1. Teorias de Equilíbrio Parcial (Alfred Marshall, 1890)
1.1. Economia: uma máquina para a descoberta da "verdade concreta"
2. Teoria Neoclássica Tradicional
2.1. Foco de Interesse
2.1.1. Teoria dos preços e alocação dos recursos
2.2. Firma: "caixa-preta"
2.2.1. Fatores de produção de mercado + produção de bens comerciáveis
2.2.2. Possibilidades tecnológicas: função de produção (combinação possível de fatores)
2.3. Mercado
2.3.1. desequilíbrio transitório
2.3.2. condições de concorrência
2.3.3. informações perfeitas
2.3.4. tamanho "ótimo"de equilíbrio
2.4. Tecnologias
2.4.1. disponíveis no mercado
2.4.1.1. bens de capital
2.4.1.2. conhecimento empírico dos trabalhadores
2.5. Objetivo
2.5.1. maximizar lucros
2.6. Ambiente competitivo
2.6.1. simples
2.6.2. inerte
2.7. Embasamento
2.7.1. princípios de equilíbrio geral de Leon Walras: mercado determina preço e quantidade; empreendedor é só coordenador de produção; leis que regem a oferta e a demanda = visão sistêmica da economia
2.8. Paradoxo
2.8.1. sem dimensão orrespondente (firma-ponto)
2.8.2. passiva (firma autômato)
3. Teoria Neoclássica da Firma
3.1. criticada: desconsidera fatores técnicos e organizacionais em favor de modelos de equilíbrio
3.2. supremacia do lógico em prejuízo ao empírico
3.3. Princípios de concorrência (não perfeita), caráter exógeno da tecnologia, tamanho ótimo de equilíbrio da firma diante de mudança tecnológica lenta, e informações disponíveis
3.3.1. precários instrumentos metodo- lógicos, falta de dados quantitativos disponíveis e uma certa motivação ideológica, podem justificar a direção assumida pelos desenvolvimentos iniciais da teoria neoclássica; a microeconomia estabelecida sobre estes princípios não alcançou uma compreensão realista da firma moderna
3.4. Questionamentos provocadores da divisão da teoria da firma
3.4.1. Como justificar, diante da diversidade de estratégia e objetivos empresariais, a hipótese de maximização de lucro?
3.4.2. Por que tratar uma entidade coletiva como a firma como um mero agente individual?
3.4.3. Como compreender a complexidade que envolve a questão do empreendedor dentro do restrito princípio da racionalidade?
3.5. Teorias da firma e o Fordismo
3.5.1. capitalismo industrial: monopólios em “novas” produções e domínio capitalista sobre corporações de ofícios, através de trabalho por tarefas (putting-out system)
3.5.2. surgem fábricas: concorrência
3.5.3. inovações
3.5.3.1. telégrafo, ferrovias e navios a vapor permitem a unificação de mercados, destruindo barreiras econômicas e criando oligopólios mais estáveis
3.5.3.2. eletricidade: permitiu a exploração das economias de escala, com desenvolvimento de máquinas maiores e mais eficientes; permitiu a criação de firmas inovadoras; inventores: Werner Siemens, Alexander Graham Bell, Thomas Edison, Elihu Thompson e George Westinghouse; grandes empresas oligopolistas lideraram a indústria mundial no século XX
3.5.3.3. motor a combustão: originou o automóvel, trator, caminhão e avião; veículos autopropulsionados; petroleiras; grandes barreiras na entrada e naval esta
3.5.3.4. inovações organizacionais fordistas-tayloristas: contribuem para mudança do centro capitalista para Estados Unidos, Alemanha e França
3.5.3.4.1. integração vertical em atividades encadeadas em unidades distintas
3.5.3.4.2. organização multidivisional
3.5.4. empresas verticalizadas
3.5.5. Sherman Antitrust Act
3.5.5.1. não impediu oligopólio global "As sete irmãs"
3.5.6. produção em massa: favoreceu a transformação da firma e do mercado
3.5.6.1. 1911: Princípios da Administração Científica, de Frederick Taylor
3.5.7. “capitalismo proprietário” dá lu- gar ao “capitalismo gerencial”
3.5.8. oligopólio caracteriza grande parte da indústria manufatureira americana
3.5.9. economias de escala, escopo, transações e oligopólio
3.5.9.1. Pietro Sraffa (1926): contradição do “dilema de Marshall”
3.5.9.2. Joan Robinson (1933): teoria da concorrência imperfeita
3.5.9.3. Kaldor (1934): “cada vendedor está em concorrência direta somente com outros poucos vendedores e que a cadeia destes grupos oligopolistas compõe todo o mercado. O oligopólio é, na realidade, a condição mais geral”
3.5.9.4. E. A. Robinson (1931): teoria da concorrência monopolista
3.5.9.5. Coase (1937): explicar a existência da firma em função das falhas do mercado
3.5.9.6. Williamson (1979): economia de troca
3.5.9.7. Marx e Schumpeter: firma como espaço de produção, lugar de criação de riqueza e inovação
3.5.9.8. Coriat e Weinstein (1995)
3.5.9.8.1. firma organização: conversão do conflito em cooperação
3.5.9.8.2. firma instituição: inclusão da dimensão social (sistema político, social e jurídico na qual a firma se insere e que limita sua metamorfose)
3.5.9.8.3. custos de transação: questões sobre a natureza da firma, passando a considerá-la uma forma particular de organização econômica
3.5.9.9. Sylus-Labini: maximização de lucros a longo prazo
3.5.9.10. Baumol: maximização das vendas globais
3.5.9.11. Marris: maximizar taxa de crescimento das vendas
3.5.9.12. Joan Robinson: sobrevivência
3.5.9.13. Galbraith: manutenção do poder da tecnoestrutura
3.5.9.14. Pondé (1996), “que a racionalidade substantiva ou maximizadora constitui um suposto irreal e incapaz de modelar sem distorções o comportamento dos agentes econômicos, na medida em que os resultados das ações e decisões dependem de eventos futuros que não podem ser antecipados de maneira probabilística”
3.5.10. Incapacidade de incorporar o empreendedor
3.5.11. “escola austríaca”
4. Teoria Neoclássica de Competição Perfeita
4.1. Mais preocupada com sistema de preços do que com competição e organização das firmas
4.2. Origem: debate sobre o papel do Estado na economia: Mercantilistas x Defensores do livre mercado
4.3. Modelo
4.3.1. Abstrato
4.3.2. Descentralizado
4.3.3. "Mão invisível"
4.3.4. Sem focar na firma
4.4. Ideia de "Caixa-Preta": mudança tecnológica não compete à maioria dos economistas, devido à sua especialização, e sim a engenheirs e cientistas
4.5. Hipóteses sobre comportamentos das firmas: para firmas com realidades empresariais e tecnológicas distintas se torna irreal
5. Contexto Histórico
5.1. Grã-Bretanha - 1880
5.1.1. responsável por 40% das exportações mundiais de produtos manufaturados
5.1.2. produtividade 14% maior que o principal concorrente, demonstrando superioridade organizacional e tecnológica
5.1.3. mais desenvolvida
5.1.4. pátria da maioria dos economistas
5.1.5. firma-propriedade
5.1.5.1. gerenciada pelos próprios donos, comumente família ou pequeno grupo de sócios
5.1.5.2. limitados recursos gerenciais e financeiros
5.1.5.3. especializada em uma estreita gama de atividades
5.1.5.4. necessidade de recorrer ao mercado para obter os insumos e distribuir produtos
5.1.6. Estado liberal limitado à manutenção da lei e da ordem e à cumprir funções socais básicas
5.1.7. modelo competitivo reforçado por regime jurídico que atribuía responsabilidade integral dos proprietários pelas dívidas da firma, limitando o crescimento da firma e evitando a concentração do mercado, fomentando, assim, o conservadorismo da classe empresarial avessa a quaisquer riscos que pudessem resultar em sua ruína
5.1.8. escândalos decorrentes da quebra de empresas limitaram a aceitação pública das sociedades anônimas
5.1.9. escala de produção ainda não era considerada uma estratégia empresarial de aumento da produtividade
5.1.9.1. falta de recursos técnicos e financeiros para promoção de investimentos em equipamentos e desenvolvimento de formas de organização que garantissem a produção em massa com qualidade
5.1.9.1.1. Marshall
5.1.9.2. economias externas presentes em distritos industriais dinâmicos garantiam a eficiência coletiva das empresas individuais
5.1.9.2.1. economias externas: derivam da disponibilidade de fatores de produção de baixo custo no mercado, não de uma melhor utilização dos recursos produtivos no interior da firma
5.1.9.3. mercado de determinado bem se expande, cresce a oferta: não devido ao crescimento das empresas já existentes, mas principalmente pela entrada de novas empresas no mercado
5.1.10. organização industrial em “escala típica”, determinada pela capacidade nominal dos bens de capital disponíveis no mercado e pelos modelos organizacionais
5.1.10.1. realismo momentâneo à curva de custo em forma de “U”
5.1.11. Inovações organizacionais pouco frequentes: trabalhadores qualificados responsáveis por definir o processo produtivo e estabelecer fluxos, rotinas e contratar, treinar e supervisionar trabalhadores juniores, reduzindo a necessidade de investimentos em estruturas administrativas
5.1.11.1. inexistência de recursos gerenciais para ampliar o controle, empresários tendiam a se restringir à operação de uma única planta, facilitando a entrada de concorrentes
5.1.12. período de deflação: queda média nos preços das commodities de cerca de 33%
5.1.13. taxa de juros caiu: economistas teóricos passam a admitir a possibilidade de capital abundante o suficiente para ser considerado um bem livre; barreiras à entrada, técnica ou financeira, ainda não incorporada pelos economistas
5.2. Estados Unidos - 1880
5.2.1. responsável por 6% das exportações mundiais de produtos manufaturados
5.2.2. produtividade 14% inferior
6. O paradigma das Tecnologias da Informação e Comunicação e as novas teorias da firma
6.1. Tecnologia Inovadora: necessidade de reformulação
6.2. A linha neo-schumpeteriana ou evolucionista
6.2.1. a mais bem articulada tentativa de construir um novo corpo teórico para o estudo da firma
6.2.2. difusão de inovações está no centro dos movimentos cíclicos da economia mundial
6.2.3. ideias transpostas da biologia evolucionista em desenvolvimento nos dias de hoje; número crescente de autores
6.2.3.1. Princípios:
6.2.3.1.1. dinâmica econômica é baseada em inovações
6.2.3.1.2. racionalidade invariante (ou substantiva) dos agentes econômicos
6.2.3.1.3. auto-organização da firma
6.2.3.1.4. princípio da pluralidade de ambientes de seleção
6.2.4. controvérsia com paradigma “estrutura, conduta e desempenho”, que exerceu considerável influência na legislação antitruste dos Estados Unidos.
6.3. A visão neo-institucionalista
6.3.1. novas formas de organização empresarial como fonte de competitividade
6.3.2. atribuição da performance econômica das nações à natureza de suas instituições
6.3.3. vem sendo revigorada pelo conceito de Sistema Nacional de Inovações
6.3.4. principal foco de análise: a interação entre os atores econômicos, sociais e políticos que fortalece capacitações e favorece a difusão de inovações
6.4. O enfoque nas inovações organizacionais
6.4.1. impacto do Japãao: just-in-time
6.4.2. novo paradigma: comumente chamado de “toyotista”, oposição ao “fordista”
6.4.3. assegurar total flexibilidade e lead-time reduzido
6.4.4. ênfase em estruturas horizontais, descentralização da produção e nova forma de coordenação da força de trabalho, enfatizando a autonomia, polivalência e distribuição da inteligência
6.4.5. redução nas vantagens da coordenação hierárquica
6.4.6. aumento da importância das redes de firmas como forma intermediária de coordenação entre firma verticalizada e mercado atomizado
6.4.7. Análise de Aoki (1988,1990)
6.4.8. Porter (1993): firma como agente central da competitividade
6.5. A questão das redes de firmas
6.5.1. (Kon, 2004:125): transferência de funções ou atividades de uma empresa de origem para uma empresa ou trabalhador
6.5.2. relações contratuais formais definidos em função de competências complementares, sem necessariamente um histórico de laços comerciais
6.5.3. formas híbridas de governança entre mercado atomizado e a grande empresa hierarquizada
6.6. O enfoque da economia da informação e do conhecimento
6.6.1. TCIs: instrumentos de transformação eco- nômica e social
6.6.2. inovação, desenvolvimento de novas aplicações e crescente competição: redução de custos, viabilizando o crescimento e a expansão das tecnologias da informação e comunicação
6.6.3. “economia do conhecimento”: conhecimento é considerado um insumo mais importante que terra, capital ou trabalho para o processo produtivo moderno
6.6.4. usuário contribui para o aperfeiçoamento dos produtos (learning by using) e a definição das características da tecnologia
6.6.5. projetistas costumam desenvolver produtos e serviços assumindo (mesmo que de forma implícita) que suas próprias preferências coincidem com as dos usuários; entende-se, assim, porque determinadas tecnologias, desenvolvidas segundo um padrão de gostos e/ou custos de produção típicos de um determinado país não são facilmente transferíveis para outros países