"Sou negro": Raça e racismo na perspectiva do movimento negro contemporâneo

Trabalho de Política Brasileira I, 2021-1

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"Sou negro": Raça e racismo na perspectiva do movimento negro contemporâneo par Mind Map: "Sou negro": Raça e racismo na perspectiva do movimento negro contemporâneo

1. Florestan Fernandes: “o brasileiro teria dois níveis diferentes de percepção da realidade e de ação ligados com a ‘cor’ e a ‘raça’: primeiro o nível manifesto, em que a igualdade racial e a democracia racial se presumem e proclamam; segundo, o nível disfarçado, em que funções colaterais agem através, abaixo e além da estratificação social. "

1.1. Erroneamente apontam que vivemos em um país sem conflitos raciais e iguais oportunidades, ao passo de que essa percepção pode ser exposta no fenômeno de ninguém se afirmar como racista, porém todos conhecerem pelo menos um racista.

2. Motivações que influenciaram os líderes de movimentos negros a ingressarem na militância política: Identidade construída a partir da infância, no próprio seio da família; Diferentes fatores externos que causaram indignação, por exemplo, violência policial; Acontecimento ou momento emblemático causador de um 'despertar da consciência racial'.

2.1. A importância que a ideia de raça acaba tomando na experiência de vida e no processo de construção identitária de cada entrevistado fica evidente, assim como também ficam evidentes nos trechos citados algumas formas de luta que foram desenvolvidas pela população negra para lidar com as consequências geradas pelo racismo em diferentes contextos e momentos.

3. O autor conclui que: "A constituição do movimento negro em si e as formas e estratégias criadas por indivíduos e organizações para combater o racismo na sociedade brasileira só se tornaram possíveis após a concretização do processo de construção da identidade racial negra e do engajamento desses militantes na luta política e cultural."

3.1. 'Fato cultural mas também um fator de cultura'. A luta dos movimentos negros é um elemento cultural como também um agente que ajuda a moldar uma identidade racial igualmente presente na própria cultura.

4. "Levando em consideração as características específicas do movimento negro contemporâneo, o ano de 1978 é considerado um marco: no dia 7 de julho, nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, foi realizado um ato público em protesto contra a morte de um operário negro em uma delegacia de polícia de São Paulo e contra a proibição da entrada de quatro jovens jogadores de vôlei no Clube de Regatas Tietê pelo simples fato de serem negros."

4.1. Originou a formação do Movimento Negro Unificado (MNU): uma organização presente até hoje em vários estados e cuja formação parece ter sido responsável pela difusão da noção de “movimento negro” como designação genérica para diversas entidades e ações a partir daquele momento.

5. A opção pela utilização da ideia de raça como um instrumento para construção de uma identidade negra positiva e com o objetivo de combater as desigualdades estruturais que atingiam a população negra no Brasil foi uma saída encontrada pelo movimento social negro (da década de 1970) que se constituía em meio às propagandas oficias da “democracia racial” brasileira, levadas a cabo pelos sucessivos governos, especial- mente durante a ditadura civil-militar instaurada em 1964.

5.1. O combate a essa escala hierárquica em termos raciais, ao mesmo tempo em que buscava a valorização das diferenças e a construção de uma “autêntica democracia racial”, parece ser o principal elemento do discurso racialista majoritário no movimento negro contemporâneo no Brasil.