Modelos explicativos de saúde-doença

Modelos explicativos de saúde-doença - Saúde Pública | Prof Marcos Justiniano - @profmarcosjustiniano

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Modelos explicativos de saúde-doença 저자: Mind Map: Modelos explicativos de saúde-doença

1. MODELO BIOMÉDICO

1.1. Século XVII, quando filósofos importantes, como Galileu, Newton e Descartes, acreditavam que o nosso mundo era como uma grande máquina. Essa lógica também era aplicada à medicina, para que pudessem compreender o funcionamento do corpo humano como um todo, estudavam cada parte ou órgão isoladamente.

1.2. Séculos XIX e XX - Corrente positivista - defendia a ciência como única fonte de obtenção do conhecimento verdadeiro e que negava argumentos sociais, ambientais, psicológicos e espirituais.

1.3. 1910 Abraham Flexner, um educador norte-americano, elaborou um relatório sobre o ensino da Medicina no país e provocou uma reforma no ensino da área. Essa reforma fez com que o modelo biomédico também ficasse conhecido como Modelo Flexneriano.

1.4. Características

1.4.1. POSITIVISMO: acredita deter a verdade científica abs oluta; MECANICISMO: o corpo é uma máquina che ia de peças que devem ser estudadas ind ividualmente; FRAGMENTAÇÃO DO CONHECIMENTO: origens das diversas es pecialidades médicas; BIOLOGISMO: as do enças surgem de agente causual biológico, fí sico ou químico; INDIVIDUALISMO: foca no indivíduo e rejeita a influência de grupos sociais e d e comunidades; TECNIFICAÇÃO: tem como base a utilização de equipamentos tecnológicos para d iagnóstico, tratamento e cura de doenças; CURATIVISMO: foco na cura de doenças e não na promoção de saúde ou prevenção de doenças; MODELO HOSPITALAR: acredita e concentra o cuidado em âmbito hospitalar apenas.

2. MODELO DE DETERMINAÇÃO SOCIAL DA DOENÇA

2.1. Século XIX - Medicina Social - Essa corrente afirmava, de maneira geral, que os indivíduos adoecem e morrem de acordo com suas condições de vida, de modo que eram considerados, então, os fatores sociais, culturais e econômicos.

2.2. Esse modelo era muito popular na Europa até meados de 1870, quando a ideia unicausal ganhou força e o modelo biomédico, tornou-se hegemônico.

2.3. O modelo tem as classes sociais como importante pilar da investigação epidemiológica, ou seja, a condição social é um fator determinante para o conhecimento epidemiológico de uma população.

2.4. Determinantes de saúde e doença

2.4.1. Nível de desenvolvimento socioeconômico; Infraestrutura e serviços; Acesso aos bens sociais; Representatividade e participação política; Desigualdade socioeconômica; Estilo de vida.

3. MODELO DA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

3.1. Período pós-Segunda Guerra Mundial, podemos observar que esforços coletivos, de diversas lideranças mundiais, resultaram na criação da Organização das Nações Unidas (ONU) e, posteriormente, da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não mera ausência de moléstia ou enfermidade” (PUTTINI, PEREIRA, OLIVEIRA, 2010).

3.2. Medicina Preventiva (LEAVELL; CLARK, 1976), surge o modelo da história natural da doença com uma explicação multicausal que leva em consideração três fatores principais para explicar o adoecimento: agente, hospedeiro e meio ambiente.

3.3. PERÍODO PRÉ-PATOGÊNICO - ocorre a prevenção primária

3.3.1. Compreende o período em que há interação dos condicionantes sociais e ambientais com o suscetível (o indivíduo). É a somatória das inter-relações entre os agentes etiológicos da doença, o indivíduo e todos os outros fatores envolvidos, sejam eles ambientais, sociais, políticos, econômicos e culturais e que resultarão na evolução da doença.

3.3.1.1. FATORES DE RISCO: econômicos, políticos, culturais, psicossociais, ambientais, genéticos.

3.4. PERÍODO PATOGÊNICO - prevenção secundária e terciária

3.4.1. Compreende o período em que a doença se implanta e evolui no indivíduo. Seu início se dá quando o patógeno exerce as primeiras ações no organismo afetado, inicialmente com perturbações de ordem bioquímica contra células, evoluindo para defeitos, que podem ser permanentes, para agravos crônicos, para a morte ou para a cura. Esse período é composto por quatro níveis de evolução (LEAVELL; CLARK, 1976).

3.4.1.1. Interação estímulo-suscetível: nessa fase a doença ainda não se desenvolveu, porém já se fazem presentes todos os estímulos necessários para que ela ocorra. Alterações bioquímicas, fisiológicas e histológicas: a doença já está instalada, porém não há manifestação clínica possível de ser notada. Há interação bioquímica nos tecidos, mas não há sinais ou sintomas. Sinais e sintomas: é o estágio clínico com sinais e sintomas evidentes. A partir desse ponto, a doença pode evoluir para cura ou se tornar crônica; pode progredir para a invalidez ou até mesmo para a morte. Cronicidade: a evolução progressiva da doença pode causar cronicidade ou levar a lesões físicas incapacitantes por períodos variáveis, além de poder culminar em incapacidade permanente, em morte ou, em alguns casos, em cura.

4. EDUCAÇÃO E ESTRATÉGIAS EM SAÚDE

4.1. O Ministério da Saúde define educação em saúde como um processo educativo de construção de conhecimentos em saúde e determina um conjunto de práticas ao setor, as quais contribuem para aumentar a autonomia das pessoas no seu cuidado e no debate com os profissionais e os gestores a fim de alcançar uma atenção de saúde de acordo com suas necessidades (BRASIL, 2006).

4.2. 3 ATORES PRINCIPAIS

4.2.1. Os profissionais da saúde: têm papel fundamental nos processos educativos e devem se utilizar das ferramentas adequadas para que o processo de ensino-aprendizagem seja eficaz e empoderador.

4.2.2. Os gestores de saúde: devem dar todo suporte e estrutura necessários para educação em saúde em todo seu processo.

4.2.3. A população: necessita absorver os conhecimentos e aumentar sua autonomia.

4.3. As principais estratégias educativas utilizadas na Atenção Primaria à Saúde (APS) são as oficinas educativas, que podem envolver dinâmicas reflexivas e de criatividade, filmes e documentários, culinária saudável, jogos e dinâmicas em geral, palestras educativas, visitas domiciliares, entre outras possibilidades (GUBERT et al., 2009).

4.4. NÃO SE ESQUEÇA: para além das obrigações do processo de cuidar, somos primeiramente agentes educadores e transformadores da saúde individual e coletiva!

5. LUISI, Caio. Saúde pública. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2021.