Um discurso sobre as ciências SANTOS, Boaventura Sousa, 2008

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Um discurso sobre as ciências SANTOS, Boaventura Sousa, 2008 por Mind Map: Um discurso sobre as ciências SANTOS, Boaventura Sousa, 2008

1. Paradigma dominante

1.1. Fundamenta-se na total separação entre natureza e ser humano.

1.1.1. natureza e ser humano são diferentes.

1.2. Racionalidade científica.

1.2.1. é científico o que é racional.

1.3. É racional somente as formas de conhecimento alicerçadas em suas bases epistemológicas e suas regras metodológicas, ou seja, o saber é pautado rigorosamente em seus princípios epistemológicos e regras metodológicas.

1.3.1. racionalidade é método.

1.4. Opunham-se conhecimento científico e conhecimento do senso comum (desconfiava-se das evidências da experiência imediata e do senso comum e buscava-se respostas na observação científica sistemática, rigorosa e controlável dos fenômenos naturais).

1.4.1. conhecimento científico é diferente de senso comum. Conhecimento científico é o que observa mas adota métodos de observação. Senso comum se baseia apenas na especulação e dedução.

1.5. Opunham-se natureza e pessoa humana (buscava-se conhecer a natureza para poder controlá-la e dominá-la).

1.5.1. natureza é diferente de pessoa humana. Conhece-se a natureza para controle e domínio.

1.6. Quantificação como sinônimo de conhecimento, pelo emprego rigoroso das medições

1.6.1. quantificar é conhecer. Medir é quantificar.

1.7. Redução da complexidade do mundo, por meio da divisão e classificação sistemática (tendo como divisão primordial aquela entre condições iniciais (reino da complicação e do acidente, onde é necessário selecionar as condições a serem observadas) e leis da natureza (reino da simplicidade e da regularidade, onde há a possibilidade de se observar e medir de forma rigorosa a natureza).

1.7.1. Divide e classifica para deixar menos complexo. Delimitar o campo de observação para simplificar o resultado e adotar método para observar.

1.8. Tal como foi possível descobrir as leis da natureza, seria igualmente possível descobrir as leis da sociedade.

1.8.1. descobrimos leis naturais, portanto podemos descobrir leis da sociedade.

1.9. A experiência não dispensa a teoria prévia, o pensamento dedutivo ou mesmo a especulação, mas força qualquer deles a não dispensarem, enquanto instância de confirmação última, a observação dos fatos.

1.9.1. A experiencia considera: dedução + especulação + teoria. Mas a confirmação se dá somente por meio da observação dos fatos.

1.10. O conhecimento científico avança pela observação descomprometida e livre, sistemática e tanto quanto possível rigorosa dos fenómenos naturais.

1.10.1. observação livre, mas com estabelecimento de método. Método em observar.

1.11. A crise do paradigma dominante é o resultado interativo de uma pluralidade de condições.

1.11.1. A constatação da pluralidade de condições sociais e teóricas geram a crise do paradigma. Muita coisa para racionalizar.

1.12. Einstein constitui o primeiro rompimento no paradigma da ciência moderna.

1.12.1. Descobriu que o que se tinha coletado era falível.

1.13. Modelo totalitário.

1.13.1. impõe uma verdade.

2. Paradigma emergente

2.1. O senso comum, considerado uma das formas de conhecimento existentes, possibilita orientar nossas ações e compreensão da realidade, ou seja, conhecimentos se desenvolvem ao encontro uns dos outros, avançando a medida que seu objeto se amplia, propondo que os conceitos e teorias desenvolvidas localmente emigram.

2.2. Nenhuma forma de conhecimento é em si mesma exaustiva.

2.3. Explicado como um conjunto de paradigmas científicos, aquele conhecimento pré-estabelecido, juntamente com um paradigma social, traduzido muitas vezes em vivências.

2.4. Reivindica para as ciências sociais um estatuto epistemológico e metodológico próprio.

2.5. Baseia-se na especificidade do ser humano e sua distinção polar em relação à natureza

2.6. Todo o conhecimento científico-natural é científico-social.

2.7. Distinção dicotómica entre ciências naturais e ciências sociais deixou de ter sentido e utilidade.

2.8. As interações não locais são instantâneas e não podem ser previstas em termos matemáticos precisos.

2.9. Conhecimento não dualista, um conhecimento que se funda na superação das distinções tão familiares e óbvias que até há pouco considerávamos insubstituíveis, tais como natureza / cultura, natural/artificial, vivo/inanimado, mente/matéria, observador/observado, subjetivo/objetivo, coletivo/individual, animal/pessoa.

2.10. Tende a revalorizar os estudos humanísticos.

2.11. Não há natureza humana porque toda a natureza é humana.

2.12. Todo o conhecimento é local e total.

2.13. Constitui-se em redor de temas que em dado momento são adoptados por grupos sociais concretos como projetos de vida locais, sejam eles reconstituir a história de um lugar, manter um espaço verde, construir um computador adequado às necessidades locais, fazer baixar a taxa de mortalidade infantil, inventar um novo instrumento musical, erradicar uma doença, etc.

2.14. É assumidamente tradutora, ou seja, incentiva os conceitos e as teorias desenvolvidos localmente a emigrarem para outros lugares cognitivos, de modo a poderem ser utilizados fora do seu contexto de origem.

2.15. Todo o conhecimento é autoconhecimento.

2.16. O objeto é a continuação do sujeito por outros meios.

2.17. A ciência moderna não é a única explicação possível da realidade e não há sequer qualquer razão científica para a considerar melhor que as explicações alternativas da metafísica, da astrologia, da religião, da arte ou da poesia.

2.18. O carácter autobiográfico e autorreferenciável da ciência é plenamente assumido.

2.19. A criação científica no paradigma emergente assume-se como próxima da criação literária ou artística, porque à semelhança destas pretende que a dimensão ativa da transformação do real seja subordinada à contemplação do resultado.

2.20. Todo o conhecimento científico visa constituir-se em senso comum.

2.21. Ninguém pode visualizar projetos concretos de investigação que correspondam inteiramente ao paradigma emergente.