Governo JK (1956-1961)
作者:Francielly Trindade
1. A reação esse tipo de politica partia principalmente de jornais, de alguns partidos, Forças Armadas e da organização sindical. A classe média, por sua vez, foi favorecida pelo aumento do poder de compra, passando a consumir novos produtos, como automóveis, eletrodomésticos etc. Esse período de prosperidade e otimismo geral, também marcado pelo consumismo, ficou conhecido pela expressão "anos dourados".
2. Durante o governo de JK, também foram inúmeras as reações sociais de trabalhadores descontentes com a perda de benefícios. A mobilização de camponeses do Nordeste, por exemplo, deu origem as Ligas Camponesas, um dos mais fortes movimentos rurais do Brasil, que objetivava garantir o acesso a terra e conquistar melhores condições de trabalho e de vida Essa mobilização gerou os fundamentos da Pastoral da Terra e do posterior Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). As Ligas eram lideradas pelo advogado e deputado estadual pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) Francisco Julião, o qual buscava orientar os membros da organização sobre os seus direitos. Assim, elas organizaram se visando a ação judicial, instalando suas centrais operacionais nas cidades, por estarem mais próximas dos órgãos públicos e judiciários. Os benefícios do crescimento econômico não foram bem distribuídos pelo Brasil, intensificando as desigualdades regionais. Para controlar as ações desenvolvidas nos estados nordestinos, JK criou a Superintendência para Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) em 1959, chefiada inicialmente pelo economista Celso Furtado.
3. O país, entretanto, continuou dependente da produção externa e, quanto mais essa ´´modernidade´´ chegava ao Brasil, mais ela trazia o imperialismo, sobretudo o norte-americano. Setores como as indústrias de automóveis, de cigarros, de energia elétrica, de produtos, químicos de material elétrico e farmacêuticos sofriam forte influência do capital estrangeiro.
4. Um dos objetivos do governo de Juscelino era impulsionar a industrialização com base em um modelo de substituição de importações. Nesse momento, tratava-se de substituir bens de capital por bens de consumo duráveis, como foi o caso de veículos automotores. Muitas fábricas de automóveis foram im- plantadas no Brasil, como foram os casos da Mercedes-Benz, Volkswagen, Willys-Overland, General Motors e Ford. A propaganda sobre o uso do petróleo cresceu consideravelmente nessa época. O combustível estava barato, sua produção saltou de 2 milhões de barris, 1955, para 30 milhões, em 1960
5. Para os países capitalistas centrais, era viável investir em países periféricos, pois o excedente de capitais que possuíam era um ótimo negócio nos países em desenvolvimento, que, além de outras vantagens, possuía mão de obra ex- tremamente barata. Já no plano político, a aliança PTB/PSD ofereceu apoio a essas ideias. Até os proprietários de terras, a elite rural do PSD, tinham sua satisfação garantida devido ao reforço dado pelo governo de não alterar a estrutura agrária do país.
6. O Governo JK procurou basear sua ação no Plano de Metas, explicitando 31 objetivos, cujos pontos prioritários se relacionavam aos setores de energia, transporte, indústria de base, bens de consumo duráveis, educação e alimentação. Para tópicos como alimentação e educação, as verbas destinadas foram mínimas. O sucesso dos outros itens do plano ofuscaram o descaso com as questões primordiais no âmbito social. A gestão de Juscelino Kubitschek foi também marcada pelo projeto de construção da nova capital do país. Visando à realização de um ponto prescrito na Constituição de 1946, iniciou-se a construção de Brasília com projetos arquitetônicos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Para financiar esse programa, a administração federal contou com duas fontes de recursos: o capital que poderia obter dos estados brasileiros com o aumento da emissão de papel-moeda, e o capital estrangeiro sob a forma de empréstimos governamentais e também de investimentos de empresas privadas. Para que essas empresas chegassem ao país, o governo ofereceu benefícios como câmbio privilegiado, tarifas especiais de crédito e isenção de impostos.
7. A valorização da classe média provocou uma maior diferenciação entre as classes socioeconômicas, visto que a classe média, tendo recursos para tanto, passava a se afastar das classes menos abastadas. A concentração de renda, nesse período, contribuiu para o aumento da divida externa, que passou de 2 bilhões de dólares, em 1955, para quase 3 bilhões, em 1960. Contribuíram para esse aumento, também, os gastos do governo, especialmente com a construção de Brasília, e a concessão de incentivos fiscais às novas indústrias. Juscelino procurava resolver o problema da divida contraindo novos empréstimos, o que criava um ciclo vicioso de gastos. No final do seu governo, pela falta de recursos, JK pediu aos Estados Unidos um empréstimo de 300 milhões de dólares. O governo norte-americano condicionou sua liberação à aprovação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e não mais a bancos particulares. Muitos membros do governo concordavam com o trato; Juscelino se negou a fazê-lo, demitiu alguns ministros, entre eles, Roberto Campos, e rompeu com o FMI. Apesar de parecer um nacionalismo patriótico, a medida de Kubitschek foi politica, visto que ele estava no final do seu governo e tinha intenção de em 1965, voltar a presidência. Se ele aceitasse a proposta estadunidenses haveria a negociação da divida, trazendo problemas para seu futuro mandato
8. Depois de quase 5 anos de Governo Vargas, Getúlio comete suicídio, dando fim ao seu governo. Devido a isso, Café filho assume a presidência e logo depois novas eleições são convocadas. O vencedor foi Juscelino Kubitscheck (JK) com 36% dos votos. Seu vice foi o João Goulart.
9. O governo de Juscelino Kubitschek foi o centro em torno do qual orbitavam muitos grupos e classes sociais que desejavam urgentemente superar o atraso em que o Brasil se encontrava, integrando o país nas mudanças que o capitalismo oferecia, já que a Europa e os Estados Unidos viviam uma fase de extrema prosperidade, fruto do Welfare State (o estado de bem-estar social). O anseio era o da modernização, e ela, segundo apregoava-se, só poderia ser alcançada por meio da industrialização e da abertura político-econômica para o capital estrangeiro.