Kral Marx (1818-1883)

Mapa Mental da biografia de Kral Marx

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Kral Marx (1818-1883) por Mind Map: Kral Marx (1818-1883)

1. Origem

1.1. Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, Renânia, província ao sul da Prússia no dia 5 de maio de 1818. Foi um filósofo, socialista, sociólogo, historiador, economista, jornalista, revolucionário.

1.1.1. Seu pai era Herschel Marx, advogado e conselheiro da justiça, e sua mãe, Henriette Pressburg (1788–1863), era judia.

1.1.2. Seus irmãos eram: Sophie (1816–1886), Hermann (1819–1842), Henriette (1820–1845), Louise (1821–1893), Emilie (1824–1888 — adotada por seus pais), Caroline (1824–1847) e Eduard (1826–1837).

2. Legado

2.1. O legado do pensamento de Marx tornou-se objeto de contestação entre inúmeras tendências, cada uma se vendo como a intérprete mais precisa de Marx. Na esfera política, estas tendências incluem o leninismo, marxismo-leninismo, trotskismo, maoísmo, luxemburguismo e o marxismo libertário. Várias correntes também se desenvolveram no marxismo acadêmico, muitas vezes sob influência de outros pontos de vista, resultando no marxismo estruturalista, marxismo histórico, fenomenológica marxista, marxismo analítico e marxismo hegeliano. Em contraste com outros filósofos, Marx ofereceu teorias que, muitas vezes, poderiam ser testadas com o método científico. Tanto Marx quanto Auguste Comte começaram a desenvolver ideologias cientificamente fundadas durante a secularização européia e novos desenvolvimentos na filosofia da história e ciência. Trabalhando na tradição hegeliana, Marx rejeitou o positivismo sociológico comtiano na tentativa de desenvolver uma ciência da sociedade. Karl Löwith considerou Marx e Søren Kierkegaard os dois maiores sucessores filosóficos de Hegel. Na teoria sociológica moderna, a sociologia marxista é reconhecida como uma das principais perspectivas clássicas. Isaiah Berlin considera Marx o verdadeiro fundador da sociologia moderna, "na medida em que qualquer um pode reivindicar o título". Além da ciência social, ele também teve um legado duradouro na filosofia, na literatura, nas artes e nas humanidades. Na teoria social, pensadores do século XX e XXI adotaram duas estratégias principais em resposta a Marx: a primeira, conhecida como marxismo analítico, a segunda, mais comum, dilui as reivindicações explicativas da teoria social de Marx e enfatiza a "autonomia relativa" dos aspectos da vida social e econômica, não diretamente relacionadas com a narrativa central de Marx: "a interação entre o desenvolvimento das forças de produção e a sucessão dos modos de produção". Politicamente, o legado de Marx é mais complexo. Ao longo do século XX, ocorreram revoluções em dezenas de países que se autorotularam de "marxistas", mais notavelmente a Revolução Russa, que levou à fundação da URSS. Líderes mundiais como Vladimir Lenin, Mao Zedong, Fidel Castro, Salvador Allende, Josip Tito e Kwame Nkrumah citaram Marx como uma influência, e suas ideias estão presentes em vários partidos políticos em todo o mundo, além daqueles onde ocorreram "revoluções marxistas".As ditaduras brutais associadas com algumas nações marxistas levaram oponentes políticos a culpar Marx por milhões de mortes, mas a fidelidade destes líderes, partidos e revoluções à obra de Marx é contestada e rejeitada por muitos marxistas. Atualmente, é comum distinguir entre o legado e a influência de Marx especificamente, e o legado e influência de suas ideias para fins políticos. Politicamente, o legado de Marx é mais complexo. Líderes mundiais como Vladimir Lenin, Mao Zedong, Fidel Castro, Salvador Allende, Josip Tito e Kwame Nkrumah citaram Marx como uma influência, e suas ideias estão presentes em vários partidos políticos em todo o mundo, além daqueles onde ocorreram "revoluções marxistas". As ditaduras brutais associadas com algumas nações marxistas levaram oponentes políticos a culpar Marx por milhões de mortes, mas a fidelidade destes líderes, partidos e revoluções à obra de Marx é contestada e rejeitada por muitos marxistas. Atualmente, é comum distinguir entre o legado e a influência de Marx especificamente, e o legado e influência de suas ideias para fins políticos.

3. Educação

3.1. Em 1830, Marx iniciou seus estudos no Liceu Friedrich Wilhelm, em Tréveris, ano em que eclodiram revoluções em diversos países europeus. Em 1835, Marx, com 17 anos, se prepara para deixar Trier e ingressar na universidade, num ensaio sobre a escolha de uma carreira.

3.1.1. Ingressou mais tarde na Universidade de Bonn para estudar Direito, transferindo-se no ano seguinte para a Universidade de Berlim, onde o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel, cuja obra exerceu grande influência sobre Marx, foi professor e reitor. Em Berlim, Marx ingressou no Clube dos Doutores, que era liderado pelo hegeliano de esquerda Bruno Bauer. Ali perdeu interesse pelo Direito e se voltou para a Filosofia, tendo participado ativamente do movimento dos hegelianos de esquerda ou Jovens Hegelianos. Seu pai faleceu naquele mesmo ano. Em 1841, obteve o título de doutor em Filosofia com uma tese sobre as Diferenças da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro. Impedido de seguir uma carreira acadêmica, tornou-se, em 1842, redator-chefe da Gazeta Renana (Rheinische Zeitung), um jornal da província de Colônia. Conheceu Friedrich Engels naquele mesmo ano, durante visitação deste à redação do jornal.

4. Morte

4.1. Deprimido pela morte de sua esposa em dezembro de 1881, Marx desenvolveu, em consequência dos problemas de saúde que suportou ao longo de toda a vida, bronquite e pleurisia, que causaram seu falecimento em 1883. Foi enterrado na condição de apátrida, no Cemitério de Highgate, em Londres. Muitos dos amigos mais próximos de Marx prestaram-lhe homenagem no seu funeral, incluindo Wilhelm Liebknecht e Friedrich Engels. Em 1954, o Partido Comunista Britânico construiu uma lápide com o busto de Marx sobre sua tumba, até então de decoração muito simples. Na lápide, estão inscritos o parágrafo final do Manifesto Comunista ("Proletários de todos os países, uni-vos!") e um trecho extraído das Teses sobre Feuerbach: "Os filósofos apenas interpretaram o mundo de várias maneiras, enquanto que o objetivo é mudá-lo."

5. Cônjugue

5.1. Marx casou-se, no dia 19 de junho de 1843, com Jenny von Westphalen, a filha de um barão da Prússia, a qual mantinha noivado desde o início dos seus estudos universitários. (Noivado que foi um segredo durante anos, pois as famílias Marx e Westphalen não concordavam com a união.)

5.1.1. Do casamento de Marx com Jenny von Westphalen, nasceram sete filhos, mas devido às más condições de vida que foram forçados a viver em Londres, apenas três sobreviveram à idade adulta. As crianças eram: Jenny Caroline (1844-1883), Jenny Laura (1845-1911), Edgar (1847-1855), Henry Edward Guy ("Guido"; 1849-1850), Jenny Eveline Frances ("Franziska"; 1851-52), Jenny Julia Eleanor (1855-1898) e mais um que morreu antes de ser nomeado (Julho, 1857).

5.1.2. Marx também teve um filho, Frederick Demuth (1851-1929), nascido de sua relação amorosa com a militante socialista e empregada da família Marx, Helena Demuth. Como foi pedido por ele, Engels assumiu a paternidade da criança, e pagando uma pensão, entregou-o a uma família de um bairro proletário de Londres.

6. Obras e teorias

6.1. Marxismo

6.1.1. A teoria marxista é, substancialmente, uma crítica radical das sociedades capitalistas, mas é uma crítica que não se limita a teoria em si: Marx se posiciona contra qualquer separação drástica entre teoria e prática, entre pensamento e realidade, porque essas dimensões são abstrações mentais (categorias analíticas) que, no plano concreto, real, integram uma mesma totalidade complexa. O marxismo constitui-se como a concepção materialista da História, longe de qualquer tipo de determinismo, mas compreendendo a predominância da materialidade sobre a ideia, sendo esta possível somente com o desenvolvimento daquela, e a compreensão das coisas em seu movimento, em sua inter-determinação, que é a dialética. Portanto, não é possível entender os conceitos marxianos — como forças produtivas ou capital — sem levar em conta o processo histórico, pois não são conceitos abstratos e sim uma abstração do real, tendo como pressuposto que o real é movimento.

6.2. Metodologia:

6.2.1. Segundo Marx, Hegel e seus seguidores criaram uma dialética mistificada, que buscava explicar a história mundial a partir da economia e como autodesenvolvimento da Ideia absoluta. Em oposição aos filósofos idealistas e aos economistas clássicos, Marx propunha a investigação do desenvolvimento histórico das formas de produção e reprodução social, partindo do concreto para o abstrato e do abstrato para o concreto.

6.3. Classes Sociais:

6.3.1. Em razão da divisão social do trabalho e dos meios, a sociedade se extrema entre possuidores e os não detentores dos meios de produção. Surgem, então, a classe dominante e a classe dominada, sendo a classe dominante aquela que mantém poder sobre os meios de produção e a classe dominada a que se sujeita a dominante para obter os bens produzidos. O Estado aparece para representar os interesses da classe dominante e cria, para isso, inúmeros aparatos para manter a estrutura da produção. Esses aparatos são nomeados por Marx de infraestrutura e condicionam o desenvolvimento de ideologias e normas reguladoras, sejam elas políticas, religiosas, culturais ou econômicas, para assegurar os interesses dos proprietários dos meios de produção.

6.4. Crítica a religião:

6.4.1. Para Marx a crítica da religião é o pressuposto de toda crítica social, pois crê que as concepções religiosas tendem a desresponsabilizar os homens pelas consequências de seus atos. Marx tornou-se reconhecido como crítico sagaz da religião devido à sentença que profere em um escrito intitulado Crítica da filosofia do direito de Hegel: “A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, assim como é o espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo.” Em verdade, Marx se ocupou muito pouco em criticar sistematicamente a atividade religiosa. Nesse quesito ele basicamente seguiu as opiniões de Ludwig Feuerbach, para quem a religião não expressa a vontade de nenhum Deus ou outro ser metafísico: é criada pela fabulação dos homens.

6.5. O Capital:

6.5.1. A grande obra de Marx é O Capital, na qual trata de fazer uma extensa análise da sociedade capitalista. É predominantemente um livro de Economia Política, mas não só. Nesta obra monumental, Marx discorre desde a economia, até a sociedade, cultura, política e filosofia. É uma obra analítica, sintética, crítica, descritiva, científica, filosófica, etc. Uma obra de difícil leitura, ainda que suas categorias não tenham a ambiguidade especulativa própria da obra de Hegel, possui, no entanto, uma linguagem pouco atraente e nem um pouco fácil. Dentro da estrutura do pensamento de Marx, só uma obra como O Capital é o principal conhecimento, tanto para a humanidade em geral, quanto para o proletariado em particular, já que através de uma análise radical da realidade que está submetido, só assim poderá se desviar da ideologia dominante ("a ideologia dominante" é sempre da "classe dominante"), como poderá obter uma base concreta para sua luta política. Sobre o caráter da abordagem econômica das formações societárias humanas, afirmou Alphonse De Waelhens: "O marxismo é um esforço para ler, por trás da pseudo-imediaticidade do mundo econômico reificado as relações inter-humanas que o edificaram e se dissumularam por trás de sua obra". Cabe lembrar que O Capital é uma obra incompleta, tendo sido publicado apenas o primeiro volume com Marx vivo. Os demais volumes foram organizados por Engels e publicados posteriormente.

6.6. Mais-valia:

6.6.1. O conceito de mais-valia foi empregado por Karl Marx para explicar a obtenção dos lucros no sistema capitalista. Para Marx, o trabalho gera a riqueza, portanto, a mais-valia seria o valor extra da mercadoria, a diferença entre o que o empregado produz e o que ele recebe. Os operários em determinada produção produzem bens (ex: 100 carros num mês). Se dividirmos o valor dos carros pelo trabalho realizado dos operários, teremos o valor do trabalho de cada operário. Entretanto os carros são vendidos por um preço maior: esta diferença é o lucro do proprietário da fábrica. A esta diferença, Marx chama de "valor excedente ou maior", ou mais-valia. Segundo ele, o lucro teria uma tendência decrescente devido a necessidade de se investir na produção, à medida que a remuneração dos trabalhadores estaria submetida a mais-valia.

6.7. Práxis:

6.7.1. Na lógica da concepção materialista da História, não é a realidade que move a si mesma, mas comove os atores, trata-se sempre de um "drama histórico" (termo que Marx usa em O 18 Brumário de Luís Bonaparte) e não de um "determinismo histórico" que cairia num materialismo mecânico (positivismo), oposto ao materialismo dialético de Marx, que poderia ser definido como uma "dialética realidade-idealidade evolutiva". Ou seja, as relações entre a realidade e as ideias se fundem na práxis, e a práxis é o grande fundamento do pensamento de Marx. Pois sendo a história uma produção humana, e sendo as ideias produto das circunstâncias em que tais ideais brotaram, fazer história racionalmente é a grande meta. É o próprio fazer da história que criará suas condições objetivas e subjetivas adjacentes, já que a objetividade histórica é produto da humanidade (dos homens associados, luta política, etc). E, assim, Marx finaliza as Teses sobre Feuerbach, não se trata de interpretar diferentemente o mundo, mas de transformá-lo, pois a própria interpretação está condicionada ao mundo posto, só a ação revolucionária produz a transcendência do mundo vigente.

6.8. Crítica ao anarquismo

6.8.1. Criticou o anarquismo por sua visão tida como ingênua do fim do Estado onde se objetiva acabar com o Estado "por decreto", ao invés de acabar com as condições sociais que fazem do Estado uma necessidade e realidade. Na obra Miséria da Filosofia, elabora suas críticas ao pensamento do anarquista Proudhon. Também criticou o blanquismo com sua visão elitista de partido, por ter uma tendência autoritária e superada. Posicionou-se a favor do liberalismo, não como solução para o proletariado, mas como premissa para maturação das forças produtivas (produtividade do trabalho) das condições positivas e negativas da emancipação proletária, como a da homogeneização da condição proletária internacional gerado pela "globalização" do capital. Sua visão política era profundamente marcada pelas condições que o desenvolvimento econômico ofereceria para a emancipação proletária, tanto em sentido negativo (desemprego), como em sentido positivo (em que o próprio capital centralizaria a economia, exemplo: multinacionais).

6.9. Revolução:

6.9.1. Em geral, Marx considerava que toda revolução é necessariamente violenta, ainda que isso dependa, em maior ou menor grau, da constrição ou abertura do Estado. A necessidade de violência se justifica porque o Estado tenderia sempre a empregar a coerção para salvaguardar a manutenção da ordem sobre a qual repousa seu poder político, logo, a insurreição não tem outra possibilidade de se realizar senão atuando também violentamente. Diferente do apregoado pelos pensadores contratualistas, para Marx o poder político do Estado não emana de algum consenso geral, é antes o poder particular de uma classe particular que se afirma em detrimento das demais. A revolução se daria no âmbito da necessidade de sobrevivência, pois segundo ele as forças produtivas em seu ápice passariam a se tornar destrutivas. Importante notar que Marx não entende revolução enquanto algo como reconstruir a sociedade a partir de um zero absoluto. Na Crítica ao Programa de Gotha, por exemplo, indica claramente que a instauração de um novo regime só é possível mediada pelas instituições do regime anterior. O novo é sempre gestado tendo o velho por ponto de partida. A revolução proletária, que instauraria um novo regime sem classes, só obteria sucesso pleno após a conclusão de um período de transição que Marx denominou socialismo.

6.10. Outras obras:

6.10.1. Na obra A Ideologia Alemã, Marx apresenta os pressupostos de seu novo pensamento. No Manifesto Comunista, apresenta sua tese política básica, propondo a construção de uma nova sociedade, derrubando a burguesia através da luta contra a propriedade privada de poucos. No ensaio "Sobre a Questão Judaica", apresenta sua crítica à religião, dizendo que não se deve apresentar questões humanas como teológicas, mas as teológicas como questões humanas, e que afirmar ou negar a existência de Deus, são ambas teologia. Para ele, deve-se sempre ver as religiões como reflexões fantasiosas do ser humano acerca de si mesmo, mas que representam a condição real a qual está submetido o ser humano. Em Crítica ao Programa de Gotha, Marx faz sua mais extensa e sistemática apresentação do que seria uma sociedade socialista. Em A Guerra Civil na França, Marx supera todas as suas tendências jacobinas de antes e defende claramente que só com o fim do Estado o proletariado oferece a si mesmo as condições de manter o próprio poder recém conquistado, e o fim do Estado é literalmente o "povo em armas", ou seja, o fim do "monopólio da violência" que o Estado representa. Em O 18 Brumário de Luís Bonaparte, além da profunda análise sobre o terror da "burocracia", outros aspectos marcantes são a questão do campesinato como aliado da classe operária na revolução iminente, o papel dos partidos políticos na vida social e uma caracterização profunda da essência do bonapartismo. Karl Marx foi um dos poucos ideólogos que acompanharam todo o percurso de instabilidade política francesa pós-revolução francesa, revolução industrial e globalização sendo que influenciou muito na obra do autor e contribuiu para alimentar os debates políticos dentro da esquerda.