1. Exercícios físicos durante a gestação
1.1. Os exercícios que coloquem as gestantes em risco de quedas ou trauma abdominal devem ser evitados.
1.2. Para a maioria das gestantes, recomenda-se a prática de exercícios moderados por 30 minutos, 5 a 7 dias por semana.
2. Consulta pré-natal
2.1. Calendário de consultas
2.1.1. programado em função
2.1.1.1. da IG 1º Consulta
2.1.1.2. dos períodos mais adequados para a coleta de dados clínicos
2.1.1.3. dos períodos nos quais se necessita intensificar a vigilância
2.2. frequência das consultas
2.2.1. SUS
2.2.1.1. Gestação normal
2.2.1.1.1. 1T: 1
2.2.1.1.2. 2T: 2
2.2.1.1.3. 3T: 3
2.2.1.2. Gestão de alto risco
2.2.2. Observação: o intervalo entre elas não deve ultrapassar 8 semanas.
2.2.3. FEBRASGO
2.2.3.1. até 32 semana: uma por mês
2.2.3.2. 32-36 semana: a cada 15 dias
2.2.3.3. 36 até o parto: semanal
2.3. 1º Consulta
2.3.1. Anamnese
2.3.1.1. Aspectos epidemiológicos e antecedentes familiares e pessoais
2.3.1.2. Antecedentes ginecológicos e obstétricos.
2.3.1.2.1. abortos
2.3.1.2.2. mortes fetais e neonatais
2.3.1.2.3. partos prematuros
2.3.1.2.4. crescimento intra-uterino retardado
2.3.1.2.5. baixo peso ao nascer
2.3.1.2.6. Doença Hipertensiva Específica da
2.3.1.2.7. Gravidez - DHEG
2.3.1.2.8. intervalo intergravídico curto (< 24 meses)
2.3.1.3. Aspectos socioculturais
2.3.1.3.1. Triagem para uso de drogas
2.3.1.3.2. Risco de violência doméstica
2.3.1.3.3. Nível de segurança no local de moradia
2.3.1.3.4. Pobreza extrema
2.3.1.3.5. Aceitação da gestação
2.3.2. Exame Físico
2.3.2.1. Geral
2.3.2.1.1. determinação do peso e avaliação do estado nutricional da gestante
2.3.2.1.2. medida e estatura
2.3.2.1.3. determinação da freqüência do pulso arterial
2.3.2.1.4. medida da temperatura axilar
2.3.2.1.5. medida da pressão arterial
2.3.2.1.6. inspeção da pele e das mucosas
2.3.2.1.7. palpação da tireóide
2.3.2.1.8. ausculta cardiopulmonar
2.3.2.1.9. exame do abdome
2.3.2.1.10. exame dos membros inferiores
2.3.2.1.11. pesquisa de edema (face, tronco, membros)
2.3.2.2. Específico: gineco-obstétrico
2.3.2.2.1. exame mamas
2.3.2.2.2. palpação dos gânglios inguinais
2.3.2.2.3. inspeção dos genitais externos
2.3.2.2.4. exame especular
2.3.3. cálculo e anotação da idade gestacional
2.3.4. Solicitação dos exames laboratoriais de rotina e outros
2.4. Consultas subsequentes
2.4.1. revisão da ficha perinatal e anamnese atual
2.4.2. exame físico geral e gineco-obstétrico
2.4.2.1. Gestante
2.4.2.1.1. determinação do peso
2.4.2.1.2. medida da pressão arterial
2.4.2.1.3. inspeção da pele e das mucosas
2.4.2.1.4. inspeção das mamas
2.4.2.1.5. pesquisa de edema
2.4.2.1.6. toque vaginal, exame especular e outros, se necessários.
2.4.2.1.7. interpretação de exames laboratoriais e solicitação de outros
2.4.2.1.8. controle do calendário de vacinação
2.4.2.2. Bebê
2.4.2.2.1. palpação obstétrica e medida da altura uterina;
2.4.2.2.2. ausculta dos batimentos cardiofetais;
2.4.2.3. questionar sempre sobre movimentação fetal, contrações uterinas e perdas vaginais.
3. Vacinações
3.1. Vacina contra gripe A e sazonal
3.2. Vacina contra hepatite B
3.3. Vacina contra difteria e tétano (dT)
3.4. Vacina contra difteria, tétano e coqueluche (dTpa)
3.5. As vacinas atenuadas apresentam risco teórico de contaminação do feto, sendo contraindicadas na gestação
3.5.1. BCG
3.5.2. tríplice viral
3.5.3. Varicela
3.5.4. Febre amarela
4. Estado nutricional e ganho de peso durante a gestação
4.1. Ausência de ganho de peso ou a perda de peso
4.1.1. Crescimento fetal insuficiente
4.1.1.1. RNs com baixo peso
4.2. Ganho de peso repentino (700 g ou mais em 1 semana)
4.2.1. Deve levantar suspeita de edema relacionada com a pré-eclâmpsia.
4.2.1.1. RNs macrossômicos
4.3. Normal
4.3.1. 2T: 400g semanal
4.3.2. 3T: 300g semanal
5. Determinação da idade gestacional e data provável do parto
5.1. Regra de Näegele
5.1.1. + 7 dias ao primeiro dia da DUM e - 3 ao mês em que ocorreu a DUM.
5.2. US obstétrica
5.2.1. A partir de quando
5.2.1.1. 1T
5.2.2. Via
5.2.2.1. transvaginal
5.2.3. Objetivo
5.2.3.1. medir o comprimento cabeça-nádega
5.2.4. Acuidade
5.2.4.1. Entre 7-10 semanas – Erro de ± 3 dias
5.2.4.2. Entre 14-20 semanas – Erro de ± 7 dias
5.2.4.3. Terceiro trimestre – Erro de ± 3-4 semanas
5.2.5. Maturidade fetal
5.2.5.1. Ossificação da epífise femoral distal: IG >32 semanas
5.2.5.2. Ossificação da tíbia proximal e epífises umerais: IG de >35 semanas
5.3. procurar atendimento se o parto não ocorrer 7 dias após a DPP
6. Vigilância da pressão arterial
6.1. Deve ser realizada a cada consulta de pré-natal
6.1.1. Diagnóstico precoce de HAS e pré-eclâmpsia.
6.2. Considera-se hipertensão arterial quando
6.2.1. Níveis de pressão sistólica: > 140 mmHg ou os níveis de pressão diastólica: > 90 mmHg
6.2.1.1. Medidos pelo menos duas vezes com intervalo de pelo menos 6 horas
7. Medida da altura uterina – crescimento fetal
7.1. Avaliação indireta do crescimento do feto, compará-lo com a IG presumida e detectar desvios de crescimento
7.1.1. Padrão de referência a curva de AU de acordo com a IG apresentada por Oppermann e colaboradores
7.1.1.1. verificar se a curva do crescimento está situada entre os percentis 10 e 90.
7.1.1.1.1. Queda ou elevação abrupta da curva: deve-se atentar para um possível erro na medida ou prosseguir investigação diagnóstica para distúrbio do crescimento fetal.
8. Ausculta dos batimentos cardiofetais
8.1. Normal
8.1.1. Observa-se a frequência dos batimentos durante 1 minuto, que deve situar-se entre 110 e 160 bpm.
8.1.1.1. A existência de acelerações transitórias é sinal de boa vitalidade
8.2. Síndrome de compressão aorto-cava
8.2.1. Fisiopatologia
8.2.1.1. Dorso fetal à direita + decúbito dorsal materno: compreensão
8.2.1.1.1. ↓ fluxo sanguíneo uterino e da perfusão placentária
8.2.2. Manejo
8.2.2.1. Lateralização da paciente para a esquerda deve normalizar essa situação
8.3. Determinação do local de melhor ausculta
8.3.1. até 16 semanas
8.3.1.1. ponto de ausculta deve situar-se próximo ao púbis.
8.3.2. >16 semanas
8.3.2.1. Manobras de Leopold-Zweifel
8.3.2.1.1. Encontrar o dorso
9. Cuidados pré-concepcionais
9.1. Quantidade: ≥ 1- aconselhamento e avaliação de eventuais riscos
9.2. Anamnese (com história médica pregressa do casal e de sua família) +exame físico geral e ginecológico +medida da PA, do peso e da altura e IMC +avaliação da flora vaginal e citopatológica do colo uterino, se indicado +rastreamento sorológico do HIV, sífilis, hepatite B+ medida da glicemia de jejum
9.3. Reposição de ácido fólico
9.3.1. 30 dias antes da concepção mantendo até a 12 semana de gestação
9.3.2. Dose normal: 0,4 mg/dia por via oral (VO) Alto risco: 4 mg/dia
10. Diagnóstico de gestação
10.1. Ser Precoce: Assistência pré-natal de qualidade
10.1.1. Identificar gestantes com fatores de risco para desfechos desfavoráveis
10.1.2. Prevenir os agravos mais comuns para o binômio materno-fetal
10.1.3. Tratar enfermidades intercorrentes
10.1.4. Educar a gestante para um estilo de vida saudável
10.1.5. Preparar o casal para o momento do nascimento e o puerpério
10.1.6. Identificação correta da idade gestacional (IG)
10.2. História típica: mulher na menacme, com vida sexual ativa, sem uso de método contraceptivo, referindo atraso menstrual ou amenorreia secundária.
10.3. Classificação Sinais e Sintomas
10.3.1. Sintomas de presunção:
10.3.1.1. Percepção de movimentos fetais pela paciente
10.3.1.2. Náuseas e vômitos
10.3.1.3. Aumento do volume e da sensibilidade nas mamas
10.3.1.4. Polaciúria e nictúria
10.3.1.5. Mudanças no apetite
10.3.1.6. Fadiga, tontura, sialorréia, distensão abdominal e constipação, dispneia, congestão nasal, cãibras, lombalgia.
10.3.2. Sinais de presunção:
10.3.2.1. Atraso menstrual de 10 a 14 dias ou amenorreia secundária
10.3.2.2. Congestão mamária e mastalgia, pigmentação das aréolas e surgimento dos tubérculos de Montgomery, aparecimento de colostro, rede venosa visível
10.3.2.3. Alterações na vulva e na vagina (coloração violácea vaginal, cervical e vulvar)
10.3.2.3.1. Sinal de Chadwick
10.3.2.4. ↑ muco e ausência de cristalização com padrão arboriforme
10.3.2.5. Alterações cutâneas
10.3.2.5.1. Estrias
10.3.2.5.2. Hiperpigmentação
10.3.3. Sinais de probabilidade:
10.3.3.1. Alterações em formato e consistência do útero
10.3.3.1.1. Sinal de Hegar: flexão do corpo sobre o colo uterino no toque bimanual
10.3.3.1.2. Sinal de Nobile-Budin: preenchimento do fundo de saco vaginal pelo útero percebido ao toque vaginal
10.3.3.2. Consistência cervical amolecida
10.3.3.2.1. Sinal de Goodell: Amolecimento do colo cervical
10.3.3.3. ↑ volume abdominal.
10.3.4. Sinais de certeza:
10.3.4.1. Ausculta de batimentos cardiofetais (BCFs)
10.3.4.1.1. [US] transvaginal: A partir da 6 semana
10.3.4.1.2. Sonar Doppler: A partir da 10 semanas
10.3.4.1.3. Estetoscópio de Pinard: A partir da 18-20 semana
10.3.4.2. Percepção de movimentos e partes fetais pelo examinador
10.3.4.2.1. a partir de 18-20 semanas
10.3.4.3. Rechaço fetal intrauterino ao toque
10.3.4.3.1. Sinal de Puzos: um discreto impulso no útero, durante o toque vaginal, produz o deslocamento do feto no líquido amniótico para longe do dedo do examinador.
10.4. Diagnóstico laboratorial de gestação
10.4.1. β-hCG
10.4.1.1. Negativo: <5 mUI/mL
10.4.1.2. >25 mUI/mL
10.5. Diagnóstico ultrassonográfico de gestação
10.5.1. O saco gestacional é visível entre a 4-5 semanas de atraso menstrual
11. Manejo mudanças fisiológicas nas gestantes
11.1. Sistema musculoesquelético
11.1.1. Dores Lombares
11.1.1.1. Alongamento, calor local, analgésicos, correção postural
11.1.1.2. Evitar uso de calçado com salto alto
11.1.2. Dores hipogástricas
11.1.2.1. Melhoram com repouso; é importante diferenciar de contrações uterinas
11.1.3. cãibras
11.1.3.1. Melhoram com repouso, aumento da ingesta hídrica e de cálcio
11.2. Sistema digestório
11.2.1. Náuseas e Vômitos
11.2.1.1. Tranquilização
11.2.1.2. Medicamento antiemético
11.2.1.3. Afastar hiperêmese gravídica
11.2.2. Pirose
11.2.2.1. Fracionamento das refeições
11.2.2.2. Uso de cabeceira elevada
11.2.2.3. Evitar a posição supina após as refeições e a ingestão de alimentos agravantes
11.2.2.4. Uso de substâncias antiácidas nos casos refratários
11.2.3. Constipação
11.2.3.1. Aumento da ingesta hídrica e de fibras alimentares
11.3. Sistemas circulatório e endócrino
11.3.1. Síncope e tonturas
11.3.1.1. Repouso
11.3.1.2. Alimentação adequada
11.3.2. Varizes e edema em membros inferiores
11.3.2.1. Elevação de membros inferiores
11.3.2.2. Uso de meias elásticas
11.3.3. Hemorroidas
11.3.3.1. Dieta rica em fibras e hidratação adequada
11.3.3.2. Uso de banhos de assento
11.3.3.3. Anestésicos locais
11.4. Sistema urogenital
11.4.1. Polaciuria
11.4.1.1. Afastar infecção urinária
11.4.2. Leucorreia
11.4.2.1. Afastar vaginite
12. Avaliação laboratorial no pré-natal
12.1. Hemograma
12.1.1. Anemia: valores de Hb abaixo de 11 g/dL ou de Ht abaixo de 33%
12.2. Tipagem sanguínea e Coombs indireto
12.2.1. intuito de identificar eventual incompatibilidade Rh no casal e prevenir a aloimunização perinatal.
12.2.1.1. Rh
12.2.1.1.1. solicitar em seguida o teste de Coombs indireto
12.2.1.2. Rh
12.2.1.2.1. considerar gestante previamente aloimunizada
12.3. Glicemia de jejum e teste oral de tolerância à glicose
12.3.1. Glicemia de jejum
12.3.1.1. primeira consulta
12.3.2. TOTG
12.3.2.1. entre a 24ª e a 28ª semana
12.4. Urocultura
12.4.1. identificar e erradicar a bacteriúria assintomática (BA) e prevenir a ocorrência de pielonefrite na gestação.
12.4.1.1. Resultado
12.4.1.1.1. repetir mensalmente a urocultura nos casos em que a gestante não estiver fazendo uso de quimioprofilaxia.
12.4.1.2. Resultado
12.4.1.2.1. não precisa repetir
12.4.1.3. Os testes rápidos com fitas e testes enzimáticos não devem ser utilizados para orientar tratamento nas pacientes assintomáticas
12.5. Sorologia para sífilis
12.6. Sorologia para vírus da imunodeficiência humana
12.7. Sorologia para hepatite B
12.8. Sorologia para toxoplasmose
12.9. Sorologia para vírus da hepatite C
12.10. Sorologia para rubéola e para citomegalovírus
12.11. Rastreamento para estreptococo do grupo B
12.12. Rastreamento para doenças da tireoide
12.13. Rastreamento para doença falciforme
12.14. Exame bacterioscópico de secreção vaginal e citopatológico cervical
13. Vitaminas
13.1. Ingestão de quantidades excessivas com riscos de toxicidade, especialmente para o feto.
13.1.1. risco potencial para o feto são A, B6, C e D
13.2. Reposição de ômega 3
13.2.1. proteção da neurogênese
13.2.2. dose diária de 200 mg.
13.2.2.1. desde a 20ª semana de gestação até o sexto mês de aleitamento
13.3. Reposição de iodo
13.3.1. tenta evitar
13.3.1.1. hipotireoidismo fetal e distúrbios neurológicos
13.3.2. dose diária 250 µ g
13.4. Ingestão de polifenóis
13.4.1. se ingeridos dentro de quantidades habituais, os alimentos ricos nessa substância são seguros para a gestante e para o feto em qualquer etapa da gestação.
13.4.2. alterações hemodinâmica fetais, como a constrição do ducto arterioso