1. Ação Simples
1.1. Instrumentos Perfurantes
1.1.1. Atuam por pressão e percussão, raramente seccionam os tecidos
1.1.2. Lesão: PUNCTÓRIA
1.1.3. Exemplos: Agulha, Alfinete, Picador de Gelo, Sovela, Estilete
1.1.4. Características:
1.1.4.1. Abertura estreita
1.1.4.2. Raro sangramento
1.1.4.3. Pouca nocividade na superfície
1.1.4.4. Quase sempre de menor diâmetro que o do instrumento causador
1.1.5. Instrumentos de médio calibre
1.1.5.1. Obedecem à Lei de Langer e às Leis de Filhos
1.1.5.1.1. 1ª Lei de Filhos (Lei da Semelhança): As feridas deixadas se assemelham às produzidas por instrumentos de dois gumes
1.1.5.1.2. 2ª Lei de Filhos (Lei do Paralelismo): Havendo mais lesões por instrumento perfurante nessa mesma região com linhas de força no mesmo sentido, elas serão paralelas
1.1.5.1.3. Lei de Langer (Lei do Polimorfismo ou da Elasticidade): Define o aspecto das lesões em regiões do corpo onde há convergência de linhas de forças em diferentes sentidos
1.1.5.2. Ferida em Acordeão de Lacassagne
1.1.5.2.1. Ferida de fundo de saco
1.1.5.2.2. Atinge regiões de depressibilidade dos tecidos, como no caso do ventre
1.2. Instrumentos Cortantes
1.2.1. Atuam por pressão e secção dos tecidos
1.2.2. Exemplo: Faca, Canivete, Tesoura, Facão
1.2.3. Lesão: INCISA
1.2.4. Autores como Genival Veloso, consideram incisa para feridas causadas por bisturi
1.2.4.1. Chamando esse tipo de lesão de ferida cortante
1.2.5. Sinônimo = FERIDAS FUSIFORMES
1.2.6. Tipos de lesões:
1.2.6.1. Esquartejamento: Ato de dividir o corpo em quartos
1.2.6.2. Esgorjamento: Secção anterolateral e laterolateral do pescoço
1.2.6.2.1. Profundidade maior no início da lesão em casos de suicídio
1.2.6.3. Degolamento: Secção na parte posterior do pescoço
1.2.6.3.1. Na "gola"
1.2.6.4. Decapitação: Separação da cabeça do corpo
1.2.6.5. Castração: Finalidade de vingança
1.2.7. Sinal de Chavigny
1.2.7.1. Determina a ordem das lesões
1.2.8. Características:
1.2.8.1. Bordas regulares
1.2.8.2. Forma linear
1.2.8.3. Sangramento abundante
1.2.8.4. Ausência de vestígios traumáticos em torno da lesão
1.2.8.5. Cauda de escoriação
1.2.8.5.1. Determina a direção do ferimento
1.2.8.6. Paredes lisas e regulares
1.2.8.7. Centro da ferida mais profundo que as extremidades
1.3. Instrumentos Contundentes
1.3.1. Agem por pressão, percussão, descompressão, torção, explosão, contragolpe, fricção
1.3.2. Lesão: CONTUSA
1.3.3. Características:
1.3.3.1. Forma estrelada, sinuosa ou retilínea
1.3.3.2. Bordas irregulares, equimosadas e escoriadas
1.3.3.3. Fundo irregular
1.3.3.4. Pouco sangrantes
1.3.4. Equimose: Infiltrado hemorrágico na malha dos tecidos
1.3.4.1. Espectro Equimótico de Legrand Du Saulle
1.3.4.1.1. Vermelho - 1º dia
1.3.4.1.2. Violácea - 2º e 3º dia
1.3.4.1.3. Azul - 4º ao 6º dia
1.3.4.1.4. Esverdeado - 7º ao 10º dia
1.3.4.1.5. Amarelado - 12º dia
1.3.4.1.6. Normal - 15 a 20 dias
1.3.4.2. A coloração da equimose se dá pela:
1.3.4.2.1. Transformação da hemoglobina extravasada das hemácias em HEMATINA e GLOBINA
1.3.4.3. EQUIMOSE DA CONJUNTIVA OCULAR
1.3.4.3.1. Não sofrem sucessão de tonalidades em virtude de ser a conjuntiva muito porosa e de oxigenação fácil
1.3.4.4. O valor cronológico é RELATIVO!
1.3.4.5. EQUIMONA = EQUIMOSE
1.3.4.6. Equimose de Sucção: "Chupão"
1.3.4.7. No morto, a equimose se mantém colorida até surgirem os fenômenos putrefativos
1.3.4.7.1. A absorção dos pigmentos se verifica por atividade fagocitária
1.3.4.8. DIGANÓSTICO DIFERENCIAL
1.3.4.8.1. EQUIMOSE E LIVOR HIPOSTÁTICO
1.3.5. Escoriação: Arrancamento da epiderme e desnudamento da derme
1.3.5.1. Escoriação NÃO DEIXA CICATRIZ
1.3.6. Rubefação: Mancha avermelhada, efêmera, fugaz e que desaparece em alguns minutos
1.3.6.1. Famoso TAPÃO
1.3.7. Hematoma: Extravasamento de sangue na malha dos tecidos (vaso mais calibroso)
1.3.7.1. Sensação de flutuação
1.3.7.2. Absorção mais demorada
1.3.7.3. Faz relevo na pele
1.3.7.4. Se profundo, chamado de hematoma intraparenquimatoso
1.3.8. Edema: Acúmulo de líquido no espaço intersticial
1.3.8.1. Solução aquosa de sais e proteínas do plasma
1.3.9. Petéquia: Pontilhado hemorrágico
1.3.10. Víbice: Formato de estrias
1.3.11. Bossa Sanguínea: Famoso "galo"
1.3.11.1. Sempre se apresenta sobre um plano ósseo
1.3.12. Lesões Contusas: Entose, Luxação e Torção
1.3.12.1. Entorse: Lesão articular incidindo sobre os ligamentos
1.3.12.1.1. Pode causar o rompimento de alguns vasos da região, ficando equimosado
1.3.12.2. Luxação: Deslocamento de dois ossos em que superfícies de articulação se afastam
1.3.13. Empalamento
1.3.13.1. Penetração de objeto em eixo longitudinal
1.3.13.1.1. No ânus ou região perianal
1.3.14. Encravamento
1.3.14.1. Penetração de objeto afiado em qualquer parte do corpo
1.3.15. Lesões por martelo
1.3.15.1. Podem ser:
1.3.15.1.1. Sinal em Terraza de Hoffmann
1.3.15.1.2. Sinal do Mapa-mundi de Carrara
1.3.15.1.3. Fratura em Vazador
1.3.16. Lesões por precipitação
1.3.16.1. Pele intacta ou pouco afetada
1.3.16.2. Rupturas internas e graves das vísceras maciças
1.3.16.3. Fraturas ósseas de características variáveis
1.3.17. Lesões por airbag
1.3.17.1. Lesões produzidas por barotrauma
1.3.17.2. Lesões de face e de membros superiores e inferiores
1.3.17.3. Pneumotórax bilateral
1.3.17.4. Lesões oftalmofógicas
1.3.18. Lesões por acidentes ferroviários
1.3.18.1. Redução do corpo a diversos e irregulares fragmentos
1.3.18.1.1. Espostejamento
1.3.19. Lesões por achatamento
1.3.19.1. Chamadas de "por esmagamento"
1.3.19.2. Provenientes de violenta pressão ou compressão
1.3.19.3. Apresenta
1.3.19.3.1. Escoriação de arrastão
1.3.19.3.2. Feridas contusas com desgarramento de retalhos de pele
1.3.19.3.3. Hematomas
1.3.19.3.4. Fraturas costais, cranianas e dos membros superiores e inferiores
1.3.19.3.5. Rupturas viscerais
1.3.19.3.6. OBS:
1.3.20. Lesões por artefatos explosivos
1.3.20.1. Blasty Injury ou Síndrome Explosiva
1.3.21. Lesões por arrancamento
1.3.21.1. Produzidas por trações violentas de segmentos corporais
1.3.21.1.1. Principalmente de membros superiores e inferiores
1.3.21.2. Desgarramento com retalhos irregulares e anfractuosos de tecidos moles
1.3.21.3. Quando ocorre no couro cabeludo
1.3.21.3.1. ESCALPELAMENTO
1.3.22. Fraturas
1.3.22.1. Causada por pressão, descompressão, flexão ou torção
1.3.22.2. Podem ser:
1.3.22.2.1. Abertas
1.3.22.2.2. Fechadas
1.3.23. Sugilação: Em forma de pequenos grãos
1.3.24. Lesões por acidentes aéreos
1.3.24.1. As lesões são as mais diversificadas
1.3.24.2. A causa da morte e a descrição das lesões passam a ser um fato secundário
1.3.24.2.1. Prioridade passa a ser identificação das vítimas e elaboração de atestado de óbito
2. Ação Mista
2.1. Instrumentos Perfurocortantes
2.1.1. Agem por pressão e secção dos tecidos
2.1.2. Exemplos de instrumentos: Facão, Faca, Tesoura
2.1.3. Lesão: PERFUROINCISA
2.1.4. Atuam por um mecanismo misto:
2.1.4.1. Penetram perfurando com a ponta e cortam com a borda afiada dos planos superficiais e profundos do corpo da vítima
2.1.5. Há os instrumentos de:
2.1.5.1. 1 gume:
2.1.5.1.1. Resultam em ferimentos em forma de botoeira com uma fenda regular e quase sempre linear, com um ângulo agudo e outro arredondado
2.1.5.1.2. Sua largura é notadamente maior que a espessura da lâmina da arma usada
2.1.5.1.3. O comprimento é menor que a largura da folha, se o trajeto da arma foi perpendicular ao plano do corpo, saindo da mesma direção
2.1.5.1.4. Exemplos: Faca-peixeira, Canivete, Espada
2.1.5.2. 2 gumes:
2.1.5.2.1. Produzem fendas de bordas iguais e ângulos agudos
2.1.5.2.2. Exemplos: Punhal, Faca vazada
2.1.5.3. 3 gumes ou triangulares:
2.1.5.3.1. Originam feridas de forma triangular ou estrelada
2.1.5.3.2. Exemplos: Lima
2.1.6. Sinal de Chavigny
2.1.7. Cauda de Escoriação
2.1.8. O trajeto das feridas produzidas por esses instrumentos tem as características das resultantes da ação dos meios perfurantes
2.2. Instrumentos Cortocontundentes
2.2.1. Influenciados pela ação contundente
2.2.1.1. Pelo seu próprio peso ou pela força ativa de quem os maneja
2.2.1.2. Age por deslizamento, percussão, pressão
2.2.2. Quase sempre graves, fundas, alcançando mais profundamente os planos interiores
2.2.3. Exemplos: Mordedura, Foice, Machado, Martelo, Facão, Guilhotina, Enxada, Serra Elétrica, Unhas, Rodas de um Trem
2.2.4. Lesão: CORTOCONTUSA
2.2.5. Espostejamento: Redução do corpo a fragmentos diversos e irregulares
2.2.5.1. Comuns em acidentes ferroviários
2.2.6. A tesoura quando usada de forma convencional, é instrumento cortocontundente
2.2.7. Mordedura: Atua por pressão e secção, principalmente provocada pelos dentes incisivos
2.2.7.1. Podem se dividir em 4 graus:
2.2.7.1.1. 1° Grau: Equimoses e escoriações
2.2.7.1.2. 2° Grau: Equimoses e escoriações mais nítidas e profundas, prestando-se à melhor identificação do seu autor
2.2.7.1.3. 3° Grau: Feridas contusas comprometendo a pele e a tela subcutânea e a musculatura, sem avulsões de tecidos
2.2.7.1.4. 4° Grau: Lacerações com perda razoável de tecidos e possíveis alterações estéticas
2.3. Instrumentos Perfurocontundentes
2.3.1. Agem perfurando e contundindo ao mesmo tempo
2.3.2. Exemplo mais comum: Projétil de arma de fogo
2.3.3. Outros exemplos: Ponta de um guarda-chuva, ponta de uma flecha
2.3.4. Lesão: PERFUROCONTUSA
2.3.5. Lesões:
2.3.5.1. De entrada:
2.3.5.1.1. Tiro enconstado:
2.3.5.1.2. Tiro a curta distância:
2.3.5.1.3. Tiro a distância:
2.3.5.2. De saída:
2.3.5.2.1. Forma irregular
2.3.5.2.2. Bordas evertidas
2.3.5.2.3. Maior sangramento
2.3.5.2.4. Não apresenta orla de escoriação
2.3.5.2.5. Não apresenta halo de enxugo
2.3.5.2.6. Não apresenta elementos químicos resultantes da decomposição da pólvora
2.3.5.2.7. Sinal de Romanese
2.3.6. Trajeto:
2.3.6.1. Caminho percorrido pelo projétil dentro do corpo
2.3.6.2. TRAJETO = CORPO
2.3.7. Diagnóstico das feridas cicatrizadas
2.3.7.1. Diagnóstico histoquímico
2.3.7.1.1. Técnica microquímica específica para chumbo
2.3.8. Componentes da pólvora:
2.3.8.1. ABC
2.3.8.1.1. ANTIMÔNIO
2.3.8.1.2. BÁRIO
2.3.8.1.3. CHUMBO