
1. A evolução
1.1. (BASS, 2009; BOWDITCH E BUONO, 2011; TOLFO, 2004).Buscando delimitar o pensamento do construto da liderança, foram estudadas as cinco principais abordagens de liderança presente na literatura:
1.1.1. PERSONALIDADE
1.1.1.1. A Abordagem da Personalidade, também conhecida como Teoria dos Traços, foi definida por dois períodos, o Período do Grande Homem (até o fim da primeira guerra) e o Período dos Traços, que teve sua duração entre as duas grandes guerras (SADLER, 2003).
1.1.1.1.1. Após a abordagem dos traços, no final da década de 40, com a dificuldade de se isolar traços que distinguissem os líderes eficazes, os pesquisadores focaram suas pesquisas na tentativa de identificar comportamentos dos líderes. Assim, as pesquisas não mais buscavam verificar como era o líder, mas sim o que eles faziam, identificando as características dos líderes eficazes, surgindo assim as Teorias Comportamentais.
1.1.2. COMPORTAMENTAL
1.1.2.1. Surgida no pós-guerra, advinda da Escola de Relações Humanas, as Teorias Comportamentais deixam de enfatizar as características natas de personalidade, para enfatizar os comportamentos necessários ao exercício da liderança.
1.1.2.1.1. O foco do estudo da liderança, em vez de traços, passou a ser a investigação para o mapeamento dos padrões de comportamento apresentados pelos líderes no exercício de suas funções (TOLFO, 2004).
1.1.2.1.2. Na medida em que se desenvolveu, a pesquisa sobre liderança afastou-se do estudo das características do líder para dar ênfase às coisas que ele fazia – o estilo de liderança do líder. A habilidade de liderança é configurada com base em conjuntos de comportamentos que possibilitam aumentar a eficácia na condução dos liderados. (MARQUIS E HOUSTON, 1999)
1.1.2.1.3. Estilo Democrático – os liderados são envolvidos e participam no processo de tomada de decisão. Nesse estilo ocorre a delegação de autoridade, decisões compartilhadas e a preocupação com as relações humanas. O poder do líder é conferido pelo grupo; Estilo Autocrático – o poder do líder ocorre em função de sua posição. Nesse estilo o foco esta na tarefa, sendo caracterizado pela centralização da autoridade e do processo de decisão; Estilo Laissez-faire – nesse estilo o líder deixa o grupo a seu próprio cargo.
1.1.3. SITUACIONAL
1.1.3.1. Partindo do princípio que as características e aptidões necessárias para uma liderança eficaz são determinadas pelas situações em que o indivíduo atua como líder, surgiram, assim, as abordagens situacional e contingencial (HERSEY; BLANCHARD, 1986, FIEDLER, 1981 e BERGAMINI, 2009).
1.1.3.2. Esta abordagem preconiza que um líder eficaz é aquele que percebe a situação que ele e seus subordinados estão envolvidos e adapta suas habilidades a essa situação, ou seja, os líderes eficazes são aqueles “capazes de diagnosticar o seu meio ambiente e identificar as necessidades específicas de cada situação” (HERSEY; BLANCHARD, 1986). Entre os trabalhos mais relevantes dessa abordagem destacam-se os realizados por Fiedler e Hersey - Blanchard.
1.1.3.3. Na liderança situacional, não existe um modo melhor de influenciar as pessoas. Segundo Hersey e Blanchard (1986), o estilo de liderança mais adequado a ser adotado, pelo líder com seus liderados, depende do nível de maturidade dos indivíduos a serem influenciados.
1.1.4. TRANSACIONAL
1.1.4.1. Os líderes, estudado por essa abordagem, buscam que os liderados cumpram determinados objetivos e em troca se esforção para satisfazer seus desejos (BASS, 2009; NORTHOUSE, 2007).
1.1.4.2. Segundo Bass (2009), a liderança transacional é utilizada para o monitoramento e controle dos empregados, utilizando para isso as métricas racionais ou econômicas. Na liderança centrada na troca, a recompensa contingente refere-se ao suporte e recursos tangíveis ou intangíveis fornecidos pelos líderes em troca dos esforços e desempenho dos liderados.
1.1.4.3. Este tipo de liderança ocorre mais frequentemente em organizações estruturadas de formas rígidas, com hierarquia pré-estabelecida, onde o indivíduo não é estimulado a realizar atividades acima de suas expectativas. O líder transacional determina e comunica o que deve ser feito por seus liderados, informando como deve ser executado e o que conseguirão se alcançarem os objetivos estabelecidos (AVOLIO et al., 1991).
1.1.5. TRANSFORMACIONAL
1.1.5.1. Dunphy (2000) afirma que as novas gerações de organizações não têm um comando unitário centralizado e estruturado, são normalmente formadas por alianças soltas construídas ao redor de interesses mútuos.
1.1.5.2. "gerar consciência e aceitação dos propósitos e missões da organização, estimulando os empregados a olharem além de seus próprios interesses pessoais, focando no bem de toda entidade" (BASS, 2009).
1.1.5.3. A liderança transformacional não é uma troca de produtos entre o líder e liderado, enquanto os líderes transacionais motivam os liderados a atingir a expectativa, líderes transformacionais inspiram seguidores a fazer mais do que o esperado (BASS, 2009; DEN HARTOG et al., 1997).
1.1.5.4. As teorias da liderança transformacional têm como pressuposto uma relação de influência mútua. O líder transformacional “deve conhecer as necessidades e motivações dos seguidores para tratá-los como pessoas integrais, porque as relações interpessoais são à base de seu papel” (BERGAMINI, 2009)
2. A liderança é uma temática que não possui marco de origem explícito, entretanto, é possível verificar a preocupação sobre o assunto desde a época de Platão, ganhando força a partir da verificação de sua influência, pelos teóricos e administradores das organizações, em relação ao comportamento organizacional.
3. Contexto
3.1. torna-se obsoleta a equiparação entre habilidades de liderança e posição hierarquicamente ocupada (MUELLER e MAYER, 2003)
3.2. Segundo Foster e Kaplan (2002), a globalização e os avanços tecnológicos aceleraram os processos de mudança e as organizações estão inseridas em um contexto caracterizado por um interminável processo de rupturas e fragmentações, numa época de incertezas e instabilidade, chamada por escritores modernos de “era da descontinuidade”.
4. O que é liderança?
4.1. Kouser e Posner (2013) entendem que: A liderança é a arte de mobilizar os outros para que queiram lutar por aspirações compartilhadas; o que constitui um conceito no qual se destaca a palavra “querer”, pois o que leva as pessoas a fazerem alguma coisa não é uma tarefa relativamente simples.
4.1.1. Existe uma diferença entre obter apoio e ordenar, com os verdadeiros lideres mantendo a credibilidade em consequência de suas ações – ao desafiar, inspirar, permitir, guiar e encorajar.