Cultura da Mídia: um terreno de disputa no qual grupos sociais importantes e ideologias políticas rivais lutam pelo domínio, e que os indivíduos vivenciam essas lutas por meio de imagens, discursos, mitos e espetáculos veiculados pela mídia.
por Guilherme Di Angellis
1. Mudança na balança Nós-Eu, Norbert Elias: Não há identidade-eu sem identidade-nós. Tudo o que varia é a ponderação dos termos na balança eu-nós, o padrão da relação eu-nós.
1.1. Antes a balança entre as identidades-nós e eu pendia maciçamente para a primeira. A partir do renascimento, passou a pender cada vez mais para a identidade-eu. Mais e mais frequentes se tornaram os casos de pessoas cuja identidade-nós enfraqueceu a ponto de elas se afigurarem a si mesmas como eus desprovidos de nós.node
1.2. A imagem-do-nós, a identidade-nós da maioria das pessoas, está defasada da realidade da integração efetivamente alcançada. A imagem-do-nós está muito atrasada em relação à realidade da interdependência global, que inclui a possibilidade de o espaço vital comum ser destruído por determinados grupos.
2. Escola de Frankfurt
2.1. inaugurou o estudo crítico da comunicação nos anos 30 e combinou economia política dos meios de comunicação, análise cultural dos textos e estudos de recepção pelo público dos efeitos sociais e ideológicos da cultura e das comunicações de massa. Embora parcial e unilateral, a abordagem da Escola de Frankfurt fornece instrumentos para criticar as forma ideológicas e aviltadas da cultura da mídia e indica os modos como ela reforça as ideologias que legitimam as formas de opressão.
3. Estudos Culturais
3.1. As lutas focalizadas pelos Estudos Culturais críticos são contra a dominação e a subordinação. Situam a cultura num contexto sócio-histórico, no qual esta promove dominação ou resistência, e critica as formas de cultura que fomentam a subordinação.
3.2. O ponto crucial é que subvertem a distinção entre cultura superior e inferior e, assim, valorizam formas culturais como cinema, televisão e música popular, deixadas de lado pelas abordagens anteriores, que tendiam a utilizar a teoria literária para analisar as formas culturais ou para focalizar sobretudo as produções da cultura superior.
4. Cultura da Mídia: campo de forças e de lutas
4.1. Espaço Social, Bourdieu
4.2. "O espaço social global como um campo, isto é, ao mesmo tempo, como um campo de forças, cuja necessidade se impõe aos agentes que nele se encontram envolvidos, e como um campo de lutas, no interior do qual os agentes se enfrentam, com meios e fins diferenciados conforme sua posição na estrutura do campo de forças, contribuindo assim para a conservação ou a transformação da sua estrutura".
4.3. "A dominação não é o efeito direto e simples da ação exercida por um conjunto de agentes (a classe dominante) investidos de poderes de coerção, mas o efeito indireto de um conjunto complexo de ações que se engendram na rede cruzada de limitações que cada um dos dominantes, dominado assim pela estrutura do campo através do qual se exerce a dominação, sofre de parte de todos os outros".
4.4. "O 'habitus' é esse princípio gerador e unificador que retraduz as características intrínsecas e relacionadas de uma posição em um estilo de vida unívoco, isto é, em um conjunto unívoco de escolhas de pessoas, de bens, de práticas. Assim como as posições das quais são o produto, os habitus são diferenciados; mas são também diferenciadores". Os 'habitus' são os princípios geradores de práticas distintas e distintivas.
5. Cultura da Mídia: formação da identidade
5.1. Sociedade em Rede, Manuel Castells
5.2. Identidade legitimadora: Introduzida pelas instituições dominantes da sociedade no intuito de expandir e racionalizar sua dominação em relação aos atores sociais.
5.2.1. Rambo, Top Gun
5.3. Identidade de resistência: criada por atores que se encontram em posições/condições desvalorizadas e/ou estigmatizadas pela lógica da dominação, construindo, assim, trincheiras de resistência e sobrevivência com base em princípios diferentes dos que permeiam as instituições da sociedade.
5.3.1. Platoon
5.4. Identidade de projeto: quando os atores sociais, utilizando-se de qualquer tipo de material cultural ao seu alcance, constroem uma nova identidade capaz de redefinir sua posição na sociedade e, ao fazê-lo, de buscar a transformação de toda a estrutura social.
5.4.1. Faça a Coisa Certa