PEDAGOGIA DO OPRIMIDO

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PEDAGOGIA DO OPRIMIDO por Mind Map: PEDAGOGIA DO OPRIMIDO

1. Concepção bancária da educação como instrumento da opressão

1.1. Prática educacional que reproduz a sociedade opressora, em lugar de comunicar-se, o educador faz “comunicados” e depósitos que os educandos, meras incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem.

1.2. Eis aí a concepção “bancária” da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los.

1.2.1. * "O educador é o que educa; os educandos, os que são educados"; * "O educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem"; * "O educador é o que pensa; os educandos, os pensados";

1.3. Narradoras e dissertadores: "Narração de conteúdos que implica num sujeito – o narrador – e em objetos pacientes, ouvintes – os educandos". Ou "dissertar sobre algo completamente alheio à experiência existencial dos educandos vem sendo."

2. Contradição problematizadora e libertadora da educação

2.1. "Um educador humanista, revolucionário, não há de esperar a possibilidade desta educação. Sua ação, identificando-se, desde logo, com a dos educandos, deve orientar-se no sentido da humanização de ambos. Do pensar autêntico e não no sentido da doação, da entrega do saber. "

2.2. Não seria possível à educação ´problematizadora, que rompe com os esquemas verticais característicos da educação bancária, realizar-se como prática da liberdade, sem superar a contradição entre o educador e os educandos: o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa.

2.3. A educação problematizadora, que não é fixismo reacionária, é futuridade revolucionária.

3. A dialogicidade – essência da educação como prática da liberdade

3.1. "Por isto, o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidariza o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar idéias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca da, idéias a serem consumidas pelos permutantes."

3.1.1. Finalmente, não há o diálogo verdadeiro se não há nos seus sujeitos um pensar verdadeiro. Pensar critico. Pensar que, não aceitando a dicotomia mundo-homens, reconhece entre eles uma inquebrantável solidariedade.

3.2. "Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão".

3.2.1. "Não há, por outro lado, diálogo, se não há humildade. A pronúncia do mundo, com que os homens o recriam permanentemente, não pode ser um ato arrogante."

3.3. Para o educador-educando, dialógico, problematizador, o conteúdo programático da educação não é uma doação ou uma imposição – um conjunto de informes a ser depositado nos educandos, mas a revolução organizada, sistematizada e acrescentada ao povo, daqueles elementos que este lhe entregou de forma desestruturada.

3.3.1. Ao fundar-se no amor, na humildade, na fé nos homens, o diálogo se faz uma relação horizontal, em que a confiança de um pólo no outro é conseqüência óbvia.

3.4. A INVESTIGAÇÃO DOS TEMAS GERADORES

3.4.1. "A investigação do “tema gerador”, que se encontra contido no “universo temático mínimo” se realiza por meio de uma metodologia conscientizadora, além de nos possibilitar sua apreensão, insere ou começa a inserir os homens numa forma crítica de pensarem seu mundo."

3.4.2. "Investigar o “tema gerador” é investigar o pensar dos homens referido à realidade, é investigar seu atuar sobre a realidade, que é sua práxis. A metodologia que defendemos exige, por isto mesmo, que, no fluxo da investigação, se façam ambos sujeitos da mesma – os investigadores e os homens do povo que, aparentemente, seriam seu objeto."

3.4.3. Neste sentido é que toda investigação temática de caráter conscientizador se faz pedagógica e toda autêntica educação se faz investigação do pensar.

3.4.3.1. * Dialogicidade da educação

3.4.3.2. * Programação educativa é dialógica, isto significa o direito que

3.4.3.3. * Direito dos educadores-educandos de participar dela, incluindo temas ainda não sugeridos

4. Contradição opressores-oprimidos:

4.1. Libertar-se a si e aos opressores, libertação a que chegará pela sua busca;

4.2. Medo da liberdade por temê-la e preferir a estabilidade (mesmo que desfavorável) a uma situação à qual acredita não estar preparado.

4.3. Este medo da liberdade também se instala nos opressores, sendo o medo de perder a "liberdade” de oprimir.

4.4. Contradição: os opressores agem sobre os oprimidos impondo-lhes sua consciência. Os oprimidos, por sua vez, hospedam os opressores em si mesmos, já não se veem como sujeitos da sua própria história.

5. Situação concreta de opressão:

5.1. Opressores: "Para eles, “formados” na experiência de opressores, tudo o que não seja o seu direito antigo de oprimir, significa opressão a eles."

5.2. "O que vale é ter mais e cada vez mais, à custa, inclusive, do ter menos ou do nada ter dos oprimidos. Ser, para eles, é ter e ter como classe que tem."

5.3. NINGUÉM LIBERTA NINGUÉM, NINGUÉM SE LIBERTA SOZINHO: OS HOMENS SE LIBERTAM EM COMUNHÃO

5.4. Oprimidos: são como objetos, como quase “coisas", não têm finalidades. As suas, são as finalidades que lhes prescrevem os opressores.

5.5. Até o momento em que os oprimidos não tornem consciência das razões de seu estado de Opressão “aceitam” fatalistamente a sua exploração.

6. A teoria da ação antidialógica e dialógica

6.1. "Críticos seremos, verdadeiros, se vivermos a plenitude da práxis. Isto é, se nossa ação involucra uma crítica reflexão que, organizando cada vez o pensar, nos leva a superar um conhecimento estritamente ingênuo da realidade."

6.2. ANTIDIALÓGICA

6.2.1. CONQUISTA: necessidade da conquista, onde todo ato de conquista implica num sujeito que conquista, o opressor, e num objeto conquistado, o oprimido.

6.2.2. DIVIDIR, PARA MANTER A OPRESSÃO: "na medida em que as minorias, submetendo as maiorias a seu domínio, as oprimem, dividi-ias e mantê-las divididas são condição indispensável à continuidade de seu poder."

6.2.3. MANIPULAÇÃO: a manipulação das massas oprimidas, é instrumento da conquista, em torno de que todas as dimensões da teoria da ação antidialógica vão girando.

6.2.4. INVASÃO CULTURAL: é a penetração que fazem os invasores no contexto cultural dos invadidos, impondo a estes sua visão do mundo, enquanto lhes freiam a criatividade, ao inibirem sua expansão.

6.3. DIALÓGICA

6.3.1. CO-LABORAÇÃO: Não há um sujeito que domina pela conquista e um objeto dominado. Em lugar disto, há sujeitos que se encontram para a pronúncia do mundo, para a sua transformação. Sendo, o diálogo, que é sempre comunicação, fundador da co-laboração.

6.3.2. UNIÃO: a liderança se obriga ao esforço incansável da união dos oprimidos entre si, e deles com ela, para a libertação.

6.3.3. ORGANIZAÇÃO: esta, por sua vez, não apenas está ligada à união das massas populares como é um desdobramento natural desta união.

6.3.4. SÍNTESE CULTURAL: o que a caracteriza é a superação de qualquer aspecto induzido. Sendo, a modalidade de ação com que, culturalmente, se fará frente à força da própria cultura, enquanto mantenedora das estruturas em que se forma.