Medidas de prevenção de infecção cirúrgica
por Stefany Camargo

1. As infecções do sítio cirúrgico (ISC) são as complicações mais comuns decorrentes do ato cirúrgico, que ocorrem no pós-operatório em cerca de 3 a 20% dos procedimentos realizados, tendo um impacto significativo na morbidade e mortalidade do paciente.
2. Além dos prejuízos físicos, psicológicos e financeiros aos pacientes acometidos, as ISC podem prolongar a estadia do paciente em média de sete a onze dias, além de aumentar a chance de readmissão hospitalar.
3. Recomendações básicas para todos os serviços de saúde
3.1. Antibioticoprofilaxia
3.2. Tricotomia
3.3. Controle de glicemia no pré-operatório e no pós-operatório imediato
3.4. Manutenção da normotermia em todo perioperatório • Objetivo: ≥ 35,5°C
3.5. Otimizar a oxigenação tecidual no peri e pós-operatório.
3.6. Utilizar preparações que contenham álcool no preparo da pele
3.7. Utilizar a Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica (LVSC) da OMS (ANEXO I) para reduzir a ocorrência de danos ao paciente.
3.8. Utilizar protetores plásticos de ferida para cirurgias do trato gastrointestinal e biliar
3.9. Realizar vigilância por busca ativa das ISC
3.10. Educar pacientes e familiares sobre medidas de prevenção de ISC
4. Abordagens especiais
4.1. Investigação de portadores nasais de Staphylococcus aureus (OXA-S e OXA-R) no pré-operatório de procedimentos de alto risco: cirurgia cardíaca, ortopédica (implantes).
4.2. Descolonização dos portadores nasais que serão submetidos a procedimentos de risco.
4.3. Atualização constante dos processos no Centro Cirúrgico (CC) e Centro de Material e Esterili- zação (CME).
4.4. Atualização constante das práticas pós-anestésicas.
4.5. Cuidados rigorosos com ferida cirúrgica.
4.6. Cuidados com drenos.
4.7. Atualização constante da técnica de higiene das mãos.
5. Abordagens NÃO recomendadas
5.1. Utilizar vancomicina como droga profilática rotineiramente.
5.2. Postergar a cirurgia para prover nutrição parenteral
5.3. Utilizar suturas impregnadas com antissépticos de rotina;
5.4. Utilizar curativos impregnados com antissépticos de rotina.
6. Medidas de controle pré-operatória
6.1. Avaliação de colonização nasal ou microbiota endógena
6.1.1. Realizar descontaminação nasal com mupirocina intranasal associada à descolonização ex- tra-nasal com clorexidina degermante 2 Aplicar nas narinas mupirocina nasal a cada 12 horas, durante 5 dias seguidos; 3 Monitorar a resistência à mupirocina; 4 Utilizar clorexidina degermante em todo o corpo, durante o banho, por 5 dias seguidos, exceto em mucosas ocular e timpânica .
6.2. Banho
6.2.1. Orientar previamente o paciente nas cirurgias eletivas quanto aos cuidados pré-operatórios e banho. Tomar banho com água e sabão antes da realização do procedimento cirúrgico, noite anterior ou manhã da cirurgia.