1. 3- A providência Divina
1.1. Conceito: A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ref. A gênese, cap. 2, item 20
1.1.1. É toda a forma de auxílio que Deus nos propicia, seja diretamente ou por meio dos anjos da guarda, espíritos protetores, superiores, familiares e etc
1.1.2. "...Os Espíritos são uma das forças da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para a execução de seus desígnios providenciais." L.E.; q. 87.
1.2. As nossas preces, para que Ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, pois que, estando de contínuo ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nele. Ref. A gênese; cap. 2, item 24.
1.2.1. Achamo-nos, então constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe podemos subtrais ao olhar; o nosso pensamento está em contato ininterrupto com o Dele. Estamos nele, como Ele está em nós, segundo a palavra de Cristo.
1.3. Como Deus se manifesta por meio de sua Providência quando solicitado por meio das orações de seus filhos?
1.3.1. Estamos vinculados aos resultados do nosso livre-arbítrio e nossas ações estão submetidas às leis de Deus. L.E. questão 964.
1.3.2. A Providência Divina, portanto, se manifesta de 2 formas: 1- por compaixão estendendo os braços que salva dando forças, resignação e sabedoria para entender os erros e oportunizar a retificação de atos, intenções e comportamentos para que deem causa a coisas boas e não ruins. 2- Fazendo que se efetive a justiça divina pela lei de causa e efeito fazendo com que cada ser assuma as responsabilidades das resoluções tomadas por si mesmos.
1.3.2.1. Portanto, quando uma pessoa ora por outra à Deus 2 efeitos estão sendo promovidos: 1- enviará diretamente a pessoa a energia que está emitindo proporcional a fé dela para que opere mudanças em seu estado conforme sua intenção em face da lei de causa e efeito; e
1.3.2.2. 2- intercederá junto a Deus para que Ele, mediante a perfeita ponderação do merecimento daquela criatura e a justiça divina a que seus atos estão submetidos, possa promover a sua conscientização para que ela própria dê causa à situações melhores na vida dela ao decorrer do seu processo de evolução.
1.4. As provações, assim, representam oportunidades de progresso espiritual. Conforme mensagem de Emmanuel: só o nosso bem, portanto, pode Ele querer, donde se segue que devemos confiar Nele: é o essencial. Ref. Xavier, Francisco. Rumo Certo; cap. 3 (provas e bênçãos), p. 22.
2. 2- Argumentações Espíritas contra o materialismo
2.1. Argumentar que a a crença de Deus resulta da educação recebida, se assim fosse por que existiria tal crença nos vossos selvagens? Se o sentimento da existência de um ser supremo fosse tão-somente produto de um ensino, não seria universal e não existiria senão nos que houvessem podido receber o ensino. Ref. L.E.; p.6
2.1.1. Será que a evolução da humanidade automaticamente gerou essa característica e necessidade em toda a nossa raça? Querer respostas independente se elas vêm por meio da educação, da cultura, de tradições familiares ou das próprias pessoas ao pensarem sobre esses assuntos?
2.1.2. Esse argumento me parece bem frágil.
2.2. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e declarar que o nada pode fazer alguma coisa. (Isso como argumento está válido? Sim, não, por quê?)
2.2.1. “Eu Sou o Alfa e o Ômega”, declara o Senhor Deus, “Aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.” Jesus aparece e revela a João: Apocalipse 2- 1:6
2.2.2. Se todo efeito tem uma causa, qual a causa de Deus?
2.2.3. Quando os materialistas dizem que algo pode surgir "do nada", ou seja, sem causa aparente, e nós religiosos achamos isso inconcebível será que ao falarmos que Deus é a causa dele mesmo não estamos apenas substituindo "nada"por Deus?
3. Objetivo: Entender Deus segundo a Doutrina Espírita
4. 1- Definição Espírita de Deus e seus desdobramentos
4.1. Deus como inteligência suprema e causa primeira de todas as coisas. Ref. L.E.; p.1. A verdade é que nem todos os Espíritos são igualmente aptos a tratar dessas questões. Ref. O grande enigma, Leon Denis; Cap. 5, p.70-71. Definir Deus é limitá-lo. Deus impõe-se ao nosso Espírito, porém escapa a toda análise. O Ser que enche o tempo e o espaço não será jamais medido por seres limitados pelo tempo e pelo espaço. Ref. Depois da morte. Leon Denis; p. 122.
4.1.1. A crença em Deus está instintivamente impressa na mente humana como consequência de sua evolução e compreensão do princípio de causa e efeito. Ref. L.E. p. 5
4.1.1.1. Há em nós uma espécie de retiro íntimo, uma fonte profunda de onde podem jorrar ondas de vida, de amor, de virtude e de luz. Ali se manifesta esse reflexo, esse gérmen divino, escondido em toda Alma humana. Ref. O grande enigma, Leon Denis; Cap. 6, p.-82-83.
4.1.1.2. A ideia de Deus impõe-se por todas as faculdades do nosso Espírito. A inteligência suprema revela-se como a causa eterna, na qual os seres vêm haurir, tirar de dentro, a força, a luz e a vida. Aí está o Espírito Divino, Potente, que sob tantas denominações, é sempre o centro, a lei viva. Ref. O grande enigma, Leon Denis; Cap. 6, p.-82.
4.1.1.3. Basta elevarmo-nos acima dos sistemas e de todas as teorias, bem alto para ligá-las ao que todas têm de comum, a grande causa, na qual tudo se resume e tudo se explica. Ref. O grande enigma, Leon Denis; Cap. 9, p. 110-111.
4.1.2. A ideia de Deus liga-se a todas as noções indispensáveis à ordem, à harmonia, à elevação dos seres e das sociedades.
4.1.2.1. Todos os Espíritos elevados, são unânimes em afirmar, em repetir, em reconhecer a alta inteligência que governa os seres e os mundos.
4.1.2.1.1. Dizem que essa inteligência se revela mais brilhante e mais sublime à medida que se escalam os degraus da vida espiritual. Ref. O grande enigma, Leon Denis; Cap. 5, p.70-71.
4.1.2.1.2. A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus ... a medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas
4.1.2.2. Nem sempre, pois, se faz necessário vejamos uma coisa, para sabermos que ela existe. Em tudo, observando os efeitos é que se chega ao conhecimento das causas. Ref. A Gênese, Cap. 2, item 2.
4.1.2.2.1. Não podendo nenhum ser humano criar o que a natureza produz, a causa primária é conseguintemente, uma inteligência superior à humanidade
4.1.2.3. A harmonia existente no mecanismo do universo patenteia combinações e desígnios determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Ref. L.E., p. 8.
4.1.2.3.1. Deus não se mostra, mas se revela pelas suas obras. (revelar: contar algo que está oculto; mostrar: deixar ver algo.) Ref. A Gênese, Cap. 2, item 6.
4.2. Atributos de Deus:
4.2.1. É a soberana inteligência: Se a supuséssemos limitada num ponto qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender e fazer o que o primeiro não faria e assim por diante, até ao infinito. Ref. A Gênese, Cap. 2, item 9.
4.2.1.1. Críticas sobre esse argumento: dá a entender que Deus só pode ser Deus se for o mais perfeito de todas as criaturas, nesse caso, a inteligência maior que existe. No entanto, o conceito de existir está relacionado a percepção (o que não percebemos, não existe para nós) ou seja, é relativo, individual e limitado ao que temos consciência. Assim, se atualmente tudo o que existe para nós é o nosso universo e se há a possibilidade de existirem outros universos, por que Ele deve ser mais perfeito que o criador de outro universo?
4.2.1.2. A definição de Deus para o Espiritismo é a de que Ele é a inteligência suprema e causa primeira de todas as coisas. Será que o pensamento acima contradiz essa definição? Se no nosso universo existisse algo que chamamos Deus e Ele fosse a causa de tudo e inteligência suprema, mas simplesmente não conseguisse atuar em outro universo e tampouco outros Deuses, criadores de outros universos, só conseguissem atuar sobre os universos criados por Eles, essa definição não seria atendida?
4.2.1.3. Dessa maneira exposta, o "nosso Deus" do universo em que estamos, precisaria ser mais ou menos inteligente que os outros Deuses dos outros universos? Ou apenas ser a causa primeira de todas as coisas e, assim, ser a inteligência suprema que conseguimos perceber e que verdadeiramente importa para nós?
4.2.2. Deus é eterno: é importante entender que ser eterno é diferente de ser imortal. Ser eterno é não ter começo e tampouco fim, ou seja, sempre esteve, está e estará, ou seja, Ele É e não apenas está! Significa não ser algo impermanente ou passageiro! Nós, ao contrário, somos imortais enquanto Espíritos, ou seja, tivemos um começo, mas não teremos um fim.
4.2.2.1. Principais argumentos do Espiritismo Ref. A gênese, item 10, p.57:
4.2.2.1.1. 1- Se tivesse tido princípio, houvera saído do nada. Não sendo o nada coisa alguma, coisa nenhuma pode produzir;
4.2.2.1.2. 2- Caso a hipótese acima não tivesse acontecido então algo teria criado Deus e, nesse caso, esse seria Deus.
4.2.2.2. Críticas sobre esses argumentos: Como vimos há um conceito teológico chamado "princípio da acomodação", em resumo, esse princípio diz que Deus se acomoda às nossas limitações a fim de que possamos percebê-lo e, portanto, seja promovida a nossa evolução. Isso, como vimos, é útil, porque viabiliza o nosso aprendizado por meio de nossas experiências e aos poucos, promove o entendimento do que realmente somos e nossas infinitas possibilidades de evolução ao longo da nossa existência.
4.2.2.2.1. De todas as criações de Deus percebidas aqui na Terra, o que nos distingue das demais é a nossa inteligência mais aguçada que trouxe a faculdade de pensar em Deus. Ref. L.E. cap. XI, p.592.
4.2.2.2.2. Veja que os outros animais possuem inteligência, mas não conseguem pensar em Deus, logo não têm consciência Dele. Portanto, para os outros animais, Deus não existe. Isso ocorre porque, segundo o Espiritismo, os 3 elementos que constituem o universo são: matéria, espírito e Deus (ref. L.E. cap. II- Elementos gerais do universo). Portanto, o homem já conseguiu evoluir o suficiente para entender esses elementos, mesmo que de forma limitada, o que ainda é impossível para os outros seres desse planeta.
4.2.2.2.3. Agora ser impossível o entendimento desses elementos pelos animais no atual estado de evolução que eles se encontram, não quer dizer que aqueles elementos não existam de fato, não é mesmo? Eles apenas não podem ser compreendidos por serem elementos que, tirando a matéria, são mais sutis, invisíveis aos olhos deles, portanto, impossíveis de serem compreendidos de forma mais profunda.
4.2.2.3. Agora, e se da mesma forma que os animais não têm a capacidade de perceber Deus e os Espíritos (que são sua imagem e semelhança) nós enquanto humanos, no atual estado que nos encontramos, não conseguimos, pela sutileza da sua presença e complexidade de sua existência, entender que há algo, e a isso hoje chamamos "nada" por simplesmente não conseguirmos enxergar tal elemento e detectar tal presença. E se "do nada" Deus foi criado e sendo criado a partir Dele, Ele também seguiu o seu processo de evolução e criou o nosso universo.
4.2.2.3.1. Bom, mas se Ele criou o nosso universo e o tempo só faz sentido a partir da criação dele, o nosso Deus, ou seja, aquele que também nos criou, sempre teria existido. Mesmo antes do universo ser criado Ele já estava lá e, portanto, daí essa ideia de eternidade não absoluta, mas relativa, porque um dia, antes Dele ter criado o universo, Ele não era Deus por não ser o criador.
4.2.2.3.2. Agora imaginem que nós também somos deuses, mas não temos consciência disso e um dos objetivos de Jesus, o Cristo, ter encarnado foi mostrar isso para nós e começar a nos conscientizar de quem verdadeiramente somos e que podemos criar o "nosso" próprio universo ao materializar "do nada" coisas a partir da nossa mente ou se algo ainda mais sutil que ela, o nosso Espírito.
4.2.2.3.3. Seríamos, portanto, como Matrioscas, para ter noção de algo que está acima de nós, fora de nossos limites, devemos romper com as "cascas" que nos envolvem e nos identificar cada vez mais com o que temos de mais sutil.
4.2.3. É imutável: Se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o Universo. Ref. A gênese, item 11, p.57:
4.2.3.1. Críticas a esse argumento: para esse argumento ser verdadeiro é preciso entender Deus como a própria Lei e não como o criador delas, ou seja, elas serem apensas um aspecto de Dele.
4.2.3.2. Outro ponto seria, se o nosso próprio universo se expande e transforma em escalas colossais a todo instante, por que Deus, que é a causa disso tudo, não está mudando? Se os próprios Espíritos Superiores dizem que uma das leis de Deus é a do progresso e a outra da destruição, o que implica mudança, será que isso é algo ruim?
4.2.3.3. Assumindo que estabilidade seja algo necessário, o que pelos argumentos acima penso ser de forma relativa e não absoluta. Quem disse que há correlação de 100 % entre estabilidade e mudança. Assim, como a Terra se mantém estável girando ao redor do sol, uma bicicleta não cai enquanto estiver em movimento e uma pessoa permanece sendo útil enquanto continua estudando e se atualizando e, portanto, mudando. Deus pode muito bem continuar evoluindo, modificando e isso ser bom e não ruim para Ele e para o nosso universo, não poderia?
4.2.4. É imaterial: a sua natureza difere de tudo que chamamos matéria. Deus carece de forma apreciável pelos nossos sentidos. São ridículas essas imagens em que Deus é representado pela figura de um ancião. Ref. A gênese, item 12, p.57:
4.2.4.1. Crítica ao argumento: Como vimos as maneiras de se enxergar Deus estão em sintonia com o nosso grau de evolução e necessidade, portanto, não são "ridículas" mas necessárias e tiveram a sua finalidade e utilidade.
4.2.5. É onipotente: Se possuísse o poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante até chegar ao ser cuja potencialidade nenhum outro ultrapasse. Esse então seria Deus. Ref. A gênese, item 13, p.57.
4.2.5.1. Crítica ao argumento: visão apresentada guarda também grande relação com um Deus antropomórfico. Nele Ele é apresentado como uma "entidade" e atribui a Ela predicados e comportamentos típicos de "pessoas" como se essas estivessem disputando poder umas com as outras para ver quem é a mais "poderosa" e, assim, pudesse ser chamada de "Deus".
4.2.5.2. Considerando toda a argumentação exposta para o atributo "Deus é eterno" e que tudo ocorra dentro do nosso universo, podemos entender que esse argumento contradiz até mesmo a definição Espírita de Deus, pois se Ele "é a inteligência suprema e causa primeira de todas as coisas" então esse atributo só seria válido dentro do nosso universo sendo relativa e não absoluta.
4.2.6. É soberanamente justo e bom: ...Um ser infinitamente bom não poderia conter a mais insignificante parcela de malignidade...Como suas obras dão testemunho da sua sabedoria... A soberana bondade implica a soberana justiça.
4.2.6.1. Importante entender o conceito de "bem-maior" para conseguir entender como Deus é bom e justo apresentado no roteiro anterior.
4.2.6.2. Importante entender que bondade para Deus não é o mesmo que oferecer prazer e coisas agradáveis bem como ser ruim o mesmo que ser causa de dor e sofrimento. Para Deus bondade é tudo aquilo que leva o homem a sua evolução e o direciona a trilhar um caminho de felicidade dentro do nível individual de evolução que ele está.
4.2.7. É infinitamente perfeito: ... Deus sem o infinito das perfeições...sempre se poderia conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse... Para que nenhum ser possa ultrapassá-lo, faz-se mister que Ele seja infinito em tudo... Se lhe tirassem a qualquer dos atributos a mais mínima parcela, já não haveria Deus, pois que poderia existir um ser mais perfeito. Ref. A gênese, item 15, p.58-59.
4.2.7.1. Pontos importantes a serem destacados: 1- Perfeição é algo relativo e contextualizado.
4.2.7.1.1. Ex.: o que é um homem perfeito? É aquele que tem 2 pernas, 2 braços, 2 olhos e nasceu com todo o seu corpo sadio e completo? Será que alguém pode ser perfeito mesmo sendo cego dos 2 olhos? Será que para quem tem a dimensão de um átomo ou de uma partícula subatômica perante o universo, ser parte de algo incomensurável grande como o corpo humano ou o universo, estes são o que chamam perfeição?
4.2.7.1.2. O importante é que para dizermos que algo é perfeito, precisamos de referências e objetivos. Assim, algo é perfeito quando é um modelo para atingir determinada finalidade pretendida e, portanto, passa a não ser perfeito quando as referências e objetivos são outros.
4.2.7.2. 2- Conceito de infinito: é aquilo que não tem fim e não aquilo que não tem limite. É possível, portanto, que algo seja infinito e menor que algum outro objeto.
4.2.7.2.1. Ex.: Divida 2 por 3 e teremos um número infinito 0,6666... e isso não quer dizer que 0,7 seja menor que aquele quociente.
4.2.7.3. Críticas ao argumento: Mais uma vez a maneira como Deus foi abordado foi extremamente antropomórfica. "...sempre se poderia conceber um SER que possuísse..." ou ainda "se lhe tirassem a qualquer dos atributos... já não haveria Deus, pois que poderia existir um SER mais perfeito..."
4.2.7.3.1. Por que Deus precisa ser um ser? Por que Ele não pode ser um conceito formado por um Todo, um conjunto de individualidades harmônicas que formam uma grande consciência universal e cósmica?
4.2.7.3.2. Ex.: Assim como uma célula do nosso corpo é inteligente e hoje tem-se o entendimento de que são as menores partes conscientes que existe dentro de nós, elas unidas formam o nosso corpo, por que nós não podemos também ser algo ínfimo, mas com uma certa consciência e parte de algo muito maior a que chamamos Deus e Ele também fazer parte de algo muito maior e assim por diante.
4.2.7.3.3. Veja que o todo e a parte são como que autônomos e conscientes, mas fazem parte de algo muito maior que eles mesmos. Isso pode se dar de forma infinita, como uma grande estrutura cósmica, como uma infinita "Matrioska".
4.2.8. É único: ... é consequência de serem infinitas as suas perfeições não poderia existir outro Deus, salvo a condição de ser igualmente infinito em todas as coisas... Se houvesse entre ambos igualdade absoluta, isso equivaleria a existir, de toda eternidade, um mesmo pensamento, uma mesma vontade, um mesmo poder... em verdade não haveria mais que um único Deus. Se cada um tivesse atribuições especiais, um não faria o que o outro fizesse; mas, então, não existiria igualdade perfeita entre eles, pois que nenhum possuiria a autoridade soberana. Ref. A gênese, item 16, p.59.
4.2.8.1. Minhas considerações: Veja que no próprio livro "A gênese" há a consideração da existência de Deus enquanto algo que pode sim existir em mais de uma unidade distinta, mas ser percebida como unidade.
4.2.8.2. Ex.: Nós nos vemos uns aos outros como indivíduos por conta do corpo, o conjunto de bilhões de células conscientes e autônomas, mas que trabalham harmonicamente em prol de um todo maior, o indivíduo que também é consciente.
4.2.8.3. Perceba também que quando começamos a não nos amar, a nos auto-agredir por meio de ações e pensamentos, o nosso corpo se desarmoniza e ficamos doentes. No ápice, essa desarmonia se transforma em células que não querem mais trabalhar pelo todo, surgem as doenças autoimunes e no extremo do extremo o câncer, células que se alteram e querem trabalhar para si mesmas roubando a energia do corpo que estão instaladas.
4.2.8.4. Quando um ser consegue tomar consciência profunda de tudo isso enxerga o amor como contato direto com o próprio Deus. Como disse Jesus "Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor." João 4:8. O amor, portanto, é o que sustenta o cosmo no micro e no macro e mantém a harmonia dele.