PEQUENO MANUAL ANTIRRACISTA, DE DJAMILA RIBEIRO “Lições para entender as origens do racismo e como combatê-lo"
por Regina De Jesus Dias
1. Informe-se sobre o racismo
1.1. Racismo Estrutural
1.1.1. Não Necessita de intenção para se manisfestar.
1.1.2. O silêncio o torna ética e politicamente responsável pela manutenção do racismo.
1.2. Não tenha medo das palavras "branco", "negro", "racismo", "racista". Dizer que determina atitude foi racista é apenas uma forma de caracterizá-la e definir seu sentido e suas implicações.
1.3. O racismo é, portanto, um sistema de opressão que nega direitos, e não um simples ato da vontade de um indivíduo.
2. Enxergue a Negritude
2.1. Ser a diferente - o que quer dizer não branca...
2.2. Perpetuação do sistema de discriminação racial.
2.3. A maioria dos negros brasileiros precisa aprender a ser negro no percurso de suas vidas.
2.4. É preciso falar sobre negritude, e também sobre branquitude.
3. Apoie políticas educacionais afirmativas
3.1. Por causa do racismo estrutural, a população negra tem menos condições de acesso a uma educação de qualidade.
3.2. Não é sobre capacidade, mas sobre oportunidades.
3.3. Meritocracia
3.3.1. Significa que todo indivíduo é capaz de prosperar somente com suas capacidades sem precisar da ajuda da sociedade, Estado ou família.
3.3.2. No entanto, ao invés de favorecer os mais débeis, a meritocracia acaba por aumentar o abismo existente entre a elite e a população.
3.4. Informe-se sobre as políticas públicas de combate à desigualdade racial e pela promoção da diversidade.
4. Leia autores negros
4.1. Segundo Djamila: "Falta aos brancos, ler autores negros", ler o que se tem produzido historicamente sobre esse tema, para, aí sim, munidas de conhecimento sobre a nossa sociedade, pensar ações concretas de combate a essas desigualdades. Então acho que trata-se de entender esse processo intelectual e político para, do seu lugar, conseguir impactar positivamente outras pessoas.
5. Djamila Ribeiro argumenta que a prática antirracista é urgente e se dá nas atitudes mais cotidianas. E mais ainda: é uma luta de todas e todos.
6. Não é voltado apenas para pessoas negras.
7. Conheça seus desejos e afetos
7.1. As mulheres negras são ultrassexualizadas desde o período colonial.
7.2. "Lascivas", "fáceis" - ideias para justificar abusos, sendo as mulheres negras, as maiores vítimas de violência sexual no país.
7.3. Essa sexualização retira a humanidade das mulheres, pois deixamos de ser vistas com toda complexidade do ser humano.
8. Reconheça os privilégios da branquitude
8.1. Pessoas brancas não costumam pensar sobre o significa pertencer a esse grupo, pois o debate racial sempre é focado na negritude.
8.2. Desnaturalizar.
8.3. É preciso pensar em ações que mudem essa realidade.
8.4. Perceber - se é algo transformador.
9. Perceba o racismo internalizado em você
9.1. Racista, eu, que nunca xinguei uma pessoa negra?
9.2. É impossível não ser racista tendo sido criado numa sociedade racista.
9.3. É algo que está em nós e contra o que devemos lutar sempre.
10. Transforme seu ambiente de trabalho
10.1. Historicamente, a branquitude desenvolveu métodos de manutenção do que seria politicamente correto em relação a pauta racial e a reserva de espaço para o "negro único" o que é certamente uma de suas estratégicas mais clássicas
10.2. É preciso romper com a estratégia do "negro único":não basta ter uma pessoa negra para considerar que determinado espaço de poder foi "dedetizado contra o racismo".
10.3. O racismo assume diversas dimensões num ambiente de trabalho, o que demanda análise constante das práticas corporativas.
11. Questione a cultura que você consome
11.1. Apropriação Cultural - Não diz respeito ao que pode ou não ser usado. É sobre uma estrutura de poder.
11.2. Perpetuação do racismo - Uma marca de luxo pode fazer uma coleção de moda inspirada em elementos da cultura negra, porém só contratar modelos brancas para o desfile.
11.3. É importante que se tenha uma preocupação real em não desrespeitar os símbolos de outras culturas.
12. Combata a violência racial
12.1. “A prática antirracista é urgente e se dá nas atitudes mais cotidianas. Essa é uma luta de todas e todos”
13. Sejamos todos antirracistas
13.1. Perceber-se criticamente implica uma série de desafios para quem passa a vida sem questionar o sistema de opressão racial.
13.2. Pessoas brancas devem se responsabilizar criticamente pelo sistema de opressão que as privilegia historicamente, produzindo desigualdades, e pessoas negras podem se conscientizar dos processos históricos para não reproduzí-los.