developed and Developing Countries.
8.3.8. Mason, Andrew. (2005). Demographic Transition and Demographic Dividends in Developed and Developing Countries.
8.4. Conclusão
8.4.1. Rios-Neto (2005): "Esta potencialidade lógica pode ser aproveitada ou não pelos países durante o período de transição demográfica. O seu aproveitamento dependerá de vários aspectos, tais como as condições econômicas, institucionais de Estado, de operação do setor financeiro e de comportamento da família, entre outras. A coleta deste dividendo não é mecanicamente determinada pelas condições demográficas."
8.4.2. O Brasil parece estar perdendo as oportunidades geradas pelo primeiro dividendo e ainda não criou condições para potencializar o segundo.
8.4.3. Dividendos não são automáticos: dependem de instituições e políticas que ajudem a transformar as mudanças na estrutura etária em crescimento econômico
9. Consequências das mudanças na estrutura etária
9.1. Possibilidade de déficits públicos e desigualdades intergeracionais
9.2. Efeito crowding-out das politicas sociais
9.3. Concerns for Depopulation?
9.3.1. China population concerns grow as registered births in 2020 plummet
10. Vídeos
10.1. Italy's low birthrate problem
10.2. Os "dividendos demográficos"
10.2.1. Primeiro Dividendo Demográfico
10.2.1.1. Caráter transitório
10.2.1.2. Ocorre a partir da interação entre as mudanças na estrutura etária e o ciclo de vida da produção e do consumo
10.2.1.2.1. Crianças e idosos consomem mais do que produzem
10.2.1.2.2. Adultos, em média, produzem mais do que consomem
10.2.1.2.3. Portanto, países com alta concentração de indivíduos em idade ativa tem uma vantagem comparativa de produzir maiores níveis de renda per capita
10.2.2. Segundo Dividendo Demográfico
10.2.2.1. Desafio de economias em envelhecimento: prover consumo para os idosos, que tipicamente tem sua renda do trabalho reduzida.
10.2.2.2. Soluções
10.2.2.2.1. Depender de sistemas de transferência (públicos ou familiares)
10.2.2.2.2. Aumentar as taxas de poupança, acumulando riqueza (ou capital) --> nesse caso há prospectos para um crescimento econôimico mais rápido
10.2.2.3. Mecanismo
10.2.2.3.1. Envelhecimento populacional incentiva a poupança e acumulação de ativos --> propensão a poupar dos indivíduos é maior (ou uma obrigação, dada pela aposentadoria)
10.2.2.3.2. Ativos estimulam o investimento e o crescimento econômico
10.2.2.4. Autores reforçam a necessidade de "mecanismos corretos" para o financiamento dos idosos: dado que eles ocorrem, o envelhecimento populacional pode, portanto, gerar um boom de poupança na medida em que os domicílios, em meados de seu ciclo de vida, precisam acumular fundos para a aposentadoria.
10.2.3. Dividendos demográficos são dependentes de políticas
10.2.3.1. Experiência dos Tigres Asiáticos
10.2.3.1.1. Crescimento baseado em exportações --> empregos para absorver a crescente força de trabalho
10.2.3.1.2. Ambiente macroeconômico estável
10.2.3.1.3. Não haviam sistemas de previdência de repartição simples que, conforme Mason, desincentivam a poupança e o trabalho
10.2.4. Evidências
10.2.4.1. Evidências 1
10.2.4.2. Evidências 2
10.2.4.3. Evidências 3
10.2.4.4. Evidências 4
10.2.4.5. Evidências 5
10.2.4.6. Segundo dividendo
10.2.4.7. Segundo dividendo 2
10.2.4.8. Contabilidade