Quadro socioeconômico dos países subdesenvolvidos

Geografia

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1. Setor secundário crescente

1.1. Na maior parte dos países subdesenvolvidos não ocorreu desenvolvimento industrial, quase sempre sua produção esteve voltada à exportação, em geral controlada por empresas transnacionais.

1.2. A industrialização desses países subdesenvolvidos ocorreu pela conjuga- ção de duas forças: expansão das empresas transnacionais, que penetraram com capital e tecnologia, e formação de Estados fortes, que passaram a investir e controlar certos setores da infraestrutura nacional.

1.3. Ocorreram três grandes ondas de industrialização com diferentes características

1.3.1. Primeira onda – Ocorreu durante as duas Guerras Mundiais ou logo depois da última, nas décadas de 1950 e 1960, por meio de uma política de substituição das importações.

1.3.2. Segunda onda – Após a década de 1970, formou-se uma segunda onda de industrialização que originou os chamados Tigre s Asiáticos

1.3.3. Terceira onda – Desde o início da década de 1990 vem acontecendo uma forte expansão da produção industrial da Índia e da China: em 2016, esses países tinham, respectivamente, a 1ª e a 3ª maiores produções industriais do mundo.

2. Acelerada queda do crescimento vegetativo

2.1. Durante algum tempo o elevado crescimento vegetativo das populações dos países pobres foi apontado como uma das causas do subdesenvolvimento. Isso ocorreu especialmente no período posterior à Segunda Guerra Mundial.

2.2. Previsões catastróficas eram então comuns, anunciando o agravamento, sem precedentes, dos problemas sociais e econômicos, advindos do excesso de população. Hoje sabemos que o excessivo crescimento da população pode ocasionar alguns problemas para certos países subdesenvolvidos, mas apontar esse fenômeno como causa do subdesenvolvimento é errado.

2.3. Desde a década de 1990, as taxas de natalidade caíram bastante, e o crescimento vegetativo diminuiu em praticamente todos os países do mundo.

3. Problemas da urbanização acelerada

3.1. Muitos países subdesenvolvidos ainda se caracterizam pela elevada parcela de população no campo.

3.2. No começo do século XXI, a população mundial superou os 50% de urbanização, chegando a 55% em 2017, mas isso é apenas uma média. Enquanto em alguns países desenvolvidos há elevadíssima urbanização, com mais de 80% do total da população vivendo em cidades, em muitos países subdesenvolvidos ocorre uma situação oposta, ou seja, a maior parte da população vive no campo.

3.3. Desde a década de 1990, vem ocorrendo uma intensificação do crescimento das cidades em muitos dos países subdesenvolvidos, com taxas médias de crescimento superiores a 7% ao ano.

3.4. Dois fatores podem ser apontados como causa desse crescimento excessivo: a manutenção de elevado crescimento vegetativo e o êxodo rural. Esse crescimento acelerado deu origem a graves problemas sociais e econômicos nesses países.

3.5. O crescimento da população urbana de algumas cidades do mundo subdesenvolvido é tão grande que várias delas estão se tornando megacidades.

3.6. É necessário destacar que as cidades do mundo subdesenvolvido não estão preparadas para receber o elevado contingente populacional que tem entrado em seu espaço urbano, em um curto período de tempo. Não há infraestrutura nem capital suficiente para atender às necessidades sociais e econômicas originadas por esse contínuo crescimento, o que gera graves problemas de desemprego, falta de moradia, deficiência no saneamento básico, falta de escolas, insuficiente atendimento médico, entre outros.

3.7. Nas sociedades modernas, especialmente nas áreas urbanas, a marginalização social está profundamente associada ao nível de renda dos indivíduos.

3.8. Trata-se, portanto, de uma forma de marginalização ou de exclusão social. Entre os problemas dessas cidades, destacamos dois:

3.8.1. Favelas e cortiços - O problema dos sem-teto, do favelamento e da formação de cortiços se espalha por quase todas as grandes cidades do mundo. Cinco características básicas definem uma favela: acesso inadequado à água potável; saneamento básico insuficiente ou inexistente; baixa qualidade estrutural das habitações; excessiva aglomeração; e residências inseguras.

3.8.1.1. O maior problema desse crescente favelamento, são os baixos investimentos em infraestrutura que os governos dos países pobres podem fazer, além da contínua e elevada migração para as cidades, o que reduz a possibilidade de melhorar o padrão de vida urbano.

3.8.1.2. Outra expressão grave do problema de moradia são os cortiços, locais de habitação inadequados, onde se acumulam pessoas em espaços exíguos, geralmente em edifícios semiabandonados ou invadidos, quase sempre próximos do centro das cidades.

3.8.1.2.1. Apresentam as seguintes características: • excessivo número de pessoas para o espaço disponível; • subdivisão em vários cômodos, que exercem diversas funções ao mesmo tempo; • marginalização legal, ou seja, são locados, sublocados ou cedidos a qualquer título, sem proteção da legislação vigente; • acesso e uso comum dos espaços não edificados, das instalações sanitárias, das cozinhas, da água e da eletricidade.

3.8.1.3. Finalmente, a questão de moradia envolve o problema dos sem-teto. São pessoas que não têm lugar para morar, nem mesmo um cortiço ou um barraco na favela, e são obrigadas a viver nas ruas. Isso é extremamente comum em países pobres, envolvendo milhões de pessoas, mas até mesmo em países desenvolvidos é possível encontrar essa situação.

3.8.2. Menor abandonado – Trata-se de uma questão estrutural, sem solução visível no curto prazo. Em qualquer cidade média ou grande, até mesmo de países desenvolvidos, é comum ver menores infratores, trombadinhas, jovens na prostituição, traficantes de drogas e muitos outros tipos de delinquentes juvenis. Deve-se destacar que, associado a esse problema, já foi detectado um agravante, que são os “pais de rua”, homens e mulheres que usam as crianças para explorar a caridade alheia, obrigando-as a pedir esmolas nos semáforos, vender produtos, passar drogas e até mesmo se prostituir.

3.8.2.1. As práticas social e psiquiátrica têm mostrado dificuldade em readaptar os menores de rua ao convívio social, especialmente quando a opção mais amplamente usada nos países subdesenvolvidos tem sido a internação dos menores infratores em locais que se assemelham a prisões, que pouco educam ou os tornam aptos à reintegração na sociedade.

4. Educação

4.1. Nas últimas décadas o esforço para a alfabetização de grandes parcelas da população dos países mais pobres foi enorme.

4.2. Podemos concluir que 86% dos adultos do mundo são alfabetizados.

4.3. A taxa de alfabetização dos jovens (entre 15 e 24 anos), em 2016, chegou a 91%, o que significa que havia ainda 102 milhões de jovens analfabetos.

4.4. Sob uma análise qualitativa, porém, o fenômeno se mostra mais complexo.Primeiramente, porque a simples alfabetização não habilita o cidadão a acompanhar os constantes avanços técnicos e científicos da era tecnológica moderna, que requerem mão de obra cada vez mais qualificada. Em segundo lugar, porque verificamos que a precária estrutura produtiva dos países pobres não absorve as camadas de maior qualificação, e a educação não exerce, na prática, seu efeito de promoção social.

4.5. Hoje, o problema social e individual de ser analfabeto é bastante grave. No passado, a existência de sociedades iletradas e de indivíduos analfabetos não criava um vazio cultural, já que havia outras formas de transmissão cultural e de comunicação social perfeitamente aceitas e desenvolvidas pelos membros das comunidades.

4.6. Nas últimas décadas, tem sido dada maior ênfase ao número de anos de escolaridade da população e menor importância à parcela de analfabetos.

5. O COMBATE À POBREZA

5.1. Foi aprovada e assinada no ano 2000 a Declaração do Milênio, em que se firmou o compromisso de reduzir a pobreza extrema do mundo pela metade até 2015. Nessa declaração constavam oito objetivos a serem atingidos pelos países até aquele ano. Mais nenhum deles foi completamente atingido

5.2. Surgiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), metas para redução da pobreza e proteção ambiental a serem atingidas até 2030.

5.2.1. Sinteticamente, os atuais 17 objetivos são os seguintes: 1. Nenhuma pobreza – Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todo o mundo. 2. Nenhuma fome – Acabar definitivamente com a fome em todo o mundo por meio da agricultura sustentável e da segurança alimentar. 3. Boa saúde – Assegurar vida saudável e bem-estar para todos as pessoas, de todas as idades. 4. Educação de qualidade – Garantir educação de qualidade, inclusiva e equitativa para todos. 5. Igualdade de gênero – Atingir a igualdade de gênero para todos e empoderar todas as mulheres e meninas. 6. Água limpa e saneamento – Alcançar disponibilidade de água potável e saneamento básico para todos. 7. Energia moderna a preços acessíveis – Desenvolver meios para assegurar o acesso à energia sustentável, a preços acessíveis, para todos. 8. Pleno emprego e desenvolvimento econômico – Promover o crescimento econômico sustentável e inclusivo, gerando emprego pleno e produtivo para todos. 9. Inovação e boa infraestrutura – Construir infraestruturas, fomentar a inovação promover industrialização inclusiva e sustentável. 10. Reduzir a desigualdade – Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre os países mais ricos e mais pobres. 11. Cidades e comunidades sustentáveis – Tornar as cidades seguras, inclusivas e sustentáveis. 12. Utilização responsável de recursos – Assegurar um consumo e uma produção em padrões sustentáveis. 13. Ações no âmbito do clima – Implementar ações urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos. 14. Oceanos sustentáveis – Conservar e utilizar os oceanos e os recursos marinhos dentro do conceito de desenvolvimento sustentável. 15. Utilização sustentável dos ecossistemas terrestres – Proteger, restaurar e promover uma utilização sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir as florestas de forma sustentável, combater a desertificação, parar e/ou reverter a degradação dos solos e interromper a perda de biodiversidade. 16. Paz e justiça – Promover sociedades pacíficas e inclusivas, onde seja assegurado o acesso de todos à justiça por meio de instituições eficazes e responsáveis em todos os níveis. 17. Parcerias para o desenvolvimento sustentável – Reforçar os meios de implementação de parcerias globais no sentido de um desenvolvimento sustentável.

6. Setor primário numeroso

6.1. Grande parcela de trabalhadores no campo se relaciona a diversos outros aspectos característicos de países subdesenvolvidos: baixa urbanização, elevada participação do setor primário na formação do PIB, baixa mecanização rural e grande parte da economia organizada na forma de subsistência.

6.2. Em muitos países subdesenvolvidos, a maior parte dos trabalhadores se concentra no setor primário da economia

6.3. Muitos países considerados subdesenvolvidos, por conta de terem passado por um processo de industrialização, reduziram significativamente a parcela de trabalhadores rurais e a dependência econômica do campo nas últimas décadas

6.4. Os problemas rurais e econômicos não foram completamente resolvidos e que o subdesenvolvimento não deixou de existir

7. A economia de base rural

7.1. A participação do setor primário na economia caiu muito rapidamente desde a década de 1980

7.2. Em muitos países subdesenvolvidos a economia está baseada na agropecuária

7.3. Nos países subdesenvolvidos, existem três formas de produção agrícola

7.3.1. Subsistência – realizada em pequenas propriedades, produz apenas o necessário para que o camponês e sua família sobrevivam. Trata-se de uma forma primitiva de exploração do solo, que nasceu com os primeiros aglomerados humanos e subsiste nesses países.

7.3.2. Plantation – É uma forma de produção agrícola surgida com a expansão colonial, a partir do século XVI, quando os europeus ampliaram sua presença na África. Eles usavam os escravos africanos para plantar e vender açúcar na Europa.

7.3.2.1. Com a abolição da escravatura e as independências na América, a plantation adquiriu as seguintes características: Grandes propriedades, Monoculturas para exportação,Uso de trabalho braçal e Grandes aplicações de capital estrangeiro.

7.3.3. Agroindústria – Esse tipo de exploração agrícola só se desenvolve quando o processo de urbanização se expande, criando amplos mercados nas cidades, formados por indústrias, que precisam de matérias-primas, e pessoas, que necessitam de alimentos para consumo cotidiano.

7.3.3.1. Todas as transformações elevaram a produtividade agrícola, ou seja, na mesma área cultivada de antes, agora se produz mais, o que se relaciona à chamada Revolução Verde.

8. A fome

8.1. A fome é a mais grave e a mais direta indicação do nível de subdesenvolvimento dos países e aparece sob duas formas: • Aguda – leva à morte por inanição e é definida por um critério quantitativo, medido pelo baixo consumo de calorias • Crônica – é também conhecida como subnutrição, sendo mais comum que a anterior, embora menos evidente. É definida por critérios qualitativos, tendo origem em uma alimentação deficiente em proteínas. alimentação deficiente em proteínas. Traz consequências graves, que ficam ocultas durante anos e se manifestam no final da infância. Reduz o potencial humano de vastas camadas da população, pois determina menor capacidade intelectual dos indivíduos, criando dificuldades de aprendizagem.

8.2. Segundo cálculos matemáticos, baseados em bons níveis de nutrição, já existe no mundo uma produção de alimentos suficiente para todos os seus quase 8 bilhões de habitantes. No entanto, há fome e subnutrição. Isso se deve a baixa renda, desigualdade social, instabilidade política, degradação ambiental, desperdício e especulação.

8.3. No entanto, há fome e subnutrição. Isso se deve a baixa renda, desigualdade social, instabilidade política, degradação ambiental, desperdício e especulação. Por isso, afirma a FAO, não basta aumentar a produção mundial de alimentos, pois outras questões políticas e econômicas estão envolvidas no assunto.

8.4. As principais causas da subnutrição em diferentes grupos de países. Diferenças das causas da subnutrição: Países mais ricos: • Dieta incorreta, com excesso de fast-food; • Baixa renda dos imigrantes; • Baixa renda dos aposentados; • Alcoolismo; • Desemprego. Países mais pobres • Escassez de alimentos provo- cada por secas, inundações ou pragas; • Preços elevados dos alimentos; • Desperdícios nas colheitas; • Conflitos armados; • Falta de amamentação.

8.5. Há muitos mitos em torno das causas da fome no mundo. Os dois mais divulgados são: • O mundo não tem espaço suficiente para alimentar tanta gente – Há no planeta espaço e recursos suficientes para alimentar a humanidade inteira. • Há gente demais para alimentar – A questão da fome no mundo não é insuficiência de alimentos provocada pelo excesso de pessoas.