1. Este argumento é uma mescla da fundamentação de Leinbiz + Gabr + Aristóteles com algumas ponderações minhas.
2. 4 - Então existe um ser necessário
2.1. Tendo que o Universo existe, também existe um ser necessário causal, que irá causar a primeira causa, que é a realidade (ou Universo). Se esse ser não fosse causal, se ele não fosse uma mente inteligente, então nós não teríamos o algo, e sim o nada, pois o necessário que sobra (matemática) não tem a capacidade de causar algo. Então se temos que existe um ser apto a causar a realidade, esse ser necessário e abstrato é causal.
2.1.1. 4.5 - Essa mente abarca e transcende o universo
2.1.1.1. Essa mente deve, por definição, abarcar e transcender os elementos causados, assim como um pintor trasncende os elementos da pintura, pois só existe aquela pintura se existir um pintor que a tenha causado. Essa mente precisa ser ao mesmo tempo eterna, infinita e onipresente. Ele precisa abarcar o espaço como se fosse um subconjunto da sua mente, assim como um vaso causado pelo oleiro é um subconjunto do seu ser.
2.1.1.1.1. Logo, ao reunir todas as 4 premissas, temos que a resposta para a causa do universo seja essa mente, portanto, Deus existe.
3. 3 - O universo existe
3.1. O universo (realidade) existe, pois se ele não existisse, você não estaria lendo este texto agora.
4. 2 - Se o universo existe, ele precisa ser contingente
4.1. O universo não pode ser necessário porquê todos os necessários são abstratos, ou seja, tem como característica, a imutabilidade. Alguns exemplos disso são: a expansão do universo, que denota mudança e a cronologia universal (tempo), que faz também com que o universo seja um ente de potências, e todos os entes de potência são mutáveis, portanto, não podem ser necessários.
4.1.1. Tendo que todos os necessários são abstratos, teremos 2 categorias
4.1.1.1. Matemática
4.1.1.1.1. A matemática (os números) é um necessário, porém, não possui poder causal. Se examinamos a física, veremos que ela pode ser estudada através da matemática, porém, a matemática por si só não tem o poder de causa, ou seja, ela nao causa nada. Quando você efetua a operação 4+4=8 você não muda nada desde que você não atribua um sentido fisico e material aquela matemática. Quando você pega 2 morangos e junta com mais 2 morangos totalizando 4 morangos, a sua mente causa a matematica na realidade, dando assim, um sentido físico a ela, porém, isso irá ocorrer apenas na materialidade e nao na abstração.
4.1.1.2. Mente
4.1.1.2.1. A abstração da matemática não causa, porém, a mente também é uma abstração e esta sim possui poder causal. Isto é facilmente demonstrado, a leitura deste texto só é possível porquê a minha mente o causou e agora a sua mente está causando para ler isto e entender o que estou dizendo. O que eu fiz aqui foi transformar elementos abstratos em símbolos (palavras), e você, ao ler, transforma novamente estes símbolos em elementos abstratos na sua mente através da causalidade
4.1.1.2.2. Causa a primeira causa, que é o universo
5. 1 - Tudo que existe é necessário ou contingente
5.1. Tudo que é contingente sempre regressa até uma necessidade, desta maneira, tudo que é contingente, depende de uma coisa anterior que a causou para vir a existência e no final de toda regressão, chegará a uma necessidade que não precisou ser gerada de outra coisa e é compreendida como um "motor imóvel".
5.1.1. Contingente: Tudo que precisa ser causado para vir a existir e poderia não existir. (Ex: um carro, florestas, você, etc)
5.1.2. Necessário: Aquilo que não pode não existir e existe por uma necessidade de sua própria natureza, como as abstrações e a mente.
6. MULTIVERSO
6.1. Uma objeção para o ser necessário, até agora chamado de Mente ou Deus, é a do multiverso
6.1.1. Alguns críticos desse argumento dizem que o multiverso é um ente necessário que cria o universo e varios outros. Porém, é abusrdo que o multiverso seja um ser necessário, justamente por conta das premissas e categorias de um necessário. Para o multiverso ser um necessário, ele teria que ser abstrato e incorrer em uma das 2 categorias do ser necessário, que são a Matemática e a Mente. A princípio, o multiverso não pode ser uma mente, pois ele cria milhões de realidades e mundos paralelos a fim de que em algum momento, alguma delas prossiga e possa inclusive contemplar a necessidade deste próprio multiverso!! Se essas milhões de criações estão incorrendo apenas em possibilidades, tem-se a aleatoridade, e, aquilo que é aleatório não pode ser uma inteligência, e a principal característica de uma mente é o "intus legere", ou, capacidade de inteligir. Ao mesmo tempo, o multiverso não poderia incorrer na categoria de necessários como a matemática, pois a matemática não causa, e se o multiverso é capaz de causar varios universos incluindo este que vivemos, então ele ja foi causal. Dessa maneira, se verdadeiro, ele ainda seria algo concreto, algo que cria e não é inteligente, dessa maneira, ele passa a ser contingente, e sendo contingente ele precisa mais uma vez de uma explicação que seja necessária, e algo que seja maior que ele e o transcenda e o abarque, e no final, novamente, você irá descobrir que as categorias necessárias para isso, seriam novamente de um Deus (mente).