Acesso Venoso Periférico em Pediatria
por Karoline Baptista
1. Conceito
1.1. » A introdução de Cateter Venoso Periférico (CVP) é um dos procedimentos mais frequentemente realizados por enfermeiros em pediatria. Este ato terapêutico está indicado nas situações em que se requer um acesso venoso para a administração de fluidos, fármacos ou obtenção de sangue.
2. Seleção da rede venosa para punção venosa periférica
2.1. » Alguns aspectos devem ser levados em conta na escolha do acesso venoso: idade do recém-nascido, peso, tempo previsto inicialmente para a terapia intravenosa, característica do medicamento indicado para terapia infusional, condições da rede venosa periférica e estado geral do RN.
2.2. » Pacientes com dificuldade de acesso requerem avaliação minunciosa multidisciplinar para discussão das opções apropriadas.
3. Indicações
3.1. » Recém nascidos que necessitam receber algum tipo de terapia intravenosa;
3.2. » Recém nascidos que necessitam receber hemoderivados/hemocomponentes.
4. Diferenças entre cateteres agulhados e cateteres flexíveis
4.1. » Os Cateteres agulhados devem ser utilizados para administração imediata da medicação, onde não há a necessidade de se manter o acesso no paciente. Já o Cateter flexível deve ser usado para utilização intermitente de fluídos, onde há a necessidade de ser manter o acesso no paciente por um período prolongado, além de evitar vazamentos, também garante maior mobilidade e menos dor para o paciente.
4.1.1. » Considerar veias da mão, antebraço e braço, quando menores de 3 anos considerar veias da cabeça e caso a criança não caminhe, considerar veias do pé.
5. Material necessário
5.1. » Cuba rim plástica ou inox
5.2. » Algodão
5.3. » Álcool a 70% ou clorexidina aquosa 1%
5.4. » Fita hipoalergênica comum (Micropore) ou filme transparente
5.5. » Luvas de procedimento
5.6. » Extensor intermediário de duas vias (Polifix) ou perfusor de 20 cm (via única), de
5.7. » Seringa de 1ml ou de 3ml com soro fisiológico 0,9%
6. Complicações
6.1. » As falhas de infusão interferem na terapia intravenosa, causando considerável preocupação para a equipe multiprofissional, comprometendo o tratamento e o estado geral do RN e podendo levar a complicações irreparáveis;
6.2. » As complicações locais ocorrem com maior frequência e podem ser consideradas menos graves (flebite, hematoma, infiltração e extravasamento);
6.3. » As complicações sistêmicas, embora raras, são graves, requerem reconhecimento e intervenção imediatos (septicemia, embolia pulmonar e gasosa, edema pulmonar, entre outras).
7. Tempo recomendado para remoção ou troca do cateter
7.1. » A avaliação de necessidade de permanência do cateter deve ser diária.
7.2. » Remover o cateter periférico tão logo não haja medicamentos endovenosos prescritos se caso nesse meio tempo o mesmo não tenha sido utilizado nas últimas 24 horas.
7.3. » O cateter periférico instalado em situação de emergência com comprometimento da técnica asséptica deve ser trocado por conseguinte tão logo quanto possível.
7.4. » Remover por fim, o cateter periférico na suspeita de contaminação, complicações ou mau funcionamento.
7.5. » Não trocar o cateter rotineiramente. Porém, se faz necessário que os profissionais garantam as boas práticas, tais como: avaliação rotineira e frequente das condições do paciente, sítio de inserção, integridade da pele e do vaso, duração e tipo de terapia prescrita, local de atendimento, integridade e permeabilidade do dispositivo, integridade da cobertura estéril e estabilização estéril.
8. Tempo recomendado para troca de dispositivos complementares
8.1. » A troca dos equipos e dispositivos complementares é baseada em alguns fatores, como tipo de solução utilizada, frequência da infusão, suspeita de contaminação ou quando a integridade do produto ou do sistema estiver comprometida.
8.2. » Os equipos e dispositivos complementares devem ser trocados sempre nas trocas dos cateteres venosos.
8.3. » Minimizar o uso de equipos e extensões com vias adicionais. Cada via é uma potencial fonte de contaminação.
8.4. » Trocar o equipo e dispositivo complementar de nutrição parenteral a cada bolsa.
8.5. » Trocar o equipo e dispositivo complementar de infusões lipídicas a cada 12 horas.
8.6. » Trocar o equipo e dispositivo complementar utilizado para administrar o propofol (juntamente com o frasco do medicamente) de 6 - 12 horas (de acordo com a recomendação do fabricante).
9. Cuidados de enfermagem
9.1. » Sempre lavar as mãos antes de entrar em contato com o paciente;
9.2. » Somente a equipe médica e de enfermagem pode manipular o acesso e fazer a medicação;
9.3. » Verificar se está bem fixado na pele;
9.4. » No momento do banho, proteger o acesso e evitar com que caia água no local - isso pode ser feito com plástico;
9.5. » Sempre que for mexer no local do acesso, garantir a lavagem de mãos para evitar possíveis infecções;
9.6. » Verificar sempre se há sinais de sujidade e sangramentos e caso tenha, chamar imediatamente a equipe de enfermagem;
9.7. » Se houver vermelhidão, edema e a pele na região do acesso estiver quente, solicite avaliação da equipe de enfermagem;
9.8. » Observar o posicionamento do cateter para a colocação da fralda do RN abaixo do sítio de inserção. Observar os sinais de complicação. A mudança na coloração dos membros inferiores pode indicar a ocorrência de vasoespasmo, que compromete o sistema vascular.
10. Karoline de Almeida Baptista Matrícula: 20191106871 Campus: Cabo Frio
10.1. Referências:
10.2. Setting of peripheral venous catheters in children: comparative study
10.3. http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/enfermagem/pop_14_puncao_venosa_periferica.pdf
10.4. http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/enfermagem/terapia_intravenosa_em_neonatologia.pdf
10.5. 10-Cuidados-com-Acesso-Venoso.pdf (saude.gov.br)
10.6. A terapia intravenosa em recém-nascido, criança e idoso - Portal Educação (portaleducacao.com.br)
10.7. Emergência: "Doutor, não há acesso venoso!" | PortalPed
10.8. Cateteres Periféricos: Novas Recomendações Da ANVISA Garantem Segurança Na Assistência - Biblioteca Virtual de Enfermagem - Cofen
11. » Selecionar os locais para a punção venosa periférica da região distal a proximal, quando houver necessidade de múltiplas punções, preferencialmente.