Johannah Arendt 1906-1975

Hannah Arendt-Biografia. Filosofia-Mapa mental

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Johannah Arendt 1906-1975 por Mind Map: Johannah Arendt 1906-1975

1. Nascimento e local de nascimento: Morte e local da morte: Crenças:

1.1. N:14 de outubro de 1906. Linden-Limmer, Reino de Hanôver, Império Alemão (hoje Hanôver, Baixa Saxônia, Alemanha).

1.2. M: 4 de dezembro de 1975 aos 69 anos, Nova Iorque, EUA.

1.3. C: Através de seus avós, conheceu o judaísmo reformista. Não pertencia a nenhuma comunidade religiosa, mas sempre se considerou judia, inclusive participando do movimento sionista.

2. Educação:

2.1. Aos 17 anos foi obrigada a abandonar a escola por problemas disciplinares, indo então, sozinha, para Berlim, onde, sem haver concluído sua formação, teve aulas de teologia cristã e estudou pela primeira vez a obra de Søren Kierkegaard. De volta a Königsberg em 1924, foi aprovada no exame de maturidade (Abitur). Em 1924, começa seus estudos na Universidade de Marburg e durante um ano assiste às aulas de filosofia de Martin Heidegger e de Nicolai Hartmann, e as de teologia protestante de Rudolf Bultmann, além de estudar grego. Heidegger, pai de família de 35 anos, e Arendt, estudante, dezessete anos mais jovem que ele, foram amantes, ainda que tivessem de manter em segredo a relação.[6][7] No começo de 1926, por não suportar mais tal situação, decidiu trocar de universidade, indo para a Universidade Albert Ludwig de Freiburg, para estudar sob a orientação de Edmund Husserl. Ela também estudou filosofia na Universidade de Heidelberg e se formou em 1928, sob a tutoria de Karl Jaspers, com a tese O conceito de amor em Santo Agostinho.

3. influências

3.1. Pré-socráticos, Sócrates, Platão, Aristóteles, Paulo, Duns Escoto, Santo Agostinho, Maquiavel, Montesquieu, Edmund Burke, Kant, Tocqueville, Kierkegaard, Karl Marx, Friedrich Nietzsche, Heidegger, Russell, Jaspers, Benjamin

4. Cônjugue:

4.1. Heidegger, pai de família de 35 anos, e Arendt, estudante, dezessete anos mais jovem que ele, foram amantes, ainda que tivessem de manter em segredo a relação. Em Berlim, 1929, Arendt reencontra Günther Stern (que se chamaria mais tarde Günther Anders), que conhecera em Marburg.[8] Pouco mais tarde, mudou para viver com ele, algo que foi mal visto pela sociedade da época. Nesse mesmo ano, casaram-se. O casamento duraria até 1937.Depois de um curto tempo em Heidelberg, o casal passou um ano em Frankfurt.

5. Pensamentos:

5.1. Banalidade do mal:

5.1.1. O conceito de "banalidade do mal" trata sobre o que ela chama de "desenraizamento" das experiências humanas em relação à realidade, da amoralidade, da subserviência à ordens, do acriticismo. Uma citação do livro As Origens do Totalitarismo, que fala sobre a estrutura do movimento totalitario, dá luz à ideia: "os membros fanatizados são intangíveis pela experiência e pelo argumento; a identificação com o movimento e o conformismo total parecem ter destruído a própria capacidade de sentir, mesmo que seja algo tão extremo como a tortura ou o medo da morte"

5.2. Ideologia:

5.2.1. Na concepção de Arendt, a Ideologia ou o pensamento ideológico possui três elementos fundantes. O primeiro deles é a característica dos movimentos totalitários de sempre terem uma explicação total sobre a História, em termos de passado, presente e futuro. Ou seja, fala sobre o quanto as ideologias, seja a racista no hitlerismo, ou a marxista no stalinismo, orientam-se pelo "devir"[24], pelo "movimento"[22], não analisam o passado segundo "um conjunto de postulados acerca do que é, [...] mas de um processo que está em constante mudança". O segundo elemento trata sobre propaganda, conspirações e doutrinação. Arendt dá exemplos de doutrinação, como as escolas nazistas para formar exércitos, as Ordensburgen, e as escolas soviéticas do Comintern. Mas, mais importante para o conceito, fala sobre o quanto as ideologias têm a capacidade de "emancipar" as pessoas da realidade em que vivem. Por último, Arendt explica, através da filosofia, como são e quais são os métodos utilizados pelo totalitarismo para distanciar as pessoas da experiência empírica ou da realidade

5.3. Formas ou tipos de governos:

5.3.1. Hannah Arendt explica cada tipo de governo através da organização política interna e as técnicas de administração. O que ela chama de Tirania remete aos tipos de governo fundados nas ideias trazidas por Platão, em A República, onde existe a política de "um contra todos" feita por um líder, ou seja, "os 'todos' que ele oprime são iguais, a saber, igualmente desprovidos de poder". Este líder seria fonte da Lei e governaria de acordo com as suas próprias vontades. A metáfora por ela utilizada é a de uma pirâmide que possui baionetas que suspendem o topo apoiadas em sua base, onde na base se encontram indivíduos "cuidadosamente isolados, desintegrados e completamente iguais". No tipo de governo Autoritário, Arendt também utiliza a metáfora da pirâmide, mas esta é descrita de tal modo: "a sede do poder se localiza em seu topo, do qual a autoridade e o poder se filtram para a base de maneira tal que cada camada consecutiva possua alguma autoridade". [...] estes diferentes níveis se "interrelacionam como raios convergentes cujo ponto focal comum é o topo da pirâmide, bem como a fonte transcendente de autoridade acima dela". Importante notar que a fonte de autoridade neste tipo específico são os códigos e leis, como a nossa constituição, "o direito natural, os mandamentos divinos". Ao descrever o tipo de governo Totalitário, Arendt recorre à pouco conhecida metáfora da cebola: "cujo centro, em uma espécie de espaço vazio, está o líder; o que quer que ele faça -integre o organismo político como em uma hierarquia autoritária, ou oprima seus súditos como um tirano-, ele o faz de dentro, e não de fora ou de cima"

5.4. Autoridade:

5.4.1. Ela explica que não existe autoridade se o Estado ou outro ator social qualquer usa da força, ou seja, de "meios externos de coerção" para conter ou controlar a população -por exemplo, o uso da força policial em manifestações públicas. Ao mesmo tempo, adverte que a autoridade também não existe se esta se valer de meios de convencimento ou "persuasão", pois ela "pressupõe igualdade e argumentação". Nesse sentido, Arendt se refere ao aparelhamento da propaganda nazista ministrado por Joseph Goebbels, que através de várias técnicas discursivas, como a repetição incessante de mentiras e o uso do status científico como instrumento de poder, convenceram as massas alemãs à adesão aos pressupostos e projetos do nacional-socialismo. Ou seja, não houve confiança política da população, pois ela teve de ser convencida e fanatizada. A título de exemplo do que pode ser considerado autoridade em termos de tradição, Arendt diz que: "o sintoma mais significativo da crise de autoridade, a indicar sua profundeza e seriedade, é ela ter se espalhado em áreas pré-politicas tais como a criação dos filhos e a educação". Deste modo, quer dizer que quando estes elementos se tornam um questionamento na sociedade, provavelmente isto significa dizer que a política perdeu seu poder de autoridade e, deste modo, de confiança.

5.5. Solidão e isolamento:

5.5.1. A diferença entre solidão e isolamento é uma excelente fonte de explicação para a forma como a organização totalitária moldava e controlava a população e, assim, se mantinha no poder. Uma citação em particular resume a ideia: "o que chamamos de isolamento na esfera política é chamado de solidão na esfera dos contatos sociais. [...] Posso estar isolado -numa situação em que não posso agir porque não há ninguém para agir comigo- sem estar solitário; e posso estar solitário -numa situação em que me sinto completamente abandonado da companhia humana- sem estar isolado (Origens do Totalitarismo)." Assim, o isolamento seria "impotência", "incapacidade básica de agir", ou seja, estaria ligada a uma incapacidade comum das pessoas de se unirem em prol de questões ou motivações políticas. A exemplo -situado na história do Brasil-, a supressão e perseguição de sindicatos e partidos Comunistas pelo ditador Getúlio Vargas no golpe de 1937 e o fechamento do Congresso Nacional pelo Estado Novo. Como diz Arendt, as características humanas da "ação e poder são frustradas" e, junto a isso, ela afirma que tais pressupostos estão atrelados à forma tirânica de governar. Não obstante, a ideia de solidão está conectada com a noção de vida privada ou de "vida humana como um todo"

5.6. Crítica a Karl Marx

5.6.1. De acordo com Camargo (2013), Hannah estabelece uma diferenciação que fica compreensível e entendível no conceito de Labor e Trabalho. Proporcionando um melhor entendimento acerca do tema e das condições do sujeito para o sujeito, seja para sobrevivência própria direta (labor) ou para seu sustento no que tange a questão capitalista financeira. Com relação a crítica que exerce à Marx no conceito trabalho, Hannah entende haver a possibilidade do trabalho ser produtivo ou improdutivo, ambos possibilitando entendimento e produzindo objetos, matéria, pela simples ação do sujeito. Já Marx considera apenas o trabalho produtivo como fonte de objeto, matéria, desconsiderado o improdutivo, como se apenas produzisse resultado quando o trabalho é convalidado como “status” de concluído na fase que se encontra.