EDUCAÇÃO CTS E CIDADANIA: CONFLUÊNCIAS E DIFERENÇAS (2012)
Discussão do artigo EDUCAÇÃO CTS E CIDADANIA: CONFLUÊNCIAS E DIFERENÇAS (2012) escrito pelo professor Wildson Luiz Pereira dos Santos
1. 1. Wildson Luiz Pereira dos Santos
1.1. Professor do Instituto de Química e Faculdade de Educação da Universidade de Brasília
1.2. Leciona Química na escola básica desde 1984
1.2.1. Foi editor da Revista Química Nova na Escola de 2007 a 2015
1.3. Mestre em Educação com a dissertação: "O Ensino de química para formar o cidadão: principais características e condições para a sua implantação na escola secundária brasileira", Ano de Obtenção: 1992.
1.4. Linhas de Pesquisa
1.4.1. Materiais de Ensino de Química
1.4.2. Letramento Científico em Espaços Escolares e Não-Escolares
1.4.3. Educação Ambiental em Espaços Escolares
1.4.4. Currículos de Ensino de Ciências e as Relações Ciência-Tecnologia-Sociedade (CTS)
1.4.5. Ensino de Química: Concepções e Processos Ensino-Aprendizagem
1.4.6. Formação de Professores
1.5. Doutorado em Educação com orientação de Eduardo Mortimer - Aspectos sócio-científicos em aulas de química, Ano de obtenção: 2002.
1.6. Artigos de Relevância
1.6.1. SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, Eduardo Fleury . Uma Análise de Pressupostos Teóricos da Abordagem C-T-S (Ciência-Tecnologia-Sociedade) no Contexto da Educação Brasileira. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências (Impresso), Belo Horizonte, v. 2, n.2, p. 133-162, 2000.
1.6.1.1. 1372 citações no Google Acadêmico
1.6.2. Educação científica na perspectiva de letramento como prática social: funções, princípios e desafios. Revista Brasileira de Educação, v. 12, p. 474-492, 2007.
1.6.2.1. 877 Citações no Google Acadêmico
1.7. Livros
1.7.1. Prêmio Jabuti para o livro didático em 2001 intitulado: Título: Química na Sociedade | Autor(a): Coord. Gerson de Souza Mol, Wildson Luiz Pereira dos Santos | Editora(s): Editora Unb
1.8. Entrevista com a UFMG em 2007 por Ana Maria Vieira
1.8.1. “Nosso objetivo é permitir que o estudante faça uma leitura do conhecimento dentro de uma prática social. Usamos a concepção de temas geradores, na linha de Paulo Freire
1.8.2. 1. Que deficiências do ensino e aprendizagem nessa área inspiraram a proposta de abordagem do livro Química e Sociedade?
1.8.2.1. Um dos problemas no ensino de química é que ela trabalha com conceitos abstratos. Para o aluno, isso traz muito mais dificuldades do que o ensino que parte de temas mais concretos para chegar, mais tarde, a percepções elaboradas e avançadas. Mas o que temos pesquisado é, sobretudo, o papel da educação no nível básico. A maior parte dos alunos nunca mais vai estudar Química após o vestibular. Só que eles utilizam produtos químicos diariamente. Por isso, precisam ter acesso a várias informações para saber como usá-los, o que a escola não oferece de forma satisfatória.
1.9. 2. É possível traçar um novo percurso?
1.9.1. Não se muda a ciência e a tecnologia simplesmente com a introdução de novas técnicas ou com investimentos. Sem participação social não há mudanças. A sociedade é uma grande consumidora das tecnologias. Em países do primeiro mundo, há legislações ambientalistas rigorosas que impedem a instalação de uma série de indústrias. Mas elas migraram para países onde não há esse controle. Enquanto não houver, em todo o planeta, sociedades reivindicando leis mais adequadas para o meio ambiente, os problemas simplesmente vão se transferir de um local para outro.
1.10. Falecimento de 28/10/2016
1.10.1. “Wildson sempre foi muito dedicado e preocupado com o ensino da ciência. Era um querido professor comprometido com as questões sociais. Na cerimônia de sepultamento, vimos dezenas de colegas e ex-alunos sentidos com a perda. Ficamos todos muito abalados”, afirma o reitor Ivan Camargo.
2. 2. SOBRE O TEMA CTS EM 2012
2.1. O movimento CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade) surgiu na década de 1970, nos Estados Unidos, como uma forma de crítica à abordagem positivista da ciência, que a via como um conhecimento objetivo e neutro. Os CTS argumentavam que a ciência é, na verdade, uma construção social, influenciada por fatores políticos, econômicos e culturais.
2.2. O movimento CTS chegou ao Brasil na década de 1980, e teve um forte impacto na educação científica brasileira. Os CTS defendiam uma educação científica que fosse crítica e reflexiva, que ajudasse os alunos a entender os impactos sociais e ambientais da ciência e da tecnologia.
2.3. Em 1990, foi lançado o Programa Nacional de Educação Científica (PNEC), que teve como um dos objetivos a promoção da educação CTS nas escolas brasileiras. O PNEC foi um importante passo para a consolidação do movimento CTS no Brasil, mas ainda havia muitos desafios a serem superados.
2.4. Histórico CTS
3. 3.PRINCIPAIS IDEIAS DO ARTIGO EDUCAÇÃO CTS E CIDADANIA: CONFLUÊNCIAS E DIFERENÇAS
3.1. 1. Educação CTS no ensino de ciências engloba objetivos comuns ao letramento científico, mas não corresponde plenamente a eles.
3.2. 2. O artigo faz uma caracterização da educação CTS em suas diferentes vertentes no ensino de ciências.
3.3. 3. Há um crescente movimento de pesquisa no Brasil sobre o campo CTS no ensino de ciências.
3.4. 4. A educação CTS tem contribuições significativas para a educação científica com foco na cidadania.
3.5. 5. A educação CTS é mais do que apenas um slogan e possui parâmetros bem definidos como um importante domínio do letramento científico.
3.6. 6. A educação científica não pode ser limitada aos propósitos da educação CTS, pois outros domínios são necessários para alcançar seus objetivos, que vão além da compreensão das relações CTS complexas.
4. 4. INTRODUÇÃO
4.1. O movimento CTS na Educação Científica converge com o movimento de letramento científico no sentido da formação para a cidadania e engloba discussões públicas sobre políticas de Ciência e Tecnologia.
4.2. A educação CTS no ensino de ciências surgiu com o propósito de formar cidadãos conscientes e críticos em relação à ciência, substituindo a ênfase na formação de cientistas, e seu slogan teve um papel fundamental na revisão curricular em várias regiões e países, embora novos slogans possam surgir no futuro.
4.3. A educação CTS tem intersecção com o letramento científico, mas não deve ser confundida como um slogan deste último, pois ambos têm propósitos distintos e complementares, exigindo uma compreensão e incorporação adequadas em seus respectivos campos.
5. Tudo em 8 tópicos
5.1. 1. Biografia do prof. Wildson
5.2. 2. Contexto de CTS até 2012
5.3. 3. Principais ideias do Artigo
5.4. 4. INTRODUÇÃO DO ARTIGO
5.5. 5. CARACTERIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO CTS NO ENSINO DE CIÊNCIAS
5.6. 6. A EDUCAÇÃO CTS NO BRASIL
5.7. 7. REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO CIENTÍFICA PARA A CIDADANIA E A EDUCAÇÃO CTS
5.8. 8. SUGESTÕES PARA APROFUNDAMENTO NO TEMA
6. 5. CARACTERIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO CTS NO ENSINO DE CIÊNCIAS
6.1. inter-relações entre os três elementos da tríade CTS
6.2. Na Educação Científica
6.3. Signficado de CTS a) Classificação de Aikenhead (1994): 8 categorias
6.3.1. Mais de 900 citações no Google Acadêmico
6.3.2. 1. MOTIVAÇÃO POR CONTEÚDO CTS: A adição ocasional de conteúdos CTS em aulas de Ciências tradicionais, com o objetivo de tornar a lição mais interessante, porém, a ênfase dada a esses conteúdos é baixa e raramente são avaliados.
6.3.3. 2. INFUSÃO CASUAL DE CONTEÚDO CTS: Adição de estudos curtos de conteúdos CTS em tópicos de Ciências, sem seguir temas coesos, e a avaliação concentra-se principalmente no conteúdo científico.
6.3.4. 3. INFUSÃO PROPOSITADA DE CONTEÚDO CTS: Integração sistemática de estudos curtos de conteúdos CTS em tópicos de Ciências, explorando o conteúdo CTS de maneira mais organizada, com avaliação tanto do conteúdo científico quanto do CTS.
6.3.5. 4. DISCIPLINA ÚNICA ATRAVÉS DO CONTEÚDO CTS: O conteúdo CTS serve como organizador do conteúdo científico de uma única disciplina, com avaliação parcial do conteúdo CTS.
6.3.6. 5. CIÊNCIA ATRAVÉS DO CONTEÚDO CTS: O conteúdo CTS serve como organizador do conteúdo científico multidisciplinar, com avaliação parcial do conteúdo CTS.
6.3.7. 6. CIÊNCIA JUNTO COM O CONTEÚDO CTS: O conteúdo CTS é o foco do ensino, e o conteúdo científico relevante enriquece essa aprendizagem, com avaliação igualmente distribuída entre o CTS e o conteúdo científico.
6.3.8. 7. INFUSÃO DA CIÊNCIA NO CONTEÚDO CTS: O conteúdo CTS é o foco do ensino, e conteúdos científicos relevantes são mencionados, mas não ensinados sistematicamente, com ênfase na avaliação do CTS.
6.3.9. 8. CONTEÚDO CTS: O estudo principal é dedicado a um importante problema tecnológico ou social, com menção ocasional de conteúdo científico existente, porém sem avaliação significativa do conteúdo científico.
6.4. Significado de CTS b) Classificação de Luján López (1996): 3 categorias
6.4.1. 119 citações no Google Acadêmico
6.4.2. (1) introdução de CTS nos conteúdos das disciplinas de ciências (enxerto CTS);
6.4.3. (2) ciência vista por meio de CTS;
6.4.4. (3) programas CTS puro.
6.5. Significado de CTS c) Classificação de Auler e Delizoicov (2001): 2 visões
6.5.1. 911 Citações no Google Acadêmico
6.5.2. Apresenta duas visões: reducionista e ampliada, focando na compreensão das forças de poder e complexidade nas decisões de CT, buscando problematizar mitos e modelos de desenvolvimento econômico.
6.6. Significado de CTS d) Educação CTS na perspectiva Freireana:
6.6.1. Adota uma visão crítica, buscando romper com o modelo ideológico de submissão ao sistema tecnológico e desenvolver um novo modelo de desenvolvimento com base nos ideais de Paulo Freire.
6.6.1.1. indicar arqtigo no blog
6.7. Significado de CTS e) Educação CTSA:
6.7.1. CTS com a perspectiva socioambiental, incorporando os objetivos da educação ambiental e criticando o modelo desenvolvimentista que agrava a crise ambiental e a exclusão social.
6.8. Semelhanças entre os significados CTS
6.8.1. Todos os significados estão centrados no ensino de Ciências e nas relações CTS.
6.8.2. Cada significado aborda a interação entre Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) no contexto educacional.
6.8.3. Buscam ampliar a compreensão do papel da ciência e tecnologia na sociedade.
6.9. Diferenças entre os significados CTS
6.9.1. A classificação de Aikenhead (1994) divide os materiais de CTS em oito categorias, enquanto a de Luján López (1996) apresenta três categorias distintas.
6.9.2. A classificação de Auler e Delizoicov (2001) apresenta duas visões: reducionista e ampliada, focando em poder e complexidade nas decisões de CTS, enquanto a Educação CTS na perspectiva Freireana aborda o desenvolvimento de um novo modelo de educação e rompimento com a submissão ao sistema tecnológico.
6.9.3. A Educação CTSA enfatiza o compromisso da educação CTS com a perspectiva socioambiental, relacionando-se com a educação ambiental e a crise ambiental.
6.10. Educação científica segundo Strieder (2012) os sintetiza em três categorias:
6.10.1. 1. Desenvolvimento de percepções de aplicações da ciência e tecnologia em sua vivência;
6.10.2. 2. Desenvolvimento de questionamentos das implicações sociais e ambientais do desenvolvimento científico e tecnológico;
6.10.3. 3. desenvolvimento de compromisso social em relação a essas implicações.