
1. Metodologia
1.1. Para a caracterização da metodologia utilizou-se livros, teses e artigos científicos que abordaram o tema. Foi feita uma busca nas bases de dados eletrônicas: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Os descritores utilizados foram Transplante, Reabilitação Cardiovascular, Fisioterapia e Exercício. Todos os descritores foram pesquisados nos idiomas: português e inglês.
1.1.1. O levantamento obteve inicialmente 60 artigos considerados como os mais relevantes sobre o tema proposto, porém, consideram-se para esta pesquisa, somente 28 artigos. Foram utilizados ainda 7 livros e 2 teses referentes ao tema..
1.1.2. Os critérios de seleção foram, além de leituras críticas do material, utilização de artigos em português, inglês, a disponibilidade na íntegra do artigo nas bases de dados pesquisadas, os trabalhos de maior relevância sobre o tema proposto, os mais citados e mais recentes, datados de 1997 a 2018. Foram excluídos os artigos que não abordam o tema proposto, que não apresentaram resultados significativos em seus estudos e artigos inferiores ao ano de 1997.
2. O transplante cardíaco é o procedimento de escolha para pacientes com insuficiência cardíaca (IC) grave. O Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes, ganhando cada vez mais espaço no cenário mundial, sendo atualmente referência no transplante cardíaco na Doença de Chagas.
2.1. Pacientes transplantados apresentam melhora na qualidade de vida, contudo, acontecem alterações físicas tais como: sarcopenia, atrofia muscular, diminuição da capacidade aeróbica máxima, que decorrem do período de hospitalização, inatividade pré-operatória, denervação do coração, uso de imunossupressores, redução da aptidão física e funcional desses indivíduos.
3. Resultado/Discussão
3.1. A II Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia para o diagnóstico e tratamento da Insuficiência Cardíaca29 considera que a atividade física deve iniciar de 24 a 48 horas pós-procedimento cirúrgico, com mobilização precoce e exercícios posturais, e somente após alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) poderão ser incluídos exercícios com cicloergômetro, sem resistência, com duração de no máximo cinco minutos, sendo introduzida também nessa fase a deambulação..
3.1.1. Inúmeros estudos comprovam que o exercício deve ter início precoce, e ser realizada ativamente, de forma progressiva, utilizando resistência, sempre visando minimizar os efeitos nocivos do procedimento, do imobilismo e alterações fisiológicas não desejáveis, reestabelecendo a qualidade de vida desses pacientes.
4. A reabilitação cardiopulmonar tem ganhando espaço nas últimas décadas destacando-se como padrão ouro no tratamento de doenças cardiovasculares, estando hoje em dia altamente recomendada para indivíduos cardiopatas, com diagnóstico de IC, angina estável, e também em pós-cirúrgico de revascularização miocárdica e transplante cardíaco, por exemplo.
4.1. Para a Associação Americana de Cardiologia, a reabilitação funcional através da fisioterapia apresenta resultados expressivos no pós-operatório de transplante cardíaco, tendo papel importante na terapia não medicamentosa desses pacientes, com início indicado o mais precocemente possível..
4.2. Para a Associação Americana de Cardiologia, a reabilitação funcional através da fisioterapia apresenta resultados expressivos no pós-operatório de transplante cardíaco, tendo papel importante na terapia não medicamentosa desses pacientes, com início indicado o mais precocemente possível..
4.3. Diversos autores descrevem o papel da fisioterapia na reabilitação pós- transplante como fundamental, tendo início ainda na fase hospitalar, atuando em conjunto com a equipe médica, enfermeiros e psicólogos, tendo como função restabelecer a capacidade cardiovascular e muscular do indivíduo, diminuir as complicações motoras e pulmonares, reduzir o tempo de internação, contribuindo assim para melhora da qualidade de vida e retorno as atividades de vida diária1.
5. Referencial Teórico
5.1. O transplante cardíaco é visto como a última escolha para indivíduos com IC refratária, que utilizam terapia medicamentosa e não tem outra alternativa clínica ou cirúrgica, com possibilidade de vida de um ano. E tem como objetivo reestabelecer a função cardíaca e hemodinâmica, em repouso e durante atividade física, aumentando a capacidade funcional, qualidade e expectativa de vida
5.1.1. Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia estão indicados para transplante cardíaco pacientes portadores de IC classe funcional III ou IV da New York Heart Association (NYHA), com risco iminente de morte no primeiro ano, com consumo máximo de oxigênio (VO2 max) menor que 10 ml/kg/min, fração de ejeção menor que 20%, idade até 65 anos, não apresentar resistência vascular pulmonar elevada ou quadro infeccioso ativo
5.1.1.1. Estão contra indicados pacientes com resistência vascular pulmonar fixa > 5 wood, doenças vasculares e cerebrovasculares graves e sintomáticas, insuficiência hepática grave, doença pulmonar grave, incompatibilidade ABO na prova cruzada entre doador e receptor, doença psiquiátrica grave.
5.1.1.1.1. O transplante cardíaco aumenta a sobrevida em 90% no primeiro ano, 70% no quinto ano e até 60% no décimo ano, sendo a capacidade funcional e qualidade de vida expressivamente maiores quando comparado coma fase final da IC, e menor quando comparada a população saudável..