Psicologia da educação

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Psicologia da educação por Mind Map: Psicologia da educação

1. Os estudos acerca dos saberes docentes tiveram início na década de 80, quando os Estados Unidos e o Canadá, baseados na premissa de que existe uma “base de conhecimento” para o ensino

1.1. Pesquisas: foram desenvolvidas com a intenção de melhorar a formação de professores e iniciar um processo de profissionalização que favorecesse a legitimidade da profissão e, assim, transpusesse a concepção da docência ligada a um fazer vocacionado.

1.2. O campo psicológico constitui uma ciência com o objetivo de explicar como o ser humano pode conhecer e interpretar a si mesmo, assim como interpretar e conhecer o mundo em que vive, incluindo a interação entre indivíduos, a relação com a natureza, objetos e os sistemas sociais, econômicos e políticos aos quais estão inseridos. Seu objeto de estudo está centralizado nos seres vivos que estabelecem trocas simbólicas com o meio ambiente.

1.3. História da psicologia:

1.3.1. Inicio: Grécia antiga-Sócrates, Platão e Aristóteles que levantaram questões fundamentais sobre a vida mental, como a natureza da consciência, se as pessoas são inerentemente racionais ou irracionais e a existência do livre-arbítrio Na filosofia, diversas concepções sobre o conhecimento buscam explicações apoiando-se em outras ciências, como a Psicologia. Schultz e Schultz (2014) afirmam que o interesse pela psicologia remonta aos primeiros pensadores, resultando em obras filosóficas motivadas pelo fascínio pelo nosso próprio comportamento e especulações sobre a natureza e conduta humanas. A filosofia busca o conhecimento racional das coisas e dos seres humanos, com raízes nos filósofos gregos, especialmente Platão (400 a.C.), continuando o debate sobre esse conceito com René Descartes (século XVII), John Locke (século XVII), David Hume (século XVIII) e Immanuel Kant (século XVIII).

1.4. A Psicologia também tem suas raízes nos conhecimentos fisiológicos, Hipócrates, o "pai da medicina", contemporâneo de Sócrates, contribuiu significativamente para o desenvolvimento da Psicologia ao estudar as funções do organismo vivo, especialmente as relações entre o cérebro e os órgãos.

1.5. Platão e Descartes concebiam a inteligência racional como inata, sendo para Descartes a "assinatura do Criador na criatura". Essa visão fundamentou o racionalismo de Descartes, que preconizava que a verdade só poderia ser conhecida através do uso da razão.

1.5.1. Adotava uma perspectiva inatista, o conhecimento já nasce com o sujeito e irá amadurecer com o tempo. Ele propunha uma abordagem dualista, distinguindo a mente (mundo mental) do corpo (mundo material ou físico).

1.6. Em contrapartida, Locke e Hume argumentavam que nascemos com a mente como uma "tábula rasa", defendendo que a experiência molda nossas mentes

1.6.1. No cenário britânico, John Locke (1632-1704), alinhado ao empirismo, defendia que a mente se desenvolve progressivamente pela acumulação de experiências sensoriais. Ele acreditava que, ao nascermos, a mente é uma página em branco enriquecida por experiências sensoriais, fundamentando assim a ideia de que todo conhecimento tem origem em experiências empíricas (empirismo).

1.6.2. David Hume (1711-1776), também defensor do empirismo, concebia a mente como um fluxo de ideias e introduziu as leis de associação, destacando a semelhança ou similaridade e a contiguidade no tempo e espaço. Ele afirmava que quanto mais semelhantes e próximas no tempo e espaço, mais prontamente duas ideias se associam . Resumidamente, Hume enfatizava a associação de ideias como a base fundamental para o entendimento humano.

1.7. Posteriormente, os pressupostos filosóficos de Kant (1724-1804) revolucionaram essas concepções. A abordagem epistemológica de Kant foi um divisor de águas. Ele compreende o conhecimento como algo derivado da razão, não sendo inato nem adquirido por meio da experiência. A razão, preexistente à experiência, é uma estrutura vazia, igual e universal para todos. As experiências fornecem os conteúdos, e a razão confere a esses conteúdos sua forma.

1.7.1. Esse debate ainda persiste nos dias atuais. Hoeksema et al. (2012) classifica esse debate como natureza/criação, ou seja, se as capacidades humanas são inatas ou adquiridas. A visão da natureza sustenta que o ser humano possui um estoque inato de conhecimento e compreensão da realidade. Por outro lado, a visão de criação argumenta que o conhecimento é adquirido por meio de experiências e interações com o meio.

1.8. Apesar de ter surgido na Alemanha, os estudos da psicologia científica crescem nos Estados Unidos, onde surgiram as primeiras abordagens, existentes até os dias atuais. São elas: o Estruturalismo (Edward Titchener), o Funcionalismo (William James) e o Associacionismo (Edward Thorndike)

1.8.1. Estruturalismo: formulado por Titchener (psicólogo treinado por Wundt), possui como ramo de pesquisa a análise das estruturas mentais. O problema da Psicologia era a análise dos fenômenos mentais que Titchener dividiu em três classes: sensações, imagens e sentimentos (Carpigiani, 2010, p. 64).

1.8.1.1. Funcionalismo: em 1890, Willian James definiu a Psicologia como “a ciência da vida mental, abrangendo tanto seus fenômenos como as suas condições”. O Funcionalismo teve como propósito compreender o comportamento e suas inter-relações, como também compreender a consciência (Carpigiani, 2010, p. 64).

1.8.1.2. Associacionismo: traz como principal representante Edward Thorndike. Essa corrente psicológica traz como concepção a aprendizagem que acontece por meio de um processo de associação de ideias, em que o indivíduo deve partir das mais simples de um determinado tema, indo até as mais complexas.

1.9. "O homem em todas as suas expressões, as visíveis (nosso comportamento) e as invisíveis (nossos sentimentos, cognições e motivações), as singularidades (porque somos o que somos) e as generalidades (porque somos todos assim) – é o homem-corpo, homem-pensamento, homem-afeto, homem-ação e tudo isso está sintetizado no termo subjetividade"

1.10. Com o avanço dos estudos no decorrer da história, percebe-se que o homem deve ser estudado pertencente a um grupo que envolve questões biológicas, culturais, sociais e históricas. O sujeito é complexo e como suas emoções, seus sentimentos, sua afetividade e sua resolução de conflitos estão interligados com as demais dimensões do indivíduo.