GÊNEROS E TRAÇOS ESTILÍSTICOS

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1. A classificação de obras literárias segundo gêneros tem sua raiz na República de Platão. Sócrates explica que há três tipos de obras poéticas:

1.1. O primeiro, o poeta como que desaparece, deixando falar, em vez dele, personagens;

1.2. O segundo tipo “é um simples relato do poeta; isso encontramos principalmente nos ditirambos.” Platão parece referir-se, neste trecho, aproximadamente ao que hoje se chamaria de gênero lírico, embora a coincidência não seja exata;

1.3. O terceiro tipo, manifesta-se seja o próprio poeta, seja um ou outro personagem, quando o poeta procura suscitar a impressão de que não é ele quem fala e sim o próprio personagem, isto é, nos diálogos que interrompem a narrativa.

2. A teoria dos gêneros é complicada pelo fato de os termos “lírico”, “épico” e “dramático” serem empregados em duas acepções diversas.

2.1. A primeira acepção - mais de perto associada à estrutura dos gêneros - poderia ser chamada de “substantiva”. Para distinguir esta acepção da outra, é útil forçar um pouco a língua e estabelecer que o gênero lírico coincide com o substantivo “A Lírica”, o épico com o substantivo “A Épica” e o dramático com o substantivo “A Dramática”.

2.2. Não há grandes problemas, na maioria dos casos, em atribuir as obras literárias individuais a um destes gêneros.

2.3. A segunda acepção dos termos lírico, épico, dramático, de cunho adjetivo, refere-se a traços estilísticos de que uma obra pode ser imbuída em grau maior ou menor, qualquer que seja o seu gênero (no sentido substantivo).

2.3.1. Nesta segunda acepção, os termos adquirem grande amplitude, podendo ser aplicados mesmo a situações extraliterárias.

3. Descrevendo-se os três gêneros e atribuindo-se-lhes os traços estilísticos essencais, isto é, à Dramática os traços dramáticos, à Épica os traços épicos e a à Lírica os traços líricos.

3.1. O gênero lírico sendo definido como o mais subjetivo: Trata-se essencialmente da expressão de emoções e disposições psíquicas , muitas vezes também de concepções, reflexões e visões enquanto intensamente vividas e experimentadas;

3.1.1. À intensidade expressiva, à concentração e ao caráter “imediato” do poema lírico, associa-se, como traço estilístico importante, o uso do ritmo e da musicalidade das palavras e dos versos.

3.2. O gênero épico é mais objetivo que o lírico. Este geralmente não exprime os próprios estados de alma, mas narra os de outros seres. Participa, contudo, em maior ou menor grau, dos seus destinos e está sempre presente através do ato de narrar.

3.2.1. O pronome é “ele” e em geral não “eu”.

3.3. Na dramática, finalmente, desaparece de novo a oposição sujeito-objeto. A situação é inversa à da Lírica.

3.3.1. No dramático o objeto é tudo.

3.3.2. O pronome da Dramática será o Tu (Vós etc.)

4. Até certo ponto, porém, poder-se-ia considerar a Dramática também como o gênero que reúne a objetividade e distância da Épica e a subjetividade e intensidade da Lírica.

4.1. O gênero dramático é aquele “que reúne em si a objetividade da epopéia com o princípio subjetivo da Lírica”;

4.2. A dramática, portanto, ligaria a Épica e a Lírica e uma nova totalidade que nos apresenta um desenvolvimento objetivo e, ao mesmo tempo, a origem desse desenvolvimento;

5. Na dramática, portanto, não ouvimos apenas a narração sobre uma ação (como na Épica), mas presenciamos a ação enquanto se vem originando atualmente, como expressão imediata de sujeitos (como na Lírica).

5.1. Entretanto, a dramática não pode ser explicada como síntese da Lírica e Épica.