1. Hinduísmo e meditação do Yoga
1.1. Períodos históricos da Meditação do Yoga "Hinduísta" (darsana)
1.1.1. Período Antigo ou "Pré-Clássico"
1.1.1.1. Mircea Eliade, Henrich Zimmer e George Feuerstein contam que existia um proto-yoga antes da mítica invasão ariana na Índia
1.1.1.1.1. Há relatos em partes dos Vedas de homens "vestidos de ar", ou seja, nus que são o antagônico do sacerdote brâmane (careca e com vestes sagradas).
1.1.2. Período de Patanjali ou "Clássico"
1.1.2.1. O Yoga é sistematizado por Patanjali (um brâmane) por volta do séc.II a.C.
1.1.2.1.1. O Yoga conquista sua posição de darsana ou perspectiva filosófica da religião Hinduísta. É uma perspectiva dual da realidade, aonde o corpo é distinto da alma. Possui um caminho de 8 partes para o fim do sofrimento humano: Yamas, Nyiamas (moral yoguica); Asana, Pranayama e Prathyahara (prática ritual); Dharana e Dhyana (meditação propriamente dita) e Samadhi (uma experiência transitória de vislumbre do Si-Mesmo imutável e não contaminado pelo mundo fenomênico.
1.1.2.1.2. Cap.I: Samadhi
1.1.2.1.3. Cap. II: Sadhana
1.1.2.1.4. Cap. III: Vibhuti
1.1.2.1.5. Cap. IV: Kaivalya
1.1.3. Período Hatha-Yoga ou "Medieval"
1.1.3.1. Surge por volta do séc.X e XII d.C., por influência budista, tântrica, Medicina Ayurveda, jainista e muçulmana (alquimia e mítica dervixe), uma linhagem de Yoga na Índia: os Hatha-Yogues (os Nathas)
1.1.3.1.1. O corpo é o templo para que a alma do yogue conheça a Perfeição de Si-Mesmo
2. Um espaço (nem sempre geográfico) aonde os agentes atuam criando, mantendo ou aniquilando bens de salvação. Ex: o celibato para o yogi antigo indiano era é bem de salvação/"liberação" (um yama); mas foi aniquilado o seu valor como "moralista" ao yogi moderno.
3. Ampliar o repertório de conhecimento sobre meditação a partir de algumas escrituras religiosas antigas para contextualizar suas influências no panorama social moderno.
4. 1. Contexto e Origem
4.1. Somos animais fracos
4.1.1. Nossa principal arma é a antecipação do perigo (futuro)
4.1.1.1. A zebras não tem úlceras por exemplo
4.1.1.1.1. Construímos narrativas, discursos para nos proteger (Ficções que curam, que acalentam)
4.2. Religião é uma dessas formas narrativas que desenvolvemos para convívio e conhecimento de Si-Mesmo das mais antigas: Filosofia, Arte, Mito, Senso-Comum e Ciência são outros modelos de discursos e de conhecer.
4.2.1. Toda Religião obedece a uma estrutura básica de organização: 1) Experiência; 2) Comunidade; 3) Doutrina; e 4) Sistema Ritual
4.2.2. Religião é um fenômeno social, que compõe um "campo" aonde "agentes" atuam em busca de "bens de salvação".
4.2.2.1. Quais são os agentes religiosos que atuam neste campo social?
4.2.2.1.1. Sacerdotes, Profetas, Místicos, Magos/Feiticeiros e os Leigos/Discípulos
4.2.2.1.2. Os bens de salvação podem ser mundanos (como saúde, riqueza e vida longa) ou extramundanos (como o Céu cristão, o fim da Ignorância hinduísta ou o Nirvana budista)
4.2.2.2. O que são bens de salvação espiritual?
4.2.2.3. O que é campo social religioso?
5. Apresentação
6. Objetivos
6.1. Iniciar e aprofundar a prática pessoal de contemplação
7. Meditação não é uma religião, mas uma forma ritual que perfaz diversas religiões, como o Hinduísmo, o Budismo e muitas outras de origem Nova Era, como o Hare Krisnha e o Yoga Moderno. E responsável pela Experiência religiosa que congrega comunidades e permeia muito do conteúdo erigido em Doutrinas religiosas.
7.1. 1) Âncora; 2) Técnica claramente definida; 3) Relaxamento Físico e da Lógica; 4) Loops
7.1.1. Meditação e a Busca de Si-Mesmo e Deus
7.1.1.1. Meditação nasce na Índia: História e Mitos sobre yoga e yogis (o templo sendo o corpo)
7.1.1.1.1. Meditar é diminuir voluntariamente as volições nefastas da consciência/mente
8. 2. Panorama geral acerca da relação Religião e Meditação na História Moderna: uma Religião-Terapêutica em desenvolvimento
8.1. A) Yoga-Sutras de Patanjali e a primeira sistematização da meditação no Yoga (Plenitude): Darsana Hinduísta
8.1.1. 1) Samadhi
8.1.2. 2) Sadhana
8.1.3. 3) Vibuthi
8.1.4. 4) Kaivalya
8.2. B) Como meditam os Budistas (Vazio)
8.2.1. 1) A vida é sofrimento (DUKKHA)
8.2.2. 2) Há uma origem para o sofrimento: o desejo (SAMUDHAYA)
8.2.3. 3) A cessação do desejo elimina o sofrimento (NIRODHA)
8.2.4. 4) Há um caminho óctuplo para o cessar do sofrimento: a) entendimento correto, b) pensamento correto, c) linguagem correta, d) ação correta, e) modo de vida correto, f) esforço correto, g) atenção plena correta, h) concentração correta
8.3. C) O movimento religioso Nova Era e a meditação como terapia de harmonização dos corpos sutis: filhos da Secularização e Privatização
8.3.1. São errantes, vagando de rituais em rituais, que eles denominam como "workshops" ou "vivências" buscam unificar todas as religiões em uma só "espiritualidade"
8.3.2. As religiões dominantes estão com "prazo de validade vencido". Se afastam, portanto, de "instituições religiosas/espirituais".
8.3.3. Utilizam-se de discursos para-científicos para justificar suas crenças. Desse modo, antigas escrituras se ressignificam com termos científicos: esperam o surgir de uma "Nova Ciência" que os libertará das religiões dominantes.
8.3.4. São híbridos mais do que sincréticos. Por isso se percebem mais livres do que discípulos de alguém ou uma "comunidade".
8.3.5. Todas as formas desenvolvidas por eles de religiosidade/espiritualidade tem caráter terapêuticos sobretudo.
8.3.6. Valorizam a experiência pessoal muito mais do que as escrituras morais. Assim, cresce a "relativização" das suas cosmologias e o valor da "intuição pessoal/coletiva".
8.4. D) Cientistas-gurus ensinam a meditar: a compreensão da meditação enquanto uma prática exclusivamente fisiológica, secular e distante do campo religioso (Esperam uma "Nova Ciência" como uma Religião Universal).
8.4.1. A meditação ganha status de científica
8.4.2. Cientistas investigam e separam práticas rituais em práticas seculares
8.4.3. O que é o estresse e sua ressignificação cosmológica Nova Era
8.4.4. Como chegamos a essas Novas Narrativas Míticas e Religiosas na Modernidade?
8.4.4.1. Filosofia Racionalista Descartes e F.Bacon
8.4.4.2. Teologia da Prosperidade Protestante vs Teologia da Caridade Católica
8.4.4.3. Filosofia Monista do Deus de Espinosa: Schopenhauer, Nietzsche e J.P.Sarte (Existencialismo vs Essencialismo)
8.4.4.4. Teoria de Darwin do "mais apto" (Evolucionismo vs Criacionismo)
8.4.4.5. Sociedade sem Classes de K.Marx e os "Novos Feiticeiros" a partir da Psicanálise de S.Freud
8.4.4.6. Processo de Secularização e Privatização Religiosa "desencantaram" as religiões dominantes e possibilitou novas narrativas serem introduzidas nestas sociedades: O Movimento Religioso Nova Era
9. 3. Novos bens de salvação advindos da meditação
9.1. A) O estresse como obstáculo espiritual
9.1.1. Revolução Industrial
9.1.2. Duas Grandes Guerras
9.1.3. Guerra-Fria (EUA vs ex-URSS)
9.2. B) Meditação, saúde e salvação pelo relaxamento
9.2.1. Meditação sempre foi (e continua sendo) uma prática ritual advinda de complexos religiosos (meditação cristã, contemplação islâmica, meditação budista e hinduísta)
9.2.1.1. Prática Ritual, segundo vimos, possui 3 fases: 1) Abre-se um espaço entre o Ordinário/Profano; 2) Liminaridade; 3) Retorno ou Renascimento ao cotidiano
9.2.1.1.1. Liminaridade
9.2.2. Eixo do Estresse e suas consequencias crônicas como nefastas para a saúde psicofísica foi sendo integrada ao discurso nova erista religioso
9.2.2.1. Sabe-se que nas narrativas modernas dos yogues, estresse ganha contornos de Mal (klesas), lit.venenos a serem exorcizados
9.2.2.1.1. Narrativa de outro yogue brasileiro
9.3. C) Novas formas de meditar, a busca pela homeostase divina e as religiões terapêuticas
9.3.1. 1) Estresse como antagônico ao Relaxamento
9.3.1.1. Relaxamento conquista status de "espiritual" no dicurso religioso nova era aonde o Yoga/meditação estão inseridos modernamente.
9.3.1.1.1. A homeostase, nesta nova narrativa religiosa em construção (entre filosofia religiosa hinduísta/yoguica e científica), se torna uma espécie de busca pela antiga salvação/libertação das antigas doutrinas budistas, hinduístas e cristãs carimáticas sobretudo.