Desenho da figura humana e seu uso na avaliação psicológica

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Desenho da figura humana e seu uso na avaliação psicológica por Mind Map: Desenho da figura humana e seu uso na avaliação psicológica

1. Na técnica do desenho da HTP (Casa- Árvore-Pessoa) solicita-se que o sujeito desenhe, em páginas separadas, o desenho de uma casa, árvore e pessoa. Utilizado em avaliações psicológicas para avaliar características de personalidade.

2. Com a contribuição de Goodenough em 1926,que surgiu um método destinado a avaliar o desenvolvimento intelectual infantil por meio do Desenho da Figura Humana.

2.1. Koppitz(1988), Di Leo (1991), Hammer (1991), Cormann (2003) e Machover (1967), entendem que através do desenho é possível realizar a análise da personalidade de um sujeito

2.1.1. Koppitz (1988), com base nos estudos de Goodenough e Machover e trabalhando com crianças de 5 a 12 anos, elaborou uma lista de indicadores emocionais. Consistiu de uma escala própria de índices gráficos que permitem tanto a avaliação do nível de maturação mental, como a detecção e avaliação de distúrbios emocionais (Van Kolck, 1984). A mesma autora apresentou estudos sistematizados sobre os aspectos desenvolvimentais, surgindo um sistema quantitativo-objetivo de avaliação do DFH.1

2.1.2. Di Leo (1991) e Hammer (1991) enfatizam que a psicanálise conduziu as pessoas a se conscientizarem de que o inconsciente “fala” em imagens simbólicas. Esses autores identificam que existe uma fase inicial dos desenhos realizados pelo sujeito em que está em jogo não apenas as capacidades intelectuais, como inicialmente eram analisadas, mas também a personalidade dos indivíduos. Segundo a ótica desses autores, pelo desenho é possível investigar os aspectos subjetivos da criança, analisando-se o tamanho, a localização e o conteúdo do que foi desenhado. A pressão do lápis no papel também merece atenção no momento de avaliar o desenho.

2.1.3. Cormann (2003) destaca que o desenho não comporta apenas elementos formais. Ao lado da forma há o conteúdo e nesse se expressam as características de personalidade como um todo

2.1.4. Campos (1994) salienta que o sujeito não desenha apenas o que vê, mas o que sente em adição ao que vê

2.1.5. Para Hutz e Bandeira (2000), o desenho também pode ser a representação de outros aspectos do indivíduo, tais como aspirações, preferências, pessoas vinculadas a ele, imagem ideal, padrões de hábitos, atitudes para com o examinador e a situação de testagem. O contexto cultural do sujeito que realizará o teste é outra questão a ser analisada, pois há possibilidade de variações na frequência de alguns itens de correção de acordo com a cultura

2.1.6. para Pasian, Okino e Saur (2004), a experiência individual de vida influencia as elaborações projetivas.

3. a premissa da solicitação de um desenho de pessoa, em avaliação psicológica, diz respeito ao fato de que o sujeito projeta uma representação do self: a forma como se vê, assim como acredita que os outros o vêem. Atualmente, o Desenho da Figura Humana permite avaliar questões tanto cognitivas quanto de personalidade.

4. OS testes gráficos de desenhos necessitam de estudos padronizados para poderem ser autorizados para uso em avaliação psicológica. Nesse sentido, atualmente apenas o HTP (Buck, 2003), o DFH (Sisto, 2005) e o DFH-III (Wechsler, 2003) possuem evidências de validade que demonstram sua eficácia no momento de avaliar uma criança.

4.1. DFH – III (Desenho da Figura Humana para análise do desenvolvi- mento cognitivo infantil)

4.1.1. Essa testagem é específica para aplicação em crianças abrangendo as idades de 5 a 12 anos. Está validado, conforme os parâmetros da Resolução 002/2003 do CFP (Conselho Federal de Psicologia),

4.1.2. utilizado para avaliar o desenvolvimento cognitivo. Sua interpretação se dá em âmbito quantitativo, de acordo com a idade da criança.

4.1.3. A primeira proposta do DFH foi elaborada no ano de 1926, por Goodenough, como análise do desenvolvimento cognitivo.

4.1.4. Estudo de Silva et al. (2005) destaca que o DFH-III não apresenta influência de questões culturais. Mesmo em contextos diferenciados, como zona urbana e zona rural, as crianças apresentam noção corporal semelhante, além de não evidenciar diferenças significativas na forma de representar as partes do desenho. Mendoza, Abad e Lelé (2005) analisaram os itens de correção que compõem o DFH-III. Verificaram que o teste possui razoável unidimensionalidade, o seja, os itens de correção avaliam o constructo cognitivo.

4.2. HTP (Home-Tree-Person)

4.2.1. Buck (2003) também propõe a fase do inquérito, sendo esse um subsidio que o avaliador tem para melhor analisar o desenho. Em um primeiro momento a criança faz o desenho e, após o desenho feito, ela conta o que desenhou. Esse é o momento do inquérito, contando com o auxílio de algumas perguntas específicas sobre o desenho. É uma fase essencial para dar à criança a oportunidade de definir, descrever e interpretar cada desenho. No momento em que ela verbaliza o que desenhou, expressa seu pensamento, sentimento e memória, o que auxilia na compreensão de seu mundo interno

4.2.2. Autorizado para uso no Brasil, através da Resolução do CFP, n. 002/2003, esse instrumento foi criado por John Buck em 1949. Anterior a isso, Machover (1967) já tinha realizado alguns estudos com o desenho da pessoa. O objetivo de tais pesquisas era identificar aspectos da personalidade do sujeito que realiza o desenho.

4.2.3. Freitas e Noronha (2005), em seu estudo, destacam que o HTP é um dos instrumentos mais utilizados em processo psicodiagnóstico em uma clínica-escola, sendo usado em diferentes faixas etárias. Dessa forma, se evidencia sua utilização na avaliação clínica.

4.3. Desenho da Figura Humana – Escala Sisto

4.3.1. Esse estudo contribuiu para demonstrar dados estatísticos de validade e precisão, mostrando as diferenças entre os sexos, análise de consistência interna e normas interpretativas.

4.3.2. A Escala Sisto (2005) é indicada para avaliar a inteligência de crianças pequenas, ou com diminuição da capacidade auditiva ou deficiências neurológicas, não-alfabetizadas ou que não falam a língua do examinador. A construção dessa escala teve como base os estudos de Goodenough. É solicitado o desenho de uma pessoa e são analisados, posteriormente, 30 itens de correção, baseados nos critérios de Koppitz.

4.4. Desenho da Pessoa na Chuva

4.4.1. A técnica do Desenho da Pessoa na Chuva não está autorizada para uso no Brasil, pois carece de estudos mais atualizados. Sabe-se que o método projetivo do Desenho da Figura Humana foi proposto por Karen Machover, como forma de investigar a personalidade e características psicológicas (Peres, 2002) e, a partir dessa, surgiram reformulações do teste.

4.4.2. A solicitação é que desenhe uma pessoa e, depois, deve-se dar outra folha em branco ao sujeito e solicitar que ele desenhe uma pessoa do sexo oposto.

4.4.3. Desenho da Pessoa na Chuva, também proposto por Machover (1967), baseia-se no elemento chuva, que tem o caráter simbólico de representar as tensões pelas quais o indivíduo passa. A partir disso, seu objetivo é avaliar como esse enfrenta as situações de estresse.

4.4.4. Atualmente existem tentativas de revalidar essa técnica

5. No Desenho da Figura Humana podem ser apontados alguns aspectos favoráveis à sua aplicação: - A linguagem gráfica é a que está mais próxima do inconsciente e do ego corporal; - Ao contrário da linguagem verbal, mesmo tendo dificuldade em se expressar pela fala, o indivíduo pode realizar o teste; - Seu conteúdo sofre menor influência do consciente, sendo possível melhor expressão do inconsciente, pois os desenhos, na maioria dos casos, tratam de uma linguagem simbólica; - Sua administração é simples e econômica; - No caso de pacientes com dificuldades em se expressar verbalmente, é uma excelente ferramenta para facilitar a comunicação.

6. Di Leo (1991) ainda destaca que essa é uma das formas de estabelecer um rapport rápido e de forma simples e agradável; fazendo com que a criança sinta-se mais à vontade.

7. Alves (2004) aponta a importância da objetividade durante a correção de qualquer instrumento projetivo, para que esse não se torne uma projeção do examinador, revelando mais aspectos seus do que do examinado. Dessa forma, entende-se que a técnica projetiva do desenho pode ser suscetível a tais questões. Nesse sentido, a preocupação dos pesquisadores não se estende somente ao caráter de validade dos itens de correção do desenho da pessoa, mas também à pessoa que avalia o instrumento.