
1. O que é Humanização? A humanização em saúde volta-se para as práticas concretas comprometidas com a produção de saúde e produção de sujeitos. No campo das políticas públicas, diz respeito à transformação dos modelos de atenção e de gestão nos serviços e sistemas de saúde, indicando a necessária construção de novas relações entre usuários e trabalhadores e destes entre si.
2. Quais são os propósitos?
2.1. Desenvolver tecnologias relacionais e de compartilhamento das práticas de gestão e de atenção;
2.2. Fortalecer iniciativas de humanização existentes;
2.3. Aprimorar, ofertar e divulgar estratégias e metodologias de apoio a mudanças sustentáveis dos modelos de atenção e de gestão
2.4. Familiarizar trabalhadores, gestores e usuários do SUS com os princípios e as diretrizes da humanização;
2.5. Implementar processos de acompanhamento e avaliação, ressaltando saberes gerados no SUS e experiências coletivas bem sucedidas.
3. Qual a finalidade?
3.1. Escutar os usuários para identificar demandas e promover as mudanças necessárias nos processos de trabalho.
3.1.1. Concretização dos princípios e diretrizes orientadas pela PNH na produção de saúde;
3.1.2. É a inclusão/fazer coletivo, onde todos os sujeitos envolvidos tenham oportunidade de colocar suas ideias e vivências buscando as mudanças necessárias para os problemas demandados;
3.1.3. E as rodas de conversas se configuram como o método/ferramenta fundamental para democratizar a participação das pessoas nesse modelo poroso de cuidado em saúde.
4. Quais são os princípios?
4.1. Transversalidade
4.1.1. Indissociabilidade entre atenção e gestão
4.1.1.1. Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos coletivos
4.1.1.1.1. Qualquer mudança na gestão e atenção é mais concreta se construída com a ampliação da autonomia e vontade das pessoas envolvidas que compartilham responsabilidades;
4.1.1.1.2. Os usuários não são só pacientes, os trabalhadores não só cumprem ordens as mudanças acontecem com o reconhecimento do papel de cada um;
4.1.1.1.3. Um SUS humanizado reconhece cada pessoa como legítima cidadã de direitos e valoriza e incentiva sua atuação na produção de saúde.
4.1.1.2. As decisões da gestão interferem diretamente na atenção à saúde;
4.1.1.3. Trabalhadores e usuários devem buscar conhecer como funciona a gestão dos serviços e da rede de saúde, assim como participar ativamente do processo de tomada de decisão nas organizações de saúde e nas ações de saúde coletiva;
4.1.1.4. Ao mesmo tempo, o cuidado e a assistência em saúde não se restringem às responsabilidades da equipe de saúde O usuário e sua rede sociofamiliar devem também se corresponsabilizar pelo cuidado de si nos tratamentos, assumindo posição protagonista.
4.1.2. Transversalizar é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem conversar com a experiência daquele que é assistido Juntos, esses saberes podem produzir saúde de forma mais corresponsável
4.1.2.1. A Política Nacional de Humanização deve se fazer presente e estar inserida em todas as políticas e programas do SUS;
4.1.2.1.1. A PNH busca transformar as relações de trabalho a partir da ampliação do grau de contato e da comunicação entre as pessoas e grupos
5. Quais as diretrizes da PNH?
5.1. Acolhimento
5.1.1. • O acolhimento deve comparecer e sustentar a relação entre equipes serviços e usuários populações; • Como valor das práticas de saúde, o acolhimento é construído de forma coletiva a partir da análise dos processos de trabalho; • Tem como objetivo a construção de relações de confiança compromisso e vínculo entre as equipes serviços trabalhador equipes e usuário com sua rede socioafetiva.
5.2. Gestão participativa e cogestão
5.2.1. • Cogestão expressa tanto a inclusão de novos sujeitos nos processos de análise e decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão que se transforma também em espaço de realização de análise dos contextos da política em geral e da saúde em particular.
5.3. Ambiência
5.3.1. • São criados espaços saudáveis acolhedores e confortáveis que respeitem a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as pessoas.
5.4. Clínica Ampliada
5.4.1. • A finalidade é contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere a singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde/doença. • Utilizando recursos que permitam enriquecimento dos diagnósticos e a qualificação do diálogo, de modo a possibilitar decisões compartilhadas e compromissadas com a autonomia e a saúde dos usuários do SUS.
5.5. Valorização do trabalhador
5.5.1. • É importante dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e incluí-los na tomada de decisão apostando na sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos de trabalho.
5.6. Defesa dos direitos dos usuários
5.6.1. • Os usuários de saúde possuem direitos garantidos por lei e os serviços de saúde devem incentivar o conhecimento desses direitos e assegurar que eles sejam cumpridos em todas as fases do cuidado, desde a recepção até a alta; • Todo cidadão tem direito a uma equipe que cuide dele, de ser informado sobre sua saúde e também de decidir sobre compartilhar ou não sua dor e alegria com sua rede social.